Quinta, 11 Junho 2015
A ASSOCIAÇÃO dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN) aconselha a Renamo e ao seu líder, Afonso Dhlakama, a prosseguirem com o diálogo pela paz e reconciliação nacional, ao invés do incitamento à violência e à desordem pública, como têm vindo a fazer.
A ACLLN assumiu tal posição face às declarações feitas esta semana na cidade da Beira pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, segundo as quais estaria disposto a reeditar o cenário de guerra, caso o Governo não aceite as suas reivindicações atinentes à institucionalização do quadro jurídico das autarquias provinciais. Um projecto de lei sobre a matéria, da iniciativa da bancada parlamentar da Renamo, foi liminarmente reprovado pela Assembleia da República, em Março último, por encerrar em si conflitos insanáveis de inconstitucionalidade e de ilegalidades. Aborrecido com a posição da Assembleia da República, Afonso Dhlakama tem estado a multiplicar-se em apelos conducentes à alteração da ordem política vigente, com recurso à violência armada, tal como sucedeu esta semana na Beira.
Na abertura do seu conselho nacional, que decorre na cidade da Beira, Afonso Dhlakama privilegiou um discurso de paz, contrariando o que tem vindo a fazer no seu périplo pelo país desde a divulgação dos resultados eleitorais de Outubro passado que conferiram vitória à Frelimo Sim e ao seu candidato presidencial, Filipe Jacinto Nyusi.
Atento aos factos, a Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), pela voz do seu Secretário–Geral, Fernando Faustino, recorda ao líder da Renamo que Moçambique, sendo um Estado de Direito Democrático, guia-se por leis, estando a Constituição da República acima de todos.
“As reivindicações de Afonso Dhlakama são falsas e visam fundamentalmente a tomada do poder por via da força, o que é proibido pela Constituição da República e demais leis vigentes no país. Moçambique não pode e não deve estar refém de um determinado partido político e de um líder que a cada dia dita ordens contrárias aos interesses nacionais. Nós, combatentes da luta de libertação nacional, exortamos ao líder da Renamo a parar imediatamente com as ameaças de retorno à guerra e que se comporte com urbanidade, a bem da paz para Moçambique”, disse Fernando Faustino.
O Secretário-Geral da ACLLN exortou ainda a Renamo e ao seu líder a se habituarem a enveredar pela via do diálogo para a solução dos seus problemas e deve, no seu entender, ser um diálogo sério, sem manobras dilatórias, à semelhança do que está a acontecer no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano.
“Queremos um diálogo verdadeiramente sério para que o povo moçambicano viva em paz efectiva. A paz não se compra em nenhum mercado ou dumba-nengue. A paz deve vir da consciência individual de cada um de nós e precisamos dela para levarmos adiante o nosso projecto de luta contra a pobreza”, disse Fernando Faustino, reiterando o repúdio da ACLLN a ameaças à paz.
Aliás, vincou que a ACLLN estará sempre do lado do Governo e de todas as forças vivas da sociedade para que o país não seja entregue a indivíduos com agendas estranhas e nocivas ao desenvolvimento e ainda que tudo fará para chamar à razão a todos quantos não compreendem que a alternativa ao diálogo é o próprio diálogo e não a guerra ou os apelos à desordem pública.
O Secretário-Geral elogiou a postura do Chefe do Estado, Filipe Jacinto Nyusi, ao reafirmar-se, na recente visita presidencial a Nampula, presidente de todos os moçambicanos e que vai governar sem nenhum tipo de discriminação.
Defendeu ainda a posição de Filipe Nyusi ao afirmar que continuará a primar pelo diálogo com todas as forças vivas da sociedade, “mas dialogar sem permitir a divisão de Moçambique e dialogar como forma de garantir a paz, a estabilidade política, económica e social e a unidade nacional”.
Fernando Faustino destacou as palavras do Chefe do Estado segundo as quais para a garantia da paz está disposto a prosseguir com o diálogo, sem no entanto violar a Constituição, isto porque para ele e para todos os moçambicanos “a paz significa ausência da guerra, ter a capacidade de perdoar, não humilhar e nem excluir o outro. Paz significa fazer coisas que toda a gente sabe e compreende o que é, sem esconder nada”.
“Isto é o que Dhlakama não consegue perceber”, censurou, exortando a toda a sociedade civil, aos partidos políticos, confissões religiosas e demais a se empenharem na permanente busca e consequente consolidação da paz em Moçambique.
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