Luanda – O fim da era José Eduardo dos Santos e a transição para águas desconhecidas que o MPLA nunca enfrentou naturalmente desde a independência, é um drama que todo Angolano acompanha com interesse, pois todos os seus cidadãos tentam o seu melhor para adivinhar o que o futuro reserva para a nação.
Fonte: Club-k.net
A historia recente dos Partido mais antigos ainda no poder: Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte (1948)
A historia recente dos Partido mais antigos ainda no poder: Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte (1948)
Partido Comunista da China (1949)
Partido de Acção Popular [Singapura] (1959)
Partido Democrático do Povo Camaronês (1960)
Partido Comunista de Cuba (1965)
Partido de Acção Popular [Singapura] (1959)
Partido Democrático do Povo Camaronês (1960)
Partido Comunista de Cuba (1965)
Os Partidos políticos do mundo, que mais tempo fizeram no poder ou continuam:
México - PRI - 71 anos
Partido Colorado - Paraguai 61 anos Direita
Japão - Democrata Liberal Pary Desde 1955-
Partido Comunista de Cuba - continua
Acção de Acção Popular de Singapura - continua
México - PRI - 71 anos
Partido Colorado - Paraguai 61 anos Direita
Japão - Democrata Liberal Pary Desde 1955-
Partido Comunista de Cuba - continua
Acção de Acção Popular de Singapura - continua
Aqui na região da SADC, o partido político fundador da Zâmbia - UNIP do Presidente Kenneth Kaunda, e o partido fundador do Congo - (MNC) Movimento Nacional do Congolais do Lumumba, e eventualmente o MPR (Movimento Popular da Revolução) do Mabutu caíram na desgraça e desapareceram depois de ter sido ferozes e visto como invencíveis e desapareceram completamente do cenário politíco nesses paises.
No Malawi o partido fundador to Kamuzu Banda MCP (Malawi Congress Party) quase que também desapareceu depois da derrota eleitoral em 1994 que viu o fim do então Presidente Vitalício.
Essa experiência do desaparecimento dos movimentos de libertação da independência que se transformaram em partidos políticos dominantes, aconteceu não apenas em África, mas também em outros países do Terceiro Mundo além da África como na; Ásia, América Central e do Sul.
Portanto, é imprudente que qualquer um desses partidos históricos de ex-colónias ocidentais não assumam como certo que trazer independência é manter seus cidadãos sob resgate e exigir que permaneçam no poder eternamente supostamente com o raciocínio moral de serem libertadores.
Com isto escrito acima; resta saber se o MPLA, que até agora tem sido o Mestre de adaptação a cada nova fase que Angola passou desde a independência, se preparou o suficiente ou seja aprendeu com a história dos colapsos da libertação dos partidos políticos depois de longos períodos de governar.
A luta dentro do MPLA é feroz e muito pública, especialmente pelos filhos descontentes do antigo Presidente da nação - Zedu, que ainda é o Presidente do MPLA. Atrás das crianças há um grupo de capangas e discípulos eternamente privilegiados que acumularam milhões de riquezas para se tornarem parte dos mais ricos do mundo.
A mensagem do grupo decaído é que as riquezas acumuladas devem ser consideradas como legitimamente suas e o país deveria simplesmente seguir em frente e tentar resolver a crise criada pelo saqueio implacável, a sangue-frio, dos cofres do governo. Estas riquezas vieram directamente das receitas de vendas de petróleo e diamantes e bilhões de dólares das linhas de créditos, principalmente da China.
A parede de vidro da economia que mais crescia no mundo que Angola foi retratada pelos governantes milionários, quebrou com um grande estrondo, de tal forma que até mesmo o mais burro Angolano foram acordados pelos destroços do castelo.
A profundidade da pilhagem e até mesmo a velocidade com que foi feito nos últimos meses do ex-presidente, surpreendeu completamente a nação e especialmente alguns que o consideraram em alta estima por seu papel humanitário de como a guerra foi encerrada.
O enorme contraste entre a humanidade que ele mostrou ao acabar com a guerra e as dificuldades e o colapso que permitiu do tecido económico e social da nação, é entristecedor e inacreditável. A total responsabilidade, insensibilidade e sangue frio da pilhagem da riqueza de Angola que chegou ao domínio público, pelo pequeno grupo privilegiado, é como assistir a diferentes filmes sobre o mesmo enredo.
O colapso total das novas infraestruturas de hospitais e clínicas, escolas, estradas e outros equipamentos sociais relacionadas, é apenas inacreditável. Apenas pessoas anti-patrióticas sem coração podiam ter feito o que aconteceu.
As histórias de terror que pareciam pertencer à Nigéria, RDC do Congo, Guiné Equatorial, etc, vieram nas casas e todas as vidas dos Angolanos sem piedade e vergonha. A vaidade e supremacia falsa dos Angolanos totalmente destapada!! As palavras de “Estamos sempre a subir,” orgulho mal colocado de nós sermos uma espécie inteligente diferente de ouros Africanos, é agora substituído pelos coçar de cabeças em gestos de vergonha e descrença do que nos atingiu. Temos bilionárias do mundo e com hospitais sem paracetamol, mortes endémicas e crianças a estudarem em baixo de árvores sentados nas pedras. Uma vergonha nacional!
Mesmo assim, o MPLA continua insistir nas opções de pessoas falidas que contribuíram imenso directamente na miséria que temos hoje. Parece um cancro ou pior. Pelo menos o cancro tenta-se combater e a cura é que é ilusória. O ciclo vicioso de nomear pessoas que pertence ao escolhido grupo de dirigentes e seus familiares em detrimento de quadros competentes que não seja partidários ou próximo de simpatias parece não ter o fim.
Durante estes anos, o MPLA teve sempre uma vantagem de ser a opção das classes e elites ou classe media do país. Mesmo nas ultimas eleições, o JLo teve o beneficio da dúvida pela maioria dessa classe que ainda não vê nas opções politicas existes como solução em altura de dirigir o país.
É nesse grupo que milhares de quadros Angolanos capazes mas sempre ignorados pela conveniência política se encontram. São na maior parte pessoas que gostam de trabalhar e com muito orgulho e autoestima sobre o valor que representam.
Quanto mais tempo esse grupo será fiel ao MPLA, deixa muitas duvidas pelos acontecimentos que destaparam a mentir em que vivemos para hoje o país estar na miséria que está enquanto uns tantos exibem uma riqueza fora do real.
Acredito que as eleições de 2022 serão uma outra viragem do quadro político Angolano através da opção do voto nas urnas. As autárquicas poderão ter uma pequena indicação do futuro próximo mas por serem algo selectivo e não em todo território nacional, duvido que os resultados tenham um sinal cientifico do qual poderemos fazer a leitura das possibilidades das gerais de 2022.
Mas seja qual for o resultado das autárquicas, em 2022 Angola entrará mais numa outra fase de crescimento e maturidade política. Há grande possibilidade de termos um Parlamento onde não surja um Partido dominante que forçará que os assuntos tenham contribuição e anuência de outros partido e até mesmo há grande possibilidade do surgimento dum governo de coligação.
A última cartada do Zedu
Não há duvida nenhuma que o Jlo apareceu como a ultima carta no jogo pelo que se vê no seio da população com alto sentimento contra os políticos por causa dos males que nos afectam dia a dia quando fomos abençoados com um país tão rico.
Aqui sem duvida, Zedu foi inteligente por reconhecer os factos e levantamentos trazidos a ele provavelmente pelos serviços da Segurança que viram a possibilidade ou perigo dum levantamento popular perigoso sem precedentes que teria acontecido se na liderança de Angola fosse indicado um dos saqueadores do erário publico.
A delinquência de alguns frustrados e aproveitamento da situação pelos preguiçosos criminosos, no fundo mostra as ondas instáveis de descontentamento escondidas no corações e veias de milhares de cidadãos.
O debate sobre o arrependimento ou não do Zedu sobre o recurso ao Jlo para salvar afundamento do MPLA pós 2017 continua dominado por muitas especulações. Mas em termos políticos, foi acertada para acalmar os ânimos da população e o colapso de consideração para Angola pela a comunidade internacional.
A inversão dos valores fundamentais da sociedade
Tínhamos um país onde a ilegalidade virou prestigio e os bons viraram os vilões. Ladrões do erário publico viraram os VIP e venerados sábios da nação. O roubo era bem vindo e exibido publicamente em grandes festas, pessoais, de organizações e empresas e galas. Era insustentável o país que tínhamos. Totalmente uma utopia!!
Dizia eu na altura que a bajulação era o negocio mais rentável e fácil. Só os fortes conseguiram resistir de não ter os milhões nas suas contas em Angola e no estrangeiro. Lembro de alguém que disse mesmo abertamente, “O teu problema é orgulho e respeito pela ética. O comboio vai te passar e será tarde de mais quando precisares de o apanhar.”
Até uns parentes também ficaram furiosos por não fazer os que todos estavam a fazer. “Cuide da tua família e outros próximos. O país está assim e tua és as nossa porta e bênção. O país está assim e assim será pelo menos 100 anos!” Claro que hoje poucos admitem o que diziam e agora me respeita, mais mas na altura o desprezo e falta de respeito por eles era transparente.
Os conselheiro mais confiados do Zedu até fizeram lhe passar por vergonhas que eram difícil entender mas que de facto convenceram o ex Presidente que era isso que a opinião pública esperava dele. Coisas altamente vulgares onde os piores exemplos da sociedade e delinquentes era recebidos no tapete vermelho alegando que eram populares nos bairros periféricos e base do apoio do MPLA.
As grandes cabeças deste país e exemplos morais foram banidos porque tinha com eles a verdade que podiam contar como realmente estavam as coisas. A verdade virou mentira e a mentira virou verdade e princípio fundamental.
Até houve bloqueios de emissoras internacionais por ter publicado varias materiais sobre a realidade que milhares viviam. E uma pequena e influente segmento da população apoio as medidas alegando a necessidade da defesa do interesse nacional. Como nas grandes sociedades autocráticas, ate ler certos livros era razão para acusações graveis contra o estado. Até dava para lagrimar o caminho onde nos tínhamos metido.
A normalização da corrupção
A normalização da corrupção
Parecia uma comédia. Assim que foi anunciado pelo Zedu o combate rigoroso que Angola iria fazer contra o vírus da corrupção até ser derrotado, dando a iniciativa o nome de "Tolerância Zero," paralelamente os indicies subir para os piores números do mundo. Tão logo que ficou evidente essa vergonha, a Tolerância Zero simplesmente sumiu das iniciativas e menção do programa do governo.
Os contratos milionários do governo e principalmente da linha do credito Chinês, tornou-se aceitável as cobranças de pelo menos 30% antes do inicio ou conclusão de obras. O palco giratório dos negócios era o Ministério do Planeamento e Finanças. Quem tinha parentes, amigos e conhecidos nestas instituições veio a ser milionário em dólares em poucos dias. Até homens feios viraram Príncipes e senhoras Princesas.
Negocio ilegal de ocupação de terrenos
As independências são feitas para repor os terrenos aos verdadeiros donos. Sem terreno não existe país. Aqui saiu o Colono mas veio outro que era irmão ou irmã Angolana. Milhares de hectares foram ocupados ilegalmente sob o pretexto de ordens superiores do Presidente Zedu e a necessidade estratégica de manter reservas no interesse da nação para futuros projectos governamentais.
Os governadores foram simplesmente intimidados a assinar terras incrivelmente enormes, conforme ordenado pelos homens mais fortes do Presidente, quando na maioria dos casos, Zedu não sabia nada sobre isso.
Neste jogo sujo também introduziram os filhos e parentes do Presidente como forma de auto protecção. Infelizmente alguns destes filhos e parentes adoraram a ideia e foram também usurpando terrenos que era do seu interesse.
Isso teve um efeito de bola de neve e os governadores e administradores também viram uma oportunidade e entraram no negócio. Logo a questão da terra tornou-se um “cocktail” de vários interesses e uma causa de muitos crimes e mortes. Hoje a maioria dessas terras está vazia em detrimento do estado.
Os efeitos secundários na sociedade
Os políticos e seus vícios, automaticamente passar a sua doença à população em geral. A sociedade também entrou na letargia e um conformismos assustador. O desleixo na abordagem da organização local da sociedade virou cultura que continua até hoje.
O lixo, a vandalização do património público, excesso de velocidade, pedido de suborno (gasosa pelas instituições publicas), desrespeito a sinalização e travessias nas ruas etc, etc. Tudo que é um grande sinal dum país em queda livre, totalmente em falência.
Os “ricos”
Os “ricos”
Em Angola não temos ricos genuínos. A independência encontro alguns de nós com alguma estabilidade económica mas não necessariamente ricos. Claro que alguns filhos dos colonos tiveram a herança mas o número e tão pequeno que nem merece ser referenciado. Depois o país mergulhou numa guerra que só terminou em 2002.
O começo do mercado livro foi em 1993 depois das eleições multipartidárias. Portanto, é fácil ver que os milhões que as pessoas têm, não são fruto dum trabalho e investimento árduo nos negócios legítimos.
Nossos ricos não conseguem nem se levantar diante do escrutínio internacional em fóruns mundiais porque não conseguem explicar as fórmulas usadas para construir os impérios das empresas que possuem.
Os milhões de membros
Os milhões de membros do partido e o tamanho da população e coisa que os partido libertadores sempre confundir, porque raramente conseguem diferenciar entre o simples cidadão e o activista do partido.
Países organizados não apostam e ter números elevados de membros equivalente ao numero populacional. Apenas nos países Comunistas ou Socialista fazem essa ligação e necessidade. Essa teoria, é desastrosa porque quando os cidadãos fartam-se, aí acontece também a queda livre desses partidos com risco de desaparecimento total como aconteceu em vários países citado em cima.
Melhor forma de longevidade, é reconhecimento dos erros cometidos
O meu conselho para o MPLA seria de eles reconhecerem dessa maldade feita e tirar de fora todos aqueles que estão associados com o saque. Pelo menos a maioria. As modificações cosméticas não vão pegar a longo prazo. Até porque a lua de mel já passou!
Não existe orgulho nenhum de ver um Fundo Soberano numa situação parece um brinquedo infantil. Afinal soberania é quê? Diamantes vendidas a 35-40% abaixo do valor real. Fez-se um reboque de empresas privadas pelos órgãos do estado sem que houvesse nenhuma critica aberta porque daria na perda do ganha pão!
Nem havia remorso das mortes infantis e mulheres para qual o parto ficou sinonimo de morte! Este não é espírito dos Angolanos! É hora de acabar seriamente com isso. Temos que recomeçar a construção do país trabalhando com todas as forças e quadros desta nação.
Os perigos da passividade
Nos países das maiores Democracias do mundo, a passividade dos cidadãos é óbvio porque conseguiram de criar mecanismos sustentáveis que garante a continuidade da sociedade e a sua estabilidade. Mas nos países do Terceiro Mundo, a Passividade surge da exclusão propositada e descredibilidade das eleições.
As pessoas ficam habituadas com a passividade porque acham que as coisas nunca irão mudar e assim mesmo com o surgimento dos sistemas multipartidárias, raramente eles pensam que é necessário a sua participação e engajamento continuo para que haja mudanças e melhorias.
As pessoas ficam com a mentalidade de esperar que os outros façam a mudança para eles em vez de serem pro-activos. Os sistemas do poder deliberadamente semeiam a noção de que a Política tem dono e pertence apenas a um grupo de escolhidos. Em Angola isso é evidente. Até existe vozes que querem limitar as organizações politicas.
A passividade e letargia são tão perigoso porque são mães do radicalismo. O radicalismo e filho da passividade e desespero onde a vida parece não ter mais valor ou saída.
Minha missão é diferente. É aquele que traz de volta a respeitabilidade, trabalho árduo, ética, esperança e determinação.
Minha missão é diferente. É aquele que traz de volta a respeitabilidade, trabalho árduo, ética, esperança e determinação.
Angola não está perdida. Como aconteceu com a nossa experiência com a guerra, agora todos podemos trabalhar juntos contra o saque de fundos públicos, tráfico de influência, exclusão, miséria e pobreza; para que tudo isso seja uma coisa do passado e deveria ser impedida para que nunca venha fazer parte da sociedade Angolana.
A corrupção nunca pode ser erradicada no mundo, mas pode ser reduzida a níveis tão pequenos que não podem desestabilizar a nação. Esta missão, felizmente, só é possível removendo o grupo podre responsável da desgraça e trabalhando com pessoas sérias de boa fé. Uma pessoa corrupta não pode lutar contra a corrupção, muito menos erradicá-la.
Angola é de todos nós e também a sua vasta riqueza. Angola não é uma empresa privada a fazer caridade para o seu povo!!
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