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quarta-feira, 13 de abril de 2016
Panamá faz operação de busca em escritório da Mossack Fonseca
- Atualizado em
A procuradoria-geral do Panamá realizou uma operação de busca e apreensão no escritório de advocacia Mossack Fonseca, na noite de terça-feira, para tentar encontrar indícios de atividades ilegais, disseram autoridades em comunicado.
A firma sediada no Panamá está no centro do escândalo de vazamento conhecido como Panama Papers, que causou constrangimento a vários líderes mundiais e colocou em destaque o mundo obscuro das empresas offshore.
Em um comunicado anterior, a polícia do país disse que procurava documentação que "estabeleceria o possível uso do escritório para atividades ilícitas". A empresa Mossack Fonseca está sendo acusada de evasão fiscal e fraude.
Policiais e viaturas começaram a se reunir nos arredores do edifício do escritório sob o comando do promotor Javier Caravallo, que é especializado em crime organizado e lavagem de dinheiro.
A Mossack Fonseca, especializada na criação de empresas offshore, não respondeu aos pedidos de comentário na terça-feira.
Mais cedo, o sócio-fundador Ramón Fonseca afirmou que o escritório de advocacia não violou nenhuma lei, não destruiu quaisquer documentos e que todas as suas operações são legais.
Governos do mundo inteiro começaram a investigar possíveis delitos financeiros dos ricos e poderosos após o vazamento de mais de 11,5 milhões de documentos do escritório de advocacia, referentes a um período de quatro décadas.
Os papéis revelaram arranjos financeiros de figuras proeminentes, como o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, o presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro da Islândia, que renunciou na semana passada. O Brasil também está entre os vários países com autoridades envolvidas nos vazamentos.
Os documentos obtidos apontam que o escritório do Panamá Mossack Fonseca criou ou gerenciou cerca de 100 empresas offshore para ao menos 57 indivíduos ou empresas já relacionados ao esquema de corrupção na Petrobras investigado pela operação Lava Jato.
Chefes de Estado e de governo citados nos "Panama Papers"
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Vladimir Putin, presidente da Rússia
Os documentos mostram que empresários muito próximos e amigos de Putin movimentaram US$ 2 bilhões (quase 8 bilhões de reais) por meio de rede clandestina de companhias offshore.
David Cameron, primeiro-ministro da Grã-Bretanha
Ian Cameron, o pai do primeiro-ministro britânico, que morreu em 2010, usou os serviços da companhia panamenha Mossack Fonseca, especializada em criar e gerir empresas em paraísos fiscais. Os documentos revelaram que os fundos da Blairmore Holdings, empresa do pai de Cameron, "eram administrados de tal forma para que a firma não se transformasse em uma empresa britânica que fosse submetida a efeitos fiscais da Grã-Bretanha". Dias depois, o premiêadmitiu que possuiu ações no fundo de investimento criado pelo pai.
Maurico Macri, presidente da Argentina
Macri é apontado como sócio da empresa Fleg Trading Ltd, localizada nas Bahamas e que seria uma fachada para evasão de divisas e lavagem de dinheiro. "A Presidência da Nação informa que o senhor Mauricio Macri nunca teve, nem tem, uma participação no capital dessa sociedade", informou um comunicado oficial emitido pela Casa Rosada.
Sigmundur Gunnlaugsson, primeiro-ministro da Islândia
O premiê e sua mulher, Anna Sigurlaug Pálsdóttirm usaram uma empresa de fachada para investir milhões de dólares em um paraíso fiscal e fugir do fisco islandês. Dois dias após a revelação dos documentos, Gunnlaugsson renunciou ao cargo.
Xi Jinping, presidente da China
Um cunhado do presidente chinês, Deng Jiagui, é o diretor e único acionista de duas empresas de fachada nas Ilhas Virgens Britânicas desde 2009, quando Xi já era vice-presidente do país.
Néstor e Cristina Kirchner, ex-presidentes da argentina (2003-2007 e 2007-2015)
Daniel Muñoz, ex-secretário particular de Kirchner e ex-assessor de Cristina é dono de uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas usada para gerir ativos nos Estados Unidos e fugir do fisco americano.
Juan Carlos I, ex-rei da Espanha (1975-2014)
Pilar de Borbón, irmã do ex-rei espanhol, é proprietária de uma empresa no Panamá utilizada para gerir fundos e fugir da tributação da Espanha.
Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia
Tem uma empresa em paraíso fiscal que investe em participações em outras companhias
Salman bin Abdulaziz Al Saud, atual rei da Arábia Saudita
Dono de imóveis de luxo em Londres, o rei saudita registrou seus bens em uma offshore para evitar a pesada tributação britânica e sonegar impostos.
Ayad Allawi, vice-presidente do Iraque (2014-2015); primeiro-ministro do Iraque (2004-2005)
Dono de offshores no Panamá usadas para proteger seu patrimônio de tributações.
Bidzina Ivanishvili, ex-premiê da Geórgia (2012-2013)
Ele apontado como o dono de empresa de fachada em Singapura, usada para proteger ativos da tributação da Geórgia. Ivanishvili também “fez uso sistemático” de serviços bancários suíços para enviar dinheiro para sua empresa.
Hamad bin Jassim bin Jaber Al Thani, primeiro-ministro do Catar (2007-2013)
Proprietário de empresas de fachada nas Ilhas Virgens Britânicas e nas Bahamas. Parte de seu patrimônio e inclusive seu “super-iate” de US$ 300 milhões estão registrados nas empresas.
Sheikh Hamad bin Khalifa Al Thani, emir do Catar (1995-2013)
Dono de empresas nas Ilhas Virgens Britânicas usadas para movimentar fundos e investir em outras companhias.
Khalifa bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos
Propietario de empresas offshore usadas para proteger ativos e bens que o rei saudita tem na Grã-Bretanha.
As celebridades citadas nos 'Panama Papers'
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Lionel Messi, jogador de futebol
O astro argentino e seu pai e agente, Jorge, são donos da Mega Star Enterprises Inc, uma empresa registrada no Panamá que poderia estar sendo usada para burlar o fisco espanhol. Na Espanha, Lionel e Jorge são acusados de sonegar 4,16 milhões de euros procedentes de direitos de imagem do craque, entre 2007 e 2009, e podem ser condenados a até 22 meses de prisão.
Jackie Chan, ator
O ator nascido em Hong Kong, estrela de vários sucessos de Hollywood, é dono de pelo menos seis empresas localizadas em paraísos fiscais.
Pedro Almodóvar, diretor de cinema
O cineasta espanhol e seu irmão, Augustín, são sócios da A Glen Valley Corporation, uma empresa registada em 1991 nas Ilhas Virgens Britânicas, um conhecido paraíso fiscal.
Michel Platini, ex-jogador e ex-presidente da Uefa
O francês usou os serviços da Mossack Fonseca para gerir uma empresa criada em 2007 no Panamá, um paraíso fiscal.
Ivan Zamorano, ex-jogador de futebol
O ex-centroavante do Real Madrid e da seleção chilena teve uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal famoso por sediar firmas de fachada — usadas para sonegar impostos ou lavar dinheiro.
Amitabh Bachchan, ator indiano
Conhecido como “Big B”, Amitabh Bachchan é um dos maiores astros de Bollywood, a milionária indústria de cinema indiana. Ele é dono de pelo menos quatro empresas em paraísos fiscais.
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