Sunday, June 7, 2015

Líder da UNITA faz revelações sobre os acordos de Bicesse


Benguela - Integra do Discurso proferido pelo Presidente da UNITA, por ocasião do 24º aniversário dos acordos de paz para Angola, celebrados em Bicesse, entre o então governo da RPA e a UNITA.

Fonte: UNITA

Minhas senhoras e meus senhores:

É um prazer para mim saudar esta magnífica audiência, um dia depois da observância do dia internacional da criança e dois dias depois do vigésimo quarto aniversário dos Acordos de Paz Para Angola, firmados em Portugal, em 31 de Maio de 1991. E é exactamente do 31 de Maio que eu achei falar-vos e que vai ser, por isso, o tema central do meu pronunciamento. De facto, perante a atitude que nos últimos tempos transparece do discurso oficial, achei que devia fazer algumas considerações sobre esta data.
O dia 31 de Maio não consta da lista oficial dos feriados nacionais. Porém, depois do dia 11 de Novembro de 1975, nós, na UNITA, consideramos que o dia 31 de Maio de 1991 é um dos dias mais importantes da nossa história política.
Se em 1975 Angola nasceu como estado independente, foi em 31 de Maio de 1991 que os angolanos firmaram os alicerces para a construção de uma “nova independência”, digamos, para a construção de um futuro inclusivo e partilhado por todos. Um futuro de liberdade, reconciliação e prosperidade para todos.
Os alicerces dessa construção são os Acordos de Paz Para Angola, assinados em Portugal pelo Presidente da República, Eng. José Eduardo dos Santos e pelo Presidente da UNITA, Dr. Jonas Malheiro Savimbi. Foram mediadores dos Acordos três governos: dois que estiveram envolvidos na guerra pós-colonial angolana, o governo da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e o governo dos Estados Unidos da América; e o governo que foi um dos principais responsáveis pelo conflito político pós independência, o Governo de Portugal.
É isto o que me proponho fazer nesta conferência. A partir da análise de Bicesse, proponho-me a dialogar convosco, escutar as vossas questões e reflectir conjuntamente sobre as melhores saídas para a crise política, social e financeira que o país enfrenta. Quais os passos que podemos dar juntos para fazermos como nação uma mudança estável, sem convulsões. E para o benefício de todos.
O conflito angolano tem raízes geopolíticas, económicas e culturais, que datam de antes da independência. Angola emergiu para a autodeterminação e proclamou a independência em meio de disputas geopolíticas entre a URSS e os Estados Unidos.
No seu esforço de dominar o mundo por via do ideal comunista, a União Soviética pretendia controlar as rotas do comércio marítimo da África austral; explorar os vastos recursos minerais da África austral que sustentam a indústria bélica e não só; e influenciar o destino dos povos dessa região. Para o controlo de Angola, promoveu, por isso, ligações estreitas com o Partido Comunista Português e o envio de forças expedicionárias cubanas para garantir o controlo político de Angola independente pelo movimento que se afirmava pró-comunista e aliado do Partido Comunista Português, o MPLA.
Os Estados Unidos, por sua vez, tencionavam conter e fazer retroceder o avanço comunista. Quando se aperceberam dos avanços soviéticos, passaram a apoiar mais decididamente a FNLA.
Portugal não tinha e nunca teve capacidade para gerir e desenvolver as riquezas de Angola, que as superpotências cobiçavam. Assim, surgiu em 1974, uma revolução em Portugal, que originou o colapso do Estado-cliente português, ruído em grande parte pelo fardo das guerras nas suas colónias africanas.
No plano interno, Portugal decidiu encetar o processo de descolonização e assinou com os nacionalistas angolanos em Janeiro de 1975, o Acordo do Alvor, que estabeleceu os termos da descolonização: eleições para uma Assembleia Constituinte escrever a Constituição, formação de um exército único, um governo de transição e a data para o Presidente da República portuguesa proclamar a independência de Angola. No fim, não houve eleições; não houve Constituição democrática; e não houve independência proclamada pelo Governo português e reconhecida por todos. Houve, sim, exércitos invasores, muita confusão e Portugal fugiu e entregou o poder ao MPLA, violando os Acordos do Alvor e deixando os angolanos divididos, impreparados e vulneráveis.
Até por volta de 1987-1988, os angolanos em conflito não estabeleceram quaisquer contactos entre si para a paz. Nessa altura, combatiam em Angola forças regulares cubanas e sul-africanas, conselheiros militares soviéticos, alemães, americanos e outros; mais de 200,000 angolanos estavam engajados em actividades militares.
Em Dezembro de 1988, foram assinados os Acordos de Nova York, que estabeleciam os termos para a saída das forças estrangeiras de Angola e abriam o caminho para os angolanos resolverem a sua parte do conflito.
Em 1990, a UNITA controlava 70% do território, tinha um exército superior a 100.000 homens e uma Administração própria que administrava o povo e o território sob sua jurisdição. O MPLA controlava 30% do território. A economia offshore baseada no petróleo dependia dos Estados Unidos que, ironicamente, sustentavam a guerra de duas maneiras: de um lado, extraiam e revendiam o petróleo angolano e facilitavam a fuga de capitais para Wall Street e paraísos fiscais. Do outro lado, forneciam ajuda militar a uma das partes, à UNITA, a força angolana que, no plano ideológico, partilhava os mesmos valores que os Estados Unidos defendiam: liberdade, pluralismo, democracia e mercado livre.
Enquanto isso, as instituições políticas eram frágeis e sem legitimidade. A fuga dos quadros portugueses em 1975, conjugada com o alargamento da guerra, de 1976 a 1989, levou ao colapso quase completo da indústria e do comércio. Pouco restou de capacidade produtiva, infraestrutura ou instituições. Dezenas de municípios nunca tiveram a administração do Estado; apenas conheceram a presença da UNITA. Havia dois exércitos potentes e bem equipados, duas administrações territoriais e duas economias no mesmo país, Angola.
A UNITA não reconhecia a legitimidade do Governo do MPLA que tomou o poder pela força com a ajuda de Portugal e dos cubanos em 1975. E o Governo do MPLA não reconhecia a existência jurídica da UNITA como organização política nacional com direito a participar na vida política por meios democráticos e pacíficos.
De facto, a Constituição afirmava mesmo que o poder político em Angola só podia ser exercido pelo MPLA. O Presidente do MPLA era automaticamente o Presidente da República. Os juízes dos tribunais tinham de ser todos membros do MPLA. Os Deputados tinham de ser todos membros do MPLA, porque diziam que só o MPLA representava o povo. E mais ninguém.
A guerra de resistência popular generalizada movida pela UNITA no plano interno teve por objectivo mudar esse regime. Este objectivo foi alcançado formalmente em 31 de Maio de 1991 com a assinatura dos Acordos de Paz em Bicesse. Eles demarcam um período de transcendentes mudanças no regime político de Angola porque depois dos Acordos de Paz, tudo mudou.
Em síntese, os acordos de Bicesse foram de enorme importância porque:
Instituíram os alicerces da paz militar, com a fusão dos dois exércitos e a consequente criação das Forças Armadas Angolanas – FAA;
Instituíram os fundamentos da paz política, com a extinção do regime de partido único e a instauração do multipartidarismo;
Instituíram uma nova ordem jurídico-constitucional, através da aprovação de uma nova Constituição com um novo paradigma, o constitucionalismo democrático;
Instituíram uma nova ordem económica, com a consagração de uma economia livre, baseada nas leis do mercado.
Tudo aquilo que foi negado aos angolanos em 1975 e que trouxe a guerra, foi devolvido aos angolanos – pelo menos no plano formal – em 31 de Maio de 1991.
Os principais valores pelos quais a UNITA se bateu para o benefício de todos os angolanos - Paz, Multipartidarismo, Liberdade Económica e Democracia – foram conquistados em 1991, através da assinatura dos Acordos de Paz para Angola.

Prezados compatriotas:

Paz, liberdade e democracia são os valores fundamentais da nacionalidade angolana que foram incorporados tanto na Constituição de 1992 como na Constituição de 2010. Estes são os ganhos históricos dos Acordos de Paz firmados em 31 de Maio de 1991.
Apesar dos lamentáveis recuos que nos impediram viver em liberdade e numa autêntica democracia até aos nossos dias, não se pode nem se deve subestimar os avanços institucionais que os Acordos de Bicesse trouxeram para Angola.
O Protocolo de Lusaka, assinado em 1997, pelos mesmos protagonistas dos Acordos de Bicesse, visou implantar as medidas de pacificação, desarmamento e a reconciliação, interrompidas após as eleições de 1992. Por isso, foram assinados como simples “Anexos” dos Acordos de Bicesse. 
O Memorando do Luena, assinado em 2002, pelos mesmos protagonistas dos Acordos de Bicesse, visou formalizar o entendimento de como seriam materializadas em definitivo as medidas pendentes não concluídas em Lusaka.
Não podendo mais ser “Anexos” aos Acordos, designou-se “Memorando de Entendimento”, exactamente porque traduzia por escrito o entendimento de como deveria ser concluído o cumprimento dos Acordos de Bicesse.
Os Acordos de Bicesse representam, pois a essência e o símbolo da génese da conquista da democracia e da paz pelos angolanos.
É verdade que a paz teve e tem muitas datas. Mas a paz não pode estar desligada da liberdade e da democracia, porque ela surge como consequência de um acordo para a mudança do regime político, de ditadura do proletariado para democracia multipartidária.
O facto de que depois de tal acordo principal ter havido falhas e desencontros, não anula a essência nem a natureza da paz negociada: ela é, sempre foi e continuará a ser, uma paz democrática e não uma simples paz militar.

Prezados compatriotas:
Importa-nos agora recordar os três grandes objectivos dos Acordos de Paz: 1) a construção de uma República; 2) a construção do regime democrático; e 3) a reconciliação nacional.
Vinte e quatro anos depois, onde estamos? Estes objectivos foram atingidos ou continuam a ser metas e aspirações?
Hoje, podemos avaliar com mais clareza a importância histórica daquele evento. Fazer tal avaliação parece-nos ser a melhor forma de comemorar os Acordos de Paz.
A República existe no papel, embora os favorecimentos, a corrupção e a interferência do executivo sobre os demais poderes se tenham tornado o quotidiano da vida em Angola;
Na prática, Angola encontra-se ainda naquela posição muito peculiar de um regime que afirma ser uma república, mas não respeita o republicanismo; diz ser um Estado democrático, mas está longe de ser uma democracia autêntica. Uma República funda-se nas ideias da liberdade individual, das virtudes cívicas e da ética republicana. Estes ideais manifestam-se na separação entre a coisa pública e as coisas privadas, civilidade, humanismo, liberdade política, igualdade e hostilidade a privilégios, ideias típicas do republicanismo, que não se compadecem com os ideais do absolutismo e do despotismo, típicas do pensamento monárquico.
De facto, vinte e quatro anos depois de consagrada a República, nem o Parlamento, nem os tribunais, nem a comunicação social, nem a Administração eleitoral e até franjas da comunidade internacional, ninguém está fora do controlo do PR. Nenhum deles contribui na garantia de um sistema equilibrado, compatível com as exigências de um Estado de direito democrático bem governado e subordinado ao parâmetro dos direitos humanos.

Por isso, os Acordos de Bicesse são tão importantes porque constituem ainda a agenda do futuro para Angola. São promessas não cumpridas, objectivos por atingir.
E quanto aos erros e às lições aprendidas desde Bicesse, o que podemos dizer?
Aprendemos algumas lições que podem orientar a reflexão sobre a construção do futuro:

Primeira lição
Sobre o longo período de guerra civil, marcado por poucos encontros e muitos desencontros; por breves momentos de paz e longos períodos de guerra; repito hoje o que há vários anos tenho dito:
Não há apenas um culpado nem há apenas um único responsável, nem há apenas vítimas de um só lado. “Culpados somos todos, responsáveis somos todos, Vítimas somos todos”.


Segunda lição:

Os Acordos de Paz iniciaram um longo e decisivo processo de transição. Não se trata de um simples processo de transição da guerra para a paz, ou do autoritarismo para a democracia.
Tal como em muitos outros estados africanos, a transição que Angola vive desde 1991, é uma transição mais ampla e complexa: de ex-colónia para Estado independente: da guerra para a paz; da repressão para os direitos humanos; de Estado de não direito para o Estado de direito. Da corrupção para a transparência. De uma economia voltada para o exterior para uma economia integrada, voltada para o angolano; da ênfase no desenvolvimento do território e infraestruturas para a ênfase no desenvolvimento das pessoas; da centralização do poder e da riqueza para a descentralização do poder e justa redistribuição da renda.



Angola precisa de um novo Acordo para completar esta transição de forma pacífica.



Terceira lição:



Os angolanos estão cansados da má governação do MPLA. Em todos os cantos do país, todos aspiram por uma mudança: os estudantes querem a mudança; Os professores, os sindicalistas, os polícias, todos estão convencidos que o MPLA já não tem mais nada para dar a Angola. Esta mudança não pode ser obra de um partido. É obra de todo um povo. É obra de nós todos, de todas as classes sociais que constituem o povo soberano de Angola. Esta mudança já está em construção e precisamos apenas de conversar mais um pouco para eliminar os receios e alinhavar algumas arestas.



Quarta lição:



A democracia de papel, tutelada por um Partido-estado e a má governação não servem a Angola. Angola quer uma democracia dinâmica onde o poder judicial é mesmo independente, onde os juízes se sintam no dever e com poder real de fazer justiça a muitos José Sócrates que certamente andam por aí. Angola reclama por um novo e melhor governo, que seja sensível ao sofrimento do povo e governe para o povo, e não para os seus bolsos. A democracia angolana reclama por autarquias locais para gerir e regulamentar com autonomia os assuntos públicos locais. Angola quer uma imprensa livre e plural e uma comunicação pública isenta, educativa e construtiva, que respeita a ética e promove a unidade e a reconciliação nacional. Uma democracia onde ninguém se comporte acima da lei, uma democracia que responsabiliza os governantes e organiza processos eleitorais transparentes e credíveis.



Quinta lição:



Aprendemos que a mudança que todos almejamos deve ser feita sem convulsões. Deve ser uma mudança pacífica e estável. Mudança que não destrua o que já foi feito, mas que construa sobre a obra já erigida, respeitando tanto a construção como os construtores. Uma mudança sem ódios nem vinganças. Uma mudança que não faça caça às bruxas, porque todos cometemos erros. O objectivo da mudança não é substituir um ditador por outro. Nem é criar uma classe diferente de endinheirados a partir de novos roubos do erário público. Nada disso.



Queremos mudar o regime político, e não perseguir pessoas nem tirar-lhes os seus bens. O que defendemos é que quem talvez tenha roubado, que páre de roubar. Quem talvez tenha matado, que páre de matar. Quem talvez tenha defraudado, que páre de defraudar. Vamos construir um novo país. Uma nova matriz de valores para sustentar o processo de renovação social. Vamos cultivar uma nova cultura de governação. Vamos dar as mãos uns aos outros, porque somos todos irmãos, filhos da mesma mãe: ANGOLA.



Pretos, brancos e mulatos, ricos e pobres, letrados e iletrados, vamos esquecer o passado, eliminar os receios do presente para construirmos o futuro. Um futuro inclusivo e partilhado por todos, cada um de acordo com as suas capacidades reais.



Meus compatriotas:



Defendo a celebração de um novo Acordo de Bicesse. Um novo contrato social. Vamos concluir a obra que Bicesse alicerçou.



Porque deve ser a hora de Angola saldar a dívida que tem consigo mesma e encontrar-se definitivamente consigo mesma.



Chegou a hora da reconciliação!



Chegou a hora de Angola se libertar dos medos e entraves artificiais à liberdade e à democracia.



Chegou a hora de Angola ter governantes que reconhecem seu dever de prestar contas dos seus actos aos cidadãos.


Chegou a hora de pararmos o ciclo repetitivo de eleições fraudulentas organizadas apenas para perpetuar no poder alguns e excluir outros.


Chegou a hora de abandonarmos o conformismo fatalista, que nos faz conviver com tanta miséria, tanta dor, tanto sofrimento e tanta ineficiência no tratamento adequado e eficaz dos nossos problemas.


Até quando vamos assistir a impunidade da corrupção desviar os preciosos mas limitados recursos da nação?


Até quando viveremos prisioneiros do nosso passado, dos fantasmas que criou, da insegurança que instaurou nas nossas mentes e das divisões que produziu e congelou?


Até quando vamos fazer de contas que não vemos o que estamos vendo, que não sabemos o que sabemos, que não nos interessa o que nos interessa, que não nos preocupa o que muito nos angustia?


Até quando viveremos dilacerados entre o que somos e o que poderíamos ser?



Caros compatriotas:

Jovens angolanos:
Vinte e quatro anos depois de Bicesse: Angola ainda não é uma verdadeira República. Angola ainda não é uma verdadeira democracia. Angola ainda não efectuou o encontro consigo mesma.
O futuro de Angola está nas nossas mãos. O nosso futuro risonho está nas vossas mãos. O momento é de buscarmos, não tanto as diferenças, mas o que nos une e o que nos faz uma nação. Hoje, sobretudo, é um dia para olharmos o nosso futuro.
Não importa o nosso Partido, não importa a nossa etnia. A prioridade agora é a construção do futuro comum. A prioridade é tornar realidade o encontro que Angola tem marcado consigo mesma. Um encontro marcado com o desenvolvimento social, com o progresso económico, com a justiça e com a plena liberdade democrática.
É para este encontro, cuja trajectória instável e vacilante começa com a Independência e continua com os Acordos de Bicesse, que nós da UNITA nos preparamos.

Para este encontro, contamos com todos aqui em Benguela: com os professores e os estudantes, os patrões e os trabalhadores; contamos convosco, os polícias, soldados e oficiais; contamos com todos os angolanos que trabalham na Função Pública; com os agentes das forças de segurança; com todos os angolanos, de todos os partidos. Com todos os adversários de ontem, que hoje entendem que somos todos uma família, que conquistou duramente o direito de partilhar uma cidadania comum para juntos construir um futuro comum.


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      Sou um cidadao neutro sem nenhuma cor politica ou partidaria para defender. Simplesmente amante do bem, da justica, rectidao e paz. Francamente sou forcado a reconhecer e emitir minha opiniao que este 'e um grande discurso para reflectitir.Estou inteiramente de acordo com oque foi aqui dito. Todo angolano que ama a paz a justica a retidao a equidade se reve no que foi dito. nao 'e hora de acusacoes, nem divisoes. Angola precisa de um novo rumo para os seus filhos. E isto se faz com a uniao de todos sem cores partidarias, cor da pele ou posicao social. De facto ha muita coisa ma. Mudanca precisa-se com urgencia . Espero que aqueles que tem ideias partidarias, alguns fanaticos (foi sem crer) nao interpretem minha interencao como favorecendo algum partido como melhor. Apenas quero dizer que os angolanos precisam da forca de todos. Vamos todos reflectir sem preconceitos antes que seja tarde. Se nao seremos todos a vergonha do amanha por nao termos feito absolutamente nada.
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          Mas com um exército de mais de 100,000 homens, mesmo controlando 70% do território nacional, mesmo tendo o apoio da maior potência militar da história moderna os Estados Unidos da América, mesmo assim a UNITA não conseguiu derrotar militarmente o MPLA e as suas gloriosas FAPLA. Por isso faço simplesmente duas perguntas:
          1) O que faltou para a tão poderosa UNITA como dizem para derrotar o MPLA?
          2) Será que a UNITA era de facto tão poderosa militarmente ou não passava de muita garganta e gabarolice do Savimbi?
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              1) Faltou a questão sorte, Segundo o General Nzau Puna...
              2) De facto era sim tão poderosa se não fosse, não poderia ter tomada de posse de várias terras e não poderia ter um exército com mais de 100.000 Homens.
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                  1- A sorte geralmente favorece os "audazes" quer isso dizer que o MPLA e as suas FAPLA eram mais audazes que a UNITA e as FALA?
                  2- Mesmo ocupando várias terras, a UNITA de certeza que não conseguia interagir com a população. Porque acredito que ocupando 70% do território nacional e tendo o apoio de 70% da população seria meio termo para derrotar militarmente o MPLA.
                  Meu caro, numa guerra de guerrilha o apoio da população é muito importante. Na minha opinião, posso estar errado, de facto para a UNITA faltou sorte e também apoio popular. Lembro-me quando tinha 16 anos e a UNITA atacou e tomou a cidade do Sumbe nos anos 80. Tinha sido a primeira vez que as FALA ocupavam militarmente uma capital provincial costeira. Eles tinham tudo para conquistar e ficaram com a cidade.A primeira coisa as FALA começaram a fazer foi executar todos os populares que não se identificavam com a UNITA. Foi a própria população que começou a revoltar - se é quando chegaram os reforços das FAPLA a população ajudou a correr com a UNITA. Eu estava no Sumbe e vive a situação.
                  Portanto, o que faltou a UNITA e tem faltado até agora é saber conquistar aquela população que não se identifica com o MPLA e nem com a própria UNITA. Porque a população que apoia a UNITA não faz os 70% que equivale o território ocupado no tempo da guerra.
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                      Sorte na guerra é ''quimera''. A unita mesmo com 100000 homens,os mesmos eram uns guerrilheiros. Não estavam treinados para derrotar exercito regular. Em todas pancadas em que a unita tentou enfrentar as fapla em combates sérios,os resultados foram sempre catastróficos,por isso aparecia o exercito racista para travar as fapla é salvar o que restava das forças da unita. A unita não tinha logística própria,no terreno não tinha frente nem profundidade,não tinha aviões de combate,por isso mesmo,o fim não podia ser outro.
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                          Se assim foi então eu diria que, faltou vontade Divina!
                          Savimbi, era um sanguinário. 
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                          EIS O RESPIGO DA ENTREVISTA QUE A ANCIÃ MARGARETH ANSTEE, EX REPRESENTANTE ESPECIAL DO SECRETÁRIO-GERAL DA ONU EM ANGOLA, CONCEDEU AO JORNAL "O PAÍS".
                          "Noventa e dois por cento dos angolanos registados votaram. Nos países considerados desenvolvidos muitas pessoas já não votam. As eleições tiveram sucesso mas o paciente, que era a paz, morreu porque Savimbi, poucos dias depois, retirou o seu exército das Forças Armadas que tínhamos acabado de instalar. Savimbi estava convencido de que iria ganhar as eleições. Os americanos também o tinham persuadido de que iria ganhar. Ele não podia conceber que não iria ganhar.
                          Na realidade, a diferença de resultados das eleições presidenciais não foi muito grande. 
                          O Presidente José Eduardo dos Santos estava muito próximo dos cinquenta por cento, não me lembro muito bem, mais foi 49.5% ou algo assim. Na verdade, houve necessidade de uma segunda volta mas Savimbi, quando viu que não ia ganhar, começou a acusar todo o mundo dizendo que tinha havido fraude, uma fraude por parte do Governo, etc, etc, etc… Eu penso que ele não conseguia perceber que não iria ser presidente porque queria ser presidente a todo o custo. Foi uma surpresa muito desagradável para ele descobrir que não o seria.
                          Fizemos investigações muito especializadas para saber se tinha havido fraude e chegamos à conclusão de que não. Em quase todas essas investigações havia representantes da UNITA, do MPLA e também das Nações Unidas. Depois destas pesquisas, houve uma noite em que um personagem bastante importante, que representava a UNITA e o Dr. Savimbi, estava de acordo com todo o mundo. Porém, no dia seguinte, Savimbi já não estava de acordo.
                          Contudo, apesar de todos esforços nossos, Savimbi não quis aceitar a realidade, queria ser presidente. Quando eu lhe falava na possibilidade de uma segunda volta, explicando que havia outras maneiras, em democracia, para se chegar à presidência sem recorrer à guerra, tal como Winston Churchill, seu herói, que apesar de ter ganho a guerra perdera uma primeira eleição mas ganhara a seguinte. Na eleição seguinte, Savimbi poderia ganhar e não devia perder esperança. Mas acho que ele (Savimbi) não tinha noção do que era a democracia.
                          Para Savimbi, já que não se podia ganhar nas urnas então podia-se ganhar com balas.
                          Contudo, o primeiro passo para a guerra foi a decisão de Jonas Savimbi de não respeitar o resultado das eleições. Basta ver que as tensões recomeçaram quando os generais da UNITA saíram das FAA, situação agravada com todas as acusações de fraudes.
                          A UNITA tinha ocupado setenta ou oitenta por cento do país, inclusive cidades onde nunca estivera presente antes.
                          Finalmente o povo angolano, o Governo e as forças armadas, acabaram por vencer. Foi uma solução militar pois não tiveram outra solução a não ser o desaparecimento de Savimbi do cenário.
                          Antes das eleições, Savimbi chamava-me “mãe” mas, depois das eleições, tratou-me de prostituta internacional e ameaçou assassinar-me." (fim-de-citação)
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                              O Savimbi era maluco e a sua maluquice levou a hecatombe que todos conhecemos e as consequências a UNITA esta a viver até hoje. 
                              O mesmo vai acontecer com o MPLA. O José Eduardo dos Santos com a sua "mania" de querer eternizar - se no poder, rodeando - se de bajuladores vai estragar o MPLA. Se o JES não "larga o osso" agora que pode para dar conselhos ao seu sucessor, com o seu desaparecimento se estiver no poder, o MPLA vai entrar num processo de "auto - destruição" o que será mau para Angola porque as alas do MPLA vão lutar pelo poder...e vai acontecer o mesmo que aconteceu na Cote D'Ivoire de Houphouet Boigney.
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                                Certamente que a Margareth Anstee terá outra versão sobre JES quando a situação for inversa. Dos europeus sobre africanos espera-se tudo! Quem os crê ainda não conheceu o historicismo!
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                                    Leram bem??
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                                      O cao na caça e simplesmente usado pelo seu dono, o caçador que quando apanhe alguma proa este apodera-se-lha. No ato do talho o não achado nem tido simplesmente, e chutado e na refeição se lhe atira OSSOS. E esta a historia da liderança africana. Todo presidente africano e posto pelos imperialistas, por isso, são comprometido por isso não tem compromisso com seus povos. O poderio militar não influenciou porque ai valeu o -QUEM DA MAIS E MELHOR . Assim também aconteceu em 1975. LEIAM ANGOLA para irem descobrir e conhecer sua historia, as verdades, as causas, os porque s. Por isso difícil e o exercício da Democracia. PAZ, PAZ, PAZ,...........
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                                          Meu Deus!!!
                                          Vocês me persuadiram, falaram tudo!!!
                                          Eu sou neutro e amo a verdade digo-vos : este é o melhor descurso já feito pela UNITA...
                                          Eu ñ tenho nada contra o MPLA, mas em toda verdade vos digo : eu odeio o modo cm eles têm governado tem havido muita injustiça, por favor n vejem isso como que sendo um afronte leia simplesmente esse discurso depois me darão razão...
                                          Eu nunca vou aceitar que alguém me obrigue dizer que o preto é branco, em troca de bens...
                                          Por favor vós os que tendes o poder!
                                          Governem com justiça é só isso que pesso...
                                          Será que é pedir de mais?!
                                          Façam a vontade do povo e evitem guerras e mortes desnecessárias em prol da vossa ambição , por favor!!!
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                                              A UNITA tinha setenta porcentos do territorio sob sua administracao. Mas quando foram derrrrotados pelo povo e a paz chegou, nao foram encontrados sinais de administracao que devia significar construcao de casas, hospitais, escolas e estradas asfaltadas. Pelo contrario a UNITA so aprsentou populacoes miseravelmente desnutridas, monte de sepulturas das vitimas inocentes fuziladas impiedosamente, fogueiras em cinzas com ossadas das mulheres e criancas queimadas nas mesmas e um sem fim campos de minas implantadas em caminhos e terras araveis. Por isso, com o MPLA o paihs esta melhor admistrado e a desenvolver. Com a UNITA a desgraca continuaria a visitar os lares de todos angolanos e muitos de nohs viveriam como escravos, tal como o demonstraram nas aldeias do Uige, Bie, Malanje, Huambo, etc. antes sob sua ocupacao.
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                                                  Quando se diz, e de forma correcta, que a UNITA controlava 70% do território, eu ate diria, 70 a 78% do território, diz a verdade, mas demonstra ou tentativa de ilusionismo politico ou amadorismo militar e conhecendo Samakuva, aposto mais na 1a do que na 2a.
                                                  Uma guerra não se vence apenas por se ter território. Consegue-se vencer ao controlar posições estratégicas, pontos focais de riqueza (alimentação, recursos naturais e as pessoas). Neste aspecto, as FALA não foram mais inteligentes do que as FAA.
                                                  As FAA, mais do que as FAPLA dominavam sempre as capitais, em especial aonde havia petroleo, depois os diamantes e deram procuraram sempre acolher as pessoas, ainda que sob o manto corrupto e destruidor da JESLANDIA.
                                                  A guerra é perdida porque JES tinha maior visao politco-estrategica do que Agostinho Neto e do que Savimbi.
                                                  Como diz e bem Samakuva: compravam petróleo ao MPLA e vendiam armas a UNITA. O que deveria ter sido dito, era que os russos compravam diamantes a UNITA (que também vendia aos sul africanos) e vendiam armas ao MPLA.
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                                                      Riquíssimo discurso do Presidente da Unita que, objetivo e sereno, fala e mostra-se despido do espírito partidarista e de revanche.
                                                      O Presidente da República deve também se comportar em verdadeiro homem de Estado e resignar-se a considerar positivamente o posicionamento do Leader do Galo negro: amor à Pátria, transparência, não à corrupção, independência dos órgãos judiciários e finalmente eleições livres e credíveis.
                                                      Senão, Jes arrisca juntar-se aos outros que, nostálgicos, vivem longe das suas terras. Ou dentro, mas na condição de detidos. Penso no caso do ivoirense Laurent Bagbo (em instância de julgamento na Holanda), do burquinabénse Blaise Compaoré (refugiado na França) e no ex ditadores do Egito e da Tunísia (em julgamento nos próprios países).
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                                                          Independentemente da minha neutralidade política devo reconhecer que este discurso foi excelente.
                                                          Acho que não deveríamos mais voltar a atenção no que acontecu durante a guerra mas sim no futuro. E em vedade vos digo, até muitos dos que com os seus lábios afirmam que Angola está a crescer, nos seus corações defendem que precisamos de uma mudança. Por esta razão Angolanos, olhem para o vosso íntimo e perguntem:
                                                          - será que não viveríamos melhor sem corrupção, desigualdade social, nepotismo?
                                                          Devemos singir-nos do que é certo e justo afim de construírmos um futuro melhor para todos nós.

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