Tenho de reconhecer uma coisa: Afonso Marceta Dhlakama é realmente pai da democracia. Quer queiramos quer não, ele é. Porquê? Quando Moçambique retornava ao monopartidarismo democrático, em que o partido no poder já controlava as instituições públicas e privadas e manipulava-as como se fossem instituições partidárias, lembrando-nos a era do partido único em que o partido Frelimo estava acima do Estado e as instituições obedeciam às ordens partidárias, Afonso Dhlakama decidiu, a conta e risco próprio, entrar no mato para devolver a legitimidade dessas instituições. Inventou uma terceira República (a primeira nasceu em 1975, a segunda 1990 e a terceira em 2014.
Uma coisa é certa: de hoje em diante as instituições públicas jamais serão as mesmas. A voz da oposição passará a ser ouvida e respeitada. A partir de já, se calhar caminhemos para a consolidação da democracia, em que as nossas instituições sejam de facto democráticas e reproduzam práticas democráticas e sirvam a todos sem olhar a sua cor política.
Um duro golpe para o G-40. Os lambebotas.
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