O Gana é frequentemente visto pela comunidade internacional como um país pacífico e exemplar. Mas o primeiro Estado da África Subsaariana a conquistar a sua independência tem ainda trabalhos de casa a fazer.
A compra de votos é um problema grave no Gana. Às portas das eleições presidenciais de 7 de dezembro, vários eleitores não escondem que exigem dinheiro para irem votar.
"Vou vender o meu voto se tiver alguém que o compre. Honestamente, estou a tentar que alguém compre o meu voto, porque depois das eleições ninguém vai ver estes políticos”, diz um eleitor, enquanto outro confia à reportagem da DW África que "vou vender o meu voto, são mil cedis [215 euros], porque não acredito em ninguém que venha a ser Presidente. São apenas mil cedis, muito bom preço!”
No país da África Ocidental, subentende-se que aquele que paga mais conquista mais votos.
Nas próximas eleições de 7 de dezembro defrontam-se dois conhecidos adversários. Apoiado pelo partido no poder, Congresso Nacional Democrático, o Presidente John Mahama recandidata-se ao cargo, depois de vencer as eleições de 2012 com uma distância muito curta de Akufo-Addo, do Novo Partido Patriótico, que está também de novo na corrida.
No país da África Ocidental, subentende-se que aquele que paga mais conquista mais votos.
Nas próximas eleições de 7 de dezembro defrontam-se dois conhecidos adversários. Apoiado pelo partido no poder, Congresso Nacional Democrático, o Presidente John Mahama recandidata-se ao cargo, depois de vencer as eleições de 2012 com uma distância muito curta de Akufo-Addo, do Novo Partido Patriótico, que está também de novo na corrida.
Sistema democrático em perigo
O hábito da compra de votos é um duro golpe no sistema democrático do Gana, afirma o cientista político Paul Osei Kuffour, do Centro para o Desenvolvimento Democrático em Tamale.
"Porque é que alguém vende o seu voto? Ou porque que alguém permite que o seu voto seja comprado? É uma afronta à democracia. Isso significa que o tipo de líderes políticos que se elegem pode não refletir a verdadeira escolha e interesse dos cidadãos.”
Muitos ganeses obtêm lucros em época eleitoral. Recentemente foi distribuído dinheiro e outros bens a moradores de Tamale, a principal cidade do norte do Gana, para votarem num determinado candidato.
Nabari Abdullai, uma pessoa influente de Tamale, explica o que leva muitos eleitores a venderem o seu direito de voto.
"Esta prática deve-se sobretudo ao facto de os líderes fazerem promessas que depois não cumprem. Portanto, depois as pessoas dizem que não votam se não forem pagas.”
Campanha "Eu não vou vender o meu voto"
De acordo com lei da representação pública do Gana, é crime oferecer bens materiais, fazer promessas ou persuadir para se obter um cargo público. Um crime que pode ter graves consequências, denuncia Stephen Azantilow, da comissão dos direitos humanos e justiça administrativa.
"No final, não se obtêm as pessoas qualificadas e competentes para administrar os assuntos do país. E o Estado sofre em vários em termos políticos, sociais e económicos."
Para combater a prática, o politólogo Paul Osei Kuffour lançou a campanha "Eu não vou vender o meu voto”, que promove a consciência cívica e direitos democráticos.
"As eleições são uma ferramenta de responsabilização. Um sistema corrompido e não genuino mina a legitimidade das pessoas eleitas para cargos políticos.”O eleitor Nurudeen Usman aderiu à campanha e disse à DW África que "vou votar com base no desenvolvimento e nas promessas dos candidates que podem ajudar o país a avançar.”
Os ganeses têm comprometido o voto desde o início da quarta república, em 1992. O Presidente John Mahama e o líder da oposição tentam conquistar os eleitores para as próximas presidenciais, agendadas para quarta-feira (07.12.).
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