Luanda - A direcção do MPLA (quantos com as mãos frescas de sangue) continua a assassinar em Maio, através da omissão, extrema arrogância e mentira a memória de milhares e milhares de ex-militantes, órfãos, viúvas e sobreviventes, daquela que foi a maior purga, no interior de um partido político, depois da II Guerra Mundial.
Fonte: folha8
Assassinaram (primeiro os) Patriotas
Assassinaram (depois, roubando, o)País
Assassinaram (depois, roubando, o)País
Os dados flutuam no ar, mas entre aqueles que estiveram enclausurados, nas fedorentas masmorras do regime, que presenciaram os assassinatos, as torturas e toda sorte de crimes hediondos, a estimativa anda na bitola dos 60 à 80 mil assassinatos de dirigentes e militantes, todos, absolutamente, todos do MPLA.
Nacionalistas, patriotas do MPLA, que acreditavam num ideal socialista e de esquerda participativa, foram injustamente, presos, torturados, assassinados, sem nenhuma garantia jurídica, como rezava, à época, a própria Lei Constitucional partidocrata, aprovada em 10 de Novembro de 1975 (exclusivamente, pelo comité central do MPLA e assinada pelo presidente do MPLA), no art.º 23.º: “Nenhum cidadão pode ser preso e submetido a julgamento senão nos termos da lei, sendo garantido a todos os arguidos o direito de defesa”.
Infelizmente, para Agostinho Neto isso não passava de letra morta, não aplicável a quem ele considerava inimigo ou com maior capacidade intelectual, ao ponto de ter carimbado o seu lado demoníaco com a expressão: “não vamos perder tempo com julgamentos”.
E, numa clara demonstração de pequenez intelectual e masoquismo, não perdeu tempo, foi assassinando, mandado assassinar, pela simples presunção, excluindo factos e provas, militantes e dirigentes honestos que poderiam fazer de Angola e dos angolanos, um país com menos corrupção e roubalheira.
Agostinho Neto, que num dado tempo cheguei a idolatrar, não passava, afinal, constatei em 1977, de um farsante político, um líder covarde e ditador invertebrado, que gostava de ser idolatrado.
Para mim, além de ser o negro mais complexado, para o exercício da liderança do MPLA, demonstrou-o nas crises de 1964 (Revolta Activa), 66, 74 e 1977, foi um médico profundamente assassino.
Os assassinados, os torturados e presos, o seu crime foi o de quererem a materialização do sonho de um país, com menos corrupção e roubalheira nos corredores do poder, advogada pelos lugares tenentes de Neto, ao decidirem criar as LOJAS DO POVO (EMPAS) e as LOJAS DOS DIRIGENTES, que marcariam, não só, o desvio da linha ideológica socialista, como as brechas da corrupção institucional.
Se quisermos ser sérios ante a memória dos nossos camaradas, barbaramente assassinados, pelas balas e baionetas covardes de Agostinho Neto e sua clique, não podemos continuar calados e a esconder a realidade dos factos.
Temos de exigir justiça com maior ruído, organizar manifestações públicas, elaborar denúncias nacionais e internacionais, para responsabilização dos covardes, alojados na direcção do MPLA, para substituírem a arrogância pela humildade, dando voz a quem consideram vencidos.
Se houver elevação e higiene intelectual, desnecessária se torna imaginar um I ENCONTRO PARTIDÁRIO SOBRE AS ORIGENS E CAUSAS DO 27 DE MAIO DE 1977, com uma caça as bruxas na agenda. Todos têm noção, pelo menos do lado dos considerados vencidos, não voltar o passado, mas seguramente, o presente e o futuro, poderão ser equacionados, para se amainarem as feridas e os sentimentos incubados, que trilham os corações e “carreiros interiores” de muitos e muitas lesada(o)s.
O país acolheria de bom grado e a história registaria se houvesse um assumir de “mea - culpa” e pedido de desculpas de algumas pessoas que, voluntária ou involuntariamente, são apontadas e por alguns de nós reconhecidos como os arquitectos do golpe, aqueles que infiltraram Toni Laton (assessor de gabinete de Onambwe), junto das hostes de Nito Alvez, para este sacrificar a vida do comandante Bula, Sayde Mingas, Garcia Neto, Nzaji, Dangereux, Eurico e outros, para com este derramamento de sangue, acusarem Nito Alves e justificarem a carnificina, que se seguiu.
Muitos destes homens estão aí, em vida, têm noção das mentiras e da responsabilidade cometidas, pelo que libertarem-se deste fardo, obterem o perdão das vitimas, libertaria as suas almas e abririam uma nova página no MPLA e no país, pelo que lanço o desafio a: Artur Pestana Pepetela, Henrique dos Santos Onambwe, Luandino Vieira, Manuel Rui Monteiro, Ludy Kissassunda, Tino Pelinganga, mas conhecido por Tino Kabuatu, Miguel de Carvalho Wadjimbi, Cansado, Kiosa, entre outros, para não partirem sem a devida penitência.
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