Morreu esposa de Cupido Rodrigues

Morreu esposa de Cupido Rodrigues

“Sentença de morte executada”

Maputo (Canalmoz) – Maria Emília, esposa de Cupido Rodrigues, funcionário reformado da empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) a quem a empresa retirou assistência médica quando a doente estava internada numa clínica a recuperar de um transplante de fígado, não resistiu à doença e, sem tratamento, acabou por perder a vida na sexta-feira.

A senhora, de 61 anos, sucumbiu no apartamento em que estava hospedada em Maputo. Hoje amigos e familiares irão se despedir do seu corpo em Maputo, antes de ser transladado para Nampula, sua terra natal.

Maria Emília esteve doente desde 2008. Pouco depois foi-lhe transplantado o fígado, numa clínica sul-africana, com assistência médica paga parcialmente pela empresa LAM onde o seu marido trabalhou até se reformar. Mas a dado momento a empresa alterou as normas de assistência médica, não respeitou o princípio de não retroactividade e deixou abruptamente de custear a assistência médica à paciente, obrigando-a a abandonar imediatamente o tratamento na clínica onde estava internada na África do Sul. A LAM alegou “gastos excessivos com a saúde” da esposa do seu trabalhador reformado. E assim encaminhou-a para o corredor da morte.

“A LAM assinou a sentença da morte da minha esposa”, disse Cupido Rodrigues, marido da senhora Maria Emília, numa grande reportagem publicada em manchete na última edição do ao semanário Canal de Moçambique.

A reportagem foi publicada na quarta-feira e dois dias depois a “sentença de morte” foi executada. Maria Emília não resistiu à falta de cuidados médicos e acabou morrendo.

A questão causou grande indignação aos funcionários da LAM.

As exéquias terão lugar hoje às 13 horas na capela do Hospital Central de Maputo. A urna com os restos mortais de Maria Emília embarca às 17 horas para Nampula onde se realizará o funeral, amanhã. (Redacção)