Wednesday, April 17, 2013

Gosto e não gosto de Simango

Por Elisio Macamo
Mais um texto longo para quem não tem mais nada a fazer na vida. Não haverá palmas para quem ler até ao fim (e perceber). Afinal, lê-se por gosto.

Gosto e não gosto de Simango

Já disse que sou fã de Guebuza. Afirmei vivamente que ele é muito melhor do que a sua reputação. Mantenho a minha preferência e mantenho o meu posicionamento em relação a esse grande político tão pouco entendido. Afirmei t...ambém que admiro Dhlakama. Não sou seu fã, mas admiro-o. Disse isso também por conveniência, pois até às próximas eleições ainda posso receber benefícios de Guebuza. Espero que ele esteja a ler. É uma aposta arriscada que estou a fazer. Como ele chega ao fim do seu mandato a Frelimo vai ter um outro candidato que, possivelmente, não me vai perdoar estas declarações de amor. Daí a distribuição do risco com a manifestação de admiração por Dhlakama. Nunca se sabe. Mas porquê Dhlakama e não Simango, o da Beira? Boa pergunta. É jovem, dinâmico, corajoso e trabalhador. Moçambique é um país de jovens, tem uma certa dinâmica, os corajosos estão fora da Frelimo e os trabalhadores não têm tempo de trabalhar porque têm que colocar mais um “like” em mais uma opinião cansada sobre o “país do pandza”. Se calhar não é aconselhável ficar de costas cruzadas com Simango.
 
Então, aí vai mais uma confissão: gosto dele. Gosto dele por várias razões. Gosto dele porque é um homem forte. O tipo de biografia que ele tem, marcada pela extrema injustiça que foi cometida aos seus pais – e que para o bem da consciência deste país devia ser esclarecida duma vez por todas – teria quebrado qualquer outra pessoa. Uma pessoa que não extrai o rancor duma biografia tão trágica, mas sim a força de lutar por algo – seja qual for que seja – é uma pessoa forte. Mas não só isso. Simango teve a coragem que falta a muitos jovens da Frelimo que preferem viver à sombra dos feitos das outras gerações e não se sublevam. É claro que estando do lado da equipa que ganha não têm nenhuma necessidade de se sublevarem. Simango foi iconoclasta; “cuspiu”, por assim dizer, na mão que o alimentou e encenou uma “revolução” – acho curioso o uso deste vocábulo quando vem de pessoas que estão sempre a falar mal do comunismo – que confinou a Renamo à insignificância política.
 
Repito: Guebuza não é o principal problema da Renamo. Simango e MDM, sim. Simango e MDM é que são os autores morais de Muxúngué. Antes que me caia por cima um “shit-storm” (não vou traduzir isto, há crianças que lêem os meus textos) apresso-me a esclarecer. É claro que Muxúngué é obra dos homens armados em torno da Renamo. Mas quem precipitou a Renamo para um discurso belicista e intransigente foi Simango e o seu MDM. Naturalmente que nem Simango, nem o seu MDM se deviam preocupar com a sorte da Renamo, pois os primeiros têm objectivos por alcançar enquanto formação política e os últimos sâo suficientemente crescidos para lutarem por si próprios. É como esperar que a Frelimo perca propositadamente as eleições em prol da democracia. Não faz sentido. Gostei da iconoclastia de Simango. Impressionou-me.
 
Mas como se diz por aí, não há bela sem senão. E é por isso que também não gosto dele. Posso dizer isto à vontade porque – embora não possa garantir nada, a sociologia não ajuda em vaticínios desta natureza – não é tão já que ele vai ser Chefe de Estado, logo, não posso apostar nele o meu sonho de um dia vir a ser governador de Gaza, embora até possa imaginar que acontecendo o improvável ele queira punir as gentes de Gaza colocando um sociólogo que da vida nada entende – só escreve textos longos – a dirigir os destinos da sua província. Mas isso são apenas lucubrações. E o responsável por essa improbabilidade é ele mesmo. A sua “revolução” foi um golpe baixo na oposição e comprometeu seriamente a reconstrucção dum espaço político alternativo à Frelimo. Neste ponto estou a inclinar-me muito para fora do parapeito, mas vamos ver – e é melhor vermos, pois o “shit-storm” não vai tardar. Houve, em minha opinião, dois equívocos fundamentais nessa tal revolução.
 
O primeiro, tipicamente moçambicano, foi de confundir competência técnica com maturidade política. Eneas Comiche foi vítima deste equívoco em Maputo, não foi, como se costuma falar por aí, vítima dos “camaradas”. Isto não significa que um técnico não possa ganhar eleições, ainda mais no contexto da cidade da Beira que tem uma sociologia típica de “segunda maior cidade”. A pirraça desempenha um papel muito importante nesse tipo de sociologia, estilo teimosia do irmão mais novo. Sem o escudo protector de Dhlakama, animal político por excelência, Simango teve que ir à contenda e logo vimos as tribulações do MDM com cisões, acusações e costas viradas. Algumas das pessoas mais hábeis – tipo Ismael Mussá – afastaram-se agastadas. Não vale chamar-lhes de “ambiciosos” ou “confusos”. O problema foi simplesmente político, precisava duma gestão política dum indivíduo cujos créditos andavam mais para o lado técnico.



 O segundo equívoco, também muito moçambicano, mas muito mesmo, foi o de pensar que ser contra alguma coisa constitui por si só um programa político. E aqui vejo-me mesmo a chafurdar no “shit storm” porque vou entrar em rota de colisão com gente que domina a arte do insulto. Refiro-me ao jornal Canal de Moçambique que tem representado o lado, digamos, pensante do MDM que muito provavelmente vai retorquir com um texto intitulado “não gosto de E. Macmao” ou coisa parecida. Já nas últimas eleições peguei nos manifestos dos diferentes partidos, incluíndo o do MDM, e não encontrei em nenhum deles algo que apontasse para um programa político bem articulado e, já agora, alternativo. Mesmo hoje quando se pega nos escritos dessa gente, quando se escuta os seus pronunciamentos públicos não existe a sombra duma maneira fresca de pensar o país. O que dá substância ao posicionamento político dessa gente é a crítica à Frelimo, crítica essa que é muito fácil de fazer, pois só não erra quem não trabalha.

Nunca vi nenhuma posição de fundo em relação ao combate à pobreza, porque ele deve ser feito, com que tipo de Moçambique na mira, nada. Nem mesmo na questão quente que diz respeito aos recursos se ouvem coisas frescas e refrescantes. O discurso é sempre o da crítica ao enriquecimento das elites – das quais alguns deles também fazem parte – e de deplorar que a riqueza não esteja a chegar ao povo. É tudo previsível e extremamente cansativo. Claro que há dois argumentos que eles podem usar em sua defesa. Um pode ser de dizer que essa é a função da oposição. Sim, mas noutros países civilizados a oposição critica o governo a partir dum projecto político claro. Esse projecto é que enforma a crítica. Alguém sabe me dizer qual é o projecto político do MDM? O outro argumento pode ser da falta de quadros para esse efeito. Sim, com o apetite voraz da Frelimo sobram poucas mentes esclarecidas para a oposição, mas nem isso é verdade. Alguém alguma vez já ouviu que um partido da oposição encomendou ao IESE, por exemplo, um estudo sobre protecção social para poder formular uma política sobre o assunto?

Então, na verdade, Simango não criou o MDM. O que ele fez foi comprometer a emergência duma alternativa à Frelimo por muitos anos. É claro que a Frelimo, pela sua própria actuação, pode acabar criando espaço para que os “déficits” evidentes da nossa oposição não se constituam como grande obstáculo para si própria (refiro-me à oposição). Lançou-se impetuosamente numa aventura que não tinha pernas para andar por ausência de competência política e, acima de tudo, por ausência de projecto político que não fosse apenas o discurso do “contra”. Contra Dhlakama, contra a Frelimo, contra tudo que não é Beira. O estilo agressivo adoptado pelos orgãos do MDM – refiro-me ao Canal de Moçambique, o qual, contudo, tem assumido por vezes uma postura crítica em relação ao que ocorre no interior do MDM – vai disfarçando estas insuficiências, sobretudo para quem olha com pouco cuidado, o que, infelizmente, também é característico da nossa esfera pública.
 
O lado intelectual do MDM – que falhou redondamente, do ponto de vista político, na domesticação de Dhlakama – é uma mistura incongruente de radicais, cristãos de ânimo carismático, pessoas que acreditam que não gostam do comunismo, mas acima de tudo, de gente visceralmente oposta à Frelimo que aparentemente nunca teve tempo de sobra para formular um projecto político próprio e coerente. Quando digo que não gosto de Simango quero dizer que não gosto do facto de ele não ter dado tempo ao tempo e, num projecto de longo prazo, tentar transformar a Renamo por dentro através da elaboração paciente dum projecto político. Ele viu a sua oportunidade na Beira, deu ouvidos a gente impetuosa – a tal massa amorfa que faz muito barulho na nossa esfera pública, incluíndo aqui no Facebook – e mergulhou de joelhos dobrados na piscina sem se preocupar com a sorte da alternativa à Frelimo.

Sou capaz de estar a ser injusto para com ele. Os seus adeptos que façam uma nota mental agora para se lembrarem de mim – para aplicação de devidas medidas – quando, contra todas as probabilidades, ocuparem a Ponta Vermelha. Eu se fosse da Frelimo nem havia de querer imaginar o que seriam as próximas eleições se Simango, depois dum árduo trabalho de reorganização da Renamo, com o endorso de Afonso Dhlakama fosse o candidato principal da oposição para uma contenda com uma Frelimo em crise de sucessão. Os meus joelhos, de tanto chocalharem, haviam de fazer tanto barulho que agentes da PIC, excepcionalmente, pegavam em mim para interrogatório com tortura psicológica por perturbar a postura contra a poluição sonora e deixavam em paz quem mais necessidade política tem desse tipo de interrogatório. A oposição em Moçambique morreu no dia em que se criou o MDM. Vai ressuscitar, só que até lá passarão anos enquanto transformamos o espaço político num campo de treino de bombeiros apagando fogos em Muxúngué, entretendo-nos com acusações (reais, diga-se de passagem) de impedimento de acção de partidos políticos lá, como costuma dizer Ivone Soares, onde Judas esqueceu os seus sapatos, e, claro e sem falta, transformando a indisciplina natural e a falta de respeito da nossa polícia e da nossa função pública (que somos nós mesmos) num conluio gigantesco da Frelimo contra quem não se cala perante tanta injustiça...

Não vou resumir, mas oportunamente terei um teste americano para quem se queira certificar do que quero dizer. Inbox, please. Vou apenas dizer que aqui também proponho uma sociologia política que olhe para a estruturação do campo político e como ele pode ser radicalmente transformado – para o bem e para o mal – pelo sentido de oportunidade de certos actores políticos. É na ignorância dessa sociologia política que surge um espaço de actuação míope radicado na insistência sobre assuntos interessantes, mas supérfluos para o devir do nosso país. Trata-se duma miopia que, acima de tudo, faz vista grossa à ausência duma concepção política própria e exagera um desempenho técnico de valor estatístico dúbio. Refiro-me especificamente aos municípios da Beira e de Quelimane que no debate público são usados como exemplo do melhor desempenho da oposição, olvidando-se o facto de que se compara, provávelmente, os melhores jogadores da oposição com os suplentes (as minhas desculpas aos edis da Frelimo...) do governo. Mas isto é início de nova discussão... só que é mesmo para isso que estamos aqui.


  • Amarildo M. C.Tongolo longo texto professor DR.Elisio Macamo grnde relfexao sociologica para os mocambicanos concordo a opiniao Dlakama e um verdadeiro animal politico pena nos os mocambicanos nao o percebermos.basopa.

  • Celio Zimaima Manuel texto deveras pertinente e interessante mas longo lol.

  • Livre Pensador "...Repito: Guebuza não é o principal problema da Renamo. Simango e MDM, sim. Simango e MDM é que são os autores morais de Muxúngué..." nova tese do niilismo sociologico. P.S. ja agora, tambem e um problema da FRELIMO. Sobretudo no seio da classe media-alta.

  • Amosse Macamo A continuar assim vai ser responsável por enfarte de muita gente acostumada a cantar de galo por aqui (como únicos e legitimados pensadores).

  • Alves Redol Gosto das reflexoes do Elisio Macamo, tem o condao de me por a pensar, a me pensar e a nos pensar como Mocambicanos.

  • Ivan Amade Dr Macamo, só uma questão (e não comentário ainda): Porque os sociólogos para defenderem a sua tese, fazem-no em textos longos? Será que me fiz perceber? Cmpts.

  • Alves Redol Ainda nao entendi esta "guerra" contra os textos longos. Talvez porque eu seja viciado em leitura, Ivan Amade.

  • Leonel Sarmento Dos 3 textos, este eh o mais esclarecido e pensado. Grande licao de Ciencia Politica.

  • Ivan Amade Alves Redol, mesmo sendo v.excia viciado em textos longos não compreendeu a minha curta e directa pergunta! ahahahah...! Eu declarei alguma guerra a textos longos? Sera que não fiz perceber? Aguardo a resposta do Autor do Texto! LOL.

  • Alves Redol Ivan Amade, tenho deparado aqui no FB, ultimamente, com muitas reclamacoes contra os textos longos. Aproveitei o ensejo de tu tambem teres tocado nesse ponto, que para mim e' sensivel, para te auscultar. Ja' agora: tens algo contra textos longos? Eu uso varios truques de compreensao, um dos quais e' particionar o texto. Isto treinado surte os efeitos queridos.

  • Ivan Amade Nada contra (bons) texto longos! (Vivo, leio e trabalho com texto longos e muito mais complexos...)! Mas alguns ditos autores de textos longos, parecem verdadeiros falsos políticos, que fazem "trabalho de marracuene" para explicar, argumentar ou defender uma posição!

  • SFredson Fadil Boa prof. Macamo.
    A oposição em Moçambique está longe de acabar, a criação do MDM veio colorir o espaço político neste país. Eu creio q tentar gerir a crise política internamente na Renamo é o mesmo que estar com fome e tomar carbonato., porque a Renamo não tem espaço no interior para políticos técnicos, principalmente se punha em caus continuidade de Dhlakama na liderança.
    Professor, levaria mto mais tempo Davis Simango lutar internamente até criar uma liderança sua na Renamo capaz de enfrentar a Frelimo em pé de igualdade. O Surgimento do MDM foi um balão de oxigenação para todo interação politica nacional, o povo deu novos créditos aos políticos, passou uma barra de cor viva entre o preto- e - branco antes existente e deu um sentido colorido a políticá, atendendo que os partidos antes existentes são até agora transparentes, até mesmo a UD q já esteve no parlamento.
    Já disse Amartia Sen - nobel de economia - que desenvolvimento é o alargamento das capacidades de fazer escolhas.

  • Dino Nhangac Bom e longo, tive vontade de chegar ao final e cheguei. Caro Elísio Macamo, será mesmo que o caminho para amadurecimento do surgimento da ALTERNATIVA está difícil? Ao que vejo, a porta abriu...de pequeno se torce o pepino. E só não teremos alternativa se continuarmos passivos do Rovuma a Maputo. Mas sei que muito caminho há por percorrer, e difícil será com gente que apenas cria aparência política.

  • Ana Sitoe Parece-me k os senhores Redol e Amade estao a fazer um "shit-storm" por uma coisa irrelevante. Agora, atrevendo-me a responder ao Amade diria que, enquanto estudante de sociologia, aprendi que a arte de bem escrever,quer em textos longos assim como pequenos, e se fazer perceber aos seus interlocutores eh uma das tarefas que competem a um sociologo. Poderia ter se dado o caso de o Dr. ter feito um texto pequeno e que,mesmo assim, tivesse muito bem sido compreendido por qualquer um de nos que tem acesso a seus escritos. No caso, embora longo, o presente texto permitiu-te um certo entendimento do que o Dr. Pretendeu abordar.

  • Agnaldo Bata Da discussão de uma Sociologia Politica da Estruturação do campo politico em Moçambique, fugiu-se para a discussão de uma sociologia argumentativa com recurso a textos longos ou curtos! neste momento não nos cabe discutir isto (Imagino que Ivane Amade sofreu bastante em aulas de Autores Classicos como Durkheim, Marx ou hobbes). bom, voltando ao assunto de fundo, o MDM. concordo plenamente com o Professor Elisio Macamo quando quando afirma não gostar do MDM, pelo facto do surgimento deste, como partido político, ter aproveitado, mal, a oportunidade de criar um projecto alternativo de governação em Moçambique. Fiquei muito impressionado pela forma como analisou a estruturação do campo politico neste ponto (estou a escovar para ver se ganho uma bolsa para mestrado em sociologia. Mas discordo quando afirma que levarão muitos anos para voltar a surgir uma oposição séria e construtiva em moçambique. uma das regras internas do MDM que me deixa curioso e impressionado é facto de estar previsto nos seus estatutos que o líder do partido não deve concorrer a um terceiro mandato. estou impressionado porque é preciso muita coragem para que um partido novo coloque isto como uma das suas regras. O que demonstra a sua preocupação com a democracia interna, para poder espelhar essa mesma democracia para o país. Algo que pouco, ou melhor, nunca acontece na RENAMO, esta que seria a melhor alternativa de oposição segundo o professor Macamo. Me deixa curioso, e talvez seja aí onde vou cair de joelhos e vou adorar por completo a tese do professor neste texto, em querer ver como essa mudança de líderes do MDM irá ocorrer em 2019, quando o actual Líder concluir o seu segundo Mandato (estou a contar com a sua re-eleição no próximo ano). quem irá o suceder? que pensamentos o seu sucessor terá? que nível de maturidade política o seu sucessor terá? ou melhor, permitirá Daviz Simango que haja um sucessor a ele? aí sim iremos saber se a possibilidade de construção de uma oposição construtiva e que apresente um programa alternativo de governação em moçambique está mesmo enterrada como o Professor afirma. Apesar de tudo que veio acontecendo no MDM, temos que admitir que há pessoas maduras que cercam o partido, podem até estar londe da liderança do mesmo, mas há uma possibilidade democrática de lá chegar e alterar os rumos do partido, fazendo com que este passe a ser a apresentar um alternativa de governação do país. hi..... Ivan Amade, esqueci-me de ti. sorry, não deu para escrever mais curto.
    Mais uma vez, agradeço ao prefossor Elisio Macamo pelos 3 textos, estive a acompanha-los em silêncio, mas neste tinha algo a dizer.

  • Alves Redol Este texto e' encimado por uma especie de critica `a aversao que aqui se tem por textos longos. Pelo que e' parte dos varios aspectos que dele se podem extrair para discussao. Como e' pretendemos ter neste pais pensadores que nao leem? Como e' que queremos debater ideias "inacabadas", porque mal argumentadas, apenas porque queremos encurtar o texto? Ja' pensou, Ana Sitoe, que o Elisio Macamo pode estar, com os seus textos "longos" a seleccionar interlocutores e a elevar o nivel de debate? Podemos tambem comentar os aspectos politicos do texto, que lhe parecem apetitosos. Now the shit hit the fan.

  • Livre Pensador Continue Prof. Elisio Macamo e com forca. Promove a diminuicao da taxa de analfabetismo funcional e intelectual nos quadros superiores de Mocambique.

  • Nrd Macata mestre Elisio Macamo li o texto todo, mas fiquei a pensar até que ponto não é injusto com Simango acusa-lo de ter acabado com as chances de uma oposição capaz de tirar o sono a Frelimo, quando ele simplesmente agarrou e explorou a única alternativa que tinha.

  • Eugenio Chimbutane De acordo Mestre. De facto, nao basta estar contra a Frelimo, eh preciso que a oposicao apresente um projecto, sobretudo um projecto alternativo. Desculpe-me a ignorancia, qual eh em linhas gerais o projecto politico que a frelimo estah a implementar?

  • Jemusse Abel Li atenciosamente o texto do Prof. Para um combate forte edecisivo no campeonato politico mocambicano nao se pode criar equipes pequenas e frageis que so despersam as estrelas porque o adversari ee um verdadeiro gigante.

  • Livre Pensador A metáfora de Cinco Macacos Políticos
    Um grupo de cientistas colocou cinco macacos em uma jaula. No meio da jaula, uma escada, e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, um jato de água fria era acionado.

  • Gervasioa Absolone Chambo Nao entendo por que os textos do N'waMakamu, o provavel Rei de Gaza (geneticamente igual ao Ngungunyani e ao Muzila) sao tidos como longos. A tese reflectida neste texto e' discutivel. Por que e' que a nova Sociologia Politica de Mocambique (em construcao) nao parte de uma gama de partidos que se criaram nas eleicoes de 1994? Por que a discussao inclui somente o MDM, FRELIMO e a RENAMO?

  • Livre Pensador Precisamente, faltam os nao-partidarizados, com interesses mais focalizados...Talvez nos oferte com outro texto.

  • Alberto Salomao Cumbi Parabéns Professor Elísio

    O maior pecado de Simango, não é ter cuspido no prato que comeu, e sair da Renamo…Ainda bem que o Prof. Elísio o admira por isso, se não apanhava já o meu primeiro Shit-Storm porque de mim só vem brain - storm, não é profess
    or, confessa que sim...
    O primeiro pecado de Simango é não ter conseguido ampliar a sua base social de apoio; não conseguiu fazer da Beira um epicentro…infelizmente. O segundo pecado de Simango é de não ter identificado e se focar no seu grupo social de apoio…Espalhou-se de mais na campanha procurando abrir portas lacradas, perdendo tempo com gente com ideologias política fixas…
    Não acho que a falta de um bom manifesto político seja razão para o seu não fortalecimento…Não acho que o eleitorado Moçambicano esteja a caca de cérebros para votar…Faltou a “maturidade política”, prontos…
    Na verdade MDM não é ainda um partido político …é um Movimento, como o próprio nome diz ou um grupo de pressão, sem uma clara ideologia política… Talvez essa é a razão porque cedo estão havendo conflitos internos… Ou talvez porque MDM fugiu a regra na sua criação, não surgiu como um movimento de Guerrilha como a Frelimo e a Renamo, onde poderia ter construído as bases da sua sacralização, tornando o seu líder um chefe inquestionável…

    MDM teve a chance sim de eleger mais deputados para a AR nas Eleições passadas, porque o caso MDM era um fenómeno novo e emocionante. Mas não conseguiu e não conseguiu manter a emoção dos seus apaixonados em alta…
    Agora a emoção do povo do baixou. Todo o mundo voltou a lucidez…O amor a primeira vista é assim. Causa decepções mas depois fazem-se as pazes e as coisas se acertam.
  • Mario Nhantumbo Alberto Salomao Cumbi aprecio bastante o teu discuro e reafirmo que o pior erro cometido pelo MDM foi o de nao ter conseguido gerir a emocao, principalmente, da juventude mocambicana na sua maioria, academicos que o apoiaram durante o pleito de 2009 e por conseguite estar a perder a credibilidade com os escandalos da "Simanguizacao" do partido; a pesar de se saber que ele foi o percursor deste movimento. Penso tambem que, ha necesside de se aprender/treinar muito bem o "Oportunismo politico" que em mocambique nao tem sido muito bem explorado pelas formacoes politicas e que, no meu entender quem souber usa-la melhor, vence.
  • Jose Alexandre Faia Faltou a “maturidade política , mas a vontade esta la , e enquanto houver vida ha esperanca de um futuro melhor.
  • Brazao Catopola Prof Elisio Macamo, parabéns pelo texto e pelo facto de através de subjetividade temáticas (gosto, admiro, não gosto) levar nos a uma reflexão sobre o contexto político de Moçambique. Prof talvez falte em alguns momentos do seu texto uma inserção na realidade temática e não pautar muito pelo que dizem. Porque digo isso, nos seus últimos três textos os argumentos giram em volta do que as pessoas dizem e não em volta do que o professor viveu. Prof afirma que simango cuspiu no prato que lhe alimentou. Isto e bastante problemático se eu lhe perguntasse, refere a frelimo, renamo ou ainda o município onde trabalhou antes? A frelimo com professor não o ajudou muito pelos motivos por si apontam8s. A renamo não lhe deu opção. A ser verdade que cuspiu fé lo Outro prato. O seu segundo equívoco é o desconhecimento dos planos de OUTROS partidos. Acerca de uns meses estive em Moçambique e pude ver uma entrevista na STV no qual SIMANGO deu uma aula paciência sobre política, estratégias de desenvolvimento, políticas para transporte etc. Outro grande equívoco é dizer que a RENAMO não e problema para Guebuza. De facto é , repare que a FRELIMO levou seu todo arsenal para Beira na 1 eleição de simango ainda na renamo. Não vejo como não ser problema. Há dias pude ver chipande no jornal o pais a apelar a participação da renamo nas eleições. O prof afirma que MDM destruiu a possibilidade de uma oposição em Moçambique. Prof talvez não se lembra que nas últimas eleições grupo de partidos se reuniram para uma coligação. Ficando de fora a RENAMO e MDM? estes mesmo partidos coligados a dado tempo se declararam apoiante da frelimo. Ou seja há partidos para oposição. Não obstante o Prof peca por pensar que a maturidade política foi a atitude de Enéas comiche, complicado. Se pensar que SIMANGO venceu na imaturidade, venceu em Quelimane na imaturidade, teve a percentagem de votação em cuamba e Maputo, vemos que ele acreditou nas reais hipóteses de vencer a um colosso, assumiu o risco ATITUDE MATURA e foi. Prof reitero o que dissera antes guebuza e uma escola de política não disse a única, o prof peça por pensar guebuza como o único. Falando agora da sociologia política em Moçambique. Eu concordo com essa sociologia que propõe desde que a mesma seja despida das vies política. Eu o desafiava, aliás, a minha incapacidade não me permite desafia lo, mas gostaria de ver um texto seu no qual descreveesse e teorizasse a questão política em Moçambique. Finalmente, desculpe o texto longo. Sou seu fã.
  • Eusébio A. P. Gwembe Peço licença para elogiar as opiniões dos digníssimos comentadores que me precederam. Li e reli com gosto o texto – e os comentários também – que colhem a minha admiração. Cinjo-me no texto e num dos comentários de onde pude colher um ensinamento segundo o qual é preciso construirmos uma sociologia política capaz de reforçar eficazmente, ou até substituir, a série vulnerável de argumentos duvidosos, invocados habitualmente em nome da governação responsável mas, infelizmente, sem base de sustentação assente num programa alternativo coerente. 10 pontos despertaram-me atenção, à medida que ia relendo o texto:

    1. Simango como homem com méritos e deméritos.
    2. Crítica indirecta contra os que discutem textos – como este – em função do que julgam ser a orientação política do «articulista». Desculpe-me, estou a pensar numa reacção anteriormente feita, contra Prof. Macamo, num dos artigos do CanalMoz.
    3. Frelimo como partido de velhos (estou a pensar nos repetidos 38 anos)
    4. Simango e «seu MDM» - olhe-se bem «seu MDM» como autores morais de Muxungue.
    5. Possibilidade vingativa do MDM contra pessoas do Sul, caso ganhe.
    6. Ausência de programa alternativo e, consequentemente, de um projecto político coerente, resultante, em parte, do conflito entre o técnico e político
    7. Política feita na base da negação de tudo o que é produto da Frelimo, ou até mesmo repetição.
    8. Falta de quadros pensantes no MDM
    9. MDM como um grupo de ambiciosos políticos
    10. Pertinência de uma sociologia política capaz de nos dar ideias de ver os problemas moçambicanos como um todo, portanto, os da Beira e de Quelimane no contexto moçambicano.

    Vou ater-me em alguns dos pontos ai avançados. Penso que a ausência do projecto alternativo coerente adveio, em parte, dos resultados animadores obtidos nos dois municípios. Foi o argumento aglutinador do sentimento de ódio, para com os que aparentemente vivem bem ante o carácter escandaloso da miséria degradante e evitável que rodeia a opulência, que se revelou mais eficaz para mobilizar a opinião em favor do MDM. Portanto, trata-se de um esforço de reprodução social do fenómeno «descontentamento», numa crença cega de que todo o descontente é contra o regime. As pessoas devem ir votar para recuperarem a felicidade, uma felicidade material, diga-se. Mas para tal, precisam de escolher alguém que vai punir todos os «ladrões» e recuperar a riqueza existente para redistribui-la.

    Em relação à imprensa pro-MDM e os lanças de ponta daqui do Facebook, penso serem apenas simples postos avançados que cavam sem cessar o lado positivo e as virtudes do grande líder – virtuoso e vítima do regime, pobre como o comum do povo, compreensivo – e das duas urbes aqui mencionadas, mas incapazes de interacção com a maioria, privada de acesso às novas realidades, mas inevitavelmente informadas a seu respeito. Portanto, uma gente com acesso interagem com outra gente com acesso, dando a impressão – com os LIKES – de que a vitória é certa.

    Creio haver uma tendência de reprodução de uma vaga ideológica baseada em insultos de modo que se torne privilégio quase exclusivo da maioria rebelde, inquieta e turbulenta. O que mais insulta é tido como corajoso e quanto maior elevado o status do insultado mais credencias toma o insultador e, com elas, a sua visibilidade. Numa situação deste tipo, o principal perigo a que a minoria privilegiada terá de fazer frente será, quase inevitavelmente, o reflexo defensivo. Atitudes fossilizadas e sufocação intelectual podem muito bem ser o preço deste reflexo defensivo, o que constitui um perigo muito diferente dos que são actualmente analisados. A crítica à Frelimo faz com que o Galo esqueça de falar de si, de tal forma que da boca dos opositores ouve-se mais falar da Frelimo. Isto é tentador! Lembrei-me que mesmo no site oficial do Galo havia mais postais com fotografias dos membros e simpatizantes da Frelimo do que do próprio MDM o que denunciei até que foram eliminando.

    Finalmente, penso que os estatutos que apontam para uma limitação de mandato foram uma orquestra para reduzir tensões internas dando imagem de «desapego» ao poder da parte de Simango. Dado que os mesmos estatutos dão elevadíssimos poderes a ele não é claro que o espectáculo tenha sido marcado, aliás, sabido que pode estar a ir para as eleições do próximo ano como ensaísta, tal possibilidade vislumbra-se como uma miragem. De um lado existe um sentimento vago da necessidade de uma alternativa dentro do próprio MDM para evitar expressões do tipo «Simango e seu MDM», de outro um receio secreto de que sem Simango o MDM não teria sucesso algum.

1 comment:

Anonymous said...

Ѕ it Τhe neхt tіme you go in foг аnу nakeԁ mаssagе, as dееp breathing is еncouraged
аnd the relaxation and demand the deeр.
Derived from a Greeκ ωοгԁ -
'prostates' literаlly mеаns someone who stаndѕ befoгe οr in other woгԁs, the keу
to уonі tаntra naked massage.
For а bodу to bе dеveloped fully.

Ӏllneѕs іs а ѕtate of constant tensіοn.
Ovеrall, іt wіll enѕure аn exсellent experience foг the
sеnsеѕ - but аll kept ωithіn professiοnаl lіmits, nаturally.
The feе for the training. Few boԁy movements сan
be refеrrеd to оthег areаs
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