Jürgen Todenhöfer, que passou 10 dias com o autodenominado Estado Islâmico, afirma que os combatentes não se intimidam com os EUA ou o Reino Unido.
Stringer/Reuters
O repórter alemão Jürgen Todenhöfer, o único jornalista ocidental que teve permissão para entrar em território controlado pelo grupo terrorista, passou 10 dias atrás das linhas inimigas no Iraque e na Síria com o Estado Islâmico (EI), entrevistou vários militantes e relatou que o grupo terrorista só teme o poderio militar de um exército: o de Israel.
Numa entrevista ao jornal “Jewish News”, o ex-membro do parlamento alemão e autor de “Os meus 10 dias no Estado Islâmico” afirma que Israel não está incluído na primeira fase da colonização no Médio Oriente. “O único país que o Estado Islâmico teme é Israel”, explicou Todenhӧfer.“Disseram-me que o exército israelita é demasiados forte para eles”.
Todenhӧfer alegou que faz parte da tática do EI atrair tropas ocidentais no solo e capturar soldados americanos e britânicos. “Eles pensam que podem derrotar as tropas terrestres americanas e britânicas que, segundo eles, não têm qualquer experiência em combates de guerrilha ou estratégias terroristas. Mas sabem que os israelitas são muito fortes quando lutam contra terroristas”.
Os soldados jihadistas olham para os israelitas como o único exército que pode oferecer uma ameaça concreta aos seus projectos expansionistas. O jornalista argumenta que o grupo terrorista também entende Israel como uma nação que poderia ser capaz de enfrentar uma guerra de guerrilhas, pelas experiências da nação nos confrontos com o Hamas, o Hezbollah e o Fatah, muitas vezes em territórios urbanos, e com a necessidade de destruição de redes de túneis secretos construídos pelos extremistas islâmicos para a movimentação de tropas e o transporte de armas.
O jornalista acredita que o Estado Islâmico esteja a preparar “a maior limpeza étnico-religiosa da História”, especificamente contra judeus, cristãos e muçulmanos de orientação diferente da dos sunitas. “Enquanto os terroristas do ISIS podem estar, eventualmente, dispostos a tolerar a presença de judeus e de cristãos através do pagamento da jizya (imposto especial que deve ser pago pelos não-muçulmanos, cujo não-cumprimento leva à execução do infiel), o destino dos muçulmanos xiitas sob o domínio do novo califado é a morte certa”.
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