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Escrito por Redação em 15 Abril 2016 (Actualizado em 18 Abril 2016) | ||||
Foram a enterrar nesta quinta-feira(14) Marcelino Vilanculos e José Manuel, cidadãos assassinados a sangue frio. Dos mais vários quadrantes chegaram os “repúdios”, as “indignações” e as “condenações”. Os moçambicanos honestos sentem-se desprotegidos e aguardam ansiosamente uma posição pública da guardiã da legalidade, Beatriz Buchili, e do mais alto magistrado da Nação, Filipe Jacinto Nyusi (não confundir com a declaração do presidente do partido Frelimo), que ainda não disseram o que pretendem fazer para acabar com a impunidade dos criminosos.
“O combate à criminalidade, em particular o crime organizado será implacável de modo a e qualquer cidadão, moçambicano ou estrangeiro, se sinta tranquilo e protegido”, prometeu a 15 de Janeiro de 2015 o Presidente de Moçambique durante a sua posse.
Passado pouco mais de um ano os criminosos estão claramente a triunfar, e a prova disso não são apenas estes dois assassínios mas todos os outros que acontecem todos os dia um pouco por todo o país diante de uma polícia que trabalha muito nas palavras mas que poucos resultados práticos produz.
Do Chefe de Estado, que na abertura do ano judicial apelou “para que se acelere o processo de reestruturação da polícia, em particular da Polícia de Investigação Criminal(PIC) que constitui um aliado precioso na prevenção e combate ao crime organizado”, só vimos mudar o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique, outro funcionário de Estado com responsabilidades no combate ao crime mas que também permanece em mudo.
PGR parece alheia aos abalos que estão a ser infligidos ao Estado de Direito
Mais ensurdecedor é o silêncio da Procuradora-Geral da República(PGR), Beatriz Buchili, que ainda sequer foi vista publicamente desde o passado sábado, quando José Manuel foi crivado de balas na cidade da Beira, e nem deu a cara quando o seu colega de profissão foi executado à porta de casa na noite de segunda-feira.
“Não há dúvida de que o comportamento do indivíduo indiferente, de quem fecha o coração desinteressando-se dos outros, de quem fecha os olhos para não ver o que sucede ao seu redor ou se esquiva para não ser abalroado pelos problemas alheios, caracteriza uma tipologia humana bastante difundida e presente em cada época da história; mas, hoje em dia, superou decididamente o âmbito individual para assumir uma dimensão global, gerando o fenómeno da «globalização da indiferença»”, afirmou Beatriz Buchili, citando o Papa Francisco na abertura do ano judicial.
A Procuradora-Geral da República parece alheia aos abalos que estão a ser infligidos ao Estado de Direito no nosso país, tal esteve no seu primeiro informe à Assembleia da República, onde ignorou o assassinato do juiz Dinis Silica, numa altura em que passava precisamente um ano desde que o magistrado tinha sido também assassinado numa via pública pelo crime organizado.
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quarta-feira, 13 de julho de 2016
Os moçambicanos sentem-se desprotegidos e esperam por uma posição pública da guardiã da legalidade e do mais alto magistrado de Moçambique
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