Esquadroes da Morte...
Comecemos por um texto cuja autoria e atribuida a Eusébio A. P. Gwembe:
"...A invasão do Paiol: Transcrição de um depoimento recolhido nas redondezas de Savane
«É possível que os que vinham fazer obras de reabilitação do Paiol tenham sido quem deu detalhes da nossa segurança aos atacantes. Não compreendíamos como era possível entregar aos civis uma reabilitação de um centro encontrado numa zona tida como hostil. Mas também podem ter sido os desertores ou ainda aqueles reformados compulsivos, ainda descontentes. O que nos prejudicou foi que as nossas armas não disparavam por falta de manutenção, além de que nós apenas tínhamos treino com objecto fixo. Agora, as coisas mudaram. No dia do assalto dois colegas haviam ido a estrada – Dondo - onde notaram um movimento estranho. Quando voltaram ao Paiol reportaram o que haviam visto e como resposta, foram metidos na cela pois haviam chegado tarde e o que tinham reportado parecia, aos olhos da hierarquia, uma forma de justificarem a ausência injustificada. Eles só foram libertos durante o ataque quando mais de 100 homens invadiram o paiol, usando alicates para cortar o arame farpado. Mas não roubaram muito material bélico, salvo as armas e as fardas das vítimas e algumas munições. Todas as vítimas mortas eram despidas do seu fardamento. Mataram sete colegas a facada. Um era oficial-dia que veio em socorro, foi ferido e escondeu-se numa mata onde perdeu muito sangue. Foi descoberto no dia seguinte, levado ao Hospital Central da Beira onde veio a falecer duas semanas depois. Após aquilo recebemos o reforço de Maputo de todos os comandos, de todas as especialidades. Seguimos os passos dos atacantes mas não encontramos ninguém. Depois, houve ordem para queimar a mata. Num muchém encontramos um corpo de algum velho que fora atingido pelos nossos disparos, enrolado num dos nossos cobertores e numa capa de chuva. Era mesmo velho! O corpo já estava em estado de decomposição. Quando foram disparadas algumas armas pesadas foram obrigados a abandonar grandes quantidades de munições. Quanto aos nossos que atacaram as viaturas fingindo-se de agentes da Renamo é importante dizer que não foram os nossos colegas. Uma coisa importante a reter é que há muitas deserções dentro das FADM. Dos 83 que fomos no começo do ano, após os acontecimentos de Muxungue e de Savane ficamos vinte e pouco. Dizem-nos que foram transferidos para outras unidades, mas temos a certeza de que trataram-se de deserções, pois já recebemos cartas de familiares, namoradas, amigos e deles próprios (dos colegas de farda). O medo de morrer é maior que o gosto para servir a pátria. Não entendemos, não compreendemos, não queremos guerra. Por vezes esse desejo de deserção aparece por influência vinda de fora. O nosso salário de cerca de 2400 meticais é suficiente, uma vez que temos todo o necessário para viver em termos de alimentação e de roupa/higiene. Não é verdade que estejamos a ambicionar o salário dos homens da Força de Intervenção Rápida. Aliás, é preciso saber que a FIR não está autorizada a entrar para alguns terrenos. Por isso a nossa presença lado a lado com ela tornou-se essencial num assunto aparentemente policial. O ambiente é tenso, já não dormimos tranquilos. Um dos meus colegas morreu muito mal, com a facada na boca, golpes no corpo, etc. Os atacantes só usavam arma para quem tentasse resistir mas a facada era o seu modus operandi. Eles gritavam «ndamuona-ndamuona, phata na manja» que quer dizer, «já o vi, apanhe-o pelo braço» o que nos deixou apavorados»..."
Prossigamos com a leitura desta noticia: http://macua.blogs.com/ moambique_para_todos/2013/08/ comandante-provincial-da-políci a-em-maputo-soltura-de-cadastr ados-agudizou-a-criminalidade. html
E o que e que se conclui disto tudo?
Primeiro, o nivel de desercao nas FDS e tal, que demonstra o caracter nao especulativo dos problemas no seu seio, ao contrario do que dizem os senhores ministros da tutela. E o sr. AEG, ha coisa de minutos...
Segundo, o jornalismo investigativo em Mocambique e so para estar nos workshops ou viagens ao exterior. Nao se justifica, tamanha distracao, perante factos montados onde e notorio o ajuste de contas entres alas (Frelimo x Renamo) nas FADM. Digo ate mais. Tenho serias duvidas que a maioria das baixas atribuidas aos confrontos entre ambos. Inclusive os mais recentes, resultem de escaramucas entre aqueles contendores. Para mim, parece-me ser mais uma "lista de nomes" a eliminar nas hostes de ambas as forcas. Explico-me melhor: - acredito, e como tal convido os escribas a irem bem fundo, que alguns policias e militares mortos, o tenham sido no ambito de uma purga internamente orquestrada. E por suas proprias armas!...
Estendo ainda o meu grande cepticismo ao famoso caso G-20. As fontes oficiais, como vimos acima, insistem na sua NAO EXISTENCIA! Mas parece inquestionavel que ha uma forca, bem coordenada, a criar ou a alimentar o medo colectivo na periferia. Mas tambem, a usar confusao instalada, para ajustes de contas de varia ordem. Inclusive politica.
Ao contrario dos demais. Nao acredito que Alexandria tenha sido linchado simplesmente por "friendly-fire". Ao ouvir hoje um dos depoimentos no Nucleo de Arte, fiquei convicto que esta morte tem de ser investigada independentemente.
E por ultimo, da propria PRM, a confirmacao de que o LUMPEN foi solto para cumprir uma agenda. E o mais interessante. Uma agenda escrita por quem se senta a esquerda do Grande Lider. E no entanto, ele insiste que tudo nao passa de assombrosas maquinacoes vindas da zona centro de Mocambique. Se calhar, ele e que e o PROBLEMA deste pais!
P.S. Tenho lido e ouvido por ai, a mais recente birra do sr. Pacheco. Eu ja me havia referido uma vez aqui: http:// livrepensadormoz.blogspot.com/ 2013/03/ fabricantes-permanentes-de-obst aculos.html aos fabricantes permanentes de obstaculos. Acrescento mais, teleguiados por interesses financeiros estrangeiros. Qual e o problema de dois partidos chegarem a um entendimento politico em materia eleitoral? E por que razoes este "empurra-empurra" para o Governo quando o assunto e Partido e vice-versa. Porventura, o partido democratico nao faz acordos com o republicano nos EUA? E isso e inconstitucional? E o partido conservador nao se entende com trabalhista na Gra-Bretanha, e ja se rasgou a Magna Carta? Portanto, tretas e mais tretas!...
Se esses srs. da FRELIMO estivessem mesmo interessados em trazer a paz definitiva a Mocambique, ja ha muito teriam substituido a sua delegacao ao Joaquim Chissano (tal como fez a RENAMO com Bissopo). Por uma delegacao do partido FRELIMO, colocando os assuntos no forum deveriam ter estado SEMPRE: - O Politico!
Disse
Comecemos por um texto cuja autoria e atribuida a Eusébio A. P. Gwembe:
"...A invasão do Paiol: Transcrição de um depoimento recolhido nas redondezas de Savane
«É possível que os que vinham fazer obras de reabilitação do Paiol tenham sido quem deu detalhes da nossa segurança aos atacantes. Não compreendíamos como era possível entregar aos civis uma reabilitação de um centro encontrado numa zona tida como hostil. Mas também podem ter sido os desertores ou ainda aqueles reformados compulsivos, ainda descontentes. O que nos prejudicou foi que as nossas armas não disparavam por falta de manutenção, além de que nós apenas tínhamos treino com objecto fixo. Agora, as coisas mudaram. No dia do assalto dois colegas haviam ido a estrada – Dondo - onde notaram um movimento estranho. Quando voltaram ao Paiol reportaram o que haviam visto e como resposta, foram metidos na cela pois haviam chegado tarde e o que tinham reportado parecia, aos olhos da hierarquia, uma forma de justificarem a ausência injustificada. Eles só foram libertos durante o ataque quando mais de 100 homens invadiram o paiol, usando alicates para cortar o arame farpado. Mas não roubaram muito material bélico, salvo as armas e as fardas das vítimas e algumas munições. Todas as vítimas mortas eram despidas do seu fardamento. Mataram sete colegas a facada. Um era oficial-dia que veio em socorro, foi ferido e escondeu-se numa mata onde perdeu muito sangue. Foi descoberto no dia seguinte, levado ao Hospital Central da Beira onde veio a falecer duas semanas depois. Após aquilo recebemos o reforço de Maputo de todos os comandos, de todas as especialidades. Seguimos os passos dos atacantes mas não encontramos ninguém. Depois, houve ordem para queimar a mata. Num muchém encontramos um corpo de algum velho que fora atingido pelos nossos disparos, enrolado num dos nossos cobertores e numa capa de chuva. Era mesmo velho! O corpo já estava em estado de decomposição. Quando foram disparadas algumas armas pesadas foram obrigados a abandonar grandes quantidades de munições. Quanto aos nossos que atacaram as viaturas fingindo-se de agentes da Renamo é importante dizer que não foram os nossos colegas. Uma coisa importante a reter é que há muitas deserções dentro das FADM. Dos 83 que fomos no começo do ano, após os acontecimentos de Muxungue e de Savane ficamos vinte e pouco. Dizem-nos que foram transferidos para outras unidades, mas temos a certeza de que trataram-se de deserções, pois já recebemos cartas de familiares, namoradas, amigos e deles próprios (dos colegas de farda). O medo de morrer é maior que o gosto para servir a pátria. Não entendemos, não compreendemos, não queremos guerra. Por vezes esse desejo de deserção aparece por influência vinda de fora. O nosso salário de cerca de 2400 meticais é suficiente, uma vez que temos todo o necessário para viver em termos de alimentação e de roupa/higiene. Não é verdade que estejamos a ambicionar o salário dos homens da Força de Intervenção Rápida. Aliás, é preciso saber que a FIR não está autorizada a entrar para alguns terrenos. Por isso a nossa presença lado a lado com ela tornou-se essencial num assunto aparentemente policial. O ambiente é tenso, já não dormimos tranquilos. Um dos meus colegas morreu muito mal, com a facada na boca, golpes no corpo, etc. Os atacantes só usavam arma para quem tentasse resistir mas a facada era o seu modus operandi. Eles gritavam «ndamuona-ndamuona, phata na manja» que quer dizer, «já o vi, apanhe-o pelo braço» o que nos deixou apavorados»..."
Prossigamos com a leitura desta noticia: http://macua.blogs.com/
E o que e que se conclui disto tudo?
Primeiro, o nivel de desercao nas FDS e tal, que demonstra o caracter nao especulativo dos problemas no seu seio, ao contrario do que dizem os senhores ministros da tutela. E o sr. AEG, ha coisa de minutos...
Segundo, o jornalismo investigativo em Mocambique e so para estar nos workshops ou viagens ao exterior. Nao se justifica, tamanha distracao, perante factos montados onde e notorio o ajuste de contas entres alas (Frelimo x Renamo) nas FADM. Digo ate mais. Tenho serias duvidas que a maioria das baixas atribuidas aos confrontos entre ambos. Inclusive os mais recentes, resultem de escaramucas entre aqueles contendores. Para mim, parece-me ser mais uma "lista de nomes" a eliminar nas hostes de ambas as forcas. Explico-me melhor: - acredito, e como tal convido os escribas a irem bem fundo, que alguns policias e militares mortos, o tenham sido no ambito de uma purga internamente orquestrada. E por suas proprias armas!...
Estendo ainda o meu grande cepticismo ao famoso caso G-20. As fontes oficiais, como vimos acima, insistem na sua NAO EXISTENCIA! Mas parece inquestionavel que ha uma forca, bem coordenada, a criar ou a alimentar o medo colectivo na periferia. Mas tambem, a usar confusao instalada, para ajustes de contas de varia ordem. Inclusive politica.
Ao contrario dos demais. Nao acredito que Alexandria tenha sido linchado simplesmente por "friendly-fire". Ao ouvir hoje um dos depoimentos no Nucleo de Arte, fiquei convicto que esta morte tem de ser investigada independentemente.
E por ultimo, da propria PRM, a confirmacao de que o LUMPEN foi solto para cumprir uma agenda. E o mais interessante. Uma agenda escrita por quem se senta a esquerda do Grande Lider. E no entanto, ele insiste que tudo nao passa de assombrosas maquinacoes vindas da zona centro de Mocambique. Se calhar, ele e que e o PROBLEMA deste pais!
P.S. Tenho lido e ouvido por ai, a mais recente birra do sr. Pacheco. Eu ja me havia referido uma vez aqui: http://
Se esses srs. da FRELIMO estivessem mesmo interessados em trazer a paz definitiva a Mocambique, ja ha muito teriam substituido a sua delegacao ao Joaquim Chissano (tal como fez a RENAMO com Bissopo). Por uma delegacao do partido FRELIMO, colocando os assuntos no forum deveriam ter estado SEMPRE: - O Politico!
Disse
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