O presidente sudanês, Omar al-Bashir, anunciou nesta segunda-feira a libertação de todos os presos políticos do país, depois da recente redução das tensões por meio de uma série de acordos recentes com o Sudão do Sul.
"Hoje anunciamos a decisão de libertar todos os presos políticos e renovamos nosso compromisso de diálogo com todos os atores políticos", afirmou Bashir em um discurso no Parlamento.
"Confirmamos que iremos continuar a dialogar com todas as forças políticas e sociais, sem excluir ninguém, mesmo aqueles que estão armados, em vista de um diálogo nacional que trará uma solução a todas as questões", acrescentou o presidente, no poder há 23 anos.
O anúncio foi feito depois de um convite a um diálogo para elaborar uma nova Constituição, feito na semana passada pelo vice-presidente Ali Othman Taha aos partidos de oposição, assim como aos rebeldes das forças sul-sudanesas em Kordofan do Sul e no Nilo Azul.
Em reação ao discurso do presidente, Faruk Abu Issa, líder da aliança da oposição, que reúne cerca de vinte partidos, saudou "um passo em direção a um verdadeiro diálogo".
Uma fonte diplomática em Cartum considerou positivo o anúncio do presidente Bashir, mas ressaltou que ainda é cedo para avaliar seus resultados.
"A ação é o que conta aqui no Sudão", indicou a fonte à AFP.
O chefe dos rebeldes do braço Norte do Movimento Popular de Libertação do Sudão (SPLM-N), Malik Agar, não quis fazer comentários antes de saber quais prisioneiros serão libertados.
Segundo Ibrahim, há "um grande número" de prisioneiros em Kordofan do Sul e no Nilo Azul, incluindo 118 detidos do SPLM-N.
O Exército e os rebeldes do SPLM-N se enfrentam desde 2011 nessas duas regiões que fazem fronteira com o Sudão do Sul, onde Cartum tenta afirmar sua autoridade. Os combates afetaram um milhão de pessoas. Cerca de 200.000 precisaram buscar refúgio na Etiópia ou no Sudão do Sul.
Em uma mensagem enviada à AFP, Agar reiterou que os rebeldes só negociarão com base na resolução do Conselho de Segurança da ONU adotada em maio de 2012 para exigir o fim dos combates e um diálogo que dê prosseguimento a um acordo firmado em 2011, mas que nunca foi aplicado.
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