quinta-feira, 11 de outubro de 2012

16.10 – Dia Mundial da Alimentação

16.10 – Dia Mundial da Alimentação
Comemora-se no próximo dia 16.10.2012 o Dia Mundial da Alimentação. É sobre a alimentação que gostaria de tecer algumas considerações.
Um bilião de pessoas por esse Mundo fora enfrenta graves carências alimentares, deitando-se quase invariavelmente de estômago vazio, para acordar de manhã, no dia seguinte, e reiniciar o ciclo rotineiro de procura de algo com que mitigar a fome.
Vêem os seus filhos a enfraquecer, incapazes de se deslocar à escola, e até mesmo incapazes de brincar.
Estas cenas trágicas vão-se tornando muito comuns à medida que o número de esfomeados vai aumentando dia a dia.
Não há razão para que isto aconteça, pois o Mundo tem recursos suficientes para alimentar a todos os seus habitantes.
Muito pouca gente que vive em cidades devem saber o que é ser verdadeiramente esfomeado, pois esta não é apenas uma situação algo desagradável, mas sobretudo o factor número um de risco de saúde no Mundo.
Segundo estatísticas, como resultado de causas relacionadas com a fome, morrem diariamente 25 mil pessoas, sendo que a maior percentagem é de crianças.
A malnutrição, especialmente entre as crianças, está a aumentar, com grande incidência nos chamados países do Terceiro Mundo. E enquanto as crianças nestes países morrem de subnutrição, no Ocidente, portanto, no chamado Primeiro Mundo, as crianças morrem de doenças decorrentes da obesidade.
Lembro-me e gostei do movimento iniciado no seio da igreja cristã em Moçambique, nos últimos anos do século passado, que tinha como objectivo transformar armas em enxadas. Mas melhor ainda seria desenvolvermos campanhas a nível mundial, para se transformar as fábricas de armamento de guerra em fábricas de enxadas, charruas e outros aprestos agrícolas, pois apenas transformar as armas existentes em enxadas não resolve o problema quando as pequenas e grandes fábricas de equipamento bélico continuam a fabricá-las.
Hoje toda a Humanidade está a beira do abismo da destruição devido à produção de armas de destruição maciça.
Devíamos dedicar-nos mais ao trabalho e à agricultura, a fim de nos tornarmos auto-suficientes em matéria alimentar, deixando assim de dependermos dos outros.
A nossa terra é fértil, dispondo de recursos hídricos invejáveis, pois possui uma imensidão de rios e lagos, para além de que chove com alguma regularidade. Por conseguinte, se trabalhássemos afincadamente na agricultura, a produção daí resultante seria suficiente para alimentar todo o país.
A carência de alimentos é uma situação criada pelo próprio Homem ao manipular as leis de procura e oferta, devido a interesses comerciais dos países desenvolvidos, pois países há, que destroem anualmente, lançando ao mar, milhares de toneladas dos seus excedentes em cereais e outros produtos alimentares, com o objectivo de manter ou aumentar os seus preços, para a obtenção de lucros exorbitantes.
Como é que se pode falar de carência de produtos agrícolas quando há excedentes? Que paradoxo!
Segundo o UNICEF, com USD 40.000.000.000,00 (quarenta mil milhões de dólares) é possível providenciar serviços básicos de alimentação e educação a todos os habitantes da Terra. Entretanto, o Mundo gasta anualmente USD 600.000.000.000,00 (seiscentos mil milhões de dólares) em material bélico.
O custo de apenas um míssil intercontinental dá para alimentar 50 milhões de crianças esfomeadas em África, Ásia e América Latina, podendo-se ainda edificar 65.000 centros de saúde e 34.000 escolas primárias.
O custo de um avião lança-mísseis com ogivas nucleares dá para construir 75 hospitais com capacidade unitária de 100 camas. E com o custo de um submarino nuclear podem-se construir 40 mil casas populares.
Segundo o presidente do Comité Permanente da Cruz Vermelha Internacional e do Crescente Vermelho, o que a Liga dos Comités de Crescente Vermelho e da Cruz Vermelha Árabe gastaram em 1985 a favor das vítimas da fome em África, salvando a vida de 1.500 mil pessoas, é inferior ao custo de três minutos de produção de armamento destrutivo (In Jornal Musslim World League, edição de 26.10.2001).
Portanto, eliminar a fome e salvar vidas humanas não é difícil se o Mundo reduzir os gastos decorrentes da produção ou aquisição de armamento, dedicando-se mais à produção de alimentos e investindo mais nos meios de produção agrícola.

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