Editorial do Jornal de Angola voltou a fazer um ataque à imprensa portuguesa e insiste que não pediu resgate, como o fez Portugal. No entanto, mecanismo do FMI é exatamente o mesmo usado por Portugal.
O Jornal de Angola voltou a atacar a imprensa portuguesa, que considera ter tratado de forma “ligeira e pretensiosa” o pedido de ajuda ao Fundo Monetário Internacional anunciado esta quarta-feira, lembrando as palavras do ministro das Finanças angolano que garantiu que o pedido não era de um resgate.
“Foi notória a forma ligeira e pretensiosa como alguma imprensa à margem do Tejo, useira e vezeira em desejar desgraça em casa alheia, saiu à rua para lançar diatribes à volta de um suposto programa de resgate económico monitorado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), organização de que Angola é membro de pleno direito”, acusa o editorial do Jornal de Angola.
O editorial do jornal, usado várias vezes para passar recados a Portugal, acusa ainda o porta-voz da UNITA de fazer coro com os “amigos do rossio” e amplificar na praça pública “as vozes embriagadas do Rossio”
Sobre o pedido de ajuda, o jornal diz que o deputado está completamente equivocado e que o pedido de ajuda ao FMI “não se trata de um plano de resgate económico”, mas sim apenas que “ficou claro que as negociações do Governo com o FMI visam tão só assistência técnica para relançar a economia não petrolífera” e é mais explicito dizendo mesmo que não se trata de “nenhum programa de resgate, como o que se aplicou a Portugal, Grécia e Irlanda”.
O Extended Fund Facility, que o Jornal de Angola e o ministro das Finanças garantem que “não é um programa de resgate”, é exatamente o mesmo tipo de mecanismo ao qual Portugal recorreu quando pediu ajuda ao FMI em abril de 2011.
O programa, que tem uma duração alargada, é negociado caso a caso e envolve reformas, a aprovação e aplicação de medidas de forma trimestral para que o país em causa receba as tranches do empréstimo que será acordado durante as negociações.
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