O debate sobre a deportação da Cidada Espanhola Eva Moreno veio a mostrar que nos os Moçambicanos temos pouco conhecimento do que é um ESTADO DE DIREITO e nem o que é ter e respeitar a liberdade de opiniao, expressao, etc...
O debate veio mostrar que muitos moçambicanos pensam que uma pessoa, so porque reside no estrangeiro,perde todos os seus direitos... Muitos moçambicanos pensam que por serem moçambicanos e estarem em territorio nacional tem mais direitos ou mais deveres que o cidadao estrangeiro... nao disso é verdade,
A Lei 5/93 de 28 de Dezembro que estabelece o regime jurídico do cidadão estrangeiro em Moçambique no seu Art 4, no.1 diz claramente o seguinte: "O cidadão estrangeiro que resida ou se encontre em território nacional, goza dos mesmos direitos e garantias e está sujeito aos mesmos deveres que o cidadão moçambicano."
Portanto, meu irmao Moçambicano voce nao é mais especial que o seu vizinho Nigeriano, Maliano ou Espanhol, tem os mesmos direitos de, se conseguir dinheiro abrir uma barraca,
tem os mesmos direitos de emitir opiniao e expressar o que sente... e elhe oferecido as mesmas garantias constitucionais que o estrangeiro goza...
Se voce Moçambicano pode opinar sobre o comprimento da saia do uniforme escolar por ter filhos/filhas na escola e é um assunto social e cultural do pais, aquele seu vizinho Nigeriano, Maliano ou Espanhol tambem pode ser que tem filhos que frequentam essas escolas e tambem tem direito de opinar, e tem obrigacao de, concordando ou nao, de cumprir com a directiva...
O Estado Moçambicano (representantado pelas suas instituiçoes soberanas: Governo, parlamento e Judicial) é livre de decidir quem deve ou nao, sendo estrangeiro, permanecer dentro do seu territorio...
Todavia, qualquer decisao que o estado toma, deve ser justa com todas as pessoas que habitam no seu territorio, independentemente de serem ou nao estrangeirros, ou sua raça, religiao, genero...
Nas medidas administrativas que o estado toma, por exemplo, nao pode dizer que vai nacionalizar casas dos estrangeiros e deixar os nacionais... ou por outra, na construcao da N4, tevesse que remover algumas casas do traçado... nesse processo, compenssa-se a todo aquele que legalemente for o proprietario de um imovel junto aos traçado, nao pode dizer que nao indimizar a sicrano ou beltrano porquue é estrangeiro... naos estra a tratar bem a quem autorizou a ficar na sua casa...
neste caso, uma pergunta, sera mesmo que esta Espanhola era a unica cabecinlha das manifestaçoes? Se nao, entao pela gravidade do que ela cometeu, é injusto que so tenha sido presa ela e deportada... e deixar-se em liberdade as cabecinlhas nacionais... ai verifica-se uma dualidade de criterios... Mais ainda é a forma simplista que se olha a um estrangeiro... neste caso imaginemos se esta Senhora Eva Moreno fosse casada com um Mocambicano, seria deportada? como fica o marido? Imaginemos que esta senhora espanhola tivesse um filho Mocambicano menor, seria deportada? e como ficaria a criança ou bebe Moçambicano, ficaria sem mae ou entregavamos a uma casa de adopcao?... estas coisas nao sao tao simplistas ou preto no branoc... sao muito complexas e devem ser ponderadas desapaixonadamente...
O debate tambem veio mostrar sobre o desconhecimento do que é ingerencia nos assuntos internos de um pais... este termo de ingerencia, so é aplicavel quando um soberano interfere nos assuntos de outro soberano ou melhos, quando agentes de um Estado omitem opiniao ou fazem algo que pode ter impacto noutro estado... nao é a opiniao de qualquer estrangeiro, mesmo que nao exerça funçoes de estado, que se chama de ingerencia... neste caso da Eva Moreno, nao se pode dizer que o Reino da Espanha esta se meter nos assuntos de Moçambique, porque esta Senhora nao representa o Governo ou Estado espanhol... e nem voce meu irmao que nao é membro do Governo, Deputado, Juiz, ou membero das Forças armadas representa o governo Moçambicano e quando no esterior sera sujeito a jurisdicao desse territorio onde estiver...
mais grave ainda, é o desconhecimento de que um estado de direito fundiona com pesos e contrapesos para que os direitos e liberdades individuais sejam observadas... e ai entra a PGR que é entidade que fiscaliza as acçoes administrativas do Estado enquanto estas estao a ser executadas (em direito ou ao vivo, como quizerem)... e esta ignorancia do papel e funçao da PGR é fatal num estado de direito... Porque quando um Procurarador da uma ordem, nao é porque tem força fisica ou armas para zer valer a sua decisao, nao... o Procurador, da ordem de Prisao ou soltura, confiando na força da constituiçao e nas demais leis em vigentes em Moçambique... e quando a PRM recusa cumprir isso, temos um problema grave... a PGR é uma instituiiçao chave num estado de direito e a PRM deve-lhe obdiencia constitucional, que esta acima da obdiencia hierarquica do Ministro do interior...
Agora, imagina meu irmao moçambicano que o detido era voce e a detencao era ilegal... ai chega o procurador e da a ordem de soltura e a PRM nega, como se sentiria? pense nisso, para poder analisar este caso... ninguem esta contra a ordem de deportacao... mas a maneira como ela foi feita importa... Será que neste caso "os fins justificam os meios?"...
eu quando vejo um procurador vejo um escudo uma protecao independentemente do seu sexo... e chocou-me muito ver a procurado a ser empurrada daquele jeito porque queria fazer o seu trabalho de proteger uma cidada e repor a legalidade... quando olharmos a um Procurador (quer seja homem ou mulher), devemos olhar como uma mae porque esse procurador REPRESENTA a LEI MAE que é a CONSTITUICAO DA REPUBLICA de MOCAMBIQUE e nem outra coisa mais e ao empurrar uma procuradora é como se estivessem a rasgar a constituicao...
O desrespeito com que foi tratada a procuradora no Aeroporto de Maputo e a forma como a PRM suspendeu a validade da Constituicao (que protege a todos habitantes/residentes na republica de Moçambique nacionais e estrangeiros), assusta e nao da garantias de que a legalidade é verificada nos ectos administrativos do estado... Quando um procurador num estado de direito é disrespeitado ou desautorizado é o mesmo que dizer que alguem esta acima da lei ...
nao me interessa discutir a justeza da deportaçao da espanhola Eva Moreno... porque para mim é claro que as decisoes do Estado Moçambicano tomadas pelos Ministro do interior sao soberanas e nao se discutem...
Mas interessa uma reflexao deste incidente, sobre a fragilidade do nosso ESTADO DE DIREITO EM TERMO DA SUPREMACIA DA CONSTITUICAO ou DA LEI acima de todas as coisas?
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