Tenho notado que algum sector da opinião pública não resiste à tentação de persuadir a PGR para sugerir a ilegalização do partido Renamo por causa daquilo que anda a fazer. Na verdade, a lei é clara e, ao não pô-la em funcionamento, a PGR está mais uma vez a provar que está à reboque do poder político. Só que desta vez, para um bem maior. Eu endosso a decisão da PGR em não sugerir a ilegalização do partido Renamo por meras razões de coerência.
Comecemos pelas simples perguntas:
• Alguém já viu um único “homem armado” detido ou capturado a enfrentar a barra da justiça? Eu não vi.
• Alguém já ouviu o governo da República de Moçambique a declarar que a Renamo já não é parceira da Paz? Eu não vi.
• Alguém já ouviu um dirigente deste estado a instruir publicamente as autoridades da justiça a perseguirem os que se dedicam a desestabilização do país? Eu não ouvi.
O que estou a querer dizer aqui é que a PGR, estando à reboque da política, vai querer a instrução do estado para agir. E, tratando-se da política, seguramente vai esperar até que tal ordem seja dada. E mesmo assim; vai precisar de material:
• Se as FDS não conseguem capturar se quer um único homem armado, onde é que a PGR vai pegar e acusar um? É para a PGR também entrar no mato em busca dos HAR (homens armados da Renamo)?
• Se o governo engaja-se em negociações com a Renamo, o que vai encorajar a PGR a sugerir a retirara da Renamo da lista dos partidos políticos?
Atenção, não estou a insinuar nenhum apoio à continuidade dos ataques da Renamo. Pelo contrário. Estou a dizer que em nome da coerência, temos que ser sérios. As mesmas pessoas endossam a decisão do governo e do partido Frelimo e do seu presidente a continuar a envidar esforços na busca pela paz, pela via do diálogo. Não devem por isso ser as mesmas pessoas a sugerirem que a PGR ilegalize a Renamo pelo mesmo motivo. Talvez seja esta incoerência que complica o processo de paz. Existem dois “pacotes” de solução: uma negocial e outra militar. A militar envolve a ilegalização da Renamo, captura e detenção dos prevaricadores e julgamento de todos aqueles que se envolvem no conflito. Isto foi tentado nos últimos anos e parece que se chegou a conclusão que não era possível ou se fosse, era oneroso e envolvia outro tipo de condições, aparentemente indisponíveis por agora. O outro pacote é negocial, que inclui a tolerância e paciência que nos permite chegar a termos sobre as razões fundamentais da nossa desgraça. Enveredemos então, por ele. De forma coerente.
Comecemos pelas simples perguntas:
• Alguém já viu um único “homem armado” detido ou capturado a enfrentar a barra da justiça? Eu não vi.
• Alguém já ouviu o governo da República de Moçambique a declarar que a Renamo já não é parceira da Paz? Eu não vi.
• Alguém já ouviu um dirigente deste estado a instruir publicamente as autoridades da justiça a perseguirem os que se dedicam a desestabilização do país? Eu não ouvi.
O que estou a querer dizer aqui é que a PGR, estando à reboque da política, vai querer a instrução do estado para agir. E, tratando-se da política, seguramente vai esperar até que tal ordem seja dada. E mesmo assim; vai precisar de material:
• Se as FDS não conseguem capturar se quer um único homem armado, onde é que a PGR vai pegar e acusar um? É para a PGR também entrar no mato em busca dos HAR (homens armados da Renamo)?
• Se o governo engaja-se em negociações com a Renamo, o que vai encorajar a PGR a sugerir a retirara da Renamo da lista dos partidos políticos?
Atenção, não estou a insinuar nenhum apoio à continuidade dos ataques da Renamo. Pelo contrário. Estou a dizer que em nome da coerência, temos que ser sérios. As mesmas pessoas endossam a decisão do governo e do partido Frelimo e do seu presidente a continuar a envidar esforços na busca pela paz, pela via do diálogo. Não devem por isso ser as mesmas pessoas a sugerirem que a PGR ilegalize a Renamo pelo mesmo motivo. Talvez seja esta incoerência que complica o processo de paz. Existem dois “pacotes” de solução: uma negocial e outra militar. A militar envolve a ilegalização da Renamo, captura e detenção dos prevaricadores e julgamento de todos aqueles que se envolvem no conflito. Isto foi tentado nos últimos anos e parece que se chegou a conclusão que não era possível ou se fosse, era oneroso e envolvia outro tipo de condições, aparentemente indisponíveis por agora. O outro pacote é negocial, que inclui a tolerância e paciência que nos permite chegar a termos sobre as razões fundamentais da nossa desgraça. Enveredemos então, por ele. De forma coerente.
1 comentário:
Este não é efeito do virus de Estocolmo! É pensamento medieval ou SIMNISMO. Quem iria pedir a ilegalização da Renamo, a Frelimo ou o Governo? Na europa, isso seria natural porque nenhum partido estaria armado por via do Estado. Os dois partidos deveriam acantonar as suas tropas e formar-se um exército republicano. As FADM estão no conflito com os HAR em defesa do Estado?
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