sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Unita e governo assinam acordo de paz em Angola

 
A morte de Jonas Savimbi levou ao novo acordo
A morte de Jonas Savimbi levou ao novo acordo
O Exército de Angola e o grupo rebelde Unita assinaram um acordo para pôr fim a 27 anos de guerra civil.

A assinatura do acordo na cidade de Luena foi acompanhada por um representante das Nações Unidas e, segundo a TV RTP de Portugal, o documento deverá ser ratificado na capital, Luanda, na próxima semana.

"Os dois lados prometem pôr fim às hostilidades e restabelecer a paz em todo o território angolano", afirma o documento assinado pelo vice-comandante do Exército, general Geraldo Nunda, e o comandante-chefe da Unita, general Abreu Kamorteiro.

Se confirmado na prática, o acordo vai terminar com um conflito que matou mais de 500 mil pessoas e levou mais de 4 milhões de angolanos a deixar as suas casas.

Otimismo

O comandante da Unita se disse otimista com o acordo: "Tenho certeza de que este ato irá restabelecer a paz definitiva em Angola".

As negociações de paz ganharam força depois da morte em batalha do líder da Unita, Jonas Savimbi, no mês passado.

Com sua morte, o Exército angolano declarou um cessar-fogo unilateral, abrindo caminho para as negociações.

O processo de paz foi apoiado pela liderança política da Unita, apesar de temores de que estariam praticamente presos em Luena.

Mas notícias de que rebeldes da Unita teriam matado 15 pessoas na cidade de Benguela na sexta-feira geraram dúvidas sobre a assinatura do acordo.

Diamantes

Segundo a correspondente da BBC, Hilary Andersson, Angola foi totalmente destruída pela guerra, com muitas cidades transformadas em ruínas.

Mas, segundo ela, o comércio de diamantes operado pela Unita pode representar um incentivo para que muitos mantenham o conflito.

Hilary Andersson ressalta que o grau de união do movimento rebelde após a morte de Jonas Savimbi será crucial para que o acordo de paz seja honrado.

A guerra civil eclodiu em Angola logo após a independência em 1975, depois de uma luta de 14 anos contra o regime colonial português.

Com a independência, os socialistas - com apoio soviético - assumiram o poder do governo central, iniciando a guerra civil contra os rebeldes da Unita, inicialmente apoiados pela África do Sul e os Estados Unidos.