quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Xiconhoquices da semana

 Soltura de Bakhir; Eleição de Valentina Guebuza ao Comité Central; Levar o jornal para embrulhar
Xiconhoca
Escrito por Redação
Quinta, 04 Outubro 2012 10:14
Constam como Xiconhoquices desta semana, a soltura de Bakhir, a eleição de Valentina Guebuza ao Comité Central e o acto de levar o jornal para embrulhar. Veja-as:

Soltura de Bakhir

Na edição passada, os nossos leitores, de forma inteligente, elegeram a detenção de Bakhir como uma Xiconhoquice por se tratar de mais um acto populista que prometia entreter o povo moçambicano à moda “Moçambique em Concerto” e com direito a dois galardões num evento qualquer de glorificação da nossa justiça.
Os nossos leitores fundamentaram alegando que, por se tratar do genro de um homem influente, Momed Bashir Suleiman (MBS), o homem que paga meio milhão de meticais por uma caneta para a seguir oferecê-la à mulher do dono (da caneta), Bakhir não ficaria muito tempo na prisão e tão cedo voltaria à rua ou que se ia engendrar uma fuga qualquer.
Dito e feito. Dois dias foram suficientes para Bakhir estar (supostamente) numa cadeia inexistente, e a juíza determinar que contra ele não existem provas suficientes para o incriminar.
Verdade ou não, o facto é que este motivo alegado pela juíza para soltar Bakhir não cabe no ego dos nossos leitores – que sugeriram esta Xiconhoquice. Na óptica dos mesmos, Bakhir é tão inocente para ser detido numa cela inexistente em Moamba, responder a um processo instaurado na província de Maputo embora tenha sido detido na cidade de Maputo e apresentar-se a um tribunal da cidade da Matola.
Os nossos leitores vão mais longe ainda ao destacar o tempo recorde da estadia de Bakhir nas supostas celas uma semana depois de o Procurador- -Geral da República ter visitado as cadeias e ter descoberto que há cidadãos que excederam em anos o tempo de prisão preventiva.
Eleição de Valentina Guebuza ao Comité Central
A filha mais “sonante” do Presidente da República e do partido FRELIMO, Valentina Guebuza, foi eleita membro do Comité Central daquela formação política, reunido no seu Décimo Congresso, que decorreu de 23 a 28 de Setembro na cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado.
Todavia, a candidatura de Valentina Guebuza não foi de todo consensual e não foi aplaudida – nem pelos membros da Organização da Mulher Moçambicana – quando foram anunciados os resultados. É que Valentina, de 32 anos de idade, ou seja, nascida cinco anos após a Independência Nacional, apadrinhada pelo pai, concorreu como antiga combatente da Luta de Libertação Nacional.
Na verdade, a candidatura da Valentina seguiu as normas do Estatuto do Combatente que defende que os descendentes destes gozam do mesmo estatuto. Para os leitores que escolheram esta Xiconhoquice, isto, apesar de ser algo que diz respeito ao próprio partido Frelimo, com as suas falcatruas, é um grave atentado à democracia conquistada com o suor de muitos cidadãos, alguns dos quais tombaram nessa luta.
Longe de constituir um insulto aos demais combatentes que deviam estar no lugar da Valentina para saírem finalmente da marginalização a que estão votados mesmo depois de terem lutando para libertar a pátria e o homem, é um sinal de que no país está a nascer uma nova República Democrática Popular da Coreia (do Norte), onde o poder é transferido de pai para filho numa manifesta e pornográfica monarquia a céu aberto apesar do nome do país.
Levar o jornal para embrulhar
Os leitores mais atentos do @Verdade elegem como uma Xiconhoquice a atitude de alguns cidadãos que recebem o jornal para fins dignos do nosso repúdio, tal como embrulhar certos bens.
Na óptica dos que elegeram esta Xiconhoquice, um jornal é um meio de transmissão de informação que precisa de ser explorado profundamente e, em caso de inutilização, poder ser cedido a um outro leitor como forma de dar oportunidade aos outros cidadãos de ter acesso à informação.
Os leitores com acesso ao jornal e que não o queiram ler, precisam de, no mínimo, respeitar, bem como dignificar o trabalho dos jornalistas e de toda a máquina que está por detrás deste papel cheio de palavras úteis.

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