quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Num encontro da classe: Médicos mantêm ameaça de greve

 


A ASSOCIAÇÃO Médica de Moçambique (AMM) decidiu, na noite de ontem, manter a ameaça de realizar uma greve à escala nacional, a partir da próxima segunda-feira, por ainda não ter chegado a consenso com o Governo em relação à questão salarial.
Maputo, Quinta-Feira, 13 de Dezembro de 2012:: Notícias


A decisão foi tomada num encontro que juntou médicos da cidade e província de Maputo, com os subsídios fornecidos pelas delegações provinciais e distritais face às propostas apresentadas pelo Governo, com vista à solução das suas reivindicações.
Casimiro Macucha, vice-presidente da Assembleia da AMM e porta-voz do órgão, disse que a decisão de se manter a ameaça de paralisação de actividades resulta do facto de a proposta do Governo em relação à questão salarial não estar ainda de acordo com as expectativas da classe.
“Ainda não podemos avançar com os valores em causa porque estamos em negociações, mas a proposta do Governo foi chumbada pelos associados, que decidiram manter a posição inicial, caso não haja consenso até ao próximo dia 16”, explicou Macucha.
Acrescentou que nas negociações havidas entre as partes o Governo recuou nalgumas das suas posições e manteve alguns direitos que tinham sido retirados aos médicos, o que chegou a facilitar parte das discussões.
Segundo revelou Macucha, ficou decidido que os médicos voltariam a ter direito a residências atribuídas pelo Estado, tal como acontece com os profissionais da área de nacionalidade estrangeira.
Explicou igualmente que foi acordado que deveriam ser revistos alguns aspectos do aprovado Estatuto do Médico para que as alterações a serem efectuadas sejam submetidas à Assembleia da República, na sua próxima sessão ordinária.
Para fazer face ao impasse, no encontro de ontem foi igualmente decidido que deveriam ser criadas comissões conjuntas para a harmonização das propostas do Governo, bem como da Associação Médica de Moçambique.
“Estas comissões é que deverão prosseguir com as negociações que certamente deverão continuar hoje com o Governo, através do Ministério de Saúde”, referiu o porta-voz, garantindo, no entanto, que os médicos mantêm a ideia da greve caso as suas principais reivindicações não forem satisfeitas, não obstante privilegiarem o diálogo.
A classe reivindica, entre outros pontos, a melhoria dos seus salários, que actualmente rondam os 21 mil meticais, a alocação de casas e a aprovação de um estatuto que corresponda às suas expectativas, estes dois últimos pontos já solucionados.
Recentemente, a Ordem dos Médicos de Moçambique (OrMM) considerou legítimas as reivindicações apresentadas pela AMM, apelando, no entanto, ao diálogo como mecanismo para a solução deste impasse.
No entanto, Casimiro Macucha afirmou que as negociações com o Governo deverão continuar hoje, à busca de uma solução para o problema dos médicos.
  • Alcides Tamele

3 comentários:

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