sexta-feira, 15 de abril de 2016

O “crime” organizado soma e segue

Editorial: 

Não fosse a morbidez que a situação em si representa, os comentários da Polícia da República de Moçambique relativamente aos assassinatos protagonizados por indivíduos até aqui desconhecidos seriam motivos mais do que suficientes para se soltar sonoras gargalhadas. Até porque é sempre a mesma história quando se sucedem casos do género. Com a cara mais deslavada do mundo, a Polícia tem o vezo de vir ao público afirmar que não tem pistas dos assassinos, não obstante as evidências serem claras.
Quase todos os dias, cidadãos moçambicanos são vítimas de crimes hediondos, equiparado às actividades violentas perpetradas pelas tenebrosas e sanguinárias sociedades secretas que abunda(ra)m em todas as épocas da história da humanidade, mas a nossa Polícia continua impávido e sereno, como se o assunto não lhe dissesse respeito.
A título de exemplo, em menos de duas semanas, dois cidadãos foram barbaramente assassinados. O primeiro caso, que tudo indica que tem um móbil político, sucedeu-se na cidade da Beira, onde o recém-empossado membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança do Estado, e membro sénior da Renamo, José Manuel, foi assassinado a queima-roupa. É evidente que o assassinato de José Manuel é obra de esquadrão da morte, criado pelo partido no poder, para causar terror e luto nas famílias moçambicanas que não compactuam com o regime da Frelimo.

O segundo caso foi o do cidadão identificado pelo nome de Marcelino Vilanculos, que também foi assassinado, com tiros à queima-roupa, no município da Matola. O malogrado, que em vida exercia o cargo de procurador em Maputo, representou o Ministério Público na acusação contra vários cidadãos que acabaram por ser condenados como culpados por alguns dos raptos ocorridos na capital moçambicana. No entanto, o seu assassinato não se trata de um caso isolado. Está claro que é obra dos mandantes dos sequestros, muitos deles ligados à Polícia da República de Moçambique.
A nossa Polícia, nos dois casos, não tem pistas e tudo indica que não vai mover uma palha sequer para esclarecer essas execuções. Aliás, é sempre a mesma coisa nesse tipo de crime. Que tipo de pista a Polícia pretende para pôr cobro a esse crime organizado que tem vindo a criar terror no seio da sociedade moçambicana? Diga-se, em abono da verdade, que a Polícia não age, em parte, por manifesta cumplicidade.
@VERDADE – 14.04.2016
Propriedade do Departamento de Informação Sai as Quinta Feiras * Distribuição Gratuita * Maputo, 14.04.2016 * Edição nº 171 Ano 4 

O ÚLTIMO ADEUS AO MEMBRO DO CONSELHO DE DEFESA E SEGURANÇA DO ESTADO CORONEL JOSÉ MANUEL 
Foram hoje a enterrar os restos mortais de José Manuel chefe do Departamento dos Assuntos Sociais da RENAMO, foi integrante da equipa de peritos militares nas negociações no Centro de Conferências Joaquim Chissano e recentemente acabava de ser empossado como membro do Conselho de Defesa e Segurança do Estado. José Manuel foi barbaramente assassinado na noite de sábado último na cidade da Beira por até então desconhecidos, quando saía do aeroporto a caminho de hotel onde haveria de ficar hospedado. José Manuel na hora do seu assassinato se fazia acompanhar para além do motociclista de txopela, por um outro tripulante que também não escapou da fúria dos assassinos. Sabendo-se que este último apesar de ter sido socorrido ainda com vida, não resistiu aos ferimentos, tendo perdido a vida a caminho do hospital. Porém, até então a polícia não revela quem o teria levado ao hospital. De recordar que José Manuel era Desmobilizado das fileiras da RENAMO e ostentava a patente militar de coronel. Era pastor e m uma igreja cristã. 2 Editorial DOM JAIME PEDRO GONÇALVES: UM HERÓI FORA DA CRIPTA! O país, a Paz e a Democracia estão de luto. Morreu na quarta-feira da semana passada, na cidade da Beira, Dom Jaime Pedro Gonçalves, Arcebispo Emérito da Beira, um dos grandes defensores dos valores da Paz, Democracia, Boa Governação, igualdade, dos Direitos Humanos e da convivência entre os homens. Dom Jaime Pedro Gonçalves, um dos principais mediadores das negociações entre a Frelimo e a RENAMO que resultaram na assinatura do Acordo Geral de Paz de Roma em 1992, morre num momento em que o país voltou a mergulhar na tensão político-militar derivada da violação sistemática do próprio acordo e do projecto democrático. É uma eterna partida, certamente irreparável para os amantes do mundo da paz, da justiça e da igualdade entre os homens, mas também um acontecimento que leva a uma profunda reflexão sobre o futuro do país que desejamos. “Dom Jaime é conhecido como um homem que lutou pela democracia, mesmo antes da RENAMO. Dedicou a sua vida na luta pela construção de um país melhor para todos” assim recordou-se o Presidente Afonso Dhlakama momentos depois do anúncio da morte do Arcebispo. Essa declaração do Presidente Afonso Dhlakama manifesta o comprometimento da RENAMO na continuação da luta pelos valores democráticos que constituem o legado que Dom Jaime Gonçalves deixa para todos os homens e mulheres de boa vontade. Apesar desta perda de um dos pilares dos valores da civilização moderna, a RENAMO, tal como no passado, vai continuar a manter a chama da ânsia da liberdade até que um dia o povo moçambicano se sinta verdadeiramente dono do seu destino. Acreditamos que a Igreja Católica tal como defendeu o próprio Arcebispo, pode continuar ajudar a reconciliar os moçambicanos a encontrarem uma solução do diferendo que envolve o Governo e a RENAMO em relação aos homens da sua segurança e o diferendo pós eleitoral. “Neste momento, a igreja tem que servir a reconciliação porque já não se justifica que haja pessoas que desejem a morte de outros moçambicanos. É possível a Igreja ajudar RENAMO a se entender com o Governo”, esta foi a declaração de Dom Jaime, que pode ser entendida como uma herança não só para a Igreja, mas também para todos que lutam pela reconciliação. A par deste grande homem que escreveu parte da história deste Moçambique, a RENAMO entende que o caminho da paz faz-se com a verdade, a justiça e a preservação da paz deve ser obrigação de todos os cidadãos sem distinção da raça, filiação partidária ou religiosa. O povo deve continuar a ser dono do seu próprio destino e história, não falseados, como única forma de homenagear estes heróis. Por isso descanse em paz Dom Jaime Pedro Gonçalves, o herói fora cripta, porque a luta e a busca pelos valores da democracia, justiça e das liberdades vai continuar. À Igreja Católica, á Cúria Arquidiocesana da Beira e à família vão os mais elevados sentidos de pêsames da RENAMO e do Presidente Afonso Dhlakama. Ainda com a lágrima pela morte do Arcebispo Dom Jaime, eis que somos assombrados com outro acontecimento chocante que marcou a semana passada também na cidade da Beira, que foi o assassinato do membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, o coronel José Manuel. Foi um acontecimento que para além de ter surpreendido a RENAMO, chocou profundamente os moçambicanos. O assassinato do coronel José Manuel vem juntar-se a de outros quadros da RENAMO que vêm se registando um pouco por todo o país nos últimos tempos, protagonizado pelos cada vez mais evidentes “esquadrões da morte” ao serviço do partido Frelimo. Embora se conheça as reais motivações destes actos que visam fragilizar e consequentemente fazer capitular o Presidente Dhlakama e a RENAMO os autores do macabro assassinato saibam das razões por detrás deste acto, que fique claro que pelo contrário, os objectivos e interesses do partido não serão retraídos. Aliás, na quarta-feira, 13 de Abril, falando na abertura da V sessão ordinária do Comité Central do partido Frelimo, o próprio Filipe Nyusi considerou as acções do seu partido contra os quadros da RENAMO como um “bom nível de resposta”. Porque a Frelimo está num “bom nível de resposta”, à RENAMO resta igualmente manter-se num bom nível de resposta a qualquer ataque a que for alvo, bem como em defesa da sua causa justa. Que descanse em paz José Manuel! Ficha técnica Director:Jeronimo Malagueta; Editor: Gilberto Chirindza; Redacção:Natercia Lopez; Colaboradores: Chefes regionais de informação; Maquetização: Sede Nacional da Renamo Av. Ahmed Sekou Touré nº 657; Email: boletimaperdiz@gmail.co.mz Cells: 829659598, 844034113; www.renamo.org. Nº de Registo 07/GABINFO-DEC/2015 3 Pela segunda vez a residência dos homens da segurança da RENAMO situada no Bairro da Polana caniço foi invadida e os ocupantes violentamente espancados e arrastados por elementos da força mista da Polícia da República, e Intervenção Rápida e GOE. Este acto que aconteceu por volta da meia-noite da segunda-feira, dia 4 de Abril corrente, mais uma vez não obedeceu nenhum trâmite legal, pois a invasão aconteceu sem mandado do tribunal. Neste assalto, arrombaram as portas de entrada e levantaram as chapas de zinco do tecto. Vasculharam e vandalizaram a casa, destruindo muitos bens ali existentes. Visto que a operação fracassou por não terem apanhado o que procuravam, o armamento, detiveram os dois seguranças da RENAMO nomeadamente Rami e António. Os dois, depois de terem sido torturados foram restituídos a liberdade. Segundo depoimento de ambos, o número dos assaltantes era de aproximadamente 30 homens munidos de armas de guerra e se faziam transportar em três viaturas da PRM. As vítimas afirmam, corroboradas pela vizinhança que quando a polícia chegou, dividiu-se em grupos, onde uns pularam o portão, outros subiram pelas casas de vizinhos gritando: polícia, polícia, abram a porta! “Aquilo parecia um cenário de filmes de cow boy”, diziam os moradores para em seguida acrescentarem: “…enquanto uns arrombavam as portas, outros destruíam a cobertura da casa constituída por chapas de zinco, nós nos mantivemos calados com receio de que pudessem disparar, tanto que encontrávamo-nos com as nossas esposas na sala”. De acordo com as ví- timas, quando a polícia percebeu que não havia armamento naquela casa, logo tratou de os algemar. Eles assim recordam o momento: “algemaram- -nos e começaram a espancar e a torturar- nos no meio de gritos a exigirem que mostrássemos o local onde estavam escondidas as armas. Foi doloroso acrescentaram”. Segundo depoimento de alguns vizinhos que se aproximaram da equipa de reportagem do boletim A Perdiz, não conhecem nenhum comportamento errado da parte destes vizinhos desde que se encontram naquele quarteirão passam cerca de dois anos. “Nós tentamos aproximar para perceberemos o que se estava a passar, mas fomos enxotados com ameaças e canos apontados, como se estivessem a tratar com bandidos, é lamentável “ disse Jorge visivelmente agastado com atitude dos agentes da polícia. Pelos vistos a moda está a pegar, pois depois de terem assaltado pela primeira vez a residência dos seguranças da RENAMO no mesmo bairro, seguiu-se a sede nacional do partido e as duas residências do Presidente Dhlakama, onde foram roubados bens materiais e elevadas quantias monetárias por agentes da polícia oportunistas e ladroes. Hoje, acto contínuo voltou a acontecer, afectando a mesma casa da segurança da RENAMO. 

FDS ASSALTAM CASA DE SEGURANÇAS DA RENAMO NA POLANA CANIÇO 
“A Semana em foco” Um programa radiofónico que faz análise dos temas políticos e sociais de destaque semanal. Sintonize e escute a frequência 90.0FM Rádio Terra Verde Acompanhe em todos os sabádos das 11:00 às 12:00 horas Participe! 821075995 ou 840135011 É a propósito do nosso Atum. Aquele mesmo da EMATUM. Quando ouvimos falar desta empresa, ficamos a espera de ver atum nas bancas, nas mercearias, em tudo quanto é canto, e a ser vendido por preços aceitáveis já que os donos somos nós. Sim, se quem paga é o governo, os donos somos nós os contribuintes, o povo, os trabalhadores anónimos e pobres desta nação. Se o imposto do Povo vai pagar o Atum, então o povo é o dono do Atum. Assim sendo, o atum tem que deixar de ser um peixe proibido. Isto quer dizer que ele tem que tornar-se barato em Moçambique. Este é um aspecto positivo pois nas panelas das nossas palhotas, em lugar de assarmos os peixes pequenos e cheios de espinhos, vamos ferver atum. Preocupante, é que este atum não entrou apenas ligado aos nossos estômagos. Ele vem acompanhado de equipamentos para homens caçarem homens, e no caso de Moçambique, como a nossa tendência é de cada qual olhar o outro como inimigo, somos capazes de nos exterminarmos a todos uns aos outros, pois estamos de intolerância ao rubro. Se há uma parte da EMATUM que não é atum, então seja ela entregue ao sector devido para que todos saibamos onde está cada coisa. Melhorar a segurança nacional em terra mar e ar, é boa coisa, mas torna- -se má quando quem dirige considera todos os que não pertencem ao seu grupo como inimigos a alvejar mortalmente. É por isso, que o dinheiro da EMATUM parece ter sido gasto antes do tempo, pois primeiro deveríamos investir na nossa própria educação para aprendermos a nos aceitar, respeitar e amar apesar da diversidade. Uma educação que nos construa como nação, como povo, como família nacional. Ser moçambicano tem que ser diferente de estar de coração armado e armadilhado contra outro moçambicano. 4 O Chefe do Departamento dos Assuntos Sociais da RENAMO, José Manuel, foi morto por causa do seu empenho e da sua dedicação à causa da Paz. Todos queremos a Paz, mas existem entre nós aqueles que não aceitam ficar no desejo da Paz. Empenham-se em construí-la no seu dia-a-dia, com gestos e acções concretas. Este era o caso do José Manuel. Sempre empenhado na resolução pacífica do conflito que está na base da tensão política que tem custado muitas vidas no país. O Chefe José Manuel levava e trazia recados entre as partes em conflito, apoiava os mediadores, evangelizava os cidadãos, principalmente os membros e simpatizantes da RENAMO mostrava incansavelmente citações bíblicas para convencer que o recurso às armas deveria e podia ser sempre evitado. Grande estratega da Paz, era o Chefe José Manuel. Usava seus conhecimentos militares muito mais para impedir que as matanças entre moçambicanos acontecessem. Era um verdadeiro apóstolo da não-violência activa. Mataram-no porque além de querer a Paz, fazia por Ela. Para eles, temos que querer a Paz só com as palavras sem nunca chegarmos às obras que efectivam a paz. Desejar, desejar com as palavras, desejar nos discursos e nas marchas, marchas onde se discriminam e se caluniam uns moçambicanos para valorizar outros, marchas recheadas de discursos mentirosos onde se pintam os membros da RENAMO e seus simpatizantes como se de Moçambicanos não se tratasse. O Chefe José Manuel reivindicava a razão mas sabia respeitar a todos, inclusive quem ele considerava que não a tinha. É este respeito sem fronteiras, esta capacidade de ouvir, compreender e dialogar que não podiam ser tolerados pelos inimigos da justiça e da Paz. Preferiram crivá-lo de balas até à morte. Assim silenciaram a sua voz, que era incómoda porque apelava constantemente à razão, e julgam ter inviabilizado a Paz. A nós só nos resta desejar paz a sua alma. A PAZ E A JUSTIÇA É UM DESEJO MAS NUNCA REALIDADE. NÃO SE ESQUEÇAM DO NOSSO PEDAÇO OPINIÃO

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