sábado, 2 de abril de 2016

Era uma vez, os comediantes assobiadores de rua e a sua matilha

Lazaro Mabunda
O amor que sinto por Moçambique é imensurável. Não tem preço. Não troco Moçambique por nada. Amo Moçambique por uma razão muito simples: tem um regime de comediantes assobiadores de rua, que me parecem crianças, sem nenhuma responsabilidade, que falam sem pensar que amanhã poderão ridicularizar-se.
No telejornal da TVM – vi por acaso – os comediantes assobiadores de rua a elogiar a União Europeia por que doou 16 milhões de euros para a reconstrução de cinco pontes destruídas pelas cheias, incluindo a reabilitação de mais de 100 kms de estrada, na província da Zambézia. São os mesmos comediantes assobiadores de rua que quando as Organizações Não-Governamentais (ONGs) recebem dinheiro da mesma União Europeia para os fiscalizar acusam-nas de estarem ao “serviço do ocidente”, da “mão externa”, do “agente externo”, do “exterior”...
São os mesmos comediantes assobiadores de rua que hoje dançam porque receberam 16 milhões de euros que atacam todos os que avaliam o seu desempenho. Hoje, todo aquele que os critica, ainda não trabalhe para ONGs, é conotado como servidor externo. Para estes comediantes assobiadores de rua as pessoas não possuem ideias próprias nem são detentores de racionalidade, são reprodutoras, formatadas. É realmente um regime de comediantes assobiadores de rua que se não existisse Moçambique não teria sentido.
Mas o que são comediantes assobiadores de rua? Os comediantes assobiadores de rua são palhaços profissionais sem nenhuma responsabilidade, que simulam o papel de dementes e andam pelas ruas assobiando e insultando, mas que, na verdade, não são dementes, são comediantes profissionais de rua gulosos, “socialistas” e “comunistas” capitalistas, imbuídos de egoísmo neoliberal. Trata-se de comediantes que se não existissem, haveria a necessidade de serem inventados para o mal da “nação”. Uma “nação” amaldiçoada que não deve experimentar viver o bem.
Hoje, os comediantes assobiadores de rua são os maiores receptores, mendigos, servidores do ocidente, detentores e cumpridores de agenda externa.
Embora sejam comediantes de rua, protagonistas de espectáculos gratuitos, eles são raivosos e perigosos. Atacam todo aquele que lhes atravessa o caminho. São proprietários e dono de matilha raivosa e perigosa, mas bastante educada pelos próprios donos para não os fazerem de vítimas. Esta matilha sobrevive de migalhas que lhes são atiradas pelo dono após a sua refeição. Matilha inteligentes que quando se apercebe que os seus proprietários já não dispõem de condições para a sustentar fareja o novo dono para o qual passa a latir raivosamente.
A matilha é tão racional e inteligente que o proprietário já não a precisa domesticar. Quando há evento envia a mesma matilha para latir dentro da sala de conferência.
A matilha é tão interessante e hábil quanto os seus proprietários, detentores de qualidades e habilidades natas para mudarem de cores e da pele. Os comediantes assobiadores de rua assobiaram durante longos anos pelas ruas e gritaram pelo socialismo e comunismo. Amaldiçoaram o capitalismo, acusando-o de ser o sistema de exploração de homem pelo homem. Chegaram a preparar o túmulo que mais tarde eles próprios enterraram o marxismo-leninismo que endeusaram. Eles queriam construir uma sociedade de assobiadores de rua, mas, em vez disso, foram criar matilhas poluidoras do ar e sonora.
Amaldiçoaram e insultaram o capitalismo quando, no fundo dos seus corações, sabiam que eles eram mais capitalistas revestidos de marxismo-leninismo do que os próprios capitalistas assumidos. Ditou de outra forma: são comediantes assobiadores de rua com alma capitalista e corpo marxista-leninista.
Os comediantes assobiadores de rua são hoje os capitalistas mais violentos e perigosos que o próprio colono. São mais fechados e repreensivos que quem eles expulsaram. São mais exploradores e colonos que o próprio colono expulso.
São estes comediantes assobiadores de rua e a sua matilha que tornam este país o que é.
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26 comentários
Comments
Eddy Waku Lombëla Grande texto mano!
Eddy Waku Lombëla Imfelizmente são aqueles comediantes que Deus escolheu colocar n caminho das nossas vidas e dos nossos sonhos....
Caetano Bartolomeu "OS COMEDIANTES ASSOBIADORES DE RUA"
Álvaro Xerinda " comediantes assobiadores de rua e a sua matilha que tornam este país o que é."
Álvaro Xerinda Post de tirar o chapéu
Emmanuel De Oliveira Cortês "enterraram o marxismo-leninismo que endeusaram". Agora são socialistas democráticos que fazem das empresas públicas o piggy bank partidário, mas com ajuda dos business leaders da Confederação das Associações Económicas de Moçambique - CTA
Kuyengany Produções Reaccionários os da Ak47 na nossa Bandeira
Ezra Chambal Nhampoca São os reis das contradições, sem vergonha na cara....
Elson Guila Conheço alguns que não virão comentar e muito menos clicar Like
Onésio Orlando Nhaduco Arma Todo dinheiro é bem vindo, feio é alguém oferecer-t dinheiro e obrigar-t a usares segundo as vontades dele
Constantino Joao Não é feio oferecer dinheiro e condicionar seu uso. Por exemplo, eu sou contra o aborto, consumo abusivo de bebidas alcoólicas. Se alguém me pede dinheiro, está no meu direito dizer a pessoa para não usar para os fins acima mencionados. Se eu financio um acto que fere meus princípios, estou a ser colaborador da primeira linha desse acto.
Ernesto Ribeiro Parabéns grande trabalho g
Kleimor Romao Belo Piores sucessores do colono
Lito Elio Se perguntar não ofende, há um ditado que diz mais ou menos o seguinte: "Não faça aos outros o que não quer que te façam", por acaso o Lázaro Mabunda concordaria e haveria de achar elegante se alguém usasse do insulto e da chacota para discordar consigo porque voce pensa pensa de forma e maneira diferente? O Lázaro Mabunda se considera uma pessoa tolerante e com mente e espírito aberto? Na sua perspectiva acha que é correcto que os europeus e outros financiadores do oge determinem como o dinheiro deve ser usado? Sendo como parece um cidadão bem informado e sempre actualizado sobre relatórios de organismos internacionais que não sejam abonatórios para o governo moçambicano, acha que os europeus são melhores que os moçambicanos ou africanos? Se por alguma circunstância uma ONG ou um europeu lhe prejudicasse, teria coragem de lhe chamar de assobiado de rua ou matilha e outros nomes depreciativos que chama aos africanos só porque pensam de forma diferente da sua? Tenho notado que o Lázaro Mabunda fica encantado com os que o elogiam mas fica irritadissismo com os que discordam de si. Porquê? A propósito, este post é para os assobiadores, as matilhas de rua ou para os financiadores das ong's? É só porque perguntar não ofende
Constantino Joao Não é feio oferecer dinheiro e condicionar seu uso. Por exemplo, eu sou contra o aborto, consumo abusivo de bebidas alcoólicas. Se alguém me pede dinheiro, está no meu direito dizer a pessoa para não usar para os fins acima mencionados. Se eu financio um acto que fere com meus princípios, estou a ser colaborador da primeira linha desse acto.
Lazaro Mabunda Lito Elio, é muito simples. Se eu sou mendigo privilegiado, não posso condenar ou criticar os outros mendigos por receberem dinheiro da mesma pessoa que nos dá dinheiro. Ou seja, se eu sou teu chefe, vivo de ofertas, não te posso impedir ou condenar-te como subordinado de também receber ofertas. Ademais, quem nos dá ofertas, como dependentes, claro que ele vai interferir na nossa vida. Afora, se não queremos essa interferencia, incomodo de avaliações negativas, então há uma solução para nós dependentes: é rejeitar a oferta, dizer a quem nos oferecem o seu dinheiro, que não queremos. Só assim tornares-te-á independentes. Não podes querer viver de doações e tornares-te independente. Vais viver como comediante assobiador de rua com a sua matilha.
Lito Elio Constantino Joao penso que até pode ser justo que não queira que o dinheiro por si doado seja usado para fins que são contrários aos seus princípios. Mas não acho justo que diga ao beneficiário da sua doação que a comida que tem que comprar com seu dinheiro não pode ser matapa nem nyangana só porque sabe que você é o único que vende a carne que obriga o beneficiário da sua doação a comer.
Constantino Joao O que os doadores exigem é que o dinheiro seja usado para aquilo que foi proposto no momento do pedido. Exigem também transparência e rigor na gestão do mesmo.
Gosto118 h
Julio Lacitela Na AR: Renamo- vamos criar uma comissao para averiguar a situacao dos nossos concidadaos refugiados no Malawi. Frelimo- eh inoportuno e desnecessario. Os comediantes e assobiadores De rua piores que o colono.
Ernesto Gasolina É curioso notar que o mesmo k sugere a criação da tal comissão também tem alguma,se não mesmo grande parte d responsabilidade no assunto. Não sei se sugere comissão no interesse de Moçambique ou quer comissão p ter mais dinheiro no bolso, igual ou superior aquele que recebeu no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano sem "produzir mta coisa palpável.
Jack Marcos O dinheiro institucionalizado, seja ele qual for sempre tem um proposito. para o caso do estado quando recebe dinheiro dos doadores, financiadores, etc ha directrizes de aplicaçao daquele fundo. ora, que recebe o tal dinheiro diz para quê quer usar e quem dá diz as regras para o ter e durante o processo de uso do fundo, quem deu e outros organismos com papel fiscalizador fazem o acompanhamento de como é aplicado o referido fundo, principalmente para ver se de facto está sendo aplicado conforme o projecto ou nao. sabem porquê? porque o estado para ganhar esse dinheiro, ganha-o em nome do povo e quem recebe o dinheiro tem a obrigacao de prestar contas e quem deu tem a obrigacao para alem de fazer monitoria fazer no fim a avaliaçao do uso do referido valor. mesmo em casa se dá o dinheiro e diz vai comprar sapatos, calça e camisa pode ser que tenha visto que estas peças te fazem falta e voce logo no primeiro dia volta com chapeu NY,epah..!!!!!
Ernesto Gasolina Quando li o post do sr Lazaro Mabunda decidi não comentar. Decidi não comentar por uma razão muito simples: não sabia por onde começar.
Mesmo assim decidi deixar alguma coisa mesmo k insuficiente. Insuficiente porque é quase impossível p mim dizer tudo
sem recorrer a "artilharia pesada",o k mto provavelmente implicaria o uso de certa linguagem suja k o sr Mabunda usou.
Decidi então lembrar ao sr Mabunda alguns aspectos da história k ele faz de contas k esqueceu:
1. A história (universal e em particular a de Moçambique) já mostrou a diferença de o Estado receber "dinheiro de fora" e uma ONG receber o mesmo dinheiro;
2. O k Moçambique viveu nos 16 anos de guerra foi, em parte, ao dinheiro que as ONG's do sr Mabunda receberam;
3. A situação que se vive na Líbia, Síria, Ucrânia e outros paises,na sua maioria africanos, resultou, mto provavelmente, ao dinheiro recebido por ONG's que aqui alguem defende.
É preciso deixar claro k nem todo dinheiro k vai p as ONG, serve unicamente interesses externos. Algumas ONGs que recebem dinheiro de fora contribuem p o desenvolvimento do país,mas não podemos assumir k todo dinheiro k vai p ONGs é bem vindo.
Sobre casos concretos de Moçambique prefiro não mencionar mas pelo menos os moçambicanos atentos sabem quem são os k recebem dinheiro p promover agendas contrárias ao Interesse Nacional.
Os k entregam dinheiro as ONGs com objectivo de promover agendas contrárias ao desenvolvimento do país, também encontram pessoas como o sr Mabunda p,através de vários mecanismos, burlar a opinião pública muitas vezes com recurso a linguagem suja. Mais não disse.
Constantino Joao Palavras para quê se está tudo dito?
Muito obrigado Lázaro Mabunda pelo texto riquíssimo! Bem haja jornalismo carregado de saber, vocação e profissionalismo, coisa que é para poucos!
Celso Macarala um desabafo e tal!
Lazaro Mabunda Ernesto Gasolina, pode mostrar-me uma palavra insultuosa? O que é insulto para tI? Olha, é contra-senso tu criticar as ONGs que recebem dinheiro quando tu mesmo vives de donativos. Sejas primeiro a rejeitar doação do ocidente para teres uma cara limpa e sem vergonha de criticar quem receba o dinheiro do ocidente. Arrolou vários argumentos que acho estarem fora do contexto do meu post, por isso não vou responder. Muitos deles revem deficiencia contextual.
Lito Elio Lázaro Mabunda, porque perguntar não ofende, se recorda de uma ONG que na província de inhambane fornecia lanche como forma de manter a rapariga na escola. Acredito que deve estar recordado. Quando surgiu o conflito de darfur, no Sudão, essa ONG justificou-se de forma titubeante e abandonou inhambane e foi a darfur deixando as raparigas que já estavam habituadas ao lanche entregues a sua sorte. Acha que essa ONG contribuiu e está para contribuir para o interesse nacional?
Lazaro Mabunda Então, não precisa generalizar. Pode ser que a situação em Darfur seja mais caotica que Inhambane. As ONG vivem de projectos e de doações. Se há uma situação de emergencia, vao la acudir. Em Inhambane ninguem morreu por fome, mas em Darfur morre-se.
Nelton Miranda ... eish kkkkkkkkkkkkkkk
Lazaro Mabunda Ernesto Gasolina, qual é a minha ONGs? Afinal tenho ONG? Não sabia. Mais um acto de especulação infrutífero. Se conheces ONG que recebem dinheiro externo para fins inconfessáveis por que não as revela? Simples: não tens nenhum dado.
Raúl Barata Combatentes da fortuna!

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