quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O 7 Setembro de 1974 em Moçambique – O Drama de quem Não era Frelimista

O drama dos brancos em Moçambique, começou com o acordo de Lusaka, ao qual Mário Soares presidiu e no qual foi assinado a entrega de Moçambique aos terroristas (assim eram conhecidos e tratados), algo que deixou toda uma população de milhares de brancos em estado de choque, causando um clima de pânico e de alarmismo jamais vividos naquele terrítório. Como podia ser? Então o 25 de Abril, com tantas promessas de Liberdade culminou nisto? Entregar Moçambique desta maneira sem garantias para os brancos, sem um referendo, sem nada? Repentinamente e espontaneamente milhares e milhares de brancos, tomaram conta das cidades incluindo a capital, Lourenço Marques.
Eu estava em Johannesburg e de manhã ao ligar para a bem conhecida estação sul-africana, emitida a partir do Rádio Clube de Lourenço Marques e conhecida como a LM RADIO, ouvi uma mensagem muito intrigante, algo como AQUI MOÇAMBIQUE LIVRE, VIVA MOÇAMBIQUE LIVRE, e depois vários discuros e ao mesmo tempo pediam ajuda ao governo sul-africano para o rápido fornecimento de armas. Estas mensagens eram dadas em Portugues e Inglês e eu de imediato telefonei ao Marques, um amigo da família, que tinha vindo de Lourenço Marques trabalhar para Rustembrug, numas minas de ouro perto de Johannesburg. Ele tinha dois filhos, a Eunice e o Orlando e ambos tinham casado com sul-africanos. O marido da Eunice tinha subido muito e trabalhava no governo central junto do Primeiro Ministro. O Marques, alarmado, contactou-o e deu-me o número dele, e quando falei com ele, eles em Pretória, já estavam informados do que se passava e ele garantiu-me que um cargueiro com toneladas de armamento estava para sair de Durban a qualquer momento e camiões da tropa sulafricansa, já estavam na fronteira com armamentos também. Ele era muito amigo dos portugueses e falava português.
Entretanto os apelos continuavam e pediam que todos os portugueses e sul-africanos se deslocassem para Lourenço Marques, para ajudar, o que eu fiz de imediato. Quando cheguei a Lourenço Marques, não queria acreditar, era uma festa autêntica!
Milhares e milhares de brancos com as bandeiras de Portugal, corriam por todo o lado acenando e com o sinal de Vitória cumprimentavam-se uns aos outros. Ouvia-se constantemente insultos a Mário Soares e outros, e com os transistores ligados, ouvia-se o Hino Nacional constantemente e a canção “Grândola Vila Morena“!
Em Lisboa, Cunhal e o embaixador da União soviética uivavam de raiva, pois tinha que se parar com esta contra-revolução.
Entretanto chegou uma delegação de sul-africanos a Lourenço Marques, e lembro-me deles terem perguntado quem era o dirigente daquele levantamento e vários apresentaram-se como representantes de vários partidos políticos. Era uma grande confusão. Não havia nenhuma coesão nem ninguém se entendia. Eram os democratas, os Fico os Federalistas e os sul-africanos estavam estupefactos, pois não havia ninguém a liderar.
Entretanto o governo de Lisboa, informou o governo sul-africano que ficasse de fora deste assunto interno de Portugal, pois correria o risco de uma confrontação internacional, com a intervenção de tropas portuguesas e não só e então os sul africanos estavam perante uma situação muito grave. Por um lado a desorganização dos brancos, e por outro as ameaças dos governantes de Portugal, pelo que ficaram em stand by. Em poucos dias, foi desmobilizado o levantamento, a tropa portuguesa armou os negros dos bairros periféricos do Maputo e outras cidades, e milhares de negros entraram pelas cidades a dentro munidos de catans e armas, fornecidas pela tropa portuguesa e chacinaram milhares de brancos.
Nunca na História de Portugal contemporâneo houve um genocídio desta envergadura perpretado por portugueses contra portugueses, nem por ninguém.
Milhares e milhares de brancos foram assassinados na maior das selvajarias. Só no Hospital Miguel Bombarda viam-se centenas e centenas de cadáveres, que com o calor, já deitavam um cheiro nauseabundo. Os negros por onde passavam matava tudo quanto era branco, até animais. A minha irmã que era analista naquele hospital, fugiu aterrorizada e ficou de tal maneira traumatizada que durante anos nem podia ouvir falar em Moçambique nem nada que se referisse à “independência” deste território.
Os comunistas conseguiram os seus intentos e Moçambique que desde 1498 era território Português, passou a ser um satélite soviético, onde durante anos só se viam russos, alemães de Leste e cubanos.
O 7 de Setembro devia ser declarado como um Dia de Luto Nacional, só que os portugueses em Portugal, na sua maioria não sabem o que lá se passou. Nem nunca este sistema em que vivemos o deixará saber.

1 comentário:

Anónimo disse...

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