China: haverá terceiro teste de armas anti-satélite?: Voz da Rússia

Vassili Kashin

13.01.2013, 12:38, hora de Moscou

© Colagem: Voz da Rússia

Vários peritos norte-americanos em questões de armamento estratégico, referindo-se a fontes internas dos Estados Unidos, revelam que a República Popular da China está levando a cabo preparativos para a terceira prova do sistema de armas anti-satélite.

Os dois testes anteriores foram efetuados em uma mesma data –11 de janeiro de 2007 e 2010, respectivamente. Talvez a coincidência vá repetir também esta vez. Quais são os sinais de preparativos para o teste que detectou a inteligência estadunidense, é desconhecido. Mas a existência, na China, de um programa de elaboração de armas anti-satélite, é um fato que não deixa dúvidas.

No decorrer dos testes de 2007, os chineses conseguiram abater, a 850 quilômetros de altitude, seu próprio satélite meteorológico que chegara ao fim da vida operacional. As experiências de 2010 não implicavam aniquilação de qualquer alvo real, mas consistiam em colocar um míssil interceptor no ponto calculado de órbita.

Pode-se supor que em ambos os casos os chineses empregaram o antimísseis KT-1, versão modificada do foguete de médio alcance DF de combustível sólido. Quanto ao KT-1, que é dotado de equipamento de intercepção cinética, os chineses planejam usá-lo tanto como elemento do sistema de defesa antimísseis estratégica como meio de combate a satélites espiões do inimigo potencial localizados em órbita baixa.

Agora se trata de um sistema bem distinto e muito mais potente. De acordo com os dados publicados, os expertos militares norte-americanos julgam que o projeto DN-2 é destinado a destruir satélites que operam em órbitas geoestacionárias elevadas (cerca de 20 mil quilômetros). Se a China conseguir criar um sistema similar, passará a ser o único país do mundo capaz de inutilizar complexos de geo-posicionamento por satélite e o GPS, em particular. Tomando em consideração que a Força Aérea, a Marinha e os numerosos tipos de armas teleguiadas dos EUA dependem em alto grau dos sinais GPS, a implementação de tal sistema poderá se tornar um instrumento eficaz de neutralização da supremacia militar dos EUA.

A Rússia, bem como os EUA, vem realizando seus próprios programas de armas anti-satélite, os quais fazem parte dos programas de defesa antimísseis. Assim, por exemplo, o novo sistema russo de mísseis de defesa antiaérea S-500 será capaz de atingir alvos no espaço vizinho. Estão em curso lavores no campo de modernos sistemas a laser para geração de contra-medidas aos satélites.

O sistema chinês, caso seus testes tiverem sucesso, poderá dar início a uma nova etapa da corrida armamentista no espaço, o que obrigará os EUA a elaborar medidas de resposta extensivas e custosas. Evidentemente, se tornará necessário elevar a fiabilidade e aumentar a capacidade de sobrevivência do sistema de posicionamento global existente. E elaborar também métodos e técnicas de detecção e neutralização dos sistemas chineses de armas anti-satélite antes de que sejam postos em funcionamento. Será pela segunda vez que a China dará exemplo de criação de uma modalidade de arma missilística conceptualmente nova e capaz de mudar as regras do jogo na esfera militar. O primeiro exemplo tem sido o míssil balístico antinavio DF-21D