Senhor Vladimir, para não deixá-lo ansioso, lhe remeto:
(…), uma jovem de Gaza que se casara com um ex-seminarista em Zobwe (Tete), de naturalidade zambeziana, encontrava-se em convalescença, em Tanzânia, depois de ter apanhado disenteria no interior de Moçambique. Esta jovem era secretária da LIFEMO, Liga Feminina Moçambicana, primeira organização feminina no seio da FRELIMO, presidida pela senhora Celina Simango.
Na manhã da segunda-feira 3 de Fevereiro, foi ao escritório pedir ajuda para ir ao controle no hospital onde estivera internada e abandonada por muito tempo. Estava o senhor Eduardo Mondlane saindo com seu motorista dos escritórios. Nada mais ela subir apareceu um tal fulano, que não quis dizer o nome, que trazia um envelope com formato de um livro. Depois de recebe-lo, Eduardo Mondlane pareceu querer abrir, mas olhou para o motorista (como quem estivesse perguntando se deveria abrir naquele instante. Ele lançou um olhar para a jovem, parecendo dizer, “tu confias nela”. Mondlane anuiu a advertência e guardou a encomenda.
A jovem ficou no hospital e os dois continuaram a viajem.
Quando chegou ao acampamento foi confrontada com a noticia da morte de Mondlane e ela desmentiu energicamente dizendo que estivera com ele naquela manha. Imediatamente foi presa pela polícia tanzaniana e ela ia discutindo com eles em swahili. Também foi suplicando a seu amigo Joaquim Chissano, que estava ali presente e ela acusava-o de injusto por mandá-la prender. Chissano, admirou que ela se expressasse fluentemente em swahili. Compadecido, ‘ordenou’, que não a levassem.
Foi-se-lhe questionado do tempo exato e das circunstâncias em que estivera com Eduardo Mondlane. Contou tudo, inclusive o detalhe do envelope. Dai deduziu-se que a “bomba estivera dentro do envelope”.
Em seguida foram ao local do incidente. Segundo ela, era pouco provável que Mondlane morresse de uma coisa que levasse em mão, pois, segundo ela, “do umbigo para cima, incluindo metade dos braços, estava intacto, ao passo que o resto do corpo, incluindo as mãos, estava desfeito em pedacinhos”. Ela deduz que o engenho estivesse debaixo da cadeira onde Mondlane tentara sentar.
Um dado curioso para ela e’ que uma fulana que chegou mais tarde a sua primeira preocupação era de saber se haviam achado o “anel da aliança”.
(…) refugiou-se no Quénia, quando começou a chacina tribal/regionalista: apesar de ser de Gaza era considerada “chingondo” por casar-se com zambeziano e emparentar-se com os Simangos.
Quando começaram a caçar ate Quénia refugiou-se na Europa.
Muita coisa ainda por contar recebida de testemunhas vivas (talvez os recursos não deiam para tudo em breve). Aos poucos iremos trazendo.
08.05.2015
Poderá também gostar de:
Comments
1
Francisco Moises said in reply to Khanga Hasnha Muzai...
NB: Errar considera-se normal, não e normal negar seus erros apesar de os reconhecer -- Khanga Hanha Muzai.
Muitissimo bem dita a sua asserçao. Errar é proprio do homem. Onde ha erros, eles deviam se corrigir. Mas a Frelimo erra e nao quer reconhecer os seus erros. E la esta a tragédia de Moçambique e porque Moçambique sera sempre uma tragédia.
No historia da minha vida - memoria ou "memoir" em inglês entre os meus dias mais tenros, passando pelo Malawi, a Tanzania e finando no Kenya, falei de Eduardo Mondlane e da sua morte. Tive mais espaço para comentar sobre ele e a sua morte. Falei de quem teria sido responsavel pela sua morte -- sete possibilidades sao apresentadas e por sua vez descartadas, realçando a teoria de que foi provavelmente uma coisa interna a nivel da liderança da Frelimo.
Entre aspossibilidades:
Alemanha Oriental sob Comando da Uniao Soviética que nao gostava do Mondlane que considerava como agente dos americanos? Provavel.
Alemanha Ocidental? Totalmente descartada.
A China popular que gostava mais do Uria Simango do que do Mondlane. A teoria descartada por a China nao ter tido o costume de eliminar dirigentes estrangeiros como os americanos e os sovieiticos o faziam. Descartada
Os Americanos por o seu agente Eduardo Mondlane nao ter conseguido impedir a inserçao do comunismo na Frelimo? Provavel.
Os Tanzanianos que ja estavam desgostados por Mondlane que a dado tempo queria expulsar da Tanzania por estarem alarmados com a sua duplicidade com Portugal e as suas ligaçoes com a CIA? Porque é que os tanzanianos nao divulgaram o que apuraram nas suas investigaçoes e nao divulgaram o que a Interpol apurou? Tudo Isto intriga. Provavel.
Os portugueses a quem a Frelimo apontou o dedo, isto mais tarde, mas os portugueses estavam muito bem confortaveis com o Mondlane que nao iriam dar cabo dele para ter um diabo que nao conheciam? Duvida e mesmo descartado.
Os proprios lideres da Frelimo? A bola rendoda finalmente no campo da Frelimo com a maior probabilidade. Muito provavel.
Como a obra esta sob a apreciaaçao com vista a publicaçao duma casa editora na Europa, prefiro nao copiar as passagens e coloca-la no blog.
Reply20/05/2015 at 16:27
2
Khanga Hasnha Muzai said...
Boa tarde ‘Mozambique
Boa tarde Dr. Moisés e todos internautas do MPT
Eu por vezes dou conta que a minha felicidade não pode ser traída como só frelimista andaram a trair seus irmãos, eu visualizo sempre verdades despontando como se fruncos se tratasse, o que irrita por vezes e o facto de ainda existirem pessoas que acreditam que podem tapar o sol com a peneira.
EIS MAIS UMA PROVA DE QUE AQUI OS FALSEADIORES DA NOSSA HISOTRIA NÃO PREGAM SONO PURO SOBRE SEUS TRAVESSEIROS, NÃO DUVIDO QUE PESADELOS OS ENCOMODAM DE TAL MANEIRA QUE QUANDO VAO A IGREJA REZAR PEDEM A DEUS PARA QUE MORRAM ANTES DE DLAKAMA SUBIR AO PODER.
Cambada de assassinos, esclavagistas, ladrões, hipócritas seus FRELIs
Estou aqui de olho nas entrelinhas absorvendo e sorvendo a história oculta por detrás do sangue derramado dos meus compatriotas ceifados do mundo dos vivos por instrumentos do mal chamado FRELIMO.
Khanga Hasnha Muzai
NB: Errar considera-se normal, não e normal negar seus erros apesar de os reconhecer
Reply20/05/2015 at 14:29
Ads by SunriseBrowseAd Options
3
Makhandazi Makhalela said...
Senhor Francisco Moises, conto o que me foi dito de viva-voz:
Acertou os nomes, nao quis por nomes por questoes de seguranca das pessoas.
1 - Rajabo da Costa regressou a Mocambique porque Joaquim Chissano lhe pediu e ele acreditava pedir dar seu contributo para a nacao mocambicana _ foi acessor juridico de Joaquim Chissano. Ele continuou sacrificando-se por Mocambique ate a morte.
2 - Teve sim hinras militares durante o enterro porque a causa da sua morte foi muito suspeita de ser intencional e provocada num hospital militar, onde ele fora fazer limpeza do ouvido e saiu com um mal estar que foi motivo de sua morte. A familia sentiu-se abandonada pelo governo nos cuidados terminais dele e, para retaliacao, prometeu denunciar muita sujeira da FRELIMO em tempos de Luta Armada que ela tem arquivada: as honras militafres foram para encobrir tudo o que estava por detras.
Lhe asseguro que foi Joaquim Chissano quem intercedeu pela soltura de Teresa naquele instante _ Chissano foi sim preso e solto pouco depois.
A failia Rajabo da Costa pariu sim para Europa a busca de melhores condicoes de vida, mas nao se descarta o alivio ao estado de inseguranca no Quenia: Teresa era amiga da irma do Milton Obote do Uganda; no dia do golpe do Estado no Uganda ela estava na capital e ajudou sua amiga a fugir( pela preparacao militar que tinha). O novo presidente ugandes vinha da escola de Dar-es-Salam e era aliado dos "preseguidores comunistas",... no seu dizer, eles nao se sentiam seguros em Quenia.
Estou a dispor no facebook se quiser trocar informacoes sobre a familia Rajabo da Costa.
Reply20/05/2015 at 12:32
4
Manambua said...
Boa gente sem dúvida. Matam-se por ser de uma tribo do norte em vez de sulista. Aliás o grande problema de Africa é esse mesmo. TRIBALISMO! Africa do Sul nâo tem problemas de racismo apesar de ter sofrido vários anos de "apartheid". O problema chama-se tribalismo. Zulus contra Xhosas, contra Shangaans, contra Mashona, etc...Em Angola em 61 os do Norte Bakongo chacinaram milhares de Bailundos quando supostamente a revolta era contra os portugueses. No Zimbabwe os Mashona do Mugabe massacraram os Matabele de N'Komo. Ruanda, Tutsis contra Hutus. Nigeria a guerra do Biafra e agora Boko Haram (na realidade tribo do Norte muçulmano contra os do Sul cristâo). Somalia...Chade....RCA....Congo....Liberia.....etc., etc. Assim nâo! Como pretendemos que a Africa progresse se continuamos a distinguir de que tribo é aquele fulano? Ou se aquela moça do sul vai casar com aquele malandro do norte? Assim nâo!
Reply20/05/2015 at 08:49
5
Francisco Moises said...
O que se diz neste artigo é muito improvavel. Trata-se do falecido Joao da Costa Rajabo da Zambézia que se casara com a Dona Teresa do Sul, que o senhor Rajabo, antigo seminarista do Zobue e do seminario maior, que se amantisou com o senhor Rajabo da Costa quando este estava no Exército português e a Dona Teresa era uma atleta professional la em Lourenço Marques, hoje conhecido como Maputo.
Quando o Rajabo da Costa que faleceu em Moçambique depois da guerra civil e ouvi que durante o seu enterro recebeu honras da Frelimo com armas disparadas a sua memoria entrou na Frelimo, os poderosos da Frelimo de Gaza nao viam de bom grado a aliança entre um zambeziano e uma senhora do sul que eles consideravam como a sua propriedade.
Fosse como fosse, o senhor Rajabo que conheci, embora fui mais amigo da Dona Teresa em Nairobi, onde os dois viveram por muito tempo antes de partirem para viver na Alemanha, sobreviveram a experiencia na Frelimo. E dizer que Rajabo e a Dona Teresa sairam da Frelimo quando a chacina na Frelimo começou é tentar advinhar a historia da Frelimo. A chacina na Frelimo começou e atingiu niveis alarmantes depois do assassinato do Filipe Magaia em 1966. O Rajabo e a Teresa chegaram na Frelimo muito depois da morte do Magaia.
Em Nairobi, O Rajabo da Costa foi mesmo reportado por um jornal nairobense como sendo o lider dos refugiados moçambicanos, coisa de que eu nao sabia até que a li no jornal. Penso que foi uma declaraçao que ele fez. Os refugiados moçambicanos em Nairobi nunca estavam organisados como tal, embora alguns formaram movimentos politicos, um dos quais foi a FUMO, Frente Unida da Moçambique de Narcisio Mbule, que foi queimado vivo em Mitelela no dia 24 de Junho de 1977, cuja fundaçao foi anunciada nos jornais nairobenses.
Na declaraçao da fundaçao, a FUMO condenava a liderança da Frelimo como sendo assassinos e denunciava a chacina que se fazia na Frelimo. Rajabo da Costa nao estava metido nisto.
Rajabo da Costa e a Teresa nao partiram para viver na Alemanha para fugirem da perseguiçao da Frelimo. Eles e outros moçambicanos partiram para a Alemanha a procura de melhores poissibilidades de vida e ouvi que foram bem sucedidos ali. Eles foram para Alemanha visto que era o unico pais na Europa, em virtude duma consciencia pasada do seu passado nazista,admitia refugiados ou qualquer pessoa com um o passaporte de refugiado da ONU.
Nao entendi porque é que o senhor Rajabo da Costa regressou para viver uma vida nao muito confortavel em Maputo, deixando a familia na Alemnaha.
É muito improvavel, e digo nao veridico, que Joaquim Chissano deixou a Dona Teresa ser largada no dia em que Mondlane morreu porque esta falava bem o swahili, visto que o proprio Joaquim Chissano, Marcelino dos Santos e a Betty King em casa da qual Mondlane morreu, foram detidos pela policia tanzaniana aquele dia e foram bem chamboqueados, coisa que Sérgio Vieira tentou negar neste blog usando um nome falso.
A Nyeleti Mondlane num artigo que foi publicado no MPT a alguns atras disee que o camarada Chissano foi detido no dia em que o seu pai morreu.
Reply20/05/2015 at 07:36
Ads by SunriseBrowseAd Options
6
desconhecido quero apaz no pais said...
eu gostaria que os elementos que salvaram durante dos conflictos que vinham Agora contar a verdade.para os mozambicanos saber a verdade.eu quero tambem comparare daquilo que ouvi com outros mozambicanos que tiveram medo com frelimo.embora eles estivera fora do Pais nos anos 1963,a estudar
Reply19/05/2015 at 22:07
Sem comentários:
Enviar um comentário