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SABE, EM MORRUMBALA
Liberdade & Independência
Quelimane, 21 de Abril de 2016 |Ano I | Edição no 02 | Preço 30 Meticais
www.txopela.com | e-mail: jornaltxopela@gmail.com
Director: Zito Ossumane
A sede da Localidade de Sabe,
no distrito de Morrumbala
na Zambezia, encontra-se
desprovida de serviços básicos
de saúde e educação
devido o abandono dos professores
e pessoal medico,
que temem serem mortos
pelos ataques atribuídos aos
homens armados da Renamo
e repostados pelas Forças de Defesa e Segurança -
FDS.
Depois de um período
bastante conturbado
de ataques armados
subsequentes iniciados
de ambas as partes a vida da
população da vila sede de Morrumbala
voltou a normalidade, embora
prevaleça o clima de medo e
terror na localidade de Sabe.
No final do ano passado vários
alunos não concluíram as aulas
tendo imigrado para outras regiões
da província devido aos confrontos
armados em Sabe.
Os cidadãos ficaram vedados
aos cuidados de saúde por culpa da
tensão política militar instalada na
região. Entretanto, os nossos entrevistados
falam de redução dos ataques
nos últimos dias, momentos
de calma e tranquilidade na localidade
de Sabe embora a situação
ainda não esteja efectivamente
controlada.
As autoridades Provinciais de
Educação e Desenvolvimento Humano
da Zambezia ordenaram a
transferência dos Professores e
alunos da Escola de Sabe para outros
cantos te Morrumbala a fim de
não perderem o ano lectivo 2016.
Alguns dos pais encarregados
de educação preferiram mesmo
sair do distrito temendo nova onda
de confrontações armadas entre a
Renamo e as forças Governamentais.
O comércio funciona a meio
gás. Várias áreas ficaram afectadas.
Há registo de pequenos agricultores
e empreendedores que
abandonaram a região. Alias, mesmo
a entrada do cruzamento zero,
em direcção ao distrito de Morrumbala
o ambiente de negócios ficou
afectado. lê se no semblante
das pessoas um clima de medo e
desconfiança. (Rizique Zacarias)
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Pag. 04 e 05
2 www.txopela.com www.txopela.com 7
“
É isto que nós queremos:
um governo que assente
numa ética que coloca a
vida e a dignidade humana acima
do lucro. Um programa que
coloque a saúde e a educação de
qualidade acima de um poder de
consumo ilusório. Um governo
que privilegie a paz, a paz e ainda
a paz e promova o diálogo
acima de disputas domésticas
pelo poder. Um governo que
privilegie a solidariedade, acima
da competição desleal. Uma governação
que pensa nas gera-
ções futuras e por isso, entenda
a importância de agir ecologicamente
na exploração dos recursos
naturais.” – Extracto do discurso
proferido pelo Presidente
da República de Moçambique,
Filipe Jacinto Nyusi, na cerimónia
de investidura em Maputo no dia
15 de Janeiro de 2015.
A maior parte dos moçambicanos
ouviu Filipe Jacinto Nyusi
discursar pela primeira vez à precisamente
um ano e quatro meses
em Maputo, no que os analistas
sócio políticos na altura
consideraram o melhor discurso
inclusivo e pacifista que um Presidente
de Moçambique independente
já proferiu na sua cerimó-
nia de investidura, era o reavivar
da esperança de um povo, foi
motivo de conversa de bares, as
televisões e rádios promoveram
debates fervorosos e quase toda
gente esfregava as mãos de contente,
afinal o País iria mudar, as
coisas iriam mudar para melhor
depois do abismo que sem piedade
o seu antecessor mergulhou
o País.
Assistimos hoje um clima
de medo instalado nos diferentes
pontos do País, em que as forças
militares da Renamo e do Governo
da Frelimo estão a digladiarse
para ver quem realmente tem
poder absoluto sobre a nação.
Em consequência desta demonstração
de forças bélicas somamse
mortes, prejuízos económicos,
morais, sociais e de outra índole.
Num momento agudo de
tensão, urge a necessidade de as
partes cultivarem acções de paz,
dialogarem e alcançarem consensos
a bem da própria nação.
Uns desejam governar outros
não desejam reduzir as províncias
que governam. Nisto, o mais
importante é Paz, o povo quer
somente a paz, poder circular,
trabalhar, estudar e viver em
paz. Senhor Presidente, faça tudo
o que fizer mas o apelo é para
que devolva a paz a esse povo
inexigente. Todos os moçambicanos
aguardam ansiosamente
que o Chefe do Estado na qualidade
de alto magistrado da na-
ção moçambicana negocie com o
partido Renamo a fim de devolver
a paz a pátria amada.
Os membros da Assembleia
Municipal de Quelimane
queixaram-se à dias de atraso
no pagamento dos seus
ordenados a que tem direito,
que por lei são pagos pelo
Conselho Municipal de Quelimane.
A
bancada da Frelimo
na Assembleia Municipal
de Quelimane
que levantou a queixa
durante os trabalhos da 1ª Sessão
Ordinária daquele Órgão para este
ano, falou da falta de uma viatura
para o transporte dos membros no
trabalho de fiscalização da acção
governativa municipal.
Rijone Bombino, Chefe da
Bancada da Frelimo na Assembleia
Municipal de Quelimane disse
que a sensivelmente um ano
que aquele órgão fiscalizador não
se beneficia de reabilitação, apetrechamento
com mobiliário de
escritório incluindo equipamento
informático.
“Não temos transporte, já vai
um ano que o edifício não e reabilitado,
estamos a trabalhar em situações
extremamente défices, se
o presidente do Município foi eleito
nos também fomos eleitos para
fiscalizar a acção governativa, então
deve respeitar a assembleia
como o órgão fiscalizador”-disse.
Em resposta a essa preocupa-
ção, o Presidente do Conselho
Municipal da Cidade de Quelimane
Manuel de Araújo afirmou que
a questão dos atrasos salariais não
afecta apenas os membros da Assembleia
Municipal mas também
os funcionários da Edilidade.
O Problema, segundo Araújo
tem a ver com atrasos verificados
ao nível do Governo Central na
transferência dos fundos legalmente
devidos ao Município.
O Autarca, destacou que o
facto já é do conhecimento do Ministério
das Finanças, da Administração
Estatal e de outros órgãos
competentes cabendo a estes
transferirem atempadamente os
fundos para evitar que os salários
quer dos Funcionários do Conselho
Municipal bem como membros
da Assembleia recebam tardiamente
os seus ordenados.
Reconheceu que o Edifício
da Assembleia Municipal carece
de reabilitação e apetrechamento
mas anunciou que emitiu ordens
para que a Vereação das Finanças
pudesse disponibilizar as verbas
necessárias para a sua reabilitação
facto que até ao momento não
veio a acontecer.
O Semanário Txopela tentou
ouvir a Vereação das Finanças
esta disse estar a espera de um levantamento
das necessidades que
foi encarregue a Vereação da urbanização
e Construções do Conselho
Municipal.
(Rizique Zacarias)
Editorial:
FICHA TÉCNICA
SEDE: Av. Liberdade | Bairro Popular | Cidade de Quelimane | Zambézia | Moçambique
REGISTO Nº: 01/GABINFO-DEC/2016
DIRECTOR: Zito Ossumane (e-mail: jornaltxopela@gmail.com | 843636403)
EDITOR: Rizique Zacarias - REDACÇÃO: Cristóvão Francisco | Messias Saidane | Alcides Madeira | Rogério Marques
FOTOGRAFIA: Manuxo Soares - GRAFISMO: José Vicente -
ASSINATURA E PUBLICIDADE: Neusa Duarte | email: jornaltxopela@gmail.com
CONTABILIDADE E DISTRIBUIÇÃO: Enos Maulate | email: jornaltxopela@gmail.com
TIRAGEM MINIMA: 2000 Exemplares - IMPRESSÃO: Afro Media Company – Agência de Comunicação e Imagem.
PROPRIEDADE: AFRO MEDIA COMPANY
O clima de guerra instalado no
troço Caia-Nhamapandza na região
centro de Moçambique está
criar elevados prejuízos humanos,
económicos, sociais e polí-
ticos para a população daquela
região e para os utentes da via.
A
presença de homens armados
da Renamo e as Forças
de Defesa e Segurança no
terreno está mutilar o modo
de vida da população e a retroceder os
passos que o País deu para o crescimento.
O Jornal Txopela esteve a trabalhar
durante quatro dias no terreno e
assistiu cenas de terror, arrepio e medo
a que a população está sujeita. Exibi-
ção de armamento pesado e escolta militar
para alegadamente garantir ordem
e segurança aos utentes da via. Por outro
lado, homens armados da Renamo
camuflados na população e nas matas a
comandarem o destino dos passageiros,
ou seja, decidem quem deve passar e
quem deve ser atacado.
Nunca se sabe o momento certo
nem o alvo dos ataques armados, a verdade
é que o clima de guerra voltou ao
País seja em zonas localizadas de forma
tímida ou não. Há compatriotas
moçambicanos a morrerem, pessoas
gravemente feridas e futuro de muitas
gerações ameaçado pelos horrores desta
tensão política militar.
Quelimane à Caia um troço relegado
ao esquecimento, quilómetros de
estrada maioritariamente esburacados,
a fraca circulação de viaturas para a
zona do mítico rio Zambeze, denuncia
QUELIMANE:
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POR QUE ANUNCIAR NO JORNAL TXOPELA?
o que os telejornais e alguns negam
fervorosamente aceitar. “A
guerra voltou!”.
Ninguém ultrapassa a linha
imposta pelas forças militares governamentais,
de Caia à Nhamapandza
“só com escolta e a essas
horas (14 horas) não é possível
passar vão ter que dormir e
aguardar amanha as 13 horas para
seguir viagem”.- Explica serenamente
jovem de aparentemente
vinte e poucos anos de idade, é
gerente do Bhissimilai (um pequeno
restaurante de comida barata)
onde os passageiros das frotas inter-provinciais
preferem acomodar
-se para passar refeição.
O distrito de Caia dista a cerca
de duzentos e dez quilómetros
de Quelimane, zona lodosa, física
e politicamente, a sua capacidade
de produção agrícola é notória, as
culturas de milho e mapira tem
maior expressão, no entanto é a
prostituição infanto-juvenil que
tira sono as autoridades locais e as
taxas de seroprevalência do HIVSIDA
não deixam nenhum equí-
voco.
Apesar de tudo isto o confronto
militar que é travado entre
as forças de segurança e a Renamo
a poucos quilómetros dali é que
domina as conversas da população
e passageiros dos autocarros interprovinciais
que seguem rota Quelimane
- Beira ou Quelimane –
Maputo que começam a perder
esperanças de um futuro promissor
para um Moçambique que não
consegue desarmar-se.
“A Frelimo e a Renamo estão
a usar o povo, os passageiros
estão a morrer, os militares estão a
morrer e todo o mundo aqui não
esta feliz com esta situação, ninguém
percebe o porque disto tudo,
se, não há razão suficiente para
justificar mortes desta dimensão”-
declarou Simões Alexandre de 41
anos de idade, um dos muitos passageiros
que não tem condições
financeiras suficientes para viajar
com os seus três filhos num voo
da LAM para fugir desta triste e
perigosa situação.
A outra verdade é que ninguém
sabe ao certo se chegará ao
destino, em aproximadamente
cento e dez quilómetros de estrada
que se tem de percorrer de Caia à
Nhamapandza tudo pode acontecer,
inclusive perder a vida, sem
no entanto ter culpa “A luta é deles,
se querem tanto matar-se podem
faze-lo não precisa usar-nos
como escudos, nós não somos moedas
de troca, é gente sem fé e
muito maldosa” - disse Fernanda
Raul de 27 anos de idade, com um
timbre de voz agudo.
A fonte fala de situações macabras
que vivenciou e do luto nas
famílias que o governo e a Renamo
plantaram.
O MILLENNIUM BIM entregou
na última quinta-feira
(15 de Abril de 2016) um
cheque no valor de 50 mil
meticais ao Conselho Municipal
da cidade de Quelimane
para apoiar nos trabalhos
de reedificação do mercado
da Feira das Actividades
Económicas (FAE), destruí-
do por um incêndio ocorrido
a 8 de Março último.
J
amal Ualique, director
do MILLENNIUM BIM
em Quelimane, referiu
que o acto enquadra-se
no âmbito da responsabilidade social
que o banco tem para com a
comunidade onde esta inserido e
por conseguinte apoiar a reconstrução
do mercado significa na
visão do banco alavancar a economia
da cidade dado que a FAE
contribui em grossa parte para as
receitas da edilidade e não só.
No acto da entrega formal do cheque,
o Presidente do Conselho,
Manuel de Araújo, reconheceu o
apoio disponibilizado como fundamental
para o retorno às actividades
comerciais que são o sustento
de mais de 300 famílias. A
FAE era o ponto principal do comércio
de abastecimento da cidade
de Quelimane. (Redacção)
QUELIMANE:
4 www.txopela.com www.txopela.com 5
O conflito armado que se
regista em diferentes pontos
do País está arrastar várias
empresas nacionais e estrangeiras
à falência, constatou
adias em Quelimane,
Rogério Manuel, Presidente
da Confederação das Associações
Económicas de Mo-
çambique -CTA.
“
É claro que qualquer conflito
armado impacta directamente
na economia,
a várias empresas no País
que estão a fechar as portas, outras
ainda estão a caminho de decretar
falência”- precisou.
Rogério Manuel, falando em
conferência de imprensa, defendeu
que o País precisa de alcançar
a paz para que os empresários voltem
a investir e contribuir para o
crescimento económico.
Lembrou que nenhum empresário
sente-se confortável em
investir num País em conflito.
Apelou ao Líder da Renamo e ao
Presidente da República para que
produzam um diálogo franco, honesto
e frutífero visando por termo
a tensão político militar que se
vive no País.
As transportadoras Maning
Nice e Nagi Investiment por
exemplo queixam-se de prejuízos
avultados não quantificados devido
a perca de clientes e danifica-
ção dos autocarros que efectuam
as rotas interprovinciais.
O Semanário Txopela ouviu
algumas empresas que actuam no
ramo madeireiro e constatou que o
clima de guerra está dificultar seriamente
os trabalhos de transporte
e venda de recursos florestais.
Mesmo assim, ainda há empresas
que conseguem superar os
prejuízos e arriscar-se no mercado.
Camionistas de longo curso
falam de elevadas somas em dinheiro
perdidos na rua devido ao
O drama dos
camionistas
A
o semanário Txopela
os camionistas de ve-
ículos pesados aproveitaram
para apelar
as partes beligerantes para porem
fim aos confrontos armados em
Moçambique, que estão a prejudicar
em grande medida o transporte
de pessoas e mercadorias.
Os prejuízos dos empresários
desde o início dos ataques, em
2013, estimam-se em mais de
dois milhões de dólares norte
americanos e alguns ameaçam
fechar portas. Várias empresas
de transporte moçambicanas
anunciaram na sequência dos ataques
de que iriam paralisar a sua
actividade.
“Trago aqui comigo, produtos
diversos para Maputo, irei
levar tirando os dias normais de
viagem mais três dias para aturar
as escoltas para chegar ao meu
destino é lamentável o que um
governo é capaz de fazer com o
povo que o elegeu, é simplesmente
inacreditável, a RENAMO
deve ser ouvida e encontrar-se
formas pacificas de eles também
participarem na governação, qual
o problema nisso? Já lhes demos
o poder afinal o que querem
mais?”- disse Teodoro Marques,
um camionista, apontando a cedência
do governo frente as exigências
da Renamo como condi-
ção principal para o reavivar da
paz em Moçambique. (Zito Ossumane,
nosso enviado a zona
de conflito politico militar CaiaNhamapandza)
conflito armado que se vive no País.
Um dos camionistas abordados
pelo nosso Jornal no troço CaiaNhamapandza,
conta que vezes há
em que leva dois a três dias para
fazer o transporte de bebidas da
Beira à Quelimane.
“Isso não só afecta a nós os
transportadores mas também as nossas
famílias que precisam de algo
para comer lá em casa, os utentes
dos produtos que transportamos,
como cimento de construção civil,
refrigerantes, açúcar, óleo alimentar,
farinha de trigo, ovos, frangos e
outros produtos que abastecem as
cidades”- desabafou.
A
gentes desonestos exigem
valores monetá-
rios aos transportadores
e cidadãos singulares
que se fazem transportar em
viaturas particulares com destino
à Beira, Maputo e outros pontos
de Moçambique.
A nossa reportagem para
além de relatos assistiu de perto
cenários tristes de extorsão protagonizados
por agentes das Forças
de Defesa e Segurança que ofereciam
protecção em coluna militar
aos cidadãos que faziam aquele
troço rodoviário.
Relatos popu- lares indicam
também que homens armados
da Renamo foram igualmente
vistos a pedir dinheiro em detrimento
de não atacar aos cidadãos
que passavam pela mesma via em
dias e locais diferentes.
São 10 horas, a temperatura
amena de Caia remete a uma aná-
lise profunda sobre as reais motivações
desta guerra não declarada,
o Bhissimilai alberga mais de
duas centenas de passageiros das
frotas: maningue naice, Etrago e
outras, aqui fala-se um pouco de
tudo, ouvem-se murmuros carregados
de frustração. “A guerra
voltou …este País nunca terá paz
com essa gente a controlar isto”-
senhora de idade, suspira enquanto
contempla a imensa fila de camiões
de alta tonelagem carregando
diversos produtos de diversas
categorias desde: alimentar, construção
e entre outros.
Por volta das 12 horas uma
nuvem escura paira sobre caia e
com ela vem uma longa fila de
veículos de todo o tipo de dimensão
“a coluna chegou!”- ouve-se
ao fundo, é a tão aguardada força
militar, armada até aos dentes,
trouxe consigo mais de uma centena
de carros da zona de Nhamapandza
e que seguirão viagem a
zona da Zambézia e a região norte
do País.
As 13 horas sai-se de Caia
em direcção a Inchope é momento
de seguir viagem, todos os carros
perfilados as forças militares governamentais
dão instruções numa
encruzilhada manhosa, motoristas,
passageiros, veículos de pequena
e alta cilindragem, ninguém escapa,
uma campanha de extorsão
camuflada em pedidos é encetada,
a coluna não arranca antes que
todos os militares tenham algum
no bolso. “É Moçambique isto”
comenta-se em voz baixa.
Alguns elementos das forças militares de defesa e Seguran-
ça quer da Renamo foram vistos pela população a extorquir
cidadãos que fazem o troço Caia-Nhamapandza, no centro
do País, região assolada pelo clima de tensão política militar.
1 CHISSANO: Pag. 04 Pag. 4 e 5 MUNICÍPIO DE QUELIMANE CONSELHO MUNICIPAL GABINETE DE COMUNICAÇÃO E IMAGEM NECROLOGIA O Conselho Municipal da Cidade de Quelimane tomou conhecimento na última quarta-feira (6 de Abril de 2016) da morte súbita numa das clínicas privadas da cidade da Beira, de Dom Jaime Gonçalves, Bispo Emérito da Beira. Dom JAIME PEDRO GONÇALVES – Nasceu em 1937, na Barrada, distrito do Búzi, província de Sofala; Arcebispo da Beira, exerceu as suas funções naquela Cidade desde 3 de Dezembro de 1976, sendo elevado à dignidade de Arcebispo a 4 de Junho de 1984 e resignou do seu cargo, aos 75 anos de idade, a 14 de Janeiro de 2012, aposentando-se a 26 de Novembro. Dom Jaime Gonçalves, assumiu, interinamente, a Diocese de Quelimane, no perí- odo antes da nomeação de Dom Bernardo Governo para Bispo desta Diocese. Foi patrono da Universidade Católica de Quelimane. Um dos mediadores do Acordo Geral de Paz, em Roma; figura relevante que prestou o seu apoio incondicional à Diocese de Quelimane. Neste momento de dor e luto, o Presidente do Conselho Municipal, funcionários e munícipes em geral endereçam à família enlutada e a igreja católica romana as mais profundas condolências. QUE A SUA ALMA DESCANSE EM PAZ! Quelimane, 12 de Abril de 2016 ANÚNCIO Liberdade & Independência Quelimane, 14 de Abril de 2016 |Ano I | Edição no 01 | Preço 30 Meticais www.txopela.com | e-mail: jornaltxopela@gmail.com Director: Zito Ossumane 2 www.txopela.com www.txopela.com 7 V oltamos com a mesma determinação de sempre porque, mais do que nunca, a diversidade informativa e o pluralismo editorial continuam a fazer muita falta em Moçambique. E o Jornal Txopela deixou vago o seu espa- ço na comunicação social, porque o jornalismo não é o mesmo que vender salsicha, porque um jornal deve ser expressão genuína de liberdades, e porque os jornalistas não são moços de recados! O Jornal Txopela voltou mais animado, mais jovem e com nova imagem, mas com a substância de sempre: dizer as coisas pelos nomes e sem medos, sem hipocrisias, sem maquilhagem. Foi a isto que habituamos os leitores, é este o nosso renovado compromisso! Voltamos! Vamo -nos vendo por aqui. São muitas as missões da imprensa numa democracia - informar, entreter, ajudar, inspirar. Há uma, porém, que ganhou destaque recentemente: fiscalizar, voltamos também para ajudar os nossos governos a trilharem por caminhos pragmáticos. Somos um semanário independente, de orientação liberal, defensor da democracia, pluralismo, liberdade de imprensa, da total independência da imprensa face aos poderes políticos e aos poderes económicos monopolistas. Um jornal com imensas tendências, sem ser tendencioso! Esta é a edição número 1 que chega às suas mãos. Esperamos que te agrade e traga as notícias e informações sobre a zona centro de Moçambique de forma clara e cristalina como você deseja. Você, leitor arguto, naturalmente não se deixa enganar por notícias contendo meias verdades ou parciais. É preciso cuidado ao informar, principalmente quando se fala sobre política e sociedade. Não se deve tomar partido, nem agredir a inteligência do cidadão. Faremos o possível para um convívio permanente com a isenção. Esperem do Jornal Txopela somente notícia de interesse da população, sem eufemismos nem precipitações. Muito menos, queremos apresentar manchetes sensacionalistas. Cumprimos no passado a nossa tarefa, por isso podemos afirmar que já fomos o jornal mais lido e aguardado pelo leitor arguto, sensato e ávido por notícias, simplesmente notícias, sem paixões ou tendências. Criamos um jornal chamado Txopela, cheio de nuances e desafios, na esperança de inovar e atender os verdadeiros anseios de cidadãos afeitos a uma boa leitura e ávidos pelas notícias por inteiro, e aqui, mais uma vez, repetimos: “Notícias nunca derrubam o mundo. O que o derruba são os factos, que nós não podemos modificar, pois já aconteceram quando a notícia nos chegar” Durrenmatt. Seguimos de forma linear, altiva e cheia de sonhos…principalmente aquele que nos norteia – dormir tranquilo, com a sensação do dever cumprido. Nossa profissão nos remete ao humanismo e às questões filosóficas, que não nos permite o engodo. Pois bem caro leitor, veja se não falamos a verdade quando ler estas páginas, aqui você encontrará LIBERDADE E INDEPENDÊNCIA. Voltamos! No dia em que fechamos portas e fomos fazer contas às nossas vidas, escrevemos “Até breve!”… é só para dizer que voltamos! Txopela voltou Um membro da RENAMO foi morto a tiro na noite de quinta-feira, 31 de Março na varanda da sua residência na presença dos seus dois filhos e esposa, no Bairro Novo, arredores da cidade de Quelimane. O episódio macabro que se suspeita estar ligado a esquadrões de morte criados para abater opositores, assunto levantado na edição nº 1157 de 11 de Março de 2016 do jornal SAVANA , onde se pode ler o seguinte: “Todos os líderes comunitários, nas províncias, trabalham com as forças governamentais; eles dão informação. Têm a missão de vigiar na aldeia, e informar sobre a presen- ça de elementos da Renamo; quem são os responsáveis, quem são os delegados, etc. Então nós chegamos, batemos à porta e levamos a pessoa.”- deu-se por volta das 19 horas quando um desconhecido escalou a residência do finado exigindo que os filhos e a mulher fossem para dentro da casa de construção precária. A esposa teria perguntado insistidamente porque razão tinha de entrar no interior da casa, porque um desconhecido lhe obrigava a se manter dentro e de que assunto pretendia falar com o esposo. O membro da Renamo questionava sobre que assunto iria tratar com o desconhecido naquela hora da noite. Sem muito espaço de tempo, a esposa do membro da perdiz conduziu aos filhos para que fossem para o interior da sala e de seguida o membro da Renamo teria explicado ao estranho que a senhora era sua esposa e que não tinha segredos com ela. Depois de várias tentativas o assasino exibiu uma arma de fogo do tipo pistola e atirou sobre a cabeça do membro da Renamo. Depois do assassinato a sangue frio, o desconhecido foi visto a sair lentamente e sem disfarce em direcção a estrada principal. Na altura do incidente, a vizinhan- ça suspeitou tratar-se de assalto a mão armada e ficou horrorizada e em estado de choque se no entanto poder agir para repreender ou identificar o estranho assassino. Fontes contactadas no local apontam para esquadrões de morte que eventualmente tenham sido criados para abater opositores, intimidar e acabar com o partido de Afonso Dhlakama. Uma das razoes desta suposta caça aos homens da Renamo teria a ver com baixas registadas nas forças governamentais em conflito nas diferentes regiões do País. Gloria Fernando, esposa do malogrado conta que parecia que o assassino tinha objectivos claros, “chegar e matar”. Até aonde ela sabia o marido não tinha dividas ou problemas graves que o levasse a ser assassinado. Recorda que no passado, o falecido já foi guerrilheiro da Renamo e não descarta a possibilidade de que o baleamento mortal do marido esteja relacionado com o facto. Editorial: FICHA TÉCNICA SEDE: Av. Liberdade | Bairro Popular | Cidade de Quelimane | Zambézia | Moçambique REGISTO Nº: 01/GABINFO-DEC/2016 DIRECTOR: Zito Ossumane (e-mail: jornaltxopela@gmail.com | 843636403) EDITOR: Rizique Zacarias - REDACÇÃO: Cristóvão Francisco | Messias Saidane | Alcides Madeira | Rogério Marques FOTOGRAFIA: Manuxo Soares - GRAFISMO: José Vicente - ASSINATURA E PUBLICIDADE: Neusa Duarte | email: jornaltxopela@gmail.com CONTABILIDADE E DISTRIBUIÇÃO: Enos Maulate | email: jornaltxopela@gmail.com TIRAGEM MINIMA: 2000 Exemplares - IMPRESSÃO: Afro Media Company – Agência de Comunicação e Imagem. PROPRIEDADE: AFRO MEDIA COMPANY 6 www.txopela.com www.txopela.com 3 O antigo Chefe de Estado moçambicano defende que o alcance da paz no País passa por descobrir em primeiro lugar o que essencialmente o Líder da Renamo, Afonso Dhlakama e o seu partido desejam, por conseguinte analisar se as matérias enquadram-se ou não no interesse do povo. Texto: Rizique Zacarias Foto: Zito Ossumane J oaquim Chissano, falava adias, momentos após desembarcar no aeródromo de Quelimane, onde participou da via-sacra, cerimonia religiosa que simboliza as catorze estacões que antecedem a crucificação de Jesus Cristo. Chissano, que também inaugurou o edifício do Instituto Superior de Humanidades e Tecnologias, salientou que no período particularmente da pascoa os corações dos políticos deveriam se amolecer e se curvar diante da fé, das minorias, do povo e dos mais necessitados. Na percepção do antigo Chefe de Estado, a situação política nacional era bem mais difícil e conturbada no período pósindependência, bem como na senda da guerra fria e do movimento racista do Apartheid. Nesse período, Chissano aproximava-se para entender melhor a Renamo. “O alcance da Paz passa por descobrir o que a Renamo quer, o que é que Dhlakama quer, se é algo que se pode inserir no interesse do povo; houve conflitos, houve rupturas desde o tempo de Eduardo Mondlane, naquele tempo a situação era bem difícil, tínhamos o factor da guerra fria, do apartheid entretanto conseguimos mediar”-disse. O Antigo Presidente da Repú- blica assegurou que as exigências da Renamo não se tratam de assuntos pessoais mas questões de âmbito nacional devendo por isso ser alvo de uma análise profunda e urgente conducente a cessão de hostilidades militares, através de um diálogo franco, aberto e honesto. É preciso ir ao encontro do Líder da Renamo para perceber dele onde esta o problema. Nessa altura as intenções da Renamo deCHISSANO: Joaquim Chissano, antigo Chefe de Estado moçambicano PUBLICIDADE mento, que temos vindo a citar nas próximas construções das bancas na FAE, deve ser observada a questão segurança, começando pelo material a ser usado, seguido de interdição de manter no seu interior lâmpadas ligadas durante a noite com a banca encerrada. O Relatório preliminar recomenda que o Conselho Municipal da Cidade de Quelimane junto os comerciantes (na qualidade de ofendidos directos), submetam uma denúncia à Procuradoria Provincial da Zambézia contra o Corpo de Salvação Pública, para ficar esclarecido em processo-crime, a negligência ou omissão do dever de socorrer na qualidade de profissional habilitado para efeito. O Conselho Municipal da Cidade de Quelimane, no acto da denúncia à procuradoria poderá facultar (embora sem carácter vinculativo) o referido relatório, caso entenda, para a procuradoria identificar as pessoas a serem ouvidas em peça própria do processocrime. A denúncia vai permitir que se possa aferir com precisão o modo de organização e funcionamento do corpo de salvação pública. Alguns agentes do corpo de salvação Publica ouvidos pela nossa reportagem na altura do incêndio, teriam afirmado que a mangueira era curta e a viatura não tinha espaço para circular no interior do mercado uma vez que as bancas estavam apertadas e desordenadas. Com sua diversidade de conteúdo, abrange todos os segmentos de públicos provendo assim, várias opções para os anunciantes. Ao mesmo tempo, está entre os mais modernos periódicos do país – por seu texto e design – referência quando se trata de credibilidade e independência. Seus leitores se distribuem entre todas as classes sociais. O Txopela é também um dos preferidos dos formadores de opinião. É distribuído sistematicamente nas principais redes sociais , cativando deste modo leitores de todo o país e do mundo. Entre em contacto com nosso departamento comercial para obter mais informações sobre valores e condições de pagamento. Departamento Comercial (+258) 822599426 e-mail: jornaltxopela@gmail.com POR QUE ANUNCIAR NO JORNAL TXOPELA? 4 www.txopela.com www.txopela.com 5 vem ser bem clarificadas e estudadas se podem ter ou não enquadramento com os interesses do povo moçambicano. Joaquim Chissano, recordou que no passado conseguiu contornar às pretensões da Renamo por ter sido aberto e seguido os passos de Samora Machel. “Em 1986, tomando as pegadas de Samora Machel, eu fiz o que era compatível com os interesses nacionais, se o que a Renamo quer for compatível com os interesses nacionais deve haver cedências das partes”-apelou. Criticou por outro lado a actual ideologia política com que a Renamo se apresenta. Nessa componente, o Partido de Afonso Dhlakama, precisa de se desarmar para que seja visto como uma organização amante da paz. “Hoje estamos com a atmosfera da Renamo não ter medo, esse discurso já não tem cabimento. Ele deve começar a ver que os seus irmãos estão no poder. Se ele deseja o estado moçambicano deve encontrar mecanismos adequados para atingir esse objectivo, o problema não é da mudança de Liderança, eu sai do poder, o Presidente Guebuza deixou o poder e Nyusi também irá deixar de assumir a presidência do Pais, acredito que vamos conseguir, porque todo povo quer a paz, quer o diálogo”-tranquilizou. A paz em Moçambique poderá ser restabelecida quando as partes colocarem as questões de fundo a mesa do diálogo com humildade, abertura e honestidade. Chissano, acredita que o Líder da Renamo e o Presidente da Repú- blica poderão chegar a um acordo em breve com vista por termo os confrontos armados que estão a regredir o País e a ceifar vidas humanas. INCENDIO NA FAE: - Relatório preliminar da Comissão de inquérito O Relatório preliminar foi apresentado na sexta-feira, 01 de Abril corrente aos comerciantes do mercado da FAEZA. O documento em nosso poder indica que houveram Bombeiros que subtraíram bens em quantidades não especificadas, tendo transportado na viatura do corpo de Salva- ção Publica sem no entanto informar o destino da mercadoria. A Comissão do Inquérito constatou que o camião tanque dos bombeiros não continha água no interior na primeira vez que estes se fizeram ao mercado da FAE, enquanto as chamas se propagavam para outras bancas. Constatou-se no terreno que houve negligência dos bombeiros em accionar as suas congéneres nomeadamente do Porto de Quelimane e do Aeroporto de Moçambique que vieram mais tarde ajudar apagar as chamas. O Edil de Quelimane Manuel de Araújo que presenciou a apresentação do relatório preliminar da Comissão de inquérito afirmou que se for provada a negligência de um grupo de pessoas ou de uma instituição deve ser responsabilizada criminalmente. De acordo com o relatório, os membros da comissão iniciaram os trabalhos de apuramento das causas no dia 14 de Março, seis dias depois do acto se ter consumado. As constatações foram obtidas com base em inquéritos aos comerciantes, guardas, moradores do bairro Novo e evidencias retiradas do local do incêndio. Do apuramento feito, estimase que tenham sido destruídas 217 bancas, 57 das quais pertencentes a cidadãos moçambicanos e os restantes de nacionalidade estrangeira e outras avaliadas num prejuízo total de perto de 3 milhões de Meticais em mercadoria diversa e valores em dinheiro vivo. Eulália Sidique, comerciante da FAE citada no inquérito diz que perdeu 107 mil meticais em dinheiro que guardava no interior do seu estabelecimento comercial. Outra vitima, Lucas Augusto, refere que perdeu 688 pares de sapatos masculinos e 57 femininos, um prejuízo total de 400 mil Meticais. Entretanto, Hortênsio Alberto, guarda de seis bancas no mercado municipal da Fae, foi citado pelo inquérito como tivesse sido ouvido para reconstituir as causas do trágico acidente que prejudicou a vida de vários cidadãos e suas famílias. Hortênsio, disse que horas antes do incêndio uma lâmpada fundiu no interior de uma das seis bancas em que controla. Momentos depois houve corte de energia eléctrica que veio a demorar cerca de 30 minutos. O incêndio teria deflagrado após a reposição da corrente eléctrica. O guarda, explica que o incêndio quando começou no interior de uma das bancas imediatamente dirigiu-se ao posto policial do mercado, onde encontrou uma agente apenas que não se recorda do rosto. Após comunicá-la, esta teria efectuado uma chamada telefónica para o seu Comandante que viria enviar agentes da Policia e corpo de salvação Pública. Segundo o relatório a prová- vel causa do incêndio foi a descarga da corrente eléctrica, havida na banca do senhor Mathy, devido a um corte que durou aproximadamente trinta minutos, facto presenciado pelo guarda, Hortênsio Alberto, quando espreitou no interior da banca devido ao barulho do contador e do tilintar da lâmpada fundida. As bancas fixas construídas no mercado da FAE, são de material precário altamente inflamável sendo construídas de madeira toda com revestimentos de chapas de zinco por fora, aliado a isso, é o material usado para instalação eléctrica, que não é de qualidade, facto confessado pelos donos das bancas, o que torna fácil fundir a temperaturas elevadas, sobretudo em descargas de corrente eléctrica e oscilações, o que aconteceu no dia do incêndio. Ainda de acordo com o docuAlguns agentes da Policia da República de Moçambique (PRM) e do Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP) foram vistos a extraviar bens dos comerciantes durante o incêndio que deflagrou no passado dia 8 de Março deste ano, no Mercado Municipal da Feira de Actividades Económicas da Zambezia (FAEZA) vulgo FAE em Quelimane, aponta o relatório preliminar da comissão de inquérito criada para averiguar as causas que teriam originado o acidente.
1 CHISSANO: Pag. 04 Pag. 4 e 5 MUNICÍPIO DE QUELIMANE CONSELHO MUNICIPAL GABINETE DE COMUNICAÇÃO E IMAGEM NECROLOGIA O Conselho Municipal da Cidade de Quelimane tomou conhecimento na última quarta-feira (6 de Abril de 2016) da morte súbita numa das clínicas privadas da cidade da Beira, de Dom Jaime Gonçalves, Bispo Emérito da Beira. Dom JAIME PEDRO GONÇALVES – Nasceu em 1937, na Barrada, distrito do Búzi, província de Sofala; Arcebispo da Beira, exerceu as suas funções naquela Cidade desde 3 de Dezembro de 1976, sendo elevado à dignidade de Arcebispo a 4 de Junho de 1984 e resignou do seu cargo, aos 75 anos de idade, a 14 de Janeiro de 2012, aposentando-se a 26 de Novembro. Dom Jaime Gonçalves, assumiu, interinamente, a Diocese de Quelimane, no perí- odo antes da nomeação de Dom Bernardo Governo para Bispo desta Diocese. Foi patrono da Universidade Católica de Quelimane. Um dos mediadores do Acordo Geral de Paz, em Roma; figura relevante que prestou o seu apoio incondicional à Diocese de Quelimane. Neste momento de dor e luto, o Presidente do Conselho Municipal, funcionários e munícipes em geral endereçam à família enlutada e a igreja católica romana as mais profundas condolências. QUE A SUA ALMA DESCANSE EM PAZ! Quelimane, 12 de Abril de 2016 ANÚNCIO Liberdade & Independência Quelimane, 14 de Abril de 2016 |Ano I | Edição no 01 | Preço 30 Meticais www.txopela.com | e-mail: jornaltxopela@gmail.com Director: Zito Ossumane 2 www.txopela.com www.txopela.com 7 V oltamos com a mesma determinação de sempre porque, mais do que nunca, a diversidade informativa e o pluralismo editorial continuam a fazer muita falta em Moçambique. E o Jornal Txopela deixou vago o seu espa- ço na comunicação social, porque o jornalismo não é o mesmo que vender salsicha, porque um jornal deve ser expressão genuína de liberdades, e porque os jornalistas não são moços de recados! O Jornal Txopela voltou mais animado, mais jovem e com nova imagem, mas com a substância de sempre: dizer as coisas pelos nomes e sem medos, sem hipocrisias, sem maquilhagem. Foi a isto que habituamos os leitores, é este o nosso renovado compromisso! Voltamos! Vamo -nos vendo por aqui. São muitas as missões da imprensa numa democracia - informar, entreter, ajudar, inspirar. Há uma, porém, que ganhou destaque recentemente: fiscalizar, voltamos também para ajudar os nossos governos a trilharem por caminhos pragmáticos. Somos um semanário independente, de orientação liberal, defensor da democracia, pluralismo, liberdade de imprensa, da total independência da imprensa face aos poderes políticos e aos poderes económicos monopolistas. Um jornal com imensas tendências, sem ser tendencioso! Esta é a edição número 1 que chega às suas mãos. Esperamos que te agrade e traga as notícias e informações sobre a zona centro de Moçambique de forma clara e cristalina como você deseja. Você, leitor arguto, naturalmente não se deixa enganar por notícias contendo meias verdades ou parciais. É preciso cuidado ao informar, principalmente quando se fala sobre política e sociedade. Não se deve tomar partido, nem agredir a inteligência do cidadão. Faremos o possível para um convívio permanente com a isenção. Esperem do Jornal Txopela somente notícia de interesse da população, sem eufemismos nem precipitações. Muito menos, queremos apresentar manchetes sensacionalistas. Cumprimos no passado a nossa tarefa, por isso podemos afirmar que já fomos o jornal mais lido e aguardado pelo leitor arguto, sensato e ávido por notícias, simplesmente notícias, sem paixões ou tendências. Criamos um jornal chamado Txopela, cheio de nuances e desafios, na esperança de inovar e atender os verdadeiros anseios de cidadãos afeitos a uma boa leitura e ávidos pelas notícias por inteiro, e aqui, mais uma vez, repetimos: “Notícias nunca derrubam o mundo. O que o derruba são os factos, que nós não podemos modificar, pois já aconteceram quando a notícia nos chegar” Durrenmatt. Seguimos de forma linear, altiva e cheia de sonhos…principalmente aquele que nos norteia – dormir tranquilo, com a sensação do dever cumprido. Nossa profissão nos remete ao humanismo e às questões filosóficas, que não nos permite o engodo. Pois bem caro leitor, veja se não falamos a verdade quando ler estas páginas, aqui você encontrará LIBERDADE E INDEPENDÊNCIA. Voltamos! No dia em que fechamos portas e fomos fazer contas às nossas vidas, escrevemos “Até breve!”… é só para dizer que voltamos! Txopela voltou Um membro da RENAMO foi morto a tiro na noite de quinta-feira, 31 de Março na varanda da sua residência na presença dos seus dois filhos e esposa, no Bairro Novo, arredores da cidade de Quelimane. O episódio macabro que se suspeita estar ligado a esquadrões de morte criados para abater opositores, assunto levantado na edição nº 1157 de 11 de Março de 2016 do jornal SAVANA , onde se pode ler o seguinte: “Todos os líderes comunitários, nas províncias, trabalham com as forças governamentais; eles dão informação. Têm a missão de vigiar na aldeia, e informar sobre a presen- ça de elementos da Renamo; quem são os responsáveis, quem são os delegados, etc. Então nós chegamos, batemos à porta e levamos a pessoa.”- deu-se por volta das 19 horas quando um desconhecido escalou a residência do finado exigindo que os filhos e a mulher fossem para dentro da casa de construção precária. A esposa teria perguntado insistidamente porque razão tinha de entrar no interior da casa, porque um desconhecido lhe obrigava a se manter dentro e de que assunto pretendia falar com o esposo. O membro da Renamo questionava sobre que assunto iria tratar com o desconhecido naquela hora da noite. Sem muito espaço de tempo, a esposa do membro da perdiz conduziu aos filhos para que fossem para o interior da sala e de seguida o membro da Renamo teria explicado ao estranho que a senhora era sua esposa e que não tinha segredos com ela. Depois de várias tentativas o assasino exibiu uma arma de fogo do tipo pistola e atirou sobre a cabeça do membro da Renamo. Depois do assassinato a sangue frio, o desconhecido foi visto a sair lentamente e sem disfarce em direcção a estrada principal. Na altura do incidente, a vizinhan- ça suspeitou tratar-se de assalto a mão armada e ficou horrorizada e em estado de choque se no entanto poder agir para repreender ou identificar o estranho assassino. Fontes contactadas no local apontam para esquadrões de morte que eventualmente tenham sido criados para abater opositores, intimidar e acabar com o partido de Afonso Dhlakama. Uma das razoes desta suposta caça aos homens da Renamo teria a ver com baixas registadas nas forças governamentais em conflito nas diferentes regiões do País. Gloria Fernando, esposa do malogrado conta que parecia que o assassino tinha objectivos claros, “chegar e matar”. Até aonde ela sabia o marido não tinha dividas ou problemas graves que o levasse a ser assassinado. Recorda que no passado, o falecido já foi guerrilheiro da Renamo e não descarta a possibilidade de que o baleamento mortal do marido esteja relacionado com o facto. Editorial: FICHA TÉCNICA SEDE: Av. Liberdade | Bairro Popular | Cidade de Quelimane | Zambézia | Moçambique REGISTO Nº: 01/GABINFO-DEC/2016 DIRECTOR: Zito Ossumane (e-mail: jornaltxopela@gmail.com | 843636403) EDITOR: Rizique Zacarias - REDACÇÃO: Cristóvão Francisco | Messias Saidane | Alcides Madeira | Rogério Marques FOTOGRAFIA: Manuxo Soares - GRAFISMO: José Vicente - ASSINATURA E PUBLICIDADE: Neusa Duarte | email: jornaltxopela@gmail.com CONTABILIDADE E DISTRIBUIÇÃO: Enos Maulate | email: jornaltxopela@gmail.com TIRAGEM MINIMA: 2000 Exemplares - IMPRESSÃO: Afro Media Company – Agência de Comunicação e Imagem. PROPRIEDADE: AFRO MEDIA COMPANY 6 www.txopela.com www.txopela.com 3 O antigo Chefe de Estado moçambicano defende que o alcance da paz no País passa por descobrir em primeiro lugar o que essencialmente o Líder da Renamo, Afonso Dhlakama e o seu partido desejam, por conseguinte analisar se as matérias enquadram-se ou não no interesse do povo. Texto: Rizique Zacarias Foto: Zito Ossumane J oaquim Chissano, falava adias, momentos após desembarcar no aeródromo de Quelimane, onde participou da via-sacra, cerimonia religiosa que simboliza as catorze estacões que antecedem a crucificação de Jesus Cristo. Chissano, que também inaugurou o edifício do Instituto Superior de Humanidades e Tecnologias, salientou que no período particularmente da pascoa os corações dos políticos deveriam se amolecer e se curvar diante da fé, das minorias, do povo e dos mais necessitados. Na percepção do antigo Chefe de Estado, a situação política nacional era bem mais difícil e conturbada no período pósindependência, bem como na senda da guerra fria e do movimento racista do Apartheid. Nesse período, Chissano aproximava-se para entender melhor a Renamo. “O alcance da Paz passa por descobrir o que a Renamo quer, o que é que Dhlakama quer, se é algo que se pode inserir no interesse do povo; houve conflitos, houve rupturas desde o tempo de Eduardo Mondlane, naquele tempo a situação era bem difícil, tínhamos o factor da guerra fria, do apartheid entretanto conseguimos mediar”-disse. O Antigo Presidente da Repú- blica assegurou que as exigências da Renamo não se tratam de assuntos pessoais mas questões de âmbito nacional devendo por isso ser alvo de uma análise profunda e urgente conducente a cessão de hostilidades militares, através de um diálogo franco, aberto e honesto. É preciso ir ao encontro do Líder da Renamo para perceber dele onde esta o problema. Nessa altura as intenções da Renamo deCHISSANO: Joaquim Chissano, antigo Chefe de Estado moçambicano PUBLICIDADE mento, que temos vindo a citar nas próximas construções das bancas na FAE, deve ser observada a questão segurança, começando pelo material a ser usado, seguido de interdição de manter no seu interior lâmpadas ligadas durante a noite com a banca encerrada. O Relatório preliminar recomenda que o Conselho Municipal da Cidade de Quelimane junto os comerciantes (na qualidade de ofendidos directos), submetam uma denúncia à Procuradoria Provincial da Zambézia contra o Corpo de Salvação Pública, para ficar esclarecido em processo-crime, a negligência ou omissão do dever de socorrer na qualidade de profissional habilitado para efeito. O Conselho Municipal da Cidade de Quelimane, no acto da denúncia à procuradoria poderá facultar (embora sem carácter vinculativo) o referido relatório, caso entenda, para a procuradoria identificar as pessoas a serem ouvidas em peça própria do processocrime. A denúncia vai permitir que se possa aferir com precisão o modo de organização e funcionamento do corpo de salvação pública. Alguns agentes do corpo de salvação Publica ouvidos pela nossa reportagem na altura do incêndio, teriam afirmado que a mangueira era curta e a viatura não tinha espaço para circular no interior do mercado uma vez que as bancas estavam apertadas e desordenadas. Com sua diversidade de conteúdo, abrange todos os segmentos de públicos provendo assim, várias opções para os anunciantes. Ao mesmo tempo, está entre os mais modernos periódicos do país – por seu texto e design – referência quando se trata de credibilidade e independência. Seus leitores se distribuem entre todas as classes sociais. O Txopela é também um dos preferidos dos formadores de opinião. É distribuído sistematicamente nas principais redes sociais , cativando deste modo leitores de todo o país e do mundo. Entre em contacto com nosso departamento comercial para obter mais informações sobre valores e condições de pagamento. Departamento Comercial (+258) 822599426 e-mail: jornaltxopela@gmail.com POR QUE ANUNCIAR NO JORNAL TXOPELA? 4 www.txopela.com www.txopela.com 5 vem ser bem clarificadas e estudadas se podem ter ou não enquadramento com os interesses do povo moçambicano. Joaquim Chissano, recordou que no passado conseguiu contornar às pretensões da Renamo por ter sido aberto e seguido os passos de Samora Machel. “Em 1986, tomando as pegadas de Samora Machel, eu fiz o que era compatível com os interesses nacionais, se o que a Renamo quer for compatível com os interesses nacionais deve haver cedências das partes”-apelou. Criticou por outro lado a actual ideologia política com que a Renamo se apresenta. Nessa componente, o Partido de Afonso Dhlakama, precisa de se desarmar para que seja visto como uma organização amante da paz. “Hoje estamos com a atmosfera da Renamo não ter medo, esse discurso já não tem cabimento. Ele deve começar a ver que os seus irmãos estão no poder. Se ele deseja o estado moçambicano deve encontrar mecanismos adequados para atingir esse objectivo, o problema não é da mudança de Liderança, eu sai do poder, o Presidente Guebuza deixou o poder e Nyusi também irá deixar de assumir a presidência do Pais, acredito que vamos conseguir, porque todo povo quer a paz, quer o diálogo”-tranquilizou. A paz em Moçambique poderá ser restabelecida quando as partes colocarem as questões de fundo a mesa do diálogo com humildade, abertura e honestidade. Chissano, acredita que o Líder da Renamo e o Presidente da Repú- blica poderão chegar a um acordo em breve com vista por termo os confrontos armados que estão a regredir o País e a ceifar vidas humanas. INCENDIO NA FAE: - Relatório preliminar da Comissão de inquérito O Relatório preliminar foi apresentado na sexta-feira, 01 de Abril corrente aos comerciantes do mercado da FAEZA. O documento em nosso poder indica que houveram Bombeiros que subtraíram bens em quantidades não especificadas, tendo transportado na viatura do corpo de Salva- ção Publica sem no entanto informar o destino da mercadoria. A Comissão do Inquérito constatou que o camião tanque dos bombeiros não continha água no interior na primeira vez que estes se fizeram ao mercado da FAE, enquanto as chamas se propagavam para outras bancas. Constatou-se no terreno que houve negligência dos bombeiros em accionar as suas congéneres nomeadamente do Porto de Quelimane e do Aeroporto de Moçambique que vieram mais tarde ajudar apagar as chamas. O Edil de Quelimane Manuel de Araújo que presenciou a apresentação do relatório preliminar da Comissão de inquérito afirmou que se for provada a negligência de um grupo de pessoas ou de uma instituição deve ser responsabilizada criminalmente. De acordo com o relatório, os membros da comissão iniciaram os trabalhos de apuramento das causas no dia 14 de Março, seis dias depois do acto se ter consumado. As constatações foram obtidas com base em inquéritos aos comerciantes, guardas, moradores do bairro Novo e evidencias retiradas do local do incêndio. Do apuramento feito, estimase que tenham sido destruídas 217 bancas, 57 das quais pertencentes a cidadãos moçambicanos e os restantes de nacionalidade estrangeira e outras avaliadas num prejuízo total de perto de 3 milhões de Meticais em mercadoria diversa e valores em dinheiro vivo. Eulália Sidique, comerciante da FAE citada no inquérito diz que perdeu 107 mil meticais em dinheiro que guardava no interior do seu estabelecimento comercial. Outra vitima, Lucas Augusto, refere que perdeu 688 pares de sapatos masculinos e 57 femininos, um prejuízo total de 400 mil Meticais. Entretanto, Hortênsio Alberto, guarda de seis bancas no mercado municipal da Fae, foi citado pelo inquérito como tivesse sido ouvido para reconstituir as causas do trágico acidente que prejudicou a vida de vários cidadãos e suas famílias. Hortênsio, disse que horas antes do incêndio uma lâmpada fundiu no interior de uma das seis bancas em que controla. Momentos depois houve corte de energia eléctrica que veio a demorar cerca de 30 minutos. O incêndio teria deflagrado após a reposição da corrente eléctrica. O guarda, explica que o incêndio quando começou no interior de uma das bancas imediatamente dirigiu-se ao posto policial do mercado, onde encontrou uma agente apenas que não se recorda do rosto. Após comunicá-la, esta teria efectuado uma chamada telefónica para o seu Comandante que viria enviar agentes da Policia e corpo de salvação Pública. Segundo o relatório a prová- vel causa do incêndio foi a descarga da corrente eléctrica, havida na banca do senhor Mathy, devido a um corte que durou aproximadamente trinta minutos, facto presenciado pelo guarda, Hortênsio Alberto, quando espreitou no interior da banca devido ao barulho do contador e do tilintar da lâmpada fundida. As bancas fixas construídas no mercado da FAE, são de material precário altamente inflamável sendo construídas de madeira toda com revestimentos de chapas de zinco por fora, aliado a isso, é o material usado para instalação eléctrica, que não é de qualidade, facto confessado pelos donos das bancas, o que torna fácil fundir a temperaturas elevadas, sobretudo em descargas de corrente eléctrica e oscilações, o que aconteceu no dia do incêndio. Ainda de acordo com o docuAlguns agentes da Policia da República de Moçambique (PRM) e do Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP) foram vistos a extraviar bens dos comerciantes durante o incêndio que deflagrou no passado dia 8 de Março deste ano, no Mercado Municipal da Feira de Actividades Económicas da Zambezia (FAEZA) vulgo FAE em Quelimane, aponta o relatório preliminar da comissão de inquérito criada para averiguar as causas que teriam originado o acidente.
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