terça-feira, 15 de abril de 2014

No Centro de Conferências, no momento em que escrevo, permanece o impasse nas negociações e, entretanto, os dias vão correndo.

"E uma das minhas preocupações é pelo facto de faltarem 15 dias para terminar o prazo de recen¬seamento para as próximas eleições e o dirigente da Renamo ainda se não ter recenseado"



MARCO DO CORREIO por Machado da Graça
Olá amigo Rogério
Como vai essa saúde? Do meu lado está tudo bem, felizmente.
Mas, como vem acontecendo já há muito tempo, bastante preocupado.
E uma das minhas preocupações é pelo facto de faltarem 15 dias para terminar o prazo de recen­seamento para as próximas eleições e o dirigente da Renamo ainda se não ter recenseado.
Foi publicamente dito que Afonso Dhlakama é o “candidato natural” daquele partido às próximas eleições presidenciais mas, até ao momento, ele con­tinua naquilo que se convencionou chamar “parte incerta” e não me parece que as condições para a tal parte se tornar certa estejam a melhorar.
No Centro de Conferências, no momento em que escrevo, permanece o impasse nas negociações e, entretanto, os dias vão correndo.
E, infelizmente, a Renamo foi-se habituando a só conseguir o que pretende através da pressão militar. Sem essa pressão nunca nenhuma porta se abriu para eles. E, portanto, o meu receio é que, mais uma vez, o sangue vá correr para conseguirem um cessar-fogo que permita a Dhlakama sair, em segurança, do seu esconderijo. E recensear-se. De preferência em Maputo.
É verdade que ele pode surgir, de surpresa, num qualquer posto de recenseamento em qualquer parte do país. Mas também é verdade que isso indicaria a quem anda atrás dele a zona em que se alberga e essa zona poderia passar a ser alvo de bombarde­amentos, como tem acontecido na Gorongosa. Ou, no dia das eleições, ter gente com más intenções à sua espera no posto de votação.
Perante esta situação não estou a ver soluções fáceis.
Aumentar o período do recenseamento, esperan­do um acordo Governo-Renamo, poderia ter implica­ções graves no calendário eleitoral, nomeadamente levar ao adiamento das eleições.
Mesmo que as duas partes cheguem a acordo, já, sobre o cessar-fogo, duas escassas semanas pare­cem-me muito pouco para ele ser posto em prática e Dhlakama poder aparecer, com a sua segurança garantida.
Enfim, não estou a ver nenhuma saída para este impasse. Pelo menos nenhuma que seja boa para o país.
Esperemos que eu esteja enganado e tudo vá correr bem a partir de agora.
A esperança, costuma-se dizer, é a última coisa a morrer...
Um abraço para ti do
Machado da Graça
CORREIO DA MANHÃ – 15.04.2014

Comments

1
Umbhalane said...
Machado da Graça faz/traz reflexões que quase todos pensam, se questionam.
Mas MG às vezes escreve de jeito maneira que fico baralhado.
"...Dhlakama sair, em segurança, do seu esconderijo.
E recensear-se.
De preferência em Maputo."
Nem vou de discutir o conceito de esconderijo - perda de tempo.
Onde reside efectivamente Dhlakama?
Onde deve, e pode recensear-se?
Donde é natural, indígena, genuíno, autóctone, nascido, parido,…, o nosso Líder Afonso Dhlakama, o Líder do Povo Moçambicano? Quase TODO.

Machado da Graça não quero ser-te inconveniente, mas muitas vezes até que precisas: “De preferência em Maputo".
Eish……………
Chimoio, Catandica, Gondola, Manica, Beira, Tete, Quelimane, Nampula, …
NÃO DÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eish……………Machado da Graça!!!

"O povo deve lembrar-se sempre do seu inimigo"

O INIMIGO JÁ ESTÁ CONCRETAMENTE BEM DEFINIDO, VERIFICADO, BEM IDENTIFICADO.
Ife tensene tinadzmanga FIRlimo
NÓS todos vamos correr com a FIRlimo.
Na luta do povo ninguém se cansa.
E sempre a dizer sem cansar,
Fungula masso iué (abram os olhos).

A LUTA É CONTÍNUA

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