COLEGAS durante a luta de libertação nacional e amigos do Presidente Armando Emílio Guebuza consideram que o Chefe do Estado é filho amado do povo moçambicano e estão esperançosos de que antes de terminar o seu mandato vai conseguir restaurar a paz, de que ele foi negociador em Roma, e a estabilidade no país.
Entrevistados pelo “Notícias” durante a cerimónia de exaltação dos seus feitos, que sábado teve lugar na Praça da Independência, em Maputo, numa organização conjunta do Partido Frelimo na cidade-capital e na província de Maputo, disseram que o próximo substituto do Presidente da República deve ter a mesma inteligência, sabedoria e paciência com que Armando Emílio Guebuza conduziu os destinos do país nos últimos 10 anos.
QUE DEUS DERRAME BÊNÇÃOS AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA – disse Cara Alegre Tembe, combatente
CaraAlegre Tembe, combatente e colega do Chefe do Estado durante a luta armada de libertação nacional contra o colonialismo português, desejou que Deus derrame todas as bênçãos sobre Armando Emílio Guebuza, que hoje completa 71 anos de vida, para que tenha muita saúde junto da sua família.
QUE DEUS DERRAME BÊNÇÃOS AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA – disse Cara Alegre Tembe, combatente
CaraAlegre Tembe, combatente e colega do Chefe do Estado durante a luta armada de libertação nacional contra o colonialismo português, desejou que Deus derrame todas as bênçãos sobre Armando Emílio Guebuza, que hoje completa 71 anos de vida, para que tenha muita saúde junto da sua família.
Disse ter conhecido o Presidente da República no ano de 1966 em Nachingweia. “Eu saía de Cabo Delgado e me encontrei com ele quando já era dirigente superior da Frelimo. Foi promovido ao cargo de Comissário Político Nacional. A sua preocupação era sempre buscar e escutar os sentimentos dos guerrilheiros e do povo, ouvir as suas preocupações, angústias, tristezas e alegrias para com isso programar e planificar um programa de educação política e patriótica”, disse.
Segundo Cara Alegre Tembe, Armando Guebuza transmitia aos guerrilheiros a coragem sobre o combate que se travava contra o inimigo e a necessidade de os moçambicanos se unirem em torno dum objectivo comum, que era combater o colonialismo português.
“Quando cheguei ele era inspector nacional das escolas da Frelimo. Depois foi nomeado Comissário Político Nacional e consequentemente membro do Comité Central da Frelimo. Passou a ser membro do Bureau Político da Frelimo, daí que foi sempre dirigente”, disse.
A sua liderança foi sempre muito dinâmica, segundo aquele combatente. Sabia aprender dos outros e sobretudo quando assumiu o cargo de secretário particular do Presidente Eduardo Chivambo Mondlane. Na altura o falecido Presidente Samora Moisés Machel era chefe do Departamento de Defesa (DD) e, de acordo com a fonte, ambos se conheceram e aprofundaram o seu conhecimento sobre o inimigo e a necessidade de os moçambicanos lutarem contra o colonialismo português.
Ainda com Samora Machel, e depois da independência nacional, em 1975, Armando Emílio Guebuza aprendeu e aprofundou ainda mais o seu conhecimento sobre o que Moçambique deveria ser.
“Com o Presidente Joaquim Chissano ele aprendeu o sentido da diplomacia, ver Moçambique por dentro e por fora. Ele acumulou essa experiência toda e só ganhou com isso. Eu estou a ver a governação dele. As presidências abertas e inclusivas são resultado do conhecimento que ele assumiu. É um homem humilde e que sabe ouvir”, disse.
Cara Alegre Tembe afirmou que o Presidente da República deixa muita coisa boa como legado à hora da sua saída da chefia do Estado. Disse, a título de exemplo, que Moçambique hoje possui muitas infra-estruturas.
“A velocidade do desenvolvimento do país é tão grande. Os moçambicanos se reconhecem hoje uns aos outros como um povo. O Presidente Armando Guebuza deixa o legado da auto-estima, o espírito de trabalho, a unidade nacional, da paz. Hoje ele continua permanentemente a buscar a paz. Infelizmente, não está a ser entendido pelos nossos irmãos da Renamo, particularmente o seu líder”, indicou.
Disse que o legado que o Presidente da República deixa aos moçambicanos não tem comparação igual, apesar de os seus antecessores também terem deixado, cada um, os seus ensinamentos.
“Todos fizeram bom trabalho. O Presidente Armando Guebuza soube dar continuidade a esse trabalho”, disse.
MUITA SAÚDE E FELICIDADES – deseja Amós Mahanjane, combatente
AmósMahanjane, combatente da luta armada de libertação nacional, também desejou ao Presidente da República muita saúde, força e que continue com a mesma pujança com que exerceu o seu mandato.
“Faltam mais ou menos oito meses para o término do seu mandato. Que os 71 anos que completa não lhe façam com que reduza essa pujança. Pelo contrário, que ele faça mais e continue a dirigir-nos e envidar esforços no sentido de conseguirmos conquistar a paz pela qual ele se dedicou”, disse.
Afirmou que o Chefe do Estado tem sempre lutado para que os moçambicanos tenham a paz. Disse estar convicto de que antes do fim do seu mandato o povo moçambicano vai viver em paz.
Amós Mahanjane disse ter convivido com Armando Guebuza na antiga cidade de Lourenço Marques (Maputo) antes da sua partida a Tanzania para se juntar ao movimento de libertação nacional.
“Vivemos juntos e fugimos juntos para a Frelimo. Tivemos episódios muito tristes durante a nossa viajem à Tanzania. Na primeira fuga que tivemos não conseguimos lá chegar. Fomos presos na fronteira entre a Rodésia (Zimbabwe) e Zâmbia, justamente em Victoria Falls. Éramos um grupo de oito estudantes. Ficámos na cadeia lá e depois deportaram-nos a Bulawayo. De Bulawayo levaram-nos a Chicualacuala (Gaza) e fomos entregues à PIDE. Na trajectória de Chicualacuala a Lourenço Marques, o famoso Chico Feio esteve connosco toda a noite na carruagem a torturar-nos. Éramos cinco rapazes e três meninas. Foi uma noite triste, inesquecível. Isso foi em 1964”, relatou.
Amós Mahanjane disse que chegados a Lourenço Marques foram levados à Cadeia Civil, sendo que as investigações e interrogatórios pela PIDE foram na Vila Algarve, onde era a sede desta organização policial colonial.
“Ficámos mais ou menos seis meses na cadeia. Quando a PIDE nos soltou criou condições para nós voltarmos às escolas secundárias onde estávamos a estudar. A nossa saída coincidiu com a chegada dos guerreiros (da Frelimo). O Comité Central da Frente de Libertação de Moçambique decidiu mandar um grupo de oito guerrilheiros para abrir uma frente no sul do Save. Esses guerrilheiros todos foram presos, mas antes deles serem presos nós trabalhámos com eles. Fizemos um trabalho extremamente importante de consciencialização de Lourenço Marques até ao rio Save”, contou.
Segundo a fonte, o Presidente da República, juntamente com outros colegas, nomeadamente Ângelo Azarias Chichava, Joel Maduna Chinana (Godwane), que era Comissário Político e guerrilheiro da Frente de Libertação de Moçambique, chefiavam o grupo. Godwane foi preso e o grupo passou a ser liderado por Armando Guebuza, na clandestinidade.
“Fizemos dançar aqueles portugueses. Ele foi preso. Nós fugimos todos para a Suazilândia. Na cadeia onde ele esteve a PIDE quis saber quem teria distribuído panfletos em Lourenço Marques, Xai-Xai e Inhambane e ele disse que conhecia as pessoas. Deram-lhe mil escudos para localizar as pessoas e telefonar para a PIDE. Ele pegou no dinheiro e foi chamar o Ângelo Azarias Chichava e fugiram para a Suazilândia. Mais uma vez fomo-nos agrupar na Suazilândia. Ficámos lá de Janeiro a Maio de 1965. Depois dali as pessoas iam a Tanzania”, disse.
Amós Mahanjane contou que uma das coisas que distinguia Armando Guebuza dos outros jovens era a sua humildade, associada à educação religiosa. Era dotado de espírito de abnegação e altruísmo. Em Lourenço Marques Armando Guebuza criou o Núcleo de Estudantes Secundários de Moçambique (NESAM) e uma escola para os moçambicanos que estavam mais habilitados de modo a ensinarem os “atrasados”.
Destacou o espírito de liderança do Chefe do Estado e os debates que eram promovidos sobre o futuro de Moçambique, nos quais Armando Guebuza se destacava em termos de argumentação e humanismo.
Armando Guebuza, segundo Amós Mahanjane, deixará um grande legado aos moçambicanos. Disse que o Chefe do Estado se destaca pela sua metodologia de trabalho e seriedade com que encara os assuntos.
JOVEM DETERMINADO - afirma Boaventura Boane, combatente
BoaventuraBoane caracterizou o Presidente da República como tendo sido um jovem determinado a lutar pela causa do seu povo. Disse que nos princípios da década 60 iniciou o processo de direcção de organizações juvenis da Igreja Presbiteriana.
“Colaborei com ele. Demonstrou ser um líder desde a sua juventude. Mais tarde ele organizou o Núcleo dos Estudantes Secundários Africanos de Moçambique. Com os seus colegas criou condições no Centro Associativo dos Negros de Moçambique para que houvesse aulas para jovens moçambicanos que não tinham capacidade de frequentar o Ensino Secundário no período colonial”, disse, sublinhando que Armando Guebuza organizou jovens no Centro Associativo para se engajarem nas tarefas da revolução contra o colonialismo.
Segundo afirmou, durante a luta de libertação o Presidente da República desempenhou um papel fundamental na área da educação. Armando Guebuza foi um dos professores em Nachingweia e mais tarde recebeu outras tarefas da Frelimo que contribuíram para o processo de libertação.
Destacou o engajamento de Guebuza na reconstrução do país, depois da independência, no alcance da paz e, já eleito Presidente da República, na luta contra a pobreza.
“Por ele ter realizado grandes tarefas nacionais de alto nível constitui uma preocupação àqueles que contestam o nosso poder. Hoje em dia estamos empenhados na luta pela libertação económica, mas temos inimigos que não querem que exploremos os recursos do país para o benefício do nosso povo. Todos nós devemos reforçar a unidade nacional e assim construirmos uma nação moderna”, disse.
Boaventura Boane indicou que na Frelimo existe uma tradição de continuidade e renovação. Segundo afirmou, a Comissão Política da Frelimo ao escolher os três pré-candidatos fê-lo depois de analisar minuciosamente os seus perfis e concluiu que eles reúnem condições para serem candidatos a candidato ao cargo de Presidente da República.
MAIS ANOS DE VIDA – segundo Júblia Macovele, militante do Partido Frelimo
JúbliaMacovele também desejou longos anos de vida e muitos sucessos ao Presidente da República. Segundo afirmou, completar 71 anos é um marco histórico.
Disse que durante os dois mandatos da sua governação o Chefe do Estado trabalhou, construiu e ensinou aos moçambicanos que só com o trabalho é que a pobreza irá acabar em Moçambique.
“Nós as mulheres sentimo-nos honradas porque muitas de nós estão em lugares de destaque na liderança deste país. Ele vai deixar muitas saudades. Espero que o que vier (a ser Presidente da República) siga os seus exemplos e ensinamentos. O que vier terá que continuar com o trabalho que ele realizou”, afirmou.
Júblia Macovele admira o Presidente da República, segundo indicou, por ser um homem decisivo, um homem que aposta no desenvolvimento do país.
“Ele anda pelo país inteiro para interagir com o povo, para constatar no terreno as maravilhas e os problemas que os moçambicanos realizam e vivem. Uma das grandes apostas do Presidente Armando Guebuza durante a sua governação foi a alocação aos distritos do Fundo de Desenvolvimento Distrital, os sete milhões. Este fundo está a ajudar bastante no combate à pobreza. Esperamos que essa aposta seja continuada”, disse.
Também manifestou-se convicta de que, ainda dentro do seu mandato, Armando Guebuza irá conseguir trazer os moçambicanos à concórdia, fazendo com que a paz alcançada com muito sacrifício depois de 16 anos de guerra de desestabilização prevaleça no país.
CIDADÃO QUE LUTA PELO SEU POVO – afirma Carlos Mussanhane, militante do Partido Frelimo
ParaCarlos Mussanhane, o Presidente da República é um cidadão destemido que luta pela causa do seu povo. Segundo afirmou, a forma de contemplar o engajamento do Chefe do Estado à causa do país é que Moçambique deu salto qualitativo e quantitativo em termos de imagem e progresso.
“Sentimos hoje um Moçambique diferente e cada um de nós acredita que é capaz de viver melhor. Vivemos um Moçambique em que temos certeza de que o dia de amanhã será diferente do de hoje. Tudo isso é motivado pela forma de estar e ser do camarada Presidente Armando Emílio Guebuza”, disse.
A cultura de trabalho e acima de tudo a capacidade de os moçambicanos acreditarem que o futuro melhor depende da entrega e abnegação de cada cidadão é o grande legado que o Presidente deixa no termo do seu mandato.
Carlos Mussanhane acredita que o sucessor de Armando Guebuza na liderança do país continuará com os mesmos ideais da família Frelimo.
“O Presidente Armando Emílio Guebuza tem um carácter próprio. Esse carácter acaba hoje abundando em muitos camaradas que dirigem o partido e acredito que quem suceder o camarada Presidente irá dar continuidade à sua obra. Quem tiver que suceder o camarada Presidente Armando Emílio Guebuza tem de ter capacidade igual ou superior à dele. Guebuza é imbatível”, disse.
Carlos Mussanhane afirmou que os moçambicanos devem acreditar que não é o Presidente da República que tem que resolver o problema da tensão político-militar que o país vive.
“Nós, o povo moçambicano, temos que resolver este problema. Naturalmente o Presidente como líder tem a missão primária de dizer qual é o caminho. Nós como povo temos a capacidade de indicar os caminhos para a resolução deste problema. Não crucifiquemos o camarada Armando Emílio Guebuza como sendo a pessoa que tem de resolver o problema. Ele é servo do povo moçambicano”, disse.
NOTÍCIAS – 20.01.2014
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