31 de Dezembro de 2012 • 14h40 • atualizado às 14h44
Os rebeldes centro-africanos da coalizão Seleka, que no domingo chegaram a Bangui, capital da República centro-Africana (RCA), ameaçam tomar a cidade e acusam o governo do país de atacar a população local.
Em declarações aos meios de comunicação, o porta-voz da Seleka, Eric Massi, pediu uma intervenção imediata dos soldados da Força Multinacional da África Central presentes na zona para colocar um fim à violência contra os civis.
"Se as forças africanas não intervirem para acabar com a violência e assassinatos, eles não nos impedirão de fazer justiça com as nossas próprias mãos", disse Massi.
Durante a declaração, o porta-voz da Seleka colocou em dúvida a sinceridade das promessas feitas pelo atual presidente rotativo da União Africana (UA), Yayi Boni, chefe de Estado do Benin, e pelo líder centro-africano, François Bozizé, em reunião realizada no domingo em Bangui.
Durante o encontro, Bozizé se mostrou disposto a negociar com a rebelião em Libreville e a formar um governo de união nacional para acabar com a crise que seu país atravessa.
Bozizé respondeu com estas promessas aos chamados feitos pelos líderes dos países-membros da Comunidade Econômica dos Estados da África Central (CEEAC), reunidos em N'djamena (Chade) em 21 de dezembro, que pediram que os rebeldes e o governo da RCA iniciem uma negociação.
Os líderes da CEEAC também lançaram um ultimato ao grupo rebelde para que retire suas tropas das cidades ocupadas, que expirou na semana passada.
A coalizão rebelde armada já se encontra em Bangui após ocupar uma dezena de cidades do país desde princípios deste mês.
Os rebeldes manifestaram seu interesse para negociar, mas mantiveram suas posições e sua progressão rumo a Bangui.
A situação na República centro-Africana se agravou desde que, no início de dezembro, a coalizão Seleka rumasse para o norte do país ao considerar que o presidente, François Bozizé, não tinha respeitado os acordos de paz assinados em 2007.
Estes tratados contemplavam - entre outros assuntos - a integração de combatentes rebeldes no Exército centro-africano, a libertação de uma série de prisioneiros políticos e o pagamento aos milicianos sublevados que optassem pelo desarmamento.
Os guerrilheiros da Seleka, que ameaçam depor Bozizé se ele se negar a negociar, continuaram tomando o controle de cidades no norte até chegar a Bangui. EFE
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