Judiciária divulgou primeiras conclusões da investigação ao homicídio do triatleta. "Não foi um crime de impulso", frisou o diretor da PJ de Lisboa
As autoridades acreditam que o homicídio do triatleta Luís Grilo foi premeditado e realizado em coautoria pela mulher e o outro arguido detido. "Não foi um crime de impulso", frisou Paulo Rebelo, diretor da Polícia Judiciária de Lisboa, ao início da tarde desta quinta-feira. Por esse motivo é que estão detidos sob suspeita de homicídio qualificado - forma agravada de homicídio e pelo qual os arguidos podem ser condenados à pena máxima, 25 anos. PJ revelou que os motivos terão sido de "natureza financeira e emocional".
As conclusões são de um longo processo de investigação, que dura há dois meses e que ainda prossegue. "Foram feitas inúmeras e incessantes diligências" desde o dia do desaparecimento e após ter sido descoberto o cadáver - que não tinha sinais de violência, além de um tiro na cabeça, disse o líder da PJ de Lisboa, Paulo Rebelo.
Os indícios apontam para que o crime tenha sido cometido em casa do casal em Cachoeiras num dia em que o filho do casal estava em casa da avó, domingo, 15 de julho. Rosa Grilo comunicaria o desaparecimento do marido no dia seguinte, pelas 20h00. Segundo a PJ, não há indícios de que existisse uma situação de violência doméstica na relação do casal.
O corpo foi encontrado sem roupa, acreditam as autoridades, para tornar mais difícil a identificação, uma vez que a mulher tinha dito à polícia que Luís Grilo tinha saído para um treino de bicicleta. Por isso o telemóvel foi "plantado" a poucos quilómetros de casa. O atleta nunca saiu para treinar.
Os dois arguidos tinham uma relação próxima, mas a PJ não confirma que a relação fosse amorosa. "Há relações estranhas", disse Paulo Rebelo, que confirmou que o homem e coautor do homicídio é oficial de justiça.
A arma usada no crime estava registada em nome do suspeito, que é um oficial de justiça.
Rosa Grilo está detida em Tires e, por agora, o filho do casal está com uma tia, irmã do pai. O outro arguido está detido no estabelecimento anexo à Polícia Judiciária.
O responsável pela diretoria de Lisboa assinalou que ainda há muitos detalhes que vão ser confirmados pela investigação que vai continuar, mas frisou que a detenção de Rosa Grilo e do seu cúmplice aconteceu depois de terem sido reunidos vários indícios "técnicos e científicos" que apontavam "inequivocamente" para o envolvimento em coautoria de ambos neste homicídio. "A responsabilidade de cada um" será depois definida no âmbito do inquérito.
Este responsável afirmou que as provas recolhidas indicam que o homicídio terá acontecido dia 15 de julho - o desaparecimento de Luís Grilo foi denunciado pela mulher a 16 - na casa do casal, com uma arma de fogo, que estava registada em nome do "amigo de longos anos", um oficial de justiça. Arma eram um revólver Magnum, calibre 7.65 e foi disparado um tiro na cabeça. O projétil, tal como o DN já noticiou, estava ainda alojado no crânio, quando foi feita a autópsia.
Com Valentina Marcelino
Notícia atualizada às 16:15
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