Falando no passado fim-de-semana na
conferência nacional da Liga Feminina
da RENAMO havida na cidade de
Chimoio que discutiu a emancipação
da mulher na vida política no país,
Afonso Dhlakama questionou o porquê
o não estabelecimento de quotas
também para os homens, uma vez as
mulheres serem a maioria no nosso país.
“Se a regra é estabelecer quotas,
então a maior percentagem deve
ser para mulheres porque elas são a
maioria neste país”. Disse Dhlakama.
Num outro desenvolvimento, Afonso
Dhlakama disse que deve se acabar com a
falácia de que as mulheres têm fragilidades.
“As leis são universais e, todos somos iguais
perante a lei, por isso as mulheres devem
gozar dos mesmos direitos e oportunidades
que os homens” Rematou Dhlakama.
De recordar que, as Nações Unidas
estabeleceram a meta de 35% de
oportunidades para as mulheres
disputarem cargos de direcção e chefia.
Porém o Presidente da RENAMO
Afonso Dhlakama considera essas
percentagens uma flagrante violação
dos direitos Humanos. Segundo aquele
líder, estabelecer quotas, é dar menos
oportunidades às mulheres quando
disputam cargos de chefia com os
homens. “Eu mesmo vim de mulher, não
se justifica que a sociedade continue a
menosprezar a fonte da vida. Há muitas
mulheres académicas em Moçambique,
por isso a RENAMO pretende ser
um exemplo, colocando este grupo
social no poder de decisão” disse.
Afonso Dhlakama desafiou ainda as
mulheres do seu partido a se formarem
para ocuparem qualquer lugar na
vida política e administrativa no país.
A EMOCHM E O FUTURO DA PAZ EM MOÇAMBIQUE
Terminou sexta-feira finda, 15 de Maio, o prazo do segundo
mandato de 60 dias da Equipa Militar de Observação das
Hostilidades Militares (EMOCHM), que está no país há
195 dias com a missão de supervisionar o cumprimento
do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, bem
como as suas fases subsequentes, assinado no dia 5 de
Setembro de 2014 pelo então Presidente da República,
Armando Guebuza e, o Presidente da RENAMO, Afonso
Dhlakama. O aparente final da missão acontece sem
que os observadores militares internacionais tivessem
cumprido o estabelecido no acordo, devido ao facto das
partes não terem alcançado nenhum consenso sobre
as matérias subsequentes, mormente a integração nas
Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e na
Polícia da República de Moçambique (PRM) e a reinserção
social e económica dos homens residuais da RENAMO.
Nos últimos dias temos estado a ouvir vários
pronunciamentos sobretudo vindos da Frelimo e de grupos
ou individualidades a si ligadas, sobre a necessidade de
se dispensar a EMOCHM da sua missão, com alegações
de que esta e’ uma ociosidade e tem custos gratuitos.
Essas opiniões têm vindo a equacionar possíveis “soluções
a moda moçambicana” para se lidar com a questão
da “desmilitarização”, integração, enquadramento e
reinserção social dos homens residuais da RENAMO.
Curiosamente, essas equações seguem-se a recentes
declarações de Filipe Nyusi, segundo as quais ele
não precisa de ajoelhar para um moçambicano para
pedir a Paz, bem como das provocações das forças
militares do Governo contra os homens da RENAMO.
Ao querer imputar à RENAMO, a responsabilidade do
fracasso da missão, o Governo bem como alguns membros
da equipa de mediação estarão a querer mentir ao povo
moçambicano e a comunidade internacional sobre a
realidade do que tem sido o diálogo político no Centro
Internacional de Conferências Joaquim Chissano. Mas antes,
queremos lembrar que segundo o acordo do ano passado, o
prazo da EMOCHM termina com o cumprimento na plenitude
da sua missão previsto na Lei. E essa missão ainda não foi
concluída por falta de entendimento na mesa do diálogo.
É importante, antes de falarmos dos custos da EMOCHM
e o seu aparente fracasso, trazermos ao conhecimento
do público o que o acordo estabelece. A EMOCHM
nada poderia fazer sem que as partes apresentassem o
modelo de enquadramento, integração e reinserção, bem
como a cronologia das actividades que tal como define
o acordo deve resultar do consenso entre as partes e
não pela imposição de uma delas como tem acontecido
até agora ao querer-se que a RENAMO entregue a lista
dos seus homens sem saber o que será destes no futuro.
Ouvimos falar do senhor José Pacheco, chefe da
delegação do Governo no diálogo político, que não faz
mais sentido que o governo continue a gastar fundos
do erário público a pagar ociosidade e luxúria para
as delegações que compõem a EMOCHM enquanto
no terreno não está a haver nenhum progresso.
No nosso ponto de vista quem não teve progresso
não foi a EMOCHM, mas sim as três partes (Governo,
RENAMO e os mediadores) presentes na sede do diálogo.
Precisamos de recordar que o sucesso da missão da
EMOCHM depende do avanço nas discussões que
envolvem as partes. Ainda de acordo com Pacheco,
poderão ser criados outros mecanismos de modo a se
materializarem os objectivos que até aqui não foram
alcançados pela equipa da EMOCHM que já está no terreno
a concluir o segundo prazo da prorrogação da sua missão.
“Constatámos que não podemos mais continuar a
custear ociosidade. Trouxemos pessoas por 135 dias
para sentar nos hotéis a dormir, o que tem custos de
alojamento para o Estado, e mais uma vez estamos a
financiar um grupo que está ocioso em hotéis com todos
os custos daí inerentes para o Estado” disse Pacheco
dando claramente a entender que não haverá segunda
prorrogação do prazo dos peritos militares da EMOCHM.
Ora, quais são esses mecanismos que o Governo pretende
encontrar para conseguir resolver o que a EMOCHM não
conseguiu? Sendo a EMOCHM onerosa e uma ociosidade,
qual e’ o preço que o Governo propõe para a estabilidade e a
Paz no país? Parece-nos que o Governo esqueceu-se que em
Janeiro deste ano, a escassos dias do fim do primeiro prazo
dos 135 dias, a Equipa Militar de Observadores da Cessação
das Hostilidades Militares queixava-se de falta de meios para
a realização das suas actividades. Um relatório dos peritos
militares do Governo e da RENAMO, saído do encontro
realizado na altura, no comando da EMOCHM em Maputo,
indicava que a missão de observadores internacionais
expunha a razão pela qual a EMOCHM não estava a
fazer o seu trabalho a contento, devido a falta de meios.
A EMOCHM queixava-se, no relatório, basicamente da
falta de dinheiro para bens e serviços e de falta de pessoal
no comando central, para serviços de apoio, como, por
exemplo, juristas, intérpretes e outros. A situação era já do
conhecimento das duas delegações na mesa do diálogo e
faltava consenso entre as partes sobre onde buscar as dez
pessoas em falta. Mais do que procurar soluções, o Governo
sempre quis empurrar para a RENAMO a responsabilidade
da inoperacionalidade por falta de meios da EMOCHM.
Nem o fim do prazo da EMOCHM, nem as ameaças de
não prorrogação do mandato desta devem ser usados
como argumento de chantagem e pressão à RENAMO,
pois é uma forma de intimidar os moçambicanos.
Entendemos que paz e a estabilidade em Moçambique não
devem ser condicionadas ao dinheiro gasto para a manutenção
da EMOCHM, senão ao entendimento entre a sociedade.
RENAMO ELEGE NOVO DELEGADO EM KAMAXEQUENE
No âmbito da revitalização da estrutura
política da cidade de Maputo, o
delegado político deste partido Arlindo
Bila empossou no dia 09 de Maio, o
José Severino como Delegado político
do Distrito Municipal Kamaxaquene,
em substituição do Zavala que exercia a
função do delegado distrital há 8 anos.
O actual delegado desempenhava
até a data da sua eleição a função de
Chefe de Mobilização naquele distrito.
Arlindo Bila pediu o envolvimento
de todos membros no cumprimento
dos programas de actividades locais
para atingir os bons resultados.
“Cabe a todos os membros trabalhar
em cooperação com o novo delegado,
pois o insucesso do trabalho aqui
no distrito de Kamaxaquene será de
todos vós”, frisou o delegado Político
Provincial da Cidade de Maputo.
Por outro lado, Bila chamou a
consciência a todos dizendo que,
“estamos num país onde é difícil ser
da oposição, sendo que, para ser da
oposição precisa ser resistente e firme”.
Arlindo Bila aconselhou aos membros
do seu partido a não desanimar
pelo facto de o projecto de criação
das Autarquias Provinciais, ter sido
reprovado pela bancada Frelimo
na Assembleia da Republica e
avançou que o partido RENAMO vai
accionar outros mecanismos para
responder as ansiedades do povo.
Por seu turno, o delegado cessante disse
que deixava o cargo com o sentimento
de missão cumprida por ter cumprido
com todos os programas do partido.
Ele recomenda o seu sucessor que
deve amar a todos e nunca se deixar
levar por pequenas intrigas porque
podem atrapalhar nas suas funções.
De referir que o distrito municipal
de Kamaxequene possui 8 bairros e
de acordo com os dados do censo
de 2007, tem cerca de 223.688
habitantes, uma taxa de analfabetismo
de 10,6%, com cerca de 26% do ensino
secundário e 1,9 do ensino superior.
EMOCHM UM FRACASSO PREMEDITADO
A escassos dias do fim da missão do
grupo de observadores militares na
implementação do acordo de cessação
de hostilidades militares assinado ano
passado pelo Presidente da RENAMO
Afonso Dhlakama e Armando
Guebuza ex Chefe do Estado, pouco
ou quase nada houve de concreto no
diálogo entre o governo e a RENAMO
no Centro de Conferências Joaquim
Chissano. Dos pontos propostos
pela RENAMO, consta o ponto
relativo à questões militares que até
hoje, passados mais de cem rondas
negociais, ainda não há consensos,
com a RENAMO a exigir integração dos
seus oficiais nos comandos e chefia
das Forças de Defesa e Segurança -
FDS. É também exigência da RENAMO,
a paridade nos órgãos sociais do
Fundo de Paz e Reconciliação
Nacional, criado no âmbito de
Acordo de cessação das hostilidades
militares a 5 de Setembro de 2014.
Num outro ponto, relativo a questões
económicas, prevalece o impasse,
com a RENAMO a exigir que as
empresas públicas cujos proprietários
são titulares dos órgãos públicos e
do Estado e as empresas dos seus
familiares sejam impedidas de
participar em concursos públicos nas
instituições que dirigem. Mas voltando
a EMOCHM, este grupo de peritos
militares com a missão de observação
como dissemos anteriormente,
trabalhou com muitas dificuldades
nomeadamente a falta de condições
ou logística suficiente para a execução
dos seus trabalhos com eficácia; a
não facilitação pelas autoridades
governamentais durante os trabalhos
de monitoria e fiscalização quando
houvesse alguma “troca de mimos”
entre as Forças de Defesa e Segurança
FDS e a tropa residual da RENAMO
em vários pontos do país. Na verdade
o governo criou condições para que a
EMOCHM não realizasse o trabalho
que lhe foi confiado pelas partes por
motivos que só o próprio Governo
sabe. Um exemplo concreto é o caso
recente do incidente de Gaza onde
os peritos militares não conseguiram
realizar o trabalho de apuramento
de factos no terreno porque o
governo não facilitou. Aliás é preciso
recordar que o governo nunca esteve
completamente a favor da presença
dos observadores, bastando recordar
que aquando da negociação para a
prorrogação da missão da EMOCHM o
governo, na voz do seu representante
no diálogo no centro de conferências
Joaquim Chissano disse que o
“Governo não podia continuar a
financiar a ociosidade.” Isto é, para
eles a missão de observação é menos
importante para a procura de solução
para o fim de um problema político
militar que vem desde 1992. Gasta
- se rios e rios de dinheiro do erário
público para fins fúteis mas quando é
para resolver questões relevantes que
preocupam o povo já não há dinheiro.
OPINIÃO
QUARENTA ANOS DE TRAIÇÃO E MENTIRAS
Serão quarenta anos de Independência
política do nosso Moçambique,
conquistada pela luta de todo o Povo,
que então sonhava com um país onde
pudesse viver feliz, em harmonia, sem
discriminação, com dignidade, respeito
entre todos independentemente
da região ou tribo de origem,
orientado por uma governação
democrática, onde a paz pudesse reinar
brotando da justiça e da igualdade.
Este sonho está sendo sufocado pelos
egoísmos partidaristas da Frelimo e
de seus satélites, que querem a todo o
custo se fazer de únicos merecedores
dos direitos e benefícios de ser
Moçambicano e para justificarem essa
usurpação, começam por excluir os
demais concidadãos da possibilidade
de poder participar no debate e
resolução dos problemas nacionais.
Impor ao Povo um sistema de governação
que impossibilite a materialização das
vontades expressas nas urnas pelos
eleitores, não passa de uma medida para
proteger privilégios de uma minoria,
um punhado de insaciáveis que se toma
por mais merecedora de privatizar
os direitos que a todos nós assistem.
Perdemos recentemente uma soberana
oportunidade de começarmos a construir
com fidelidade o sonho da democracia
multipartidária, com a implantação das
autarquias provinciais. Mas a bancada
do partido que se apropriou da maioria
no parlamento e que continua a querer
apropriar-se do sonho do povo, arquitecto
da Unidade Nacional fazendo crer que
é essa a vontade do partido marxistaleninista
discriminador, vigarista, hostil
à democratização verdadeira do nosso
país, com uma direcção empenhada
em acumular mordomias, mesmo
em detrimento dos seus próprios
membros que não pertencem às castas
privilegiadas da maçaroca. Neste
país, ser Povo é ser excluído. Estamos
numa situação de incerteza, porque
os marxistas querem o totalitarismo
que os leve a constituir governos
locais liderados por eles, mesmo nas
províncias, localidade e distritos onde
não foram votados. Querem a exclusão
de todos os demais partidos para
poderem reinar de forma monolítica.
O actual Presidente da República,
apesar de entender que a situação da
sua governação é escorregadia, finge
que não sabe e nem quer aprender a
trabalhar com os outros moçambicanos
que pertencem a partidos que não
sejam o seu. Ele, está a manter o mesmo
figurino de governação, trabalhando
somente com pessoas pertencentes ao
seu partido, mesmo sabendo que não são
representativas das comunidades com
as quais devem interagir no quotidiano.
Tão fraco é o seu aludido patriotismo
que mesmo depois de conquistar o
poder absoluto dentro do seu partido
acumulando com a de Presidente da
República não sabe mostrar humildade,
trabalhando com uma equipa que
integre membros de outros partidos,
contrariando o seu discurso de posse
que falava de governação inclusiva.
Moçambique Precisa de um Presidente
com uma atitude mais inclusiva para
poder ter paz Verdadeira. Excluir a
um partido do direito de participar
na governação da província onde foi
maioritariamente vencedor, é obrigar as
populações locais a aceitar uma ditadura
que as subtrai dos benefícios que a
Independência prometeu para todos nós.
Como não é possível existir uma
Independência de Moçambique para
um grupo de moçambicanos sem
incluir os outros, a maioria, então não
existe ainda Independência. Temos
ainda que trabalhar para edificá-la.
O primeiro trabalho é de educação.
Devemos nos educar todos, uns aos
outros, para que cada um aprenda
que os direitos da moçambicanidade
são comuns aos moçambicanos. Não
existem uns mais nem outros menos
merecedores em virtude do partido
a que pertencem ou da região onde
nasceram. A moçambicanidade não
pode ser avaliada por atributos inúteis.
O Presidente Nyusi, pode fazer deste seu
mandato um marco Histórico, criando
condições para que a Democracia
comece a desabrochar em Moçambique.
Basta para isso ter coragem de repensar
sua posição e facilitar a criação das
autarquias provinciais, recuando na
posição que ordenou a sua Bancada
a tomar, de chumbar o projecto de
Lei das Autarquias Provinciais, da
autoria da RENAMO. Pois não há
impedimento em que um presidente
de todos, trabalhe com todos. É por
falta de um presidente que seja de facto
representante de todos, que a Paz não
consegue se implantar em Moçambique.
Colocar os interesses nacionais
acima dos interesses partidários, é
um dever de todo aquele que jura
servir a Nação e não o Partido a que
pertence. Por isso qualquer Presidente
deverá assumir esta responsabilidade,
por mais que isso possa representar
colisão com interesses ocultos.
Temos falta de um Presidente patriota.
Desde a “Independência Nacional”,
sempre tivemos presidentes que
juraram obedecer a Constituição, mas
no fim mostraram seu servilismo ao
seu partido que a Bandeira Nacional
e o Povo. Por isso a nossa Pátria nunca
conheceu a Paz e a felicidade desde
que a Independência foi proclamada.
Quando o Presidente não assume uma
atitude inclusiva e patriótica, não tem
um coração com lugar para todos.
O lugar para todos não se resume a
campanha eleitoral, nem mesmo ao
acto de posse. Não é para o “inglês
ver”, porque quando se faz campanha
ainda não se é, mas apenas se quer ser
Presidente. Quando se fica Presidente,
tem de se cumprir a promessa de amar
igualmente a todos os moçambicanos.
Nós sabemos que os Presidentes de
Moçambique não aceitam que os
membros dos outros partidos possam
integrar o seu Governo, isso porque o
Partido Frelimo, que lhe é mais querido do
que a Pátria Moçambicana, não quer. Não
o permite. Este é o gelo que o Presidente
tem que ter a coragem de quebrar. De
outra maneira, não poderá ser edificada
a Independência Total e Completa
proclamada a 25 de Junho de 1975.
Ficha técnica
Director:Jeronimo Malagueta; Editor: Gilberto Chirindza; Redacção:Natercia Lopez; Colaboradores: Chefes regionais de informação; Maquetizadores: João Mazingo e Marcial Macome Sede Nacional da Renamo: Av. Ahmed Sekou Touré nº 657; Email: boletimaperdiz@gmail. co.mz Cells: 829659598, 844034113; www.renamo.org.mz
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