O combatente, na primeira pessoa
Concretizo, por fim, ao cabo de longos anos, um sonho
antigo. O sonho de transpor para a escrita as memórias de
tempos difíceis.
Primeiro em Moçambique, onde nasci, passando pela Rodésia, pelo Congo, por Angola e, por último, Portugal.
Anos de luta, de sacrifícios, de medos, de derrotas, vitórias.
Dos amigos que fiz, dos que perdi.
Das manipulações, aproveitando homens íntegros, inexperientes, idealistas, patriotas.
Das perseguições, dos combates, das lutas desiguais, dos avanços e recuos. Das mortes, das feridas que teimavam em não sarar, dos gritos de dor. Dos pesadelos, de alguns sonhos, da liberdade.
Das famílias que ficaram para trás, dos filhos que não vimos crescer, alguns ainda por nascer.
Este livro reúne todas estas vivências, sustentadas em factos verídicos, e em documentos que tive a sorte e honra de preservar.
Ao materializar esta obra, não poderia deixar de homenagear o Eng° Pires Carvalho, homem de ideais e convicções, como eu, que assumiu papel preponderante no início do movimento de resistência em Angola, contra russos e cubanos.
Em sua memória, dedico-lhe uma mensagem de profundo apreço, pelo homem que foi, pela integridade de que nunca prescindiu, pela amizade e profundo sentido de camaradagem que emprestava à sua maneira de ser, junto daqueles que lhe eram queridos e com quem conviveu nas boas e nas más horas.
Uma outra palavra de sincera gratidão e enorme respeito, igualmente a título póstumo, para o Coronel Gilberto Santos e Castro. Pessoa de rara inteligência, invulgar sentido patriótico e ligado para sempre à história dos Comandos em Portugal, por ter sido o seu fundador. O seu legado vai muito para além dos anos que viveu. Permanecerá junto de nós e de todos aqueles que tiveram o alto privilégio de com ele privar.
Sobre o Orlando Cristina, parceiro de aventuras e desventuras, algarvio de gema e resistente moçambicano, seria impossível nada referir. Bravo como poucos, morto por gente desprovida de coragem. Estarás comigo para sempre, meu grande amigo!
Um voto de merecidíssimo louvor ao antigo secretário-geral da Renamo Evo Fernandes, cobardemente assassinado em Cascais, em 1987, por Alexandre Chagas, um ex-agente da PIDE. Estendo este louvor à viúva, Ivete Fernandes, digna lutadora, corajosa, guerreira.
Ao grande André Matsangaissa, primeiro comandante da Resistência Nacional Moçambicana, morto pela Frelimo a 17 de Outubro de 1979. Um grande homem, um líder, estratega como poucos, um destemido soldado.
Uma palavra de apreço ao antigo inspector da unidade rodesiana de polícia CID, Henry Elliot, que nos prestou - a nós, verdadeiros fundadores da Resistência - um precioso apoio, e nos transmitiu força e ânimo, até nas horas mais difíceis.
Aos bravos mentores da Resistência, camaradas de combate, de cumplicidades, de derrotas e vitórias: João Póvoa, Rui Silva - fuzilado em Maputo -, Zeca Oliveira, Silva, Godinho, Graciano e, por último, o grande amigo - em tudo o que de mais nobre existe quando nos referimos a uma amizade -Pedro Rodrigues, o Brasileiro. Tanto em Angola como em Moçambique, testemunhei a sua coragem, a sua conduta, a sua entrega.
Injusto seria não registar, nestas linhas, uma merecida homenagem a Afonso Dhlakama, actual líder da Renamo, homem profundamente solidário, astuto guerrilheiro, um líder sábio, que prezo como amigo, e que mantém viva a mais nobre causa que levou à criação da Resistência: a implantação da verdadeira democracia em Moçambique.
Referência ainda para o meu pai, a quem a expressão uamigo do seu amigo" assentou que nem uma luva. Sinto falta dos seus conselhos, sei o que me diria ao ler este livro: até que enfim, filho!
A minha ex-mulher, mãe dos meus dois filhos, que em conjunto com eles conseguiu suportar, naquele tempo, as minhas longas ausências. Souberam esperar pelo marido e pai, que tardava em voltar.
A minha companheira Maria José, a quem devo em grande parte a concretização deste projecto, que comigo perdeu muitas horas em pesquisas, recolhas, serões, recordações. Veio dela o grande impulso para finalmente avançar, com ela ganhei a coragem para seguir em frente com esta ideia. Bem hajas, por estares presente ao meu lado!
Por último, a todos os colegas e amigos que comigo lutaram, aos que sobreviveram e, acima de tudo, aos que lá ficaram, tombados no chão de uma pátria que também foi deles.
Portimão, Novembro de 2008 Rodrigo Carlos Guedes
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NOTAS:
Com 204 páginas, esta obra pode ser encomendada através do email rcarlosguedes@sapo.pt e estará disponível nas principais livrarias a partir da 2ª quinzena de Janeiro corrente. Os Autores procuram o contacto de alguma livraria que queira comercializar esta obra em Moçambique.
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Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
A sua obra (a do dias monteiro) é muito vasta e bem conhecida aqui no MPT, só que, distribuída por vários pseudónimos.
A esse, imagino-o com uma mão cheia de sementes de ódio e na outra com um “regador” com que vai semeando e intoxicando as mentes dos cada vez menos desprevenidos.
Sem certezas absolutas não se deve nem pode acusar ninguém. Quando o fazem desconfio sempre dos propósitos e quase sempre tenho razão para o dazer.
É bom termos sempre a mira afinada.
Matolinha.
Pelos visto o Sr, não leu o meu livro, pelo que teria que ter mais cuidado no que diz. Não vou entrar em dialgo com o Sr, pois não o conheço não sei qual é a sua obra nem as suas intenções, pelo que li no seu comentário, o Sr. é um racista.
Fique bem
Carlos Guedes
Eishhhhhhhhhhhhhhhhhhhh.......................
Assim fica difícil fazer os tais de pagamentos da tal de lista.
E sempre a dizer, sem cansar,
Fungula masso iué (abram os olhos)
A LUTA É CONTÍNUA
...Este obra deveria intitular-se:
-Memorias de um Mercenario branco em Africa!
Imagino quantas mulheres negras este criminoso tenha violado...e quantos negros tenha ele liquidado...Individuos como este,deveriao ser presos! Nunca fui um Pro-MPLA mas o Governo de Angola bem fez ele de ter fuzilad os brancos mercenarios capturados...Quem pensa de que pode ir para Africa,violar mulheres e matar negros inocentes deve ser preso e fuzilado -se for
necessario!
Ps...Nos Estados Unidos da America ha pena de morte para casos semenhantes a deste criminoso.Nao tenho tempo e nem quero ler este tipo de "livreto"....É um insulto à raça negra de vanglorizar-se por ter morto tantos negros e ter violado tantas mulheres negras
Ps...Ja ouvi e li algo sobre "mercenario" no passado.
umBhalane, estás a dar maningue matéria. Mas deixa-me somente responder por agora à questão dos impostos.
É um facto que toda a gente paga impostos neste planeta, e de vários tipos. Como tu dizes, "Já o montante é outra coisa – discutível". É isso mesmo.
Por outras palavras, amarrar um desgraçado que por não ter taco e depois alugá-lo às companhias por intermédio de recrutadores é onde reside a imoralidade. Imoralidade depois agravada pelos abusos de certos administrativos – salvo raríssimas excepções – que quanto mais cabeças de gado humano tivessem para apresentar aos recrutadores mais ganhavam em comissões.
Sei que Salazar não brincava em serviço, como dizes, quando se tratava de sacar taco ao desgraçado do contribuinte.
Esse "não brincar em serviço" salazarista, ao que tudo indica, ficou impregnado nos políticos pós-25 de Abril.
Não sei se tens sido vítima do gangsterismo organizado que são as Fianças do teu país, sejam elas orientadas por PSD ou PS ou por ambas (em sociedade ou joint venture). Sacar ao contribuinte é a palavra de ordem. Roubar é a norma. Extorquir a "linha correcta" dessa corja que anda a governar o teu país.
Vou dar-te o exemplo de bandidagem organizada no teu país a nível das Finanças.
Aí nos territórios ocupados (Al-garbe) do teu país, há um Concelho chamado Aljezur. Um casal nórdico tinha uma moradia no Concelho. O marido adoeceu e nunca mais regressou a Portugal, acumulando contribuições autárquicas. O dono chegou a acordo com um patrício dele residente no mesmo Concelho em que lhe vendia a casa, e o preço incluía o pagamento das contribuições em atraso. Isto, quando as Finanças do Concelho já haviam publicado os editais a anunciar a venda da casa em hasta pública.
O patrício do nórdico abordou as Finanças do Concelho e informou que queria pagar as contribuições mais juros (vocês aí chamam coimas à prática da usura). Um espertalhaço das Finanças que já tinha a casa em mira, a pagar pelo custo das contribuições (good business, win-win como se diz agora) arranjou maneira de "desencorajar" o patrício do nórdico: sai fora do jogo ou sais tu fora (isto é, saltas de Portugal).
E o espertalhaço das Finanças ficou com a casa. Ao preço das contribuições autárquicas. O espertalhaço era na altura director das Finanças do Concelho. Ele emulou (emulação socialista – conheces?) o exemplo dos gangsters que ocupam o cargo de ministros das finanças.
umBhalane, se vocês, portugueses, não se revoltam e nem pegam em armas como nós moçambicanos fizemos para, entre outras coisas, acabar com este tipo de banditismo organizado, então "problema são suas, você é que sei".
Acabei de ler o teu livro há dias mas só hoje me foi possivel aqui vir dar a minha opinião.
Há muito que não começava um livro e o acabava no dia seguinte.Foi o que me aconteceu com o teu livro.
Depois conseguiste que voltasse 35 anos atrás e revivesse uma série de situações que só aqueles que estiveram em Moçambique nessa altura conseguem compreender.
Depois, já cá em Portugal, quando ninguém sabia de ti, andavas a fazer "tropelias" por outras paragens...
Agora, uma série de anos depois, venho a descobrir que uma série de situações que acompanhei pela imprensa escrita e televisão na altura, tinha o teu dedo rebelde por trás. Uma delas foi o massacre de Quifandongo de que tanto ouvi falar e não sabia que por lá tinhas andado.
Quero deixar aqui expressa a minha admiração por tudo o que fizeste e pelo Homem integro que tens sido até hoje.
Já agora se me permites quero dizer-te mais uma coisa. A partir de hoje deixas de ser o meu tio Rodrigo e passas a ser o meu tio...RAMBO
Um grande abraço do teu sobrinho
Zeca
(Para que a memória não se apague)
http://www.algarvepress.com/
Se mais homens assim existissem , o mundo nao era de certeza tao mau.UM GRANDE BEM HAJA, AMIGO CARLOS GUEDES.
Foi pena que o resumisse tanto. Tem conteúdo que daria para três livros. Deve ter milhares de episódios que seriam muito interessantes que os pudesse relatar. Tem aqui um excelente argumento para um filme. Quantas vezes vemos argumentos na nossa TV filmes portugueses que não têm grande substrato.
Como tenho experiência militar sei bem avaliar o conteúdo do livro e o heroísmo que representa os factos relatados.
Espero que continue com novas publicações para bem do conhecimento dum período da nossa história recente, para a clarificação de muitos episódios que só quem os viveu é que sabe e os poderá relatar.
Parabéns Carlos Guedes. Esperamos pelo Segundo Livro
Morei em Untáli e conheci bem Angola e os locais por onde passaste.Saí de Luanda em Março de 74.
Sempre que necessitarem de adquirir o livro, este encontra-se á venda na papelaria Teorema e papelaria Algarve em Portimão.
Estou em negociações com algumas distribuidoras, para que o livro possa ser vendido a nível nacional.
Se porventura, alguem da Ilha da Madeira ou dos Açores, ler este comentário, e caso estejam interessados, é favor contactar para o seguinte mail: rcarlosguedes@sapo.pt
Rodrigo Carlos Guedes
Tenho a leitura como um hábito consumista.
Tive a oportunidade de adquirir e ler o seu livro, o qual muito me agradou.
Meus parabens!
Um abraço
" - Injusto seria não registar, nestas linhas, uma merecida homenagem a Afonso Dhlakama, actual líder da Renamo, homem profundamente solidário, astuto guerrilheiro, um líder sábio, que prezo como amigo, e que mantém viva a mais nobre causa que levou à criação da Resistência: a implantação da verdadeira democracia em Moçambique."...
DEMOCRACIA em Moçambique!
VERDADEIRA!
Haja vista essa verdadeira democracia!
Enquanto isso a NASA achou água em marte!
Quanto a Dhalakama:
- Tenha-se como sábio;
- Tenha-se como astuto;
- Tenha-se como solidário.
Daviz Simando deverá depositar esses créditos.
Tive o prazer de ler o livro; não conheço Moçambique, mas a sua leitura transportou-me a cenários reais, e ás lutas guerreiras de um homem e seus companheiros, os quais lutaram por causas em que acreditavam.
Gostei sobretudo da parte humana do livro, ou não fosse essa humanidade, parte integrante do carácter deste homem, escrito com H grande.
Tenho a felicidade de ter o Carlos Guedes como amigo, há muitos anos, amizade que se estende a ambas as famílias.
Parabéns Carlos Guedes, e parabéns também a João Ferro Dias.
Trancrevo dois parágrafos do final do livro:
"Nunca pretendi tirar qualquer proveito próprio de todas estas missões. Fi-lo, porque sou daqueles homens que ainda acredita na necessidade de defendermos os ideais em que acreditmos, sem esperar retorno ou reconhecimento. Felizmente, conheci muitos como eu. mas também outros, que enfim...
Quero acreditar que desse pouco rezará a História, salvo se para apontar maus exemplos da condição humana. A mesma que tantas vezes opôe irmão de sangue, transformando-os em inimigos mortais"
Bem hajas Carlos Guedes
Este livro em particular ainda não li, mas tenciono ler.
Recomemdo a todos que nao leram ke o façam,pois mostra o lado ke muitos nao quiseram ver ou nao interessava ver.
Felicidades para o exito do livro ke já o é,esperamos pelo 2 ediçao.
Abraço deste seu amigo e colaborador.