Nos tempos da primeira república, quando o presidente era Samora Machel, haviam poucos órgãos de comunicação social no país e todos eram pro-governamentais. Na imprensa escrita, só haviam os jornais "Notícias" e "Domingo", e a revista "Tempo".
Na segunda república, isto é, no governo de Joaquim Chissano, houve um 'boom' de órgãos de comunicação social dada a maior abertura no que tange à liberdade de expressão e também à liberdade de imprensa. Isto é salutar, porém, trouxe consigo muita mediocridade, havendo mais sapateiros que jornalistas. Abunda mais a especulação do que a investigação. É uma autêntica selva. Tudo em nome do estômago.
Só que alguns jornais, ao invés de venderem o seu papel para enganar a fome, envolvem-se em politiquices, entram no campo da especulação e mentira. Não os vou mencionar por uma questão de ética, mas também porque vocês já devem saber de que jornais me refiro.
Existem casos em que uma notícia publicada por um determinado jornal aparece tal e qual num outro jornal, com os pontos, vírgulas e tudo. Muitas vezes notícias prenhes de inverdades. Quer dizer, neste conjunto de pasquins, se o jornal A comete um erro ortográfico, o jornal B também comete-o, exactamente como aconteceu noutro jornal. Nisso, onde é que fica o rigor profissional?
Faço um apelo ao Conselho Superior da Comunicação Social para que estes jornais sejam retirados de circulação no país e se expurgue o jornalismo de meia tigela. Isto não só é nojento como também é ridículo. Para alguém descobrir este "sapateirismo" de alguns jornais da nossa praça, nem precisa ser formado em jornalismo. Eu, por exemplo, sou leigo nesta matéria, mas consigo ver claramente estes erros grotescos. Por ter um pequeno conhecimento nesta área, algumas pessoas amigas sugerem-me para que eu curse jornalismo, acreditando que poderei exercer esta profissão com muito brio. Respeito as opiniões e sugestões dos meus amigos, mas prefiro continuar na rua a carregar sacos. A vida é feita de escolhas e, cada um faz a sua. Espero que eles compreendam isso.
Já li num desses jornais que um cidadão, cujo nome irei também omitir, "tem processo na PIC, no Tribunal, na Procuradoria e no Ministério Público. Isto é vergonhoso! A Procuradoria e o Ministério Público são a mesma entidade. Se Moçambique, como se diz por aí, é um país difícil de viver, é por causa de algumas pessoas. São de uma mediocridade tal que até roça ao ridículo. Isto é repugnante e inadmissível.
E o Conselho Superior da Comunicação Social porquê faz vista grossa a tudo isso? Quero eu acreditar que submetidos a um escrutínio rigoroso, este país só iria ter um punhado jornalistas sérios.
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