Propriedade do Departamento de Informação
Sai as Quinta Feiras * Distribuição Gratuita * Maputo, 11.08.2016 * Edição nº 184 Ano 4
A Polícia da República de Moçambique
(PRM), fortemente armada impediu
a realização da reunião da RENAMO na
manhã de último sábado, 06 de Agosto,
no Hotel 2010 localizado na zona de Bagamoyo,
Distrito Municipal de KamumbuKwana.
A RENAMO a nível da Cidade de Maputo
entende que a polícia recebeu ordens
superiores para inviabilizar a realização
daquela reunião com representantes de
base do partido e que seria dirigida pelo
Secretário-geral Manuel Bissopo.
“Ficámos espantados com a presença
da polícia da República de Moçambique
no local onde estávamos nos concentrando
para a reunião e justamente pró-
ximo da hora 10, que estava marcada
para o inicio do evento.” Disse desapontado
um dos participantes do evento ao
nosso boletim.
Foram mobilizadas diversas especialidades
da polícia, entre as quais, PRM,
GOE, CANINA e Trânsito, para agitarem
e dispersarem os participantes. E de facto,
eles posicionaram-se nos acessos do
hotel proibindo a entrada dos participantes
no local da reunião.
Na óptica dos membros presentes, a
atitude visava intimidar os membros e
criar oportunidade para a polícia provocar
distúrbios com a finalidade de acusar
o partido RENAMO de desacatos à
ordem pública, o que daria azo à repressão
policial.
Alberto Machaieie, chefe de Mobiliza-
çao da RENAMO na cidade de Maputo
denunciou em contacto com este boletim,
que o local já havia sido reservado
para a reunião, mas para o espanto de
todos, quando chegaram ao local e quiseram
saber com o gerente o que estava
a acontecer e a sala reservada, este
respondeu que a reunião do partido não
estava mais autorizada naquele local.
Entretanto, no seu brieffing semanal,
Inácio Dina porta-voz da PRM afirmou
que a polícia estava na sua obrigação
constitucional de manter a ordem.
Refira-se que o secretário-geral da
RENAMO Manuel Bissopo, tem estado
semanalmente em visitas de trabalho
com os membros aos distritos e bairros
da Cidade e Província de Maputo.
FRELIMO MANDA POLÍCIA
INVIABILIZAR A REUNIÃO DA
RENAMO NA CIDADE DE MAPUTO
2 Editorial
OS MEDICAMENTOS SÓ EXISTEM NAS UNIDADES ONDE PASSAM OS HOMENS DA RENAMO? Nos últimos dias têm sido recorrentes as informações provenientes da propaganda da Frelimo em diversos cantos do País, de que homens armados da RENAMO assaltaram uma vila e saquearam medicamentos nas unidades sanitárias locais. Segundo a propaganda frelimista que inclui a Polícia, os homens armados que eles dizem ser da RENAMO, quando escalam às vilas, roubam medicamentos. Raramente se reporta o roubo de comida por tais “homens da RENAMO”, como se a comida fosse menos importante que os tais medicamentos. Essa campanha, tem como objectivo manchar a RENAMO, numa altura em que decorrem as negociações e esta já por diversas vezes pediu ao senhor Filipe Nyusi para que se decretasse uma trégua nas acções militares. Depois de falhada a propaganda de que a RENAMO estaria a atacar viaturas civis, quando na verdade transportavam militares, agora optou-se por essa de invasão de hospitais. Só que esta campanha está condenada a falhar, porque na verdade como todo o povo moçambicano deve saber, não há nenhum medicamento até nos hospitais de referência, e muito menos haveria nas pequenas unidades sanitárias e sobretudo nas zonas rurais. Portanto, é mentira que os homens residuais da RENAMO estão a saquear hospitais e a roubar medicamentos. O que acontece é que a Frelimo quer acobertar a sua incapacidade de ter medicamentos nos hospitais. Como é que um centro de saúde localizado no coração da capital do país não tem medicamentos, mas haveriam em quantidades para saquear nas unidades sanitárias onde até existem défice de pessoal inclusive serventes? Não vai querer a propaganda da Frelimo, fazer acreditar que os tais homens da RENAMO assaltam unidades sanitárias em detrimento de depósitos e contentores de comidas e outros mantimentos existentes nas zonas rurais, algumas a sofrer os efeitos da seca ou estiagem. A RENAMO está onde está, e lá vai se manter até que alcance um acordo nos termos das negociações em curso. A Frelimo que só consegue expedir tropas para o centro e norte do país para combater até civis indefesos, deve-se queixar da sua falta de capacidade para alimentar essas forças, que no final de tudo viram criminosos, extorquindo populações, roubando os seus bens e estuprando famílias inteiras. A propaganda deve sim começar a vir à público para esclarecer os raptos e assassinatos dos membros da RENAMO, bem como os ataques a figura do presidente Afonso Dhlakama. Porque a continuação das incursões militares contra alvos da RENAMO, particularmente contra a pessoa do presidente Afonso Dhlakama e, às perseguições aos quadros da RENAMO, são aspectos que de certa forma fragilizam o processo negocial em curso. A intensificação dessas acções e as campanhas de desinformação visando difamar a RENAMO, levam a persistência de suspeitas sobre a vontade de efectivamente se chegar a um acordo sério. Tal como propõem os mediadores internacionais, nós também defendemos que seja decretada uma trégua para permitir o bom curso das negociações. Como é lógico, tudo faz sentido com a aceitação da demarcação de áreas livres, devendo isso se concretizar com a retirada do cerco do exército a residência do Presidente Dhlakama. É tão simples. De resto é treta, porque não há medicamentos nenhuns que estão a ser roubados pela RENAMO. Que procurem nos mercados informais onde vocês próprios desviam para o vosso benefício. Ficha técnica Director:Jeronimo Malagueta; Editor: Gilberto Chirindza; Redacção:Natercia Lopez; Colaboradores: Chefes regionais de informação; Maquetização: Sede Nacional da Renamo Av. Ahmed Sekou Touré nº 657; Email: boletimaperdiz@gmail.co.mz Cells: 829659598, 844034113; www.renamo.org. Nº de Registo 07/GABINFO-DEC/2015 3 Resistentes, Comemoramos hoje mais um ano da definição do 12 de Agosto como Dia Internacional da Juventude. Neste ano de 2016, celebrámo-lo sob o lema internacional definido pelas Nações Unidas: “A estrada para 2030: erradicar a pobreza e alcançar a produção e o consumo sustentável”. Passado o período de vigência dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs), o mundo está actualmente concentrado nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o que justifica o lema acima. Nós, jovens moçambicanos, ao olharmos para este lema, de longe vemos que Moçambique não está minimamente preparado para, com as políticas socioeconómicas actualmente em vigor, oferecer às jovens e aos jovens moçambicanos um país sem pobreza e de produção e consumo sustentáveis até ao ano de 2030. No contexto moçambicano, dada a fragilidade socioeconómica em que vive a esmagadora maioria da nossa juventude, aquele lema de “erradicar a pobreza e alcançar a produção e o consumo sustentável” é desafiador, porque as políticas desenhadas e implementadas pelos sucessivos governos da Frelimo têm sido um fracasso total. Resistentes, Como filhos de Moçambique, conhecedores dos desafios que enfrentamos, olhemos para dois aspectos importantes: i) Erradicação da pobreza – os sucessivos governos que Moçambique teve desde 1975 (ano da independência nacional) até agora produziram milhões de jovens pobres, discriminados com base na filiação partidária, desempregados, sem horizontes de vida e com o seu futuro hipotecado em dívidas inconstitucionais e ilegais, ditas “públicas”; ii) Produção e o consumo sustentáveis – a grande maioria dos jovens vive nas zonas rurais onde abundam recursos naturais, terras aráveis, no entanto o financiamento para agricultura é insignificante e não há oportunidades de emprego ligadas ao agronegócio. Feita esta constatação há que lamentar sim, pois os poucos jovens que com muito esforço e entrega produzem não conseguem mercado para vender a sua produção, nem vias para escoá-la para potenciais mercados. Ademais, as políticas de desenvolvimento nacional são feitas a desfavor dos jovens, dos camponeses, dos desempregados e dos recém-formados. Mas há um farol de esperança que se manifesta pelas lições de dedicação, persistência, disciplina, crença e motivação que a vida e obra do Presidente Dhlakama nos revela. Resistentes, Afonso Macacho Marceta Dhlakama, Presidente da Resistência Nacional Mo- çambicana, RENAMO, aos 23 anos de idade decidiu abdicar de uma juventude passada na casa dos seus pais para desafiar o regime totalitário da Frelimo. Estava em causa a traição que este regime fez ao povo moçambicano, pois conquistada a Independência nacional, tornou-se no novo carrasco do povo. Esse regime, a partir de 1975, iniciou a coarctar as liberdades fundamentais dos mo- çambicanos, impediu a liberdade de associação, de criação de partidos políticos, liberdade de imprensa, de expressão, livre circulação, coarctou a liberdade religiosa. O regime instalou o sistema mono partidário, implantou a pena de morte, a lei da chicotada, campos de reeducação para onde eram levados todos os homens e mulheres que não alinhassem com a sua filosofia política. Não havia respeito pelos Direitos Humanos, não havia separação dos poderes Legislativo, Executivo e Judicial. Inconformado com a arrogância, prepotência e recusa de abrir o sistema político para a Democracia, como jovem decide juntar-se a outros tantos jovens e lutar pela Democracia em Moçambique. Nós, Liga da Juventude da RENAMO, inspiramo-nos nos ideais de homens e mulheres, nossos heróis, pois reconhecemos os sacrifícios que tiveram que consentir para que a partir de 1994 fossem realizadas, em Moçambique, as primeiras eleições multipartidárias. Sendo assim, muitos se perguntarão: Alguma esperança de solução para acabar com esta miséria a que estamos submetidos deste 1975? Dada a nossa experiência e as condições de vida que existem, neste momento, em Moçambique fica claro que urge uma mudança das actuais políticas que comprovadamente foram e são falhadas. A Liga da Juventude da Renamo acredita que sob liderança de Dhlakama e da Renamo, Moçambique irá investir seriamente no combate à fome e miséria absoluta que afectam ao povo, em particular as crianças, aos adolescentes e aos jovens. Com uma agricultura mecanizada, apostando na produção e consumo sustentável de produtos produzidos e transformados em Moçambique haverá esperança para rapazes e raparigas deste país. Investindo na agricultura comercial e na produção alimentar, na geração do emprego, na promoção das pequenas e médias empresas até ao ano de 2030 teremos um outro Moçambique. É nossa convicção que hoje os jovens precisam de dirigentes-modelo, autênticos faróis que os inspirem. A Liga Nacional da Juventude da Renamo, defensora da cultura de trabalho honesto que o nosso partido advoga, encoraja a juventude a ser promotora da moral, defensora da causa do povo moçambicano para que Moçambique seja um verdadeiro Estado de Direito Democrático. Nós, A Liga Nacional da Juventude da Renamo, solidarizamo-nos com todos jovens do mundo em particular da África que passam fome, desemprego, guerras, crises provocadas por líderes ambiciosos capazes de transformar os sonhos de uma juventude enérgica em lágrimas para as suas famílias. Aos jovens de Moçambique, estendemos a nossa solidariedade pela actual crise económica e situação político-militar provocada por um grupo de dirigentes auto-proclamados de libertadores que se acha no direito de instrumentalizar a juventude para uma guerra que só a eles interessa. A juventude está sujeita a uma escravatura económica imposta pelos referidos “libertadores da pátria”. Lamentamos a instrumentalização e consequente marginalização da juventude que é a faixa etária maioritária do país porque para nós, os jovens devem mobilizar sua energia para construir seus sonhos em um Estado de Direito Democrático baseado no respeito dos Direitos Humanos. Hoje, jovens que de livre vontade ou por obrigação da lei se inscreveram para cumprir o serviço militar, são usados para servir interesses de indivíduos que querem permanecer no poder para defender seus negócios nem que para isso espalhem luto nas famílias moçambicanas. Os jovens se encontram na linha de frente no actual conflito militar, da mesma forma que se encontram na linha da frente em campanhas eleitorais, porém poucos se lembram da juventude quando surgem oportunidades. Queremos reafirmar que nos juntamos as vozes que clamam pela paz, porque na guerra todos saímos a perder. A paz é um bem de todos os moçambicanos e não pode ser posta em causa, retirando os militares dos quartéis para embrenharem pelo país adentro para “caçar” irmãos moçambicanos. O calar das armas não pode ser considerado como alcance da paz, pois a paz é sinónimo de liberdade e não de caça aos líderes e opositores do regime do dia. Se no passado, jovens unidos lutaram contra o monopartidarismo e instalaram a democracia acreditamos que hoje no mesmo espírito os jovens dinâmicos, focados no bem-estar da colectividade somos capazes de nos libertar da escravatura imposta pelos “libertadores da pátria” e construir esse almejado Estado de Direito Democrático. A LIGA NACIONAL DA JUVENTUDE DA RENAMO garante que tudo fará para continuar na dianteira da luta contra a exclusão social existente no país. Trabalharemos para restaurar a confiança nas nossas capacidades como geração de jovens RESISTENTES. Juntos, somos Resistentes! Dra. Ivone Soares (Presidente da Liga Nacional da Juventude) L I G A N A C I O N A L D A J U V E N T U D E Dia Internacional da Juventude MENSAGEM PARA OS JOVENS MOÇAMBICANOS 4 MINHA ALMA ANSEIA PELA PAZ VERDADEIRA Não faço parte daqueles que tomam os políticos por bandidos, tachistas, oportunistas, aproveitadores de qualquer jeito e sem escrúpulos. Eu acredito na honestidade de alguns políticos. Acredito que a maioria dos que se engajam nos partidos o faz por patriotismo, por amor a uma causa. Por esta razão, confio neles e julgo útil lhes dirigir a palavra apelando, opinando, apoiando e até criticando. Sim. Como mulher e mãe desta Na- ção, tenho o direito e o dever de escutar os pensamentos e os desejos dos meus filhos, e também de ser ouvida por eles quando concordo, discordo, ou tenho uma diferente opinião. É por isso que estou aqui para dizer que a Paz é urgente. Que Nyusi e Dhlakama têm um papel e uma responsabilidade importante pela situa- ção do País hoje. Por que é que um Partido que até reconhece a necessidade de ser estabelecida uma correspondência entre os resultados eleitorais e a formação dos governos locais, tem que exigir a continuidades desses erros de disparidade entre os resultados eleitorais? Porquê manter uma situação errada até as próximas eleições se ela já está provocando violência armada ao ponto de matar cidadãos, paralisar a economia, destruir infra-estruturas, e enfim subverter os sonhos de liberdade e desenvolvimentos de todo um Povo? Afinal já não somos uma Pátria Independente? Democrática? Livre? Será por acaso que ser Pátria de heróis é sinónimo de ser Pátria de suicidas? O Povo está a morrer por dois documentos (constituição e AGP) que foram até escritos por todos e agora estão a ser rasgados pelos governantes da Frelimo em nome desse povo que martirizam. O Presidente Nyusi teve uma atitude de coragem quando aceitou mediadores no diálogo político que está a decorrer em Maputo. Ele merece parabéns por isso mas não foi suficiente. A nossa Pátria precisa de mais coragem da parte do seu Chefe de Estado. É urgente, para que não cheguemos a uma situação de bokoharamização, que se regresse ao espírito e a letra dos acordos de Roma. São acordos de Paz e a Paz nunca fica ultrapassada. Enquanto existirem mo- çambicanos que se lembram da Luta pela Democracia e que se identificam, e se definem a partir dela, tem que ser mantida a fidelidade aos acordos de Roma. Apenas o tempo, e não as vontades políticas poderão apagar esta necessidade. É um problema o facto de sermos uma pátria ideologicamente fraccionada, mas não devemos ter medo de aceitar esta realidade, pois aceitá-la é o primeiro passo para conseguirmos resolvê-la. Se tivermos esta coragem, podemos garantir que os nossos bisnetos ou trisnetos possam sentir-se, ser, e olhar-se como moçambicanos e apenas moçambicanos. Precisamos de um trabalho a executar durante gera- ções para nos libertarmos das cargas emocionais que as Guerras fratricidas deixaram em nossas personalidades. Se o Presidente da Frelimo perder de vista a realidade de fraccionamento ideológico e aceitar que uma província tenha que um Governador da Frelimo e administradores também do mesmo Partido, apesar de ter votado em massa na RENAMO, a Paz ficará inviabilizada. A primeira catanada será dada pelo espírito de discriminação e exclusão que domina a mente e o coração dos membros da Frelimo que por serem nomeados se empenharão em perseguir de todas a maneiras os cidadãos que se mostrarem a favor do outro Partido. Quem não ficaria revoltado ao ser inferiorizado quando se sente vencedor? A guerra está penitenciando a todos. Os que votaram em Nyusi e os que votamos em Dhlakama. A responsabilidade maior pela Paz, neste momento, está nas mãos daquele que se assume como Presidente da Nação. Se ele aceitar as reivindicações justas da RENAMO e a guerra não parar, então o culpado passará a ser Afonso Dhlakama. E para que sejam sanadas as causas da guerra, não é necessário nenhum abraço, nem aperto de mão, nem encontro de alto nível. Decisões, assinaturas, e sobretudo acções podem ser feitos sem encontro e é melhor que ele seja evitado para assegurar que não se repita a façanha de 9 de Outubro que nos envergonhou e indignou a todos. O Presidente Nyusi não pode confessá-lo mas todos sabemos que também ele ficou surpreendido, envergonhado e embaraçado com a proeza que escaqueirou a sua incapacidade de se fazer obedecer pelos seus próprios homens no seio do próprio partido que o levou a Ponta Vermelha. Então, devemos todos, a começar pelo Chefe de Estado, tirar da cabeça esse ritual do encontro, com o aperto de mão mais a assinatura, pois quando um processo de Paz é abortado, fica prejudicada toda a Nação. Já vimos muitas vezes os chefes a brindar com champanhe, a se abraçarem, a assinarem, a fazerem discursos bonitos… mas agora precisamos mesmo é que eles orientem bem os seus comandados para o mútuo respeito, para a concidadania e para o compatriotismo. Se somos iguais perante a lei, e também igualmente amados pelo Presidente da República, então qual é o problema de cada qual ser nomeado para governar onde ganhou? Próxima vez, quando o partido Frelimo ganhar, será o membro deste partido a ser nomeado. Há melhor estímulo para que os militantes de cada partido façam mesmo bom trabalho ao nível das bases.
2 Editorial
OS MEDICAMENTOS SÓ EXISTEM NAS UNIDADES ONDE PASSAM OS HOMENS DA RENAMO? Nos últimos dias têm sido recorrentes as informações provenientes da propaganda da Frelimo em diversos cantos do País, de que homens armados da RENAMO assaltaram uma vila e saquearam medicamentos nas unidades sanitárias locais. Segundo a propaganda frelimista que inclui a Polícia, os homens armados que eles dizem ser da RENAMO, quando escalam às vilas, roubam medicamentos. Raramente se reporta o roubo de comida por tais “homens da RENAMO”, como se a comida fosse menos importante que os tais medicamentos. Essa campanha, tem como objectivo manchar a RENAMO, numa altura em que decorrem as negociações e esta já por diversas vezes pediu ao senhor Filipe Nyusi para que se decretasse uma trégua nas acções militares. Depois de falhada a propaganda de que a RENAMO estaria a atacar viaturas civis, quando na verdade transportavam militares, agora optou-se por essa de invasão de hospitais. Só que esta campanha está condenada a falhar, porque na verdade como todo o povo moçambicano deve saber, não há nenhum medicamento até nos hospitais de referência, e muito menos haveria nas pequenas unidades sanitárias e sobretudo nas zonas rurais. Portanto, é mentira que os homens residuais da RENAMO estão a saquear hospitais e a roubar medicamentos. O que acontece é que a Frelimo quer acobertar a sua incapacidade de ter medicamentos nos hospitais. Como é que um centro de saúde localizado no coração da capital do país não tem medicamentos, mas haveriam em quantidades para saquear nas unidades sanitárias onde até existem défice de pessoal inclusive serventes? Não vai querer a propaganda da Frelimo, fazer acreditar que os tais homens da RENAMO assaltam unidades sanitárias em detrimento de depósitos e contentores de comidas e outros mantimentos existentes nas zonas rurais, algumas a sofrer os efeitos da seca ou estiagem. A RENAMO está onde está, e lá vai se manter até que alcance um acordo nos termos das negociações em curso. A Frelimo que só consegue expedir tropas para o centro e norte do país para combater até civis indefesos, deve-se queixar da sua falta de capacidade para alimentar essas forças, que no final de tudo viram criminosos, extorquindo populações, roubando os seus bens e estuprando famílias inteiras. A propaganda deve sim começar a vir à público para esclarecer os raptos e assassinatos dos membros da RENAMO, bem como os ataques a figura do presidente Afonso Dhlakama. Porque a continuação das incursões militares contra alvos da RENAMO, particularmente contra a pessoa do presidente Afonso Dhlakama e, às perseguições aos quadros da RENAMO, são aspectos que de certa forma fragilizam o processo negocial em curso. A intensificação dessas acções e as campanhas de desinformação visando difamar a RENAMO, levam a persistência de suspeitas sobre a vontade de efectivamente se chegar a um acordo sério. Tal como propõem os mediadores internacionais, nós também defendemos que seja decretada uma trégua para permitir o bom curso das negociações. Como é lógico, tudo faz sentido com a aceitação da demarcação de áreas livres, devendo isso se concretizar com a retirada do cerco do exército a residência do Presidente Dhlakama. É tão simples. De resto é treta, porque não há medicamentos nenhuns que estão a ser roubados pela RENAMO. Que procurem nos mercados informais onde vocês próprios desviam para o vosso benefício. Ficha técnica Director:Jeronimo Malagueta; Editor: Gilberto Chirindza; Redacção:Natercia Lopez; Colaboradores: Chefes regionais de informação; Maquetização: Sede Nacional da Renamo Av. Ahmed Sekou Touré nº 657; Email: boletimaperdiz@gmail.co.mz Cells: 829659598, 844034113; www.renamo.org. Nº de Registo 07/GABINFO-DEC/2015 3 Resistentes, Comemoramos hoje mais um ano da definição do 12 de Agosto como Dia Internacional da Juventude. Neste ano de 2016, celebrámo-lo sob o lema internacional definido pelas Nações Unidas: “A estrada para 2030: erradicar a pobreza e alcançar a produção e o consumo sustentável”. Passado o período de vigência dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs), o mundo está actualmente concentrado nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o que justifica o lema acima. Nós, jovens moçambicanos, ao olharmos para este lema, de longe vemos que Moçambique não está minimamente preparado para, com as políticas socioeconómicas actualmente em vigor, oferecer às jovens e aos jovens moçambicanos um país sem pobreza e de produção e consumo sustentáveis até ao ano de 2030. No contexto moçambicano, dada a fragilidade socioeconómica em que vive a esmagadora maioria da nossa juventude, aquele lema de “erradicar a pobreza e alcançar a produção e o consumo sustentável” é desafiador, porque as políticas desenhadas e implementadas pelos sucessivos governos da Frelimo têm sido um fracasso total. Resistentes, Como filhos de Moçambique, conhecedores dos desafios que enfrentamos, olhemos para dois aspectos importantes: i) Erradicação da pobreza – os sucessivos governos que Moçambique teve desde 1975 (ano da independência nacional) até agora produziram milhões de jovens pobres, discriminados com base na filiação partidária, desempregados, sem horizontes de vida e com o seu futuro hipotecado em dívidas inconstitucionais e ilegais, ditas “públicas”; ii) Produção e o consumo sustentáveis – a grande maioria dos jovens vive nas zonas rurais onde abundam recursos naturais, terras aráveis, no entanto o financiamento para agricultura é insignificante e não há oportunidades de emprego ligadas ao agronegócio. Feita esta constatação há que lamentar sim, pois os poucos jovens que com muito esforço e entrega produzem não conseguem mercado para vender a sua produção, nem vias para escoá-la para potenciais mercados. Ademais, as políticas de desenvolvimento nacional são feitas a desfavor dos jovens, dos camponeses, dos desempregados e dos recém-formados. Mas há um farol de esperança que se manifesta pelas lições de dedicação, persistência, disciplina, crença e motivação que a vida e obra do Presidente Dhlakama nos revela. Resistentes, Afonso Macacho Marceta Dhlakama, Presidente da Resistência Nacional Mo- çambicana, RENAMO, aos 23 anos de idade decidiu abdicar de uma juventude passada na casa dos seus pais para desafiar o regime totalitário da Frelimo. Estava em causa a traição que este regime fez ao povo moçambicano, pois conquistada a Independência nacional, tornou-se no novo carrasco do povo. Esse regime, a partir de 1975, iniciou a coarctar as liberdades fundamentais dos mo- çambicanos, impediu a liberdade de associação, de criação de partidos políticos, liberdade de imprensa, de expressão, livre circulação, coarctou a liberdade religiosa. O regime instalou o sistema mono partidário, implantou a pena de morte, a lei da chicotada, campos de reeducação para onde eram levados todos os homens e mulheres que não alinhassem com a sua filosofia política. Não havia respeito pelos Direitos Humanos, não havia separação dos poderes Legislativo, Executivo e Judicial. Inconformado com a arrogância, prepotência e recusa de abrir o sistema político para a Democracia, como jovem decide juntar-se a outros tantos jovens e lutar pela Democracia em Moçambique. Nós, Liga da Juventude da RENAMO, inspiramo-nos nos ideais de homens e mulheres, nossos heróis, pois reconhecemos os sacrifícios que tiveram que consentir para que a partir de 1994 fossem realizadas, em Moçambique, as primeiras eleições multipartidárias. Sendo assim, muitos se perguntarão: Alguma esperança de solução para acabar com esta miséria a que estamos submetidos deste 1975? Dada a nossa experiência e as condições de vida que existem, neste momento, em Moçambique fica claro que urge uma mudança das actuais políticas que comprovadamente foram e são falhadas. A Liga da Juventude da Renamo acredita que sob liderança de Dhlakama e da Renamo, Moçambique irá investir seriamente no combate à fome e miséria absoluta que afectam ao povo, em particular as crianças, aos adolescentes e aos jovens. Com uma agricultura mecanizada, apostando na produção e consumo sustentável de produtos produzidos e transformados em Moçambique haverá esperança para rapazes e raparigas deste país. Investindo na agricultura comercial e na produção alimentar, na geração do emprego, na promoção das pequenas e médias empresas até ao ano de 2030 teremos um outro Moçambique. É nossa convicção que hoje os jovens precisam de dirigentes-modelo, autênticos faróis que os inspirem. A Liga Nacional da Juventude da Renamo, defensora da cultura de trabalho honesto que o nosso partido advoga, encoraja a juventude a ser promotora da moral, defensora da causa do povo moçambicano para que Moçambique seja um verdadeiro Estado de Direito Democrático. Nós, A Liga Nacional da Juventude da Renamo, solidarizamo-nos com todos jovens do mundo em particular da África que passam fome, desemprego, guerras, crises provocadas por líderes ambiciosos capazes de transformar os sonhos de uma juventude enérgica em lágrimas para as suas famílias. Aos jovens de Moçambique, estendemos a nossa solidariedade pela actual crise económica e situação político-militar provocada por um grupo de dirigentes auto-proclamados de libertadores que se acha no direito de instrumentalizar a juventude para uma guerra que só a eles interessa. A juventude está sujeita a uma escravatura económica imposta pelos referidos “libertadores da pátria”. Lamentamos a instrumentalização e consequente marginalização da juventude que é a faixa etária maioritária do país porque para nós, os jovens devem mobilizar sua energia para construir seus sonhos em um Estado de Direito Democrático baseado no respeito dos Direitos Humanos. Hoje, jovens que de livre vontade ou por obrigação da lei se inscreveram para cumprir o serviço militar, são usados para servir interesses de indivíduos que querem permanecer no poder para defender seus negócios nem que para isso espalhem luto nas famílias moçambicanas. Os jovens se encontram na linha de frente no actual conflito militar, da mesma forma que se encontram na linha da frente em campanhas eleitorais, porém poucos se lembram da juventude quando surgem oportunidades. Queremos reafirmar que nos juntamos as vozes que clamam pela paz, porque na guerra todos saímos a perder. A paz é um bem de todos os moçambicanos e não pode ser posta em causa, retirando os militares dos quartéis para embrenharem pelo país adentro para “caçar” irmãos moçambicanos. O calar das armas não pode ser considerado como alcance da paz, pois a paz é sinónimo de liberdade e não de caça aos líderes e opositores do regime do dia. Se no passado, jovens unidos lutaram contra o monopartidarismo e instalaram a democracia acreditamos que hoje no mesmo espírito os jovens dinâmicos, focados no bem-estar da colectividade somos capazes de nos libertar da escravatura imposta pelos “libertadores da pátria” e construir esse almejado Estado de Direito Democrático. A LIGA NACIONAL DA JUVENTUDE DA RENAMO garante que tudo fará para continuar na dianteira da luta contra a exclusão social existente no país. Trabalharemos para restaurar a confiança nas nossas capacidades como geração de jovens RESISTENTES. Juntos, somos Resistentes! Dra. Ivone Soares (Presidente da Liga Nacional da Juventude) L I G A N A C I O N A L D A J U V E N T U D E Dia Internacional da Juventude MENSAGEM PARA OS JOVENS MOÇAMBICANOS 4 MINHA ALMA ANSEIA PELA PAZ VERDADEIRA Não faço parte daqueles que tomam os políticos por bandidos, tachistas, oportunistas, aproveitadores de qualquer jeito e sem escrúpulos. Eu acredito na honestidade de alguns políticos. Acredito que a maioria dos que se engajam nos partidos o faz por patriotismo, por amor a uma causa. Por esta razão, confio neles e julgo útil lhes dirigir a palavra apelando, opinando, apoiando e até criticando. Sim. Como mulher e mãe desta Na- ção, tenho o direito e o dever de escutar os pensamentos e os desejos dos meus filhos, e também de ser ouvida por eles quando concordo, discordo, ou tenho uma diferente opinião. É por isso que estou aqui para dizer que a Paz é urgente. Que Nyusi e Dhlakama têm um papel e uma responsabilidade importante pela situa- ção do País hoje. Por que é que um Partido que até reconhece a necessidade de ser estabelecida uma correspondência entre os resultados eleitorais e a formação dos governos locais, tem que exigir a continuidades desses erros de disparidade entre os resultados eleitorais? Porquê manter uma situação errada até as próximas eleições se ela já está provocando violência armada ao ponto de matar cidadãos, paralisar a economia, destruir infra-estruturas, e enfim subverter os sonhos de liberdade e desenvolvimentos de todo um Povo? Afinal já não somos uma Pátria Independente? Democrática? Livre? Será por acaso que ser Pátria de heróis é sinónimo de ser Pátria de suicidas? O Povo está a morrer por dois documentos (constituição e AGP) que foram até escritos por todos e agora estão a ser rasgados pelos governantes da Frelimo em nome desse povo que martirizam. O Presidente Nyusi teve uma atitude de coragem quando aceitou mediadores no diálogo político que está a decorrer em Maputo. Ele merece parabéns por isso mas não foi suficiente. A nossa Pátria precisa de mais coragem da parte do seu Chefe de Estado. É urgente, para que não cheguemos a uma situação de bokoharamização, que se regresse ao espírito e a letra dos acordos de Roma. São acordos de Paz e a Paz nunca fica ultrapassada. Enquanto existirem mo- çambicanos que se lembram da Luta pela Democracia e que se identificam, e se definem a partir dela, tem que ser mantida a fidelidade aos acordos de Roma. Apenas o tempo, e não as vontades políticas poderão apagar esta necessidade. É um problema o facto de sermos uma pátria ideologicamente fraccionada, mas não devemos ter medo de aceitar esta realidade, pois aceitá-la é o primeiro passo para conseguirmos resolvê-la. Se tivermos esta coragem, podemos garantir que os nossos bisnetos ou trisnetos possam sentir-se, ser, e olhar-se como moçambicanos e apenas moçambicanos. Precisamos de um trabalho a executar durante gera- ções para nos libertarmos das cargas emocionais que as Guerras fratricidas deixaram em nossas personalidades. Se o Presidente da Frelimo perder de vista a realidade de fraccionamento ideológico e aceitar que uma província tenha que um Governador da Frelimo e administradores também do mesmo Partido, apesar de ter votado em massa na RENAMO, a Paz ficará inviabilizada. A primeira catanada será dada pelo espírito de discriminação e exclusão que domina a mente e o coração dos membros da Frelimo que por serem nomeados se empenharão em perseguir de todas a maneiras os cidadãos que se mostrarem a favor do outro Partido. Quem não ficaria revoltado ao ser inferiorizado quando se sente vencedor? A guerra está penitenciando a todos. Os que votaram em Nyusi e os que votamos em Dhlakama. A responsabilidade maior pela Paz, neste momento, está nas mãos daquele que se assume como Presidente da Nação. Se ele aceitar as reivindicações justas da RENAMO e a guerra não parar, então o culpado passará a ser Afonso Dhlakama. E para que sejam sanadas as causas da guerra, não é necessário nenhum abraço, nem aperto de mão, nem encontro de alto nível. Decisões, assinaturas, e sobretudo acções podem ser feitos sem encontro e é melhor que ele seja evitado para assegurar que não se repita a façanha de 9 de Outubro que nos envergonhou e indignou a todos. O Presidente Nyusi não pode confessá-lo mas todos sabemos que também ele ficou surpreendido, envergonhado e embaraçado com a proeza que escaqueirou a sua incapacidade de se fazer obedecer pelos seus próprios homens no seio do próprio partido que o levou a Ponta Vermelha. Então, devemos todos, a começar pelo Chefe de Estado, tirar da cabeça esse ritual do encontro, com o aperto de mão mais a assinatura, pois quando um processo de Paz é abortado, fica prejudicada toda a Nação. Já vimos muitas vezes os chefes a brindar com champanhe, a se abraçarem, a assinarem, a fazerem discursos bonitos… mas agora precisamos mesmo é que eles orientem bem os seus comandados para o mútuo respeito, para a concidadania e para o compatriotismo. Se somos iguais perante a lei, e também igualmente amados pelo Presidente da República, então qual é o problema de cada qual ser nomeado para governar onde ganhou? Próxima vez, quando o partido Frelimo ganhar, será o membro deste partido a ser nomeado. Há melhor estímulo para que os militantes de cada partido façam mesmo bom trabalho ao nível das bases.
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