Tendo dito o que disse
Esta é uma mensagem especial, igualmente aberta, dirigida a um jovem com ideias fundamentalistas e prolífico nas redes sociais da "Pérola do Índico", e que pode ser visto na imagem. Ele sabe quem é, mas para não ser alguém aqui no meu mural, não vou mencionar o nome falso que ele usa, nome esse que resulta de uma combinação de nomes de profetas do islão.
Para ti, jovem que no próximo dia 29 de Outubro vais completar 32 anos de vida, escrevo este texto para te ajudar a saíres da mata do fundamentalismo é que estás entrincheirado e entenderes o conteúdo da minha carta aberta ao general e veterano da luta de libertação nacional, Alberto Chipande. Mas antes, tenho a dizer-te isto:
Tu não és dotado de capacidade nenhuma de ler a mente de outrem. Aliás, ninguém é dotado dessa capacidade. Por isso, mede os teus passos!
Agora, ó jovem, presta atenção ao que se segue.
Tendo eu dito o que disse na carta aberta que dirigi ao veterano da luta de libertação nacional, Alberto Chipande, com referência aos seus pronunciamentos sobre as riquezas de Moçambique—um pronunciamento que não é recente, mas marcou o pensamento das pessoas para com a Frelimo—, dizia, tendo eu dito o que disse naquela carta aberta ao general Chipande, sobre o que a ele se atribui, quero aqui deixar ficar claro que me identifico plenamente com o que ele disse recentemente em Sofala.
Em Sofala, o general Chipande chefia uma Brigada Central de apoio ao Comité Provincial da Frelimo naquela província. Nessa qualidade, o general Chipande fala em nome da Frelimo e transmite mensagens e orientações que emanam dos órgãos colegiais deste partido. A mensagem que o general Chipande transmitiu aos militantes e simpatizantes da Frelimo, e a toda a população da Província de Sofala, é de que em Moçambique não há mais espaço para a guerra. Porém, devemos ser nós, o povo moçambicano, a negar a guerra, repudiando os ataques dos homens armados da Renamo, e nos defendendo desses ataques sem termos que esperar pela intervenção das forças de defesa e segurança. Sim, porque, afinal, nós, o povo, sabemos onde esses homens armados da Renamo se escondem.
Esta mensagem não deve ser interpretada como incitação à violência, mas sim como incitação para tomada colectiva de uma atitude antiguerra. Eu identifico-me com esta mensagem, que até não só da cabeça do general Chipande, mas sim da Frelimo.
De facto, o combate contra os homens armados da Renamo não tem que ser efectuado só pelas forças de defesa e segurança, mas sim por todos nós, o povo moçambicano. Temos todos que participar, de todas as formas possíveis e com recuso a todos os meios de que dispomos, no combate contra o terrorismo protagonizado pelos homens armados da Renamo. Não devemos aceitar conviver com bandidos! A paz efectiva depende da nossa recusa em conviver com pessoas que portam armas ilegalmente, e fazem uso delas contra nós e não para a nossa defesa. Só desta forma, lutando todos juntos contra o terrorismo que os homens armados da Renamo instalam em Moçambique, é poderemos alcançar a paz efectiva. Esta é a mensagem que o general Chipande transmitiu a todos nós, a partir da Província de Sofala, e com a qual eu estou plenamente de acordo.
Eu sei—não apenas imagino—quão difícil é separar uma pessoa das suas ideias ou opiniões e da organização a que pertence. Mas esse exercício de separar a pessoa das suas ideias é salutar e sempre se recomenda. Eu dizer, por exemplo, que o meu amigo virtual Mussá Mohamad é besta, é diferente de dizer ele tem um pensamento bestial. É preciso saber separar as pessoas das suas opiniões ou actos, por que boas pessoas podem praticar actos maus e más pessoas podem praticar actos bons. Há sempre algo de bom naquilo que detestamos e há sempre algo de mau naquilo que mais gostamos. Nada é perfeitamente bom, qual nada é definitivamente mau. Os nossos actos conscientes todos começam com uma elaboração mental; começam com um plano. Quem pensa coisas boas, faz coisas boas; que pensa coisas más, faz coisas más. Saber distinguir o bem do mal é produto da escola social de valores. O ser, estar e os actos são distintos, embora coabitando no mesmo indivíduo. O indivíduo e a organização a que estiver associado são entidades distintas. Eu não sou Frelimo, o general Chipande também não. As nossas opiniões individuais não vinculam a Frelimo, quando falamos sem mandato para falar em nome da Frelimo.
Estas palavras são especialmente para ti, tu jovem na imagem que acompanha esta mensagem. Liberta-te dessa prisão intelectual em que as tuas crenças te colocaram. Quem revela que estás em prisão intelectual são as ideias que tu partilhas com os teus amigos, até comigo também. É assim que eu fiquei a saber que vives num cativeiro intelectual, qual os membros do chamado Estado Islâmico (ISIS). Acaso, achas que o ISIS luta por causa justa no concerto das nações? Se achares que não, então esta mensagem é mesmo para ti. Deixa esse fundamentalismo que aprisiona o intelecto e não te permite usar a razão de forma plena! Tu vês fantasmas de roubo, de injustiças, de corrupção a todo o momento, exactamente por causa de teres o teu intelecto aprisionado para só ver essas coisas, mesmo onde elas não existem.
Quando estiveres fora dessa prisão, hás-de poder entender que aquela minha carta aberta ao general Chipande distingue entre este proeminente quadro da Frelimo e a própria Frelimo. Há momentos que o general Chipande fala como indivíduo, como quando está numa festa de confraternização; tem outros momentos que ele fala em nome da Frelimo, como quando transmite deliberações e orientações emanadas dos órgãos colegiais de gestão e direcção da Frelimo. Falando por conta própria, como indivíduo, o general Chipande pode até ter, qual não ter, preferência pela hipocrisia. Isso é problema dele, e pode até ser criticado por isso. Mas quando fala em nome da Frelimo, o general Chipande nunca pode preferir a hipocrisia, pois o que ele faz nessas ocasiões é comunicar ao povo moçambicano as deliberações ou orientações emanadas dos órgãos da Frelimo.
Em Sofala, nas reuniões públicas que orienta à frente da Brigada Central de apoio político ao Comité Provincial da Frelimo naquela província, o general Chipande fala em nome da Frelimo, e nisso eu não lhe conheço a dizer coisas erradas. Até me atrevo a dizer que ninguém mesmo o conhece a fazer coisas erradas no cumprimento de uma missão partidária. Pelo contrário, ele é conhecido a transmitir bons ensinamentos. É por isso mesmo que, politicamente falando, eu considero o general Chipande um exímio político. A sua longevidade (50 e picos anos!) nos órgãos de direcção da Frelimo, nomeadamente como membro do Comité Central e da Comissão Política deste partido, testemunha que ele é de facto um quadro partidário exemplar. Os seus lapsos de pensamento e de expressão, que às vezes ocorrem em fóruns privados, não devem ser confundidos com as seus actos como dignitário da Frelimo. Agindo nesta qualidade de dignitário da Frelimo, o general Chipande é inequivocamente um político imaculado.
Enfim, não seja vista contradição que não existe entre este mensagem e a minha carta aberta ao general Chipande. O general Alberto Chipande é pessoa, militante e quadro histórico da Frelimo. Os seus erros são pessoais e não devem ser vistos como erros da Frelimo. A opinião pública precisa não penalizar a Frelimo porque os seus militantes e quadros proeminentes cometem erros na condução da sua vida individual ou profissional. A Frelimo é soberana. Cada indivíduo adulto também é soberano. Logo, separar as pessoas das suas ideias e da organização em que militam é recomendável na prática da justiça.
Espero que tu, jovem (na imagem), tenhas entendido esta mensagem. E espero o mesmo dos demais.
2 comentários:
Vamos deixar de falar de B ou C, o povo não quer a guerra e muito menos tem armas para si defender, o governo eleito pelo povo devi fazer isso, queremos PAZ, PAZ, PAZ somente a PAZ, não podemos andar a falar coisas sem pé nem cabeça, só enganação, barbaridade em quanto todos dias recebemos notícias de mortes e valas comuns no país, nos irmãos, primos, pais si foram e depois falamos nada está acontecer, devemos sair dos bastidores e encarar a realidade do País, a vida tá cara e tensão política onde nós vamos, até quando estes problemas, onde estão os nossos libertadores.
Vamos deixar de falar de B ou C, o povo não quer a guerra e muito menos tem armas para si defender, o governo eleito pelo povo devi fazer isso, queremos PAZ, PAZ, PAZ somente a PAZ, não podemos andar a falar coisas sem pé nem cabeça, só enganação, barbaridade em quanto todos dias recebemos notícias de mortes e valas comuns no país, nos irmãos, primos, pais si foram e depois falamos nada está acontecer, devemos sair dos bastidores e encarar a realidade do País, a vida tá cara e tensão política onde nós vamos, até quando estes problemas, onde estão os nossos libertadores.
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