Diálogo Político sem avanços, Renamo fora do Fundo de Paz e troca acusações belicistas com o Governo
Cinquenta dias após a entrada em funcionamento da Assembleia-Geral do Fundo de Paz e Reconciliação Nacional, a Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, que detém um número desconhecido de guerrilheiros e armas, o que contaria a Constituição, ainda não ocupou os seus lugares naquele órgão porque reivindica igualdade na composição do mesmo. No diálogo político com o Governo, ora encalhado, a ronda de segunda-feira (20), a 102a, foi novamente um fiasco. Este partido diz que está a ser bombardeado, particularmente em Gaza, mas o Executivo nega.
Os mediadores nacionais (Lourenço do Rosário, Filipe Couto, Anastácio Chembeze e Saíde Abibo), que durante meses se mantiveram serenos em relação aos impasses de um diálogo que parece de surdos e mudos, agora dizem que estão desconfortados e ansiosos por “ver o fim deste diálogo” porque “não se justifica a falta de avanços”, pois “existem todas as condições PARA que as partes cheguem a um consenso”.
Há dois anos que o Governo e Renamo não alcançam consensos conducentes ao fim da instabilidade política no país. Tal como aconteceu no passado, com tiros aqui e acolá e mais tarde generalizados, há semanas que a “Perdiz” acusa as Forças de Defesa e Segurança de atacarem as suas posições e de circularem nas zonas sob sua influência à luz do acordo assinado a 05 de Setembro de 2014, o qual as partes já assumiram publicamente que está a ser violado.
A Lei-Mãe determina que “é vedado aos partidos políticos preconizar ou recorrer à violência armada para alterar a ordem política e social do país”, preceito que não passa de uma letra-morta, na medida em que a Renamo continua uma formação política militarizada e, parece, sem a intenção de entregar as armas.
“Querem obrigar-nos a entregar as armas para nos exterminarem”, disse António Muchanga, porta-voz do antigo movimento beligerante em Moçambique. Na sua óptica, a Frelimo e o regime são arrogantes e podem humilhar o povo a seu bel-prazer caso os instrumento bélicos em poder da Renamo sejam entregues sem o cumprimento das suas exigências em sede do diálogo político.
Posted at 18:01 in Defesa, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0) ShareThis
Presidente sul-africano diz que os media não deveriam ter publicado agressão do moçambicano
Enquanto o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, voltou a manifestar o seu repúdio “aos actos de xenofobia” e pediu “ao Governo sul-africano PARAuma intervenção presencial e imediata” o seu homólogo, Jacob Zuma, afirmou que as fotos da agressão e esfaqueamento do cidadão moçambicano Emanuel Sithole, que acabou por morrer no sábado (18), por cidadãos sul-africanos não deveriam ter sido divulgadas pelos media pois fez a África do Sul “ficar mal” perante a opinião pública.
Zuma, segundo a Imprensa sul-africana, terá acusado nesta segunda-feira (20) o jornal Sunday Times de falta de patriotismo por haver publicado as fotos da bárbara agressão, e o relato do fotógrafo. O Presidente sul-africano disse que a morte do cidadão moçambicano foi um caso criminal e sem ligações com a onda de xenofobia.
Entretanto, três cidadãos, suspeitos do assassínio de Emanuel Sithole, foram detidos na noite de domingo (19) no bairro de Alexandra, com a ajuda da comunidade local segundo as autoridades policias, que oferecem uma recompensa de 100 mil rands por informações que levem à captura dos assassinos do moçambicano. Segundo a Polícia, a caça ao quarto agressor continua.
O moçambicano, de 35 anos de idade, foi agredido e esfaqueado por quatro cidadãos, ao que tudo indica sul-africanos, na manhã do sábado (18), numa via pública do bairro de Alexandra, subúrbio da cidade de Johannesburg.
Segundo a Polícia sul-africana, Emanuel era um vendedor ambulante de cigarros e, citando testemunhas, as agressões poderão ter resultado do facto de o moçambicano haver confrontado os seus agressores que terão levado cigarros sem pagar.
Posted at 17:55 in Emigração - Imigração - Refugiados, África - SADC | Permalink | Comments (0) ShareThis
AMEAÇA DE RETORNO À GUERRA AFASTA CAMPONESES DAS MACHAMBAS EM TSANGANO
Camponeses do distrito de Tsangano, na província central de Tete, justificam a sua fraca participação da presente campanha agrícola alegando que o discurso do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que indicia a eventualidade de retorno à guerra e a movimentação de homens armados afastaram-lhes das machambas.
Os camponeses advertem sobre o risco de uma crise alimentar, devido à fraca participação das pessoas na presente campanha agrícola, situação que poderá ser agravada pelas constantes deslocações das pessoas à procura de zonas mais seguras nos próximos tempos, caso os homens da Renamo não sejam desarmados.
Estamos inseguros e muitos de nós preferimos não ir a machamba, ficar em casa, porque tememos cruzar com os homens da Renamo, que já queimaram casas e raptaram alguns líderes comunitários na localidade de Chibaene, disse um camponês, citado na edição de hoje do jornal Noticias.
Falando num comício orientado pelo governador de Tete, Paulo Auade, os populares disseram que os homens da Renamo, para além de se apoderarem indevidamente de produtos alimentares dos camponeses, surripiam também dinheiro e electrodomésticos, principalmente aparelhos sonoros, nas comunidades por onde passam.
Segundo os populares, aquando da sua recente passagem por Tsangano, o líder da Renamo ameaçou escorraçar a administradora e os membros do Governo distrital, e tomar o poder.
Estas ameaças, segundo a fonte, obrigam a população a equacionar a possibilidade de abandonar a região e refugiar-se no vizinho Malawi, à semelhança do que aconteceu na guerra de desestabilização dos 16 anos, em que muitos aldeões da zona passaram a maior parte da sua vida naquele país vizinho.
Os camponeses advertem sobre o risco de uma crise alimentar, devido à fraca participação das pessoas na presente campanha agrícola, situação que poderá ser agravada pelas constantes deslocações das pessoas à procura de zonas mais seguras nos próximos tempos, caso os homens da Renamo não sejam desarmados.
Estamos inseguros e muitos de nós preferimos não ir a machamba, ficar em casa, porque tememos cruzar com os homens da Renamo, que já queimaram casas e raptaram alguns líderes comunitários na localidade de Chibaene, disse um camponês, citado na edição de hoje do jornal Noticias.
Falando num comício orientado pelo governador de Tete, Paulo Auade, os populares disseram que os homens da Renamo, para além de se apoderarem indevidamente de produtos alimentares dos camponeses, surripiam também dinheiro e electrodomésticos, principalmente aparelhos sonoros, nas comunidades por onde passam.
Segundo os populares, aquando da sua recente passagem por Tsangano, o líder da Renamo ameaçou escorraçar a administradora e os membros do Governo distrital, e tomar o poder.
Estas ameaças, segundo a fonte, obrigam a população a equacionar a possibilidade de abandonar a região e refugiar-se no vizinho Malawi, à semelhança do que aconteceu na guerra de desestabilização dos 16 anos, em que muitos aldeões da zona passaram a maior parte da sua vida naquele país vizinho.
Posted at 15:54 in Defesa, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0) ShareThis
Namatil/Omar – Uma história mal contada e …mal aproveitada(versão completa)
Por Luís Loforte*
Ninguém nega que meia garrafa de água é uma garrafa meio vazia de
água. É uma realidade objectiva. Mas já estaremos perante um absurdo se lutarmos PARA que meia mentira se transforme numa história verdadeira.
Em relação ao último aspecto, o do absurdo, julgo que haverá algo de parecido quando, a propósito do lançamento das comemorações dos 40 anos da nossa Independência, em solo daquilo que outrora se chamou por Namatil, posto administrativo de Omar, se afirma que ali ocorreu uma das “batalhas mais decisivas da luta armada de libertação nacional…”, designadamente, a 1 de Agosto de 1974. De tão decisiva que não foi “disparado nenhum tiro, tendo sido capturados 137 soldados da tropa colonial, que se renderam, e posteriormente entregues, por razões humanitárias, à Cruz Vermelha Internacional…”.
Tudo isto pode ser lido nas edições do jornal notícias dos dias 6 e 7 de Abril de 2015, em duas abordagens feitas, consecutivamente, pelo jornalista Pedro Nacuo.
Nem sei se seria necessário recomendar uma leitura atenta para se concluir que alguma coisa não bate certo.
Terei porventura autoridade para o creditar ou desmentir? Bem, nem toda, mas alguma, desde logo porque pertenci à referida companhia de artilharia (GAC-6), tendo como sede a Ilha de Moçambique, com ramificações no Lumbo, Monapo, Vila Barreto (Itoculo) e
António Enes (Angoche). Com passagens curtas pela Ilha de Moçambique, Monapo e Vila Barreto, foi porém no Lumbo que passei todo o meu serviço militar. O último contingente a ir para Namatil partiu do Lumbo em Janeiro/Fevereiro de 1974, portanto, da minha unidade. Isto quer simplesmente dizer que à data da ocorrência dos acontecimentos em apreço, Agosto de 1974, ainda me encontrava no exército português e já com o conflito praticamente concluído desde Maio de 1974, convivendo há muito com guerrilheiros da FRELIMO.
Comíamos e bebíamos juntos, e até os acompanhávamos nos comícios que os seus comissários orientavam, aqui e ali. Escusado será dizer que, pertencendo à mesma unidade, e também pela grande amizade que todo o serviço militar cultiva, estávamos em permanente contacto com os homens de Namatil. Por aqueles dias, e tal como nós em Nampula, todo o exército havia acatado a orientação do General Costa Gomes, segundo a qual cessavam todas as hostilidades.
Portanto, imperava já um tácito armistício. À excepção de um ou outro incidente, de pequena monta porém, não consta que tenha ocorrido, nomeadamente em Cabo Delgado, uma única escaramuça, muito menos uma “batalha decisiva”. E quem se pode convencer que em Agosto de 1974 tenha ocorrido uma batalha decisiva para o que quer que fosse?
Posted at 11:28 in 25 de Abril de 1974, História, OMAR - 01.08.1974 | Permalink | Comments (0) ShareThis
A tomada de Omar/Namatil
A versão de Almeida Santos*
Na véspera da partida da delegação portuguesa que ia iniciar em Dar-es-Salam as negociações com uma representação da Frelimo (n.r., ocorridas entre 15 e 17 de Agosto de 1974), recebeu-se em Lisboa a notícia, de fonte militar, de que uma companhia das Forças Armadas portuguesas havia sido “emboscada e aprisionada”, por Forças da Frelimo, em Omar (n.r. Namatil), no Norte de Moçambique, junto à fronteira com a Tanzânia.
Justamente indignado, o Presidente Spínola exigiu que, antes de dar início às negociações, e como condição desse início, a delegação da Frelimo apresentasse desculpas à delegação portuguesa, por essa traiçoeira atitude das suas forças.
Assim fizemos. Mas, com surpresa nossa, Samora Machel começou por pretender desconhecer do que estávamos a falar:
- Emboscada em Omar?! Uma companhia aprisionada?! ...
Por fim fez-se luz no seu espírito:
- O quê? Aquela “entrega” dos vossos soldados?
E voltando-se para um qualquer assessor da sua delegação:
- Traz a cassete...
Cassete? Íamos de surpresa em surpresa. Mas a verdade é que a misteriosa cassete veio, foi por nós ouvida, e ouvi-la ficou a constituir uma das maiores humilhações por que terá passado a delegação de um país.(n.r., segundo outras fontes, a cassete foi ouvida anteriormente em Dar-es-Salam, a 2 de Agosto de 1974, no quarto 602 do Hotel Kilimanjaro pelo tenente-coronel português, Melo Antunes que se encontrava na capital tanzaniana para conversações secretas com a Frelimo desde o dia 30 de Julho, delineando o que viria a ser o Acordo de Lusaka de 7 de Setembro no mesmo ano. Citado pelo comandante Almeida e Costa, da mesma delegação, Melo Antunes terá dito: “Merda, assim não se pode fazer nada.”
Posted at 10:58 in 25 de Abril de 1974, História, OMAR - 01.08.1974 | Permalink | Comments (0) ShareThis
FILHO DE ZUMA É PERIGO À NAÇÃO MOÇAMBICANA - RIZUANE MUBARACK
Mas esta segurança, segundo Mubarack, citado hoje pelo Diário de Moçambique, passa pela obtenção de equipamentos bélicos porque Moçambique pode ser, ao longo ou médio prazo, vítima de Africa do Sul, tendo em conta que Maputo, a capital, está próxima da terra daquele país.
Ademais, disse que o filho de Zuma (Presidente Jacob Zuma) constitui um grande perigo à nação moçambicana, se um dia se tornar líder da África Sul, porque o seu discurso carregou ódio aos estrangeiros que se encontram no seu país.
Se o filho do Presidente Zuma se pronunciou contra os estrangeiros na RAS (República da África do Sul), eu espero que isso seja um alerta. Porque este cidadão, quando amanhã aceder à presidência de África do Sul, vai-se tornar inimigo do povo moçambicano. A médio ou longo prazo, esperamos que haja um conflito entre o povo moçambicano e sul-africano, alerta Rizuane Mubarack.
Segundo ele, a República de Moçambique deve quebrar o tabu e começar a adquirir equipamentos dissuasivos porque o próximo inimigo é o Governo sul-africano. Se hoje não equiparmos a República de Moçambique, a médio ou longo prazo, podemos ter uma invasão da RAS.
Mubarack elogiou o estilo da actuação do Governo Moçambicano ao movimentar equipas para RAS. Por outro lado, segundo ainda o jornal, disse constantemente estou preocupado com o que vai acontecer amanhã. Porque pode extravasar limites que não poderemos conseguir controlar a situação. Além disso, sublinhou que a paz dentro dos moçambicanos é também uma arma dissuasiva perante a xenofobia.
Ademais, disse que o filho de Zuma (Presidente Jacob Zuma) constitui um grande perigo à nação moçambicana, se um dia se tornar líder da África Sul, porque o seu discurso carregou ódio aos estrangeiros que se encontram no seu país.
Se o filho do Presidente Zuma se pronunciou contra os estrangeiros na RAS (República da África do Sul), eu espero que isso seja um alerta. Porque este cidadão, quando amanhã aceder à presidência de África do Sul, vai-se tornar inimigo do povo moçambicano. A médio ou longo prazo, esperamos que haja um conflito entre o povo moçambicano e sul-africano, alerta Rizuane Mubarack.
Segundo ele, a República de Moçambique deve quebrar o tabu e começar a adquirir equipamentos dissuasivos porque o próximo inimigo é o Governo sul-africano. Se hoje não equiparmos a República de Moçambique, a médio ou longo prazo, podemos ter uma invasão da RAS.
Mubarack elogiou o estilo da actuação do Governo Moçambicano ao movimentar equipas para RAS. Por outro lado, segundo ainda o jornal, disse constantemente estou preocupado com o que vai acontecer amanhã. Porque pode extravasar limites que não poderemos conseguir controlar a situação. Além disso, sublinhou que a paz dentro dos moçambicanos é também uma arma dissuasiva perante a xenofobia.
Mediadores dizem que falta vontade política para se ultrapassar a crise política
O grupo de mediadores nacionais nas negociações políticas entre o Governo e a Renamo, na segunda-feira, a acusar as duas partes de falta de vontade política para se chegar a um consenso e ultrapassar a crise política que se arrasta há mais de dois anos.
Em conferência de imprensa no final da 102.a ronda de negociações, o Bispo Emérito da Diocese dos Libombos, Dom Dinis Sengulane, disse que, ao contrário do que esperavam, que o diálogo se transformasse numa conduta normal de cidadãos, “ainda hoje gostaríamos de reiterar que sentimos um desconforto pela falta do avanço”.
“Estamos convencidos de que não há motivos para não se ter avançado no diálogo, porque, nos dois pontos da agenda, nomeadamente, as questões militares e a despartidarização da Função Pública, entendemos nós que há informação suficiente para se poder avançar, informação essa que ambos os lados deviam fornecer”, disse Dinis Sengulane.
Segundo as suas palavras: “Infelizmente isso não aconteceu até agora, por um lado por motivos que nós não podemos decifrar, porque não conhecemos, mas, por outro, porque há uma certa interferência na agenda, com questões que não têm nada a ver com a agenda do dia”.
Os mediadores declararam que gostariam de reafirmar que os dois lados têm o mandato do povo e dos respectivos líderes para poderem entender-se.
“Não há razões para, no fim de cada sessão, aparecermos a dizer que não há consenso, porque há condições, sim, suficientes para se chegar a consenso e avançar muito rapidamente”, declarou aquele porta-voz dos mediadores nacionais, que lamentou que não tenha sido levado em conta, até agora, tudo quanto foi apresentando às partes, pelo seu grupo, sobre a lentidão do processo.
Em conferência de imprensa no final da 102.a ronda de negociações, o Bispo Emérito da Diocese dos Libombos, Dom Dinis Sengulane, disse que, ao contrário do que esperavam, que o diálogo se transformasse numa conduta normal de cidadãos, “ainda hoje gostaríamos de reiterar que sentimos um desconforto pela falta do avanço”.
“Estamos convencidos de que não há motivos para não se ter avançado no diálogo, porque, nos dois pontos da agenda, nomeadamente, as questões militares e a despartidarização da Função Pública, entendemos nós que há informação suficiente para se poder avançar, informação essa que ambos os lados deviam fornecer”, disse Dinis Sengulane.
Segundo as suas palavras: “Infelizmente isso não aconteceu até agora, por um lado por motivos que nós não podemos decifrar, porque não conhecemos, mas, por outro, porque há uma certa interferência na agenda, com questões que não têm nada a ver com a agenda do dia”.
Os mediadores declararam que gostariam de reafirmar que os dois lados têm o mandato do povo e dos respectivos líderes para poderem entender-se.
“Não há razões para, no fim de cada sessão, aparecermos a dizer que não há consenso, porque há condições, sim, suficientes para se chegar a consenso e avançar muito rapidamente”, declarou aquele porta-voz dos mediadores nacionais, que lamentou que não tenha sido levado em conta, até agora, tudo quanto foi apresentando às partes, pelo seu grupo, sobre a lentidão do processo.
Impasse prevalece
Entretanto, a 102.a ronda voltou a terminar sem consenso.
Parcerias público-privadas ou cancro financeiro para o Estado?
Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
Se o Estado é o único que arca com a dívida, então é verdade.
As consequências políticas já se vivem nos dias de hoje.
Depois de muitas expectativas sobre e quanto às parcerias público-privadas em Moçambique, alguns relatos ou revelações começam a preocupar.
Que se passa para a ASTROS reclamar sobre as portagens em Tete?
Como foi decidido em que ponte é que os camionistas passam e por onde não passam? Quem decidiu que se devia pagar aqui e não aí? Quem são realmente os parceiros privados do público? Quem é que fica com a “parte de leão” e quem arca com passivos?
De engenharia financeira está o mundo cheio, e, cada uma do seu jeito, produz resultados diferentes conforme o país. Onde a estrutura judicial e independência estão em crise ou não existe, as parcerias público-privadas tornam-se aparentemente num mar livre de enriquecimento rápido para as elites com excelentes ligações políticas. Quando não são os governantes feitos empresários beneficiando das mesmas através de terceiros.
Em Tete, temos novos actores que, na essência, reproduzem a experiência da estreada Maputo-Witbank.
Mudam os nomes dos parceiros privados, mas, na verdade, estão bem próximo daqueles que são os parceiros privados da N4.
Este modelo de procedimento na esfera pública, trazendo familiares e “amigos” para posições empresariais lucrativas, embora possa ter resultados apreciáveis no domínio da construção de infra-estruturas públicas, acarreta riscos incomensuráveis ao nível da superstrutura do país.
Através do endividamento público, concorre-se para a “produção em proveta” de “supostos capitalistas” nacionais. Uma questão de simples proximidade familiar catapulta filhos, tios, enteados e esposas para o exercício de cargos de gestão de empreendimentos público-privados. Com o modelo posto em prática tornou-se normal ver a multiplicação de empresários de sucesso que não passam de beneficiários de esquemas de “procurement” ilícitos, de conluios delinquentes e toda a trama e redes existentes para sugar do Estado.
Convém que ninguém se esqueça que parte dos “atiradores furtivos” e dos mais enérgicos activistas da fraude eleitoral pontificam nas hostes dos titulares de cargos de gestão em empresas que são parcerias público-privadas.
Que se passa para a ASTROS reclamar sobre as portagens em Tete?
Como foi decidido em que ponte é que os camionistas passam e por onde não passam? Quem decidiu que se devia pagar aqui e não aí? Quem são realmente os parceiros privados do público? Quem é que fica com a “parte de leão” e quem arca com passivos?
De engenharia financeira está o mundo cheio, e, cada uma do seu jeito, produz resultados diferentes conforme o país. Onde a estrutura judicial e independência estão em crise ou não existe, as parcerias público-privadas tornam-se aparentemente num mar livre de enriquecimento rápido para as elites com excelentes ligações políticas. Quando não são os governantes feitos empresários beneficiando das mesmas através de terceiros.
Em Tete, temos novos actores que, na essência, reproduzem a experiência da estreada Maputo-Witbank.
Mudam os nomes dos parceiros privados, mas, na verdade, estão bem próximo daqueles que são os parceiros privados da N4.
Este modelo de procedimento na esfera pública, trazendo familiares e “amigos” para posições empresariais lucrativas, embora possa ter resultados apreciáveis no domínio da construção de infra-estruturas públicas, acarreta riscos incomensuráveis ao nível da superstrutura do país.
Através do endividamento público, concorre-se para a “produção em proveta” de “supostos capitalistas” nacionais. Uma questão de simples proximidade familiar catapulta filhos, tios, enteados e esposas para o exercício de cargos de gestão de empreendimentos público-privados. Com o modelo posto em prática tornou-se normal ver a multiplicação de empresários de sucesso que não passam de beneficiários de esquemas de “procurement” ilícitos, de conluios delinquentes e toda a trama e redes existentes para sugar do Estado.
Convém que ninguém se esqueça que parte dos “atiradores furtivos” e dos mais enérgicos activistas da fraude eleitoral pontificam nas hostes dos titulares de cargos de gestão em empresas que são parcerias público-privadas.
20/04/2015
População de Guijá regressa às suas aldeias
A GOVERNADORA da província de Gaza, Stella Pinto Zeca, trabalhou sexta-feira nas aldeias de Maimane e Nhamboze, no posto administrativo de Nalaze, no distrito de Guijá, onde apelou às cerca de 50 famílias ali refugiadas para regressarem às suas comunidades, pelo facto de finalmente se ter restabelecido a paz e tranquilidade na zona.
Os aldeões abandonaram as suas casas na sequência dos ataques perpetrados por homens armados da Renamo contra posições das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) ali estacionadas.
Segundo a chefe do Executivo de Gaza, restabelecida a tranquilidade, o Governo vai assumir e cumprir as suas obrigações de garantir as necessárias condições para que os camponeses possam rapidamente retomar as suas actividades normais, designadamente a produção agrícola e pecuária.
“Quando a população se encontra numa situação de insegurança, nós, como Governo, temos de garantir a sua segurança e protecção para que ela possa trabalhar num ambiente sereno e tranquilo, sem nenhuma perturbação. Ninguém gosta de abandonar a sua zona de origem, muito menos a sua casa e os seus bens para andar de um lado para o outro, sem destino certo e seguro, devido a este tipo de situações”, disse a governadora de Gaza.
Na ocasião, Stella Pinto Zeca explicou ter ido a Guijá para estudar com as autoridades locais as melhores formas para garantir o retorno voluntário, porém, organizado da população deslocada, de modo a que retomem paulatinamente as suas rotinas nos seus locais de origem.
Posted at 23:58 in Defesa, Municípios - Administração Local - Governo, Política - Partidos | Permalink | Comments (0) ShareThis
RENAMO PROPÕE EXCLUSÃO DE EMPRESAS DE DIRIGENTES DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS EM CONCURSOS PÚBLICOS
A Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, apareceu hoje, em sede de diálogo político com o Governo, com uma nova proposta que exclui as empresas privadas participadas por dirigentes de instituições públicas em concursos públicos PARA o fornecimento de bens e serviços, como forma de combater o favoritismo e corrupção.
As empresas participadas por titulares ou membros de órgãos públicos ou gestores públicos de administração e seus familiares não podem participar em concursos públicos do Estado para fornecimento de bens ou serviços aos órgãos por si dirigidos, disse o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiana, falando em conferência de imprensa no fim da 102ª ronda do diálogo político entre o governo e aquele partido da oposição.
Referiu que isto é uma questão de moral e ética. Por isso, gostaríamos de ver esta proposta adoptada, mas ainda não há consenso.
A proposta da Renamo enquadra-se no terceiro ponto da agenda do diálogo político relacionado com a despartidarização do aparelho do Estado.
Para além desta nova proposta, a Renamo já havia aparecido com uma nova cláusula que impede os servidores públicos, incluindo o Presidente da República e dirigentes por ele indicados, de realizarem actividades político-partidárias durante o período laboral nas instituições do Estado.
A falta de consensos sobre estes e outros pontos está na origem dos sucessivos impasses que têm vindo a caracterizar o diálogo político. Aliás, hoje teve lugar a 102ª sessão que, a semelhança das anteriores, também foi marcada por mais um impasse.
As empresas participadas por titulares ou membros de órgãos públicos ou gestores públicos de administração e seus familiares não podem participar em concursos públicos do Estado para fornecimento de bens ou serviços aos órgãos por si dirigidos, disse o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiana, falando em conferência de imprensa no fim da 102ª ronda do diálogo político entre o governo e aquele partido da oposição.
Referiu que isto é uma questão de moral e ética. Por isso, gostaríamos de ver esta proposta adoptada, mas ainda não há consenso.
A proposta da Renamo enquadra-se no terceiro ponto da agenda do diálogo político relacionado com a despartidarização do aparelho do Estado.
Para além desta nova proposta, a Renamo já havia aparecido com uma nova cláusula que impede os servidores públicos, incluindo o Presidente da República e dirigentes por ele indicados, de realizarem actividades político-partidárias durante o período laboral nas instituições do Estado.
A falta de consensos sobre estes e outros pontos está na origem dos sucessivos impasses que têm vindo a caracterizar o diálogo político. Aliás, hoje teve lugar a 102ª sessão que, a semelhança das anteriores, também foi marcada por mais um impasse.
Governo e Renamo trocam acusações na violação do acordo de cessação das hostilidades
O Governo e a Renamo trocam acusações quanto a violação do acordo de cessação das hostilidades na província de Gaza.-
O Governo diz que a Renamo não está a falar a verdade, ao afirmar que as Forças de Defesa de Moçambique estão a bombardear a província de Gaza.
Na semana passada a Renamo disse, em sede do diálogo político, que as tropas governamentais estão a atacar os seus homens na província de Gaza.
PARA se inteirar do assunto, as duas partes, Governo e Renamo, decidiram enviar para Gaza uma equipa de peritos militares.
José Pacheco, chefe da delegação do Governo no diálogo político com a Renamo, afirmou que o relatório dos peritos militares não fala de bombardeamentos, daí ter afirmado que a Renamo está a falar mentiras.
Por seu turno, Saimone Macuiane, chefe da delegação da Renamo no diálogo político com o Governo, disse que a Renamo tem informações de, até agora, terem ocorrido oito bombardeamentos em Gaza.
Segundo Macuiane, a Renamo quer que tudo seja feito, em nome da paz, e para garantir que o país mantenha uma situação de paz, estabilidade, e isso passa pelo entendimento entre as partes, como irmãos moçambicanos.
Na ronda 102 desta segunda-feira, o Governo e a Renamo, além de tratarem do ponto sobre a integração e enquadramento, poderão concluir o dossier sobre a despartidarização da Função Pública.
RM- 20.04.2015
Posted at 19:05 in Defesa, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0) ShareThis
Caricato e perigoso “agradar a gregos e troianos”
Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
FJN tem de escolher entre agradar aos “camaradas” ou ao povo moçambicano.
Os pequenos passos que o PR tem dado são claramente indicativos do tipo de dificuldade que ele sente em se expressar de moto próprio.
São tantos os conselheiros e tantos os “camaradas” a quem tem de agradar, que não sobra espaço PARAquase mais nada.
A velha guarda ligada à inteligência nacional e à docência de relações internacionais no famoso ISRI ocupa lugar de destaque entre os conselheiros. Embora estes possam significar muito ou pouco, o que é um dado adquirido é que os “generais macondes” acreditam que chegou a sua vez de “molhar o bico”.
O que parecia resolvido na última reunião do Comité Central da Frelimo, apresenta-se cru e complicado. Conseguiram remover AEG, mas este está solidamente plantado no tecido daquele partido.
Por uma questão de sobrevivência política e económica, houve alinhamentos circunstanciais que ditaram uma união efémera de posições. Agora que começa a batalha real dos 50%, os “camaradas” equacionam cenários vários, e decisões estão sendo tomadas. Não é uma questão de gostar ou não deste PR e presidente da Frelimo. A questão é de pura sobrevivência e manutenção do “status”.
Adivinham-se dificuldades para o PR alterar algo e tomar decisões que aprofundem o diálogo com a oposição, com a Renamo e o MDM. Este engenheiro tenderá a adoptar pontos de vista “aconselhados” por especialistas políticos “isrianos” e instruções directas dos seus mentores políticos.
É uma luta real que não se compadece com considerações teóricas ou altruísmos de índole política.
São tantos os conselheiros e tantos os “camaradas” a quem tem de agradar, que não sobra espaço PARAquase mais nada.
A velha guarda ligada à inteligência nacional e à docência de relações internacionais no famoso ISRI ocupa lugar de destaque entre os conselheiros. Embora estes possam significar muito ou pouco, o que é um dado adquirido é que os “generais macondes” acreditam que chegou a sua vez de “molhar o bico”.
O que parecia resolvido na última reunião do Comité Central da Frelimo, apresenta-se cru e complicado. Conseguiram remover AEG, mas este está solidamente plantado no tecido daquele partido.
Por uma questão de sobrevivência política e económica, houve alinhamentos circunstanciais que ditaram uma união efémera de posições. Agora que começa a batalha real dos 50%, os “camaradas” equacionam cenários vários, e decisões estão sendo tomadas. Não é uma questão de gostar ou não deste PR e presidente da Frelimo. A questão é de pura sobrevivência e manutenção do “status”.
Adivinham-se dificuldades para o PR alterar algo e tomar decisões que aprofundem o diálogo com a oposição, com a Renamo e o MDM. Este engenheiro tenderá a adoptar pontos de vista “aconselhados” por especialistas políticos “isrianos” e instruções directas dos seus mentores políticos.
É uma luta real que não se compadece com considerações teóricas ou altruísmos de índole política.
AINDA SOBRE A OPOSIÇÃO (Final)
Centelha por Viriato Caetano Dias (viriatocaetanodias@gmail.com )
“Não se pode mudar de políticas sem mudar de líder.”
Extracto de uma conversa com um amigo
A s minhas primeiras palavras são de solidariedade para com as vítimas de xenofobia na vizinha África do Sul e condolências às famílias enlutadas, entre elas, nossos compatriotas. À luz do Direito Internacional, pode-se dizer que o Estado moçambicano está de luto e, por isso, exige-se ao governo que observe o luto nacional e a bandeira em meia-haste em memória dos finados.
Compreendo que os moçambicanos estejam ávidos em fazer justiça pelas próprias mãos, uma vez que: a primeira acontece por acidente, a segunda só quem quer, a terceira é demais, mas é preciso serenar os ânimos e deixar que as autoridades do nosso país resolvam o problema pela via diplomática.
Para quem segue a doutrina da Igreja Católica, como é o meu caso, sabe que em circunstância alguma deve prescindir deste filosófico ensinamento: “Quem segue Jesus Cristo não paga o mal com o mal, nem planeia vinganças. O cristão sabe que é fundamental saber perdoar e ser misericordioso com todos, mesmo com os inimigos.”
O mais importante, a par de outras medidas que estarão a ser tomadas pelo executivo moçambicano, é encontrar soluções para acolher e empregar – se for o caso - os sobreviventes da xenofobia, facto que evitaria o agravamento da situação da pobreza no país. Não adianta resolver este problema com promessas de discursos açucarados ou congelar o caso atrelando-se no que é “politicamente correcto”, o que se quer são medidas enérgicas e imediatas.
O artigo da semana passada sobre o estado clínico da Oposição criou-me muitos dissabores. Há pessoas que insistem em insultar-me gratuitamente no lugar de dialogar (que é o propósito deste Centelha) contrapondo, de forma positiva e educada, o meu raciocínio. Entretanto apraz-me o facto de saber que outras pessoas se aperceberam que o insulto não constrói e é meio caminho andado para a destruição de consensos. O diálogo faz-se com questionamentos, nunca por via do absentismo e insultos contra o outro. Tenho dito que os meus débitos não são propriedade de ninguém que não seja do meu livre pensamento, por isso reconheço confessando a minha incapacidade de agradar a todos.
19/04/2015
STV-Dhlakama em Caia 17.04.2015(video)
Poderá também gostar de:
Sem comentários:
Enviar um comentário