sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Oposição fala do X Congresso da Frelimo

 
“Foi ostentação da acumulação duvidosa da riqueza”
- Afirma a Oposição de Mãos Dadas, um grupo de quase duas dezenas de partidos.
Maputo (Canalmoz) - “A Frelimo construiu uma cidade para realizar um mega-congresso, um dos maiores de África e do Mundo.
Mas os nossos hospitais não têm camas nem medicamentos; muitas das nossas escolas não têm carteiras nem portas; as nossas estradas estão danificadas quer nas cidades quer nas zonas rurais; os jovens não têm casas, as que estão sendo construídas pelos chineses estão fora do alcance dos seus bolsos, constituindo uma autêntica marginalização desta faixa etária, pois o custo duma casa do tipo-I, por exemplo, no Bairro de Intaka, é de cerca de USD65.000,00, o que não é suportável para qualquer jovem comum”. Assim é a reacção dos partidos da oposição ao X congresso do partido recentemente realizado em Pemba.
Os 18 partidos da Oposição de Mãos Dadas (OMD), chamou quinta-feira a Imprensa, na sua sede, na cidade de Maputo, para emitir o seu posicionamento com o que vou em Pemba. No final, o grupo emitiu um comunicado deveras crítico para com a pompa que foi o congresso do partido no poder. Passamo-lo na integra.
“A Oposição de Mãos Dadas-OMD, constituída pelos Partidos: RENAMO, PASOMO, PALMO, PANADE, PUN, PEMO, PRDS, PLDM, PRD, PARTONAMO, UNAMO, PAREDE, PSM, PDNM, PSDM, PACODE, PLD e PPD, tendo acompanhado atentamente o X Congresso da FRELIMO, realizado em Cabo Delgado, cidade de Pemba, concretamente em Muxara, de 23 a 28 de Setembro do corrente ano, tendo, após o qual, reunido em sua sessão extraordinária para apreciação do mesmo, no dia 1 de Outubro do corrente ano, chegou às seguintes conclusões:
1. O 10º- Congresso foi, quanto a nós, o Congresso da vergonha, considerando que não faz sentido que num país com enormes dificuldades financeiras e económicas, o Partido FRELIMO tenha gasto somas avultadas na ordem de USD8000.000,00.
A FRELIMO construiu uma cidade para realizar um mega-congresso, um dos maiores de África e do Mundo. Mas os nossos hospitais não têm camas nem medicamentos; muitas das nossas escolas não têm carteiras nem portas; as nossas estradas estão danificadas quer nas cidades quer nas zonas rurais; os jovens não têm casas, as que estão sendo construídas pelos chineses estão fora do alcance dos seus bolsos, constituindo uma autêntica marginalização desta faixa etária, pois o custo duma casa do tipo-I, por exemplo, no Bairro de Intaka, é de cerca de USD65.000,00, o que não é suportável para qualquer jovem comum.
Afinal, o que o Governo tem estado a fazer? Não é dever do Estado promover a construção de casas acessíveis para os cidadãos mais desfavorecidos?
2. Na verdade, o 10º- Congresso da FRELIMO foi mesmo o congresso de vergonha, se não vejamos:
- Os congressistas na sua maioria foram familiares: pais, filhos, avós, netos, sobrinhos, cunhados, enteados, madrastas, incluindo os sequestradores.
- Enquanto decorria o 10º- Congresso da FRELIMO, em todo o nosso país não se verificou nenhum acto de sequestro, por sinal, tudo indica que os sequestradores estavam lá no Congresso.
- Durante o Congresso, o presidente do partido FRELIMO disse que estava preocupado com os partidos, referindo-se aos partidos da Oposição tanto representados no Parlamento como os sem assento no Parlamento! Até que ponto ele se preocupou com a Oposição? Desde que entrou no poder, alguma vez solicitou um diálogo com os partidos? Esperemos que, a partir do X Congresso comece a prestar atenção aos partidos da Oposição, criando um ambiente de diálogo sério e franco sobre as questões mais importantes de interesse nacional, sob pena de as suas palavras terem sido apenas um discurso de praxe.
3. Igualmente, quanto a nós, o X Congresso foi mais um Congresso:
- ou de ostentação da acumulação duvidosa da riqueza,
- ou da exibição do despesismo ou delapidação do erário público.
Além disso, quanto a nós, significou a paralisação por uma semana da função pública ao nível mais alto das Instituições! Com efeito, foram a Pemba:
- Todos os Ministros e respectivos ajudantes de campo,
- Os 11 Governadores das Províncias,
- Todos os Administradores Distritais,
- Os 41 Presidentes dos Conselhos Municipais da FRELIMO, com excepção dos 2 Presidentes da Beira e de Quelimane.
-Todos os PCAs das Empresas Públicas,
- Os magníficos Reitores das Universidades Públicas e Institutos Superiores Politécnicos”. (Redacção)

1 comentário:

Anónimo disse...

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