27.09.2018 às 15h36
Segundo a Polícia Judiciária, há fortes indícios de este ter sido um crime premeditado
“Motivações de natureza financeira e natureza sentimental” terão estado na origem do assassinato do triatleta Luís Grilo, disse esta tarde a Polícia Judiciária, numa conferência de imprensa onde adiantou também que a arma do crime estava em nome do detido, com quem a mulher de Luís Grilo mantinha “uma relação próxima”.
Há fortes indícios de este ter sido um crime premeditado, adiantou ainda a PJ, revelando que tudo indica ter havido “muito mais que o simples impulso”. "Encontramo-nos ainda a apurar quais as motivações que estiveram subjacentes à prática dos factos. Neste momento, apontam para motivações de natureza financeira e também de natureza sentimental", afirmou Paulo Rebelo, responsável da diretoria de Lisboa da PJ.
Quanto à possibilidade de as marcas de violência no corpo poderem resultar de agressões efetuadas pós a morte de Luís Grilo, para despistar uma eventual investigação, a PJ recordou “o estado de putrefação avançado”, em que foi encontrado o cadáver, o que impede a confirmação desse dado. Segundo a Judiciária, a investigação vai prosseguir, continuando por apurar o móbil do crime. A identidade do homem detido não foi revelada, sabendo-se apenas que se trata de um oficial de justiça, com 42 anos.
O responsável disse que os elementos recolhidos apontam para que o alegado crime tenha acontecido em 15 de julho, o dia anterior a Luís Grilo ter sido dado como desaparecido, sendo o local "mais provável" a "residência comum do casal", na localidade de Cachoeiras, concelho de Vila Franca de Xira. Acerca da responsabilidade assumida pela mulher e pelo homem na alegada prática do homicídio, Paulo Rebelo disse que os indícios apontam para que "o crime tenha sido cometido em coautoria". "Contudo, as investigações subsequentes vão determinar o grau de responsabilidade de cada um deles", acrescentou.
Na quarta-feira à noite, a PJ deteve a mulher do triatleta, de 43 anos, e um homem, de 42, suspeitos do envolvimento no crime.
A mulher e o homem estão indiciados pela prática dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e detenção de arma proibida. Os detidos serão presentes na sexta-feira no Tribunal de Vila Franca de Xira para primeiro interrogatório judicial.
A mulher e o homem estão indiciados pela prática dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e detenção de arma proibida. Os detidos serão presentes na sexta-feira no Tribunal de Vila Franca de Xira para primeiro interrogatório judicial.
Luís Grilo, de 50 anos, foi dado pela mulher como desaparecido em 16 de julho, tendo na altura sido encetadas várias buscas para o encontrar. O cadáver foi encontrado em 24 de agosto perto de Alcôrrego, num caminho de terra batida junto à Estrada Municipal 1070, por um popular que fazia uma caminhada na zona. Antes, o telemóvel da vítima tinha sido encontrado nos Casais da Marmeleira, a seis quilómetros de casa, já no concelho de Alenquer, numa zona onde costumava treinar.
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