O Paquistão executou 12 pessoas nesta terça-feira, o maior número de execuções num único dia desde que a moratória à pena capital foi levantada em dezembro.
As execuções devem certamente elevar as preocupações a respeito dos processos legais e da supervisão adequada do complicado sistema judicial do país que, segundo grupos de direitos humanos, faz muito pouco para proteger os réus.
Autoridades em diferentes prisões da maior província do país, Punjab, enforcaram dez pessoas nesta terça-feira. Elas haviam sido sentenciadas à morte por assassinato, disse o ministro do Interior provincial, Shuja Khanzada. Segundo ele, as autoridades pretendem executar mais condenados nas próximas semanas.
"Nós iniciamos um processo e vamos levá-lo adiante", disse ele à Associated Press.
O superintendente da principal cadeia da cidade de Karachi, Qazi Nazir, disse que dois assassinos condenados foram executados e seus corpos entregues paras as famílias.
No ano passado, o primeiro-ministro levantou a moratória à pena de morte especificamente para casos relacionados ao terrorismo, após o ataque do Taleban a uma escola de Peshawar, em dezembro, que deixou 150 mortos, a maioria crianças.
Na semana passada, o governo levantou totalmente a proibição para as execuções. Grupos de direitos humanos estimam que o Paquistão tenha cerca de 8 ml prisioneiros no corredor da morte.
Um dos casos de execução mais acompanhados é o de Shafqat Hussain que, segundo familiares tinha, tinha 14 anos quando foi sentenciado à morte por um tribunal de Karachi pelo assassinato de um menino de sete anos.
A família de Hussain diz que ele é inocente e o Projeto Justiça Paquistão, grupo legal que cuida do caso, afirma que Hussain foi torturado e por isso confessou ser culpado.
Nesta terça-feira, o ministro do Interior Chaudhry Nidar Ali Khan disse ao Parlamento que as autoridades ainda tentam confirmar se Husain era adolescente quando supostamente matou a criança. Hussain deve ser enforcado em 19 de março.
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