Na noite de 23 para 24 de junho o Porto não dorme. De Campanhã à Foz, passando pela Ribeira, as ruas enchem-se de foliões que querem desfrutar ao máximo das celebrações em honra do padroeiro da cidade.
A sardinha na brasa continua a ser rainha, mas há também febras, pimentos assados - um outro clássico da culinária sanjoanina - e tudo o que souber bem para lançar uma festa em que é permitido "bater" nos desconhecidos que encontramos nas ruas com alho-porro e os tradicionais martelinhos de plástico, que são também um dos cartões de visita do São João.
"Eu acho que o São João é uma celebração da energia, uma celebração daquilo que é a cidade do Porto - é uma felicidade enorme, é viver e reviver aquilo que os nossos antepassados nos deram e poder usufruir disso ainda hoje", diz João Sousa.
Aconteça o que acontecer, o São João alegra a alma.
"Para mim, é o dia em que o Porto mais se alegra, as pessoas estão de bom humor, todos estão com um sorriso no rosto... para mim, a melhor época do ano é o São João", confessa Angelica Jennifer, brasileira a viver no Porto.
"A festa de São João tem como caraterística principal o facto de ser uma festa democrática. Nós não sabemos com quem nos cruzamos, se a pessoa é rica ou pobre, se é médico ou operário, é alguém que passa e está a festejar o São João connosco", explica Germano Silva, jornalista e historiador.
Políticos juntam-se ao povo em ano de autárquicas
O primeiro-ministro fez questão de passar o São João junto do povo, acompanhado pela mulher e Pedro Duarte, ex-ministro dos Assuntos Parlamentares e candidato social-democrata à Câmara do Porto, que em ano de autárquicas não desperdiçou a oportunidade de distribuir sorrisos e de tirar fotografias.
Em toda a cidade, foram montados oito palcos, três dos quais no centro, com artistas para todos os gostos que garantiram música e dança às centenas de milhares de pessoas que quiseram viver o maior São João de Portugal. Por entre os sotaques do norte e de outros pontos do país, ouviam-se também várias línguas estrangeiras, sinal do forte interesse internacional que se nota há vários anos pelas celebrações sanjoaninas.
“No início, ficava muito assustada quando alguém me batia (com o maretlo) e eu sou uma pessoa mais introvertida, por isso, para mim, é difícil começar a bater nas pessoas, mas tem sido muito divertido, porque acho que une as pessoas quando estão a bater em estranhos”, disse Helni Turtaea, turista finlandesa.
Os martelinhos parecem ser uma das principais atrações para quem escolhe viver o São João.
“Muito, muito bom, muito bom, esta martelada é realmente excelente", afirmou Vasisht, turista indiano. "É relaxante".
Este ano, o fogo-de-artifício foi “maior de sempre”, envolvendo mais locais ao longo do rio Douro. Pela primeira vez, o espetáculo aconteceu entre as pontes Luís I e Arrábida, com duração recorde de 16 minutos, e dividido, como costuma acontecer, entre os municípios do Porto e de Vila Nova de Gaia.
São João que é São João tem também balões de ar quente. Uma tradição que se manteve com horário restrito para diminuir o risco de incêndios e de interferência na operação das aeronaves.
O São João é o mais festejado dos santos populares em Portugal, sendo assinalado oficialmente em 31 concelhos portugueses
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