segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Começou a confrontação ou simplesmente é uma estratégia baseada na pressão?

Canal de Opinião
Por: Noé Nhantumbo
 
- Onde está o diálogo construtivo?
- Onde encontrar moderação num diálogo de “surdos e mudos”?
Beira (Canalmoz) - O dia em que se assinala a morte em combate de André Matsangaice foi marcado pela deslocação do líder da Renamo para as matas de Gorogosa e a remoção da estátua do primeiro presidente da Renamo, André Matsangaice, na Beira.
Moçambique, país que recentemente comemorou 20 anos da assinatura do Acordo de Paz de Roma parece encaminhar-se para uma incerteza quanto ao seu futuro político.
Uma situação que bem se pode caracterizar de um acumular de vantagens por parte de um dos signatários do acima citado acordo está paulatinamente empurrando o outro para o desespero político. Com um número considerável de ex-guerrilheiros desmobilizados e não socialmente reintegrados, sobre a pressão sobre a liderança da Renamo para que se encontre uma resposta às preocupações de milhares de pessoas que praticamente vegetam no país.
O regresso ao discurso duro e incisivo da liderança da Renamo não é um facto novo mas em abono da verdade é preocupante.
Será que os ex-guerrilheiros estão encostando seu líder à parede?
Da capital, Maputo, não há reacção. Será que o silêncio foi eleito estratégia a seguir? Ou tudo faz parte de uma avaliação mais abrangente que pretende encurralar o líder e eventualmente adoptar-se uma solução como a angolana? O tempo não é para vaticínios mas para a tomada de medidas sérias que preservem a paz e a estabilidade no país.
Quando uma parte de um acordo como ao de Roma se manifesta contrária ao status e procura trazer dossiers que considera mal parados e conduzidos há razão para que os moçambicanos se preocupem. Os que verifica neste momento é uma aparente ausência de estratégia entre interlocutores militarizados que podem fazer a paz entra em derrapagem.
Convém que as autoridades governamentais, os partidos políticos, especialmente a Frelimo e a Renamo não cometam a asneira de desprezar o potencial de violência que está refém de uma abordagem sem tabus nem secretismos.
Não queremos vaticinar um desfecho inapropriado ou perigoso para actual situação que se desenvolve no país.
O comodismo, o silêncio, recurso a estratégias obscuras, avaliações erróneas podem levar este barco que é Moçambique, a um “porto muito mau”.
Há como que uma tendência de regresso a cenários dantescos. Há’ forças sinistras procurando colocar seus interesses acima de tudo.
É processo democrático que está sendo colocado em risco e isso pode muito bem ser estratégia de alguns moçambicanos.
Se não há paz nem segurança não haverá eleições, ou não é essa a lógica?
Existem razões para desconfiar de tanta teimosia entre pessoas que até se conhecem. Porque não se sentam e discutem de uma vez por todas todos os assuntos? Será tão complicado criar condições para um diálogo construtivo?
Poderá ser que Maputo espera que a Renamo e o seu líder recebam condenação internacional por esta acção de aquartelar militares e depois partir para uma acção mais vigorosa de algum tipo. Pode também ser o caso de uma surpresa que apanhou o governo de Maputo com as “calças na mão”. Esperavam tudo mas não o que Dhlakama fez.
Qual será o caminho a seguir? Atendendo a experiência de encontros anteriores, entre Guebuza e Dhlakama, que até aqui nada produziu de concreto é óbvio que os cidadãos desconfiem tanto da postura como dos interesses que movem estes dois líderes.
A diplomacia internacional, nomeadamente a Comunidade de Santo Egídio, patrocinadora do Acordo de Roma, parece relativamente distraída e não estando a fazer as leituras pertinentes em relação à evolução da situação no terreno. De uma maneira até certo ponto habitual o circuito diplomático em Maputo multiplica-se em encontros, conferências, visitas, banquetes e comemorações mesmo que não ignore que a situação da maioria dos moçambicanos é precária.
Numa altura de escassez de recursos financeiros altamente condicionada pela crise financeira internacional a preocupação de muitos governos é verem suas companhias ganhando concursos de exploração de recursos naturais em Moçambique.
A guerra do passado parece esquecida e após tentativas de relativo sucesso de solução na Guiné-Bissau e em Angola, pode haver aqueles que pensem e considerem que a questão moçambicana, o “caso Renamo”, também se pode resolver de maneira similar. A eliminação física de opositores não traz a paz nem a estabilidade desejada e necessária. Só produz adiamentos, vinganças, instabilidade e intolerância.
Não podemos ficar sossegados quando os responsáveis políticos se recusam a dialogar de maneira efectiva e trazendo resultados que demonstram cometimento sério para com a paz e estabilidade no país.
Com o PR ausente, na Europa, em Maputo para que ninguém está autorizado a falar. Há um vazio perigoso no poder e esta paralisia, a falta evidente de iniciativa pela parte do governo é indicativo de ausência de uma estratégia consequente.
Se durante algum tempo os moçambicanos acreditavam que a intenção de diálogo entre Guebuza e Dhlakama era bem-vinda, o seu resultado demonstra que os políticos continuam enganando-se e perigando a paz.
Se na Costa do Marfim, Quénia, Zimbabwe, RDC rebentaram conflitos por razões distintas mas similares quem nos garante de que a pobreza estratégica de políticos moçambicanos, o emaranhando de seus interesses privados não nos coloque na rota da guerra?
Agora é altura dos “diplomatas natos” como Joaquim Chissano mostrarem o seu peso e influência entre portas. Queremos a paz e exigimos que o governo e a Renamo se coloquem à disposição do diálogo. Não vai ser o poder militar das FADM ou da FIR que vão resolver os dossier reivindicados pela Renamo.
Fugir ao diálogo, para além do potencial de provocar uma nova guerra pode significar a paragem de todo um processo democrático, interromper o ciclo eleitoral periódico e criar condições para a declaração de estado sítio, limitação das liberdades democráticas e todo um cenário inimaginável. Não queremos nada disso e nem queremos que as eleições presidências de 2014 não se realizem. Não queremos uma situação como a angolana se repetindo em Moçambique
Acreditamos que há senso e sentido de responsabilidade que vão vencer egoísmos exacerbados a bem da nação… (Noé Nhantumbo)

1 comentário:

Anónimo disse...

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