Carta aberta aos patrícios moçambicanos
Moçambicanos, meus patrícios, não é o número que interessa, é a razão. Vós sois muitos contra o meu pensamento. Não tenho nada contra isso. Tenho algo contra quem me nega o direito de expressar o meu pensamento. Tem cabeça oca quem pensa que quando são muitos a favor de uma forma de pensar, então é porque o que estão está certo. Ás vezes é assim, ouras vezes não.
Eu não estou patavina interessado no número de pessoas que rejeitam o meu pensamento. Tampouco me sinto diminuído por aqueles que me insultam. Esses não só têm cabeças ocas, são também pobres de corpo e alma. Eu estou interessado naquele pequeno número que vê razão no que tenho dito. Esses são úteis, porque com razão podem fazer-me ver quando onde estou errado, quando eu estiver errado.
Momentos como os que se estão a viver em Moçambique, de revelações sobre o indevidamente do país, supostamente fora das regras e da lei, só nos deviam fazer pensar fundo, no lugar de andarmos rapidamente à procura de culpados. Quem está fazendo tais revelações quer isso: que os moçambicanos deixem de concentrarem-se no que é essencial para correrem atrás de culpados de nada.
Ora, digamos que a administração de Armando Guebuza foi ruinosa. E depois? Vamos pegar o Armando Guebuza e fuzilá-lo, que é a pena máxima possível. E depois? Vamos confiscar todos os bens à sua família. Vamos usar os bens assim confiscados para pagar a dívida. E depois? Depois não vamos contratar mais nenhuma dívida. Depois vamos dormir sono tranquilo. E depois?... E depois?... E depois?
Note-se que tudo o que se faz tem o "e depois?". Quem está a pensar nesse depois, no caso das medidas que se apregoam contra o Armando Guebuza e outros? Verdade ou não, diz-se que Jesus de Nazaré disse: «Quem não pecou, que atire a primeira pedra!». Eu fico triste por estar a ver que os moçambicanos pararam de pensar com as suas cabeças e estão atrás de revelações da imprensa internacional como se fossem baratas tontas.
Moçambicanos, meus patrícios, todos os países do mundo têm dívida externa, nalguns casos até muito mais incomportável que a dívida de Moçambique. Os cidadãos desses países buscam soluções que vão para além de apontar dedos acusadores aos seus dirigentes.
O mais sensato que nós moçambicanos precisamos de fazer neste momento é procurar compreender como foi possível que durante dois anos o Fundo Monetário Internacional (FMI), uma instituição financeira que controla as contas de quase todos os países do mundo, não soubesse que Moçambique contratou uma GRANDE dívida.
Na minha cabeça "oca" não cabe essa estória de que o FMI não sabia da dívida externa de Moçambique! Na minha cabeça "oca" cabe que Moçambique só pode ter contratado TÃO ELEVADA DÍVIDA, violando regras do FMI e a lei moçambicana, com o aconselhamento dos técnicos do próprio FMI. Pensando assim, eu ficou livre da manipulação e o problema de interesse para mim fica outro, nomeadamente saber o que foi feito com esse dinheiro, de modo a saber como fiquei beneficiado ou prejudicado. Não é sensato eu correr a buscar culpados, antes de saber como foi usado esse dinheiro e de que maneira isso me beneficia ou me prejudica.
Bom, diz-se por aqui que parte desse dinheiro foi usada para apetrechar as forças de defesa e segurança com os meios de que necessitam para desempenharem cabalmente as suas missões. Essa parte do dinheiro ficou, portanto, com os sócios-accionistas do FMI, porque são eles que têm a indústria de que produz o equipamento para as forças de defesa e segurança. Outra parte desse dinheiro, diz-se, foi usada para financiar empresas criadas para prover serviços ao Estado e à sociedade moçambicana, quais sejam EMATUM e Proindicus. Esta parte do dinheiro ficou parcialmente em Moçambique e a outra voltou também para os cofres dos sócios-accionistas do FMI, pois as ditas empresas compraram equipamentos lá mesmo donde veio o dinheiro. Uma pequeníssima parte desse dinheiro eu até posso postular que tenha sido usada para a compra de empresas privadas do ramo de comunicação social que faziam propaganda contra o Estado moçambicano, financiadas pelos mesmos sócios-accionistas do FMI. Portanto, esta "partinha" desse dinheiro também voltou para os cofres dos seus donos.
Pensando assim, eu não consigo ver razão para tanta celeuma na sequência das "revelações" que se fazem lá fora, por órgãos de comunicação também ligados aos sócios-accionistas do FMI, sobre a dívida externa moçambicana.
Sim, Moçambique contraiu uma dívida junto a instituições financeiras internacionais para viabilizar investimentos públicos e privados neste país. No lugar de estarmos a fazer vozearia, precisamos é de ficar serenos e pensar. O que será que ditou que essa dívida fosse contratada fora de regras?
Eu não creio que, Armando Guebuza, um nacionalista convicto, pudesse hipotecar a soberania de Moçambique para satisfazer interesses pessoais. Algo mais sério há por detrás desta trama que as revelações que estão sendo feitas procuram esconder. O FMI só pode estar a mentir e algum motivo há por detrás desta mentira. Cabe a nós moçambicanos descobrir qual é esse motivo. Mas, enquanto estivermos a pensar que Armando Guebuza nos quis enrolou a todos, incluindo ao FMI—que é o que transpira que se pretende nós—, está ocorrendo que ficamos bloqueados de pensar nos prováveis verdadeiros motivos desta trama.
A minha exortação é de que deixemos de pensar pequeno; deixemos de deixarmo-nos manipular assim tão facilmente. Vamos lá mostrar que somos um povo que pensa que faz grande! O FMI virou um instrumento ao serviço do neocolonialismo. Não nos enganemos sobre esta verdade que está cada vez mais ficando revelada por cada escândalo financeiro nos países pobres mas com elevada concentração de recursos naturais por serem explorados! Vamo-nos unir ao nosso Governo no exercício de defender a nossa soberania.
Definitivamente, o FMI está a MENTIR a grande, quando diz que não sabia da dívida externa de Moçambique. E a intenção é sempre a mesma: enfraquecer a nossa soberania.
Que venha o contraditório, não nos atrapalhem o juizo!
Abril: o mês da mentira
Quem foi que disse que a nossa compatriota (na imagem) foi aos Estados Unidos reforçar a equipa do Governo de Moçambique nos encontros com o Fundo Monetário Internacional (FMI)?
É MEN-TI-RA!
(...).
Se alguém pensava que em Abril só se mente no dia 1, é bom pensar outra vez. Agora mente-se durante todo o mês de Abril!
Por fim, um aviso aos incautos
Cuidado! A bandeira da transparência não cobre os interesses dos pobres. Transparência nos actos governativos, como muitos exigem sem matutar, não é prova de que se faz justiça. Quem se serve bem da chamada transparência são os donos do capital, os mesmos promotores de injustiças em todo o nosso mundo.
Ah! Quanta hipocrisia deles nós abraçamos e acarinhamos com muita tolice, eles fazendo pouco de nós!
"Come on, men! Wake-up Africa, because the last call is right now!
Vamos lá civilizar o nosso intelecto! Não pensemos como eles querem; pensemos como nós podemos e queremos!
Vamos lá unirmo-nos em torno do Governo para estabilizarmos o país e prosseguir na rota para o progresso!
Vamos parar cumprir agendas dos outros!
---
PS: Moçambicanos, eu reitero que não cabe que o FMI fique dois anos sem saber que Moçambique têm uma dívida de mais de $ 1 bn não comunicada. Simplesmente não tem cabimento! Se nos forçam a reconhecer a mentira deles, há-de ser porque têm uma na manga. Estrategicamente, vamos "aceitar" que temos o montate de dívida que eles fingem que não conheciam, para restaurar a "confiança", mas fiquemos mais atentos e preparados, porque algo pior está a caminho!
Solução à moçambicana
Primeiro-Ministro de Moçambique e equipa em Washington D.C., reconheçais que "escondemos" uma dívida qual "descoberta" pelo FMI e peçais desculpas em nome de todos nós, moçambicanos, para podermos atender a emergência em que estamos: o país precisa de divisas para movimentar a economia, que está a colapsar.
O resto vamos ver depois, com mais calma. A verdade é qual fruto: quando maduro, cai. Ela vai aparecer e com ela vamos aprender!
Ficais, pois, pacatos, que soluções para os nossos problemas nunca faltarão enquanto Moçambique tiver o povo que tem: humilde, trabalhador, afável e compreensivo, mas não tolo!
Carta aberta aos patrícios moçambicanos
Moçambicanos, meus patrícios, não é o número que interessa, é a razão. Vós sois muitos contra o meu pensamento. Não tenho nada contra isso. Tenho algo contra quem me nega o direito de expressar o meu pensamento. Tem cabeça oca quem pensa que quando são muitos a favor de uma forma de pensar, então é porque o que estão está certo. Ás vezes é assim, ouras vezes não.
1 comentário:
Caro juliao cumbana eu nao posso pagar um divida que não conheço os alunos ainda sentam no chao hospitais sem medicamentos etc.A pessoa que deveu o dinheiro tinha objectivo de arruinar país
Enviar um comentário