De novo em guerra. Ontem as FADM e os homens da Renamo voltaram a confrontar-se, desta vez na lagoa Mpfurhi, na regiao de Nhambondze, no posto administrativo de Nalazi (minha terra natal - gracas a Deus minha mae ainda esta ca comigo), no distrito de Guija, na provincia de Gaza.
O que aconteceu?
Um esclarecimento: nao foram as tropas de Dhlakama que atacaram as posicoes das FADM, mas foram as FADM que interceptaram os homens da Renamo que sairam de Dindiza, no Chigudo, em direccao a Vila de Caniçado, sede do distrito de Guijá, a sete km do Chokwe. Quando as FADM, recentemente estacionadas no Posto Administrativo de Nalazi, tomaram conhecimento, de que as forças de Dhlakama iriam atravessar o posto administrativo de Nalazi, pelo extremo norte, cerca de 20 km da sede do posto administrativo, prepararam-se e meteram-se em três camiões para interceptar os homens da Renamo.
Os homens da Renamo foram encontrados numa lagoa que se chama Mpfurhi (nao Mpunze conforme escreve Folha de Maputo) na região de Nhambondze (nao Mhabondze como escreveu Folha de Maputo). Trata-se de uma lagoa que sempre tem água. É raro secar. E durante a guerra dos 16 anos era muito disputada. Nos arredores da lagoa são visíveis sinais de guerra como um carro de marca IFA, queimado.
Quando as FADM chegaram ao local, ontem por volta das 13h,os homens da Renamo estavam a assar carne de vaca (de espécie braman) que abateram (vaca da populacao local) que pediram.
Quando as FADM chegaram, abriram o fogo e os homens da Renamo responderam. Mas as duas partes depois cessaram o fogo e encetaram uma conversa (excelente atitude de ambas as partes) e os homens da Renamo explicaram o que estavam a fazer e que estavam a caminho de Maputo. Alertaram que iriam responder caso fossem provocados. Fala-se de 180 homens armados.
Por onde passam os homens da Renamo pedem comida à população e pede cabeça de gado para se alimentarem, mediante a apresentação de uma proposta financeira de 100 MT. Ou seja, pedem para que lhe seja vendido cabeça de vaca por 100 MT. É uma forma de dizer "dê-nos de borla". Ou de dizer "não levamos a força".
Quando ouviu tiros a população meteu-se no mato e outra parte foi ao posto administrativo aquartelar-se. A guerra dos 16 anos começou assim. Eles apareciam assim mesmo.
É o legado de Guebuza.
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