Se a Renamo acha que a única forma de obrigar a Frelimo a cooperar é envolver-se na guerra, então a Renamo é quem deve entender de uma vez por todas que é um partido inviável em tempos de paz. E sendo inviável em tempos de paz, vai buscar na instrumentalização da violência, seu único e principal meio de negociação e persuasão política. O que é triste
• A Renamo não quer guerra
• A Renamo vai formar seu exército e sua polícia para defender o povo.
• A Renamo vai governar a força AINDA ESTE ANO para defender o povo.
• A Renamo vai abandonar as conversações no Centro de Conferências Joaquim Chissano
• A Renamo criou a comissão para causas políticas.
Estão a mentir, estão a pôr os incautos em situação de vulnerabilidade, estão a pôr em risco os indefesos a quem eles dizem proteger. Há mentira em toda extensão do discurso da Renamo, que de resto, dispensava qualquer reunião do Conselho Nacional para propalá-la. O que ouvimos não é nem discurso político, muito menos política. É uma fuga para frente com rabo à seringa, que busca desculpabilizar-se pela falta da clareza da estratégia política; típico de quem não quer assumir a sua responsabilidade, aprender dos erros e almejar aperfeiçoar o desempenho na base da experiência.
O novo sangue injectado na Renamo ainda terá que engolir muitos sapos até que os caudilhos de guerra desarmem-se da política activa.
É muito triste ver e ouvir pronunciamentos de gente grande cujo teor só se compara ou a curandeiros charlatães ou a esquizofrénicos sob efeitos de algum tabaco qualquer.
A Renamo já prometeu muita coisa aos moçambicanos de tal sorte que algumas destas promessas sabem a disco encalhado e outras, meras falações. São promessas que não se reconciliam com o carácter e a praxis do proponente.
Alguns exemplos:
1- A Renamo promete democracia genuína para o povo mas ela própria não exercita a democracia interna. Tem um líder à cabeça do partido desde 1977; ou seja, há 38 anos. Em igual período, a Frelimo teve 4. Qual é a experiência da democracia que Renamo pretende partilhar com os Moçambicanos? Olhem aos seus estatutos e deslumbrem-se com o papel teatral e meramente consultivo dos seus órgãos, com excepção ao do presidente. Olhem para os seus estatutos e vejam a concentração dos poderes reais sobre uma pessoa só.
2- A Renamo quer eleições livres, justas e transparentes e baseadas na lei mas ela própria não se prepara o suficiente para tal. Olhem para a taxa de cobertura dos membros da Renamo nas mais de 140 mil mesas de voto; olhem para o tipo e qualidade de reclamações interpostas ao nível do distrito; olhem para o conjunto de materiais de campanha mobilizado durante as eleições comparando-as com o do MDM por exemplo.
3- A Renamo fala de prestação de contas e transparência na gestão de fundos mas alguém já ouviu alguma prestação de conta na Renamo? No tal Conselho Nacional, alguém ouviu a explicação sobre como as verbas foram aplicadas e qual foi a eficácia destas alocações?
4- A Renamo quer que as instituições do estado sejam republicanas e apartidárias mas ela própria propõe a divisão do poder por dois: Governo e Renamo.
Um partido sério não ameaça o povo com o discurso de retorno a guerra. Ameaçar o governo é por outras palavras, colocar o povo refém ou fazê-lo de moeda de troca por algum capricho no fundo, terrorista. Um partido que gosta e diz proteger seu povo, poupa no máximo o belicismo ao mesmo tempo que explora caminhos civis e inteligentes para colocar a pressão sobre o adversário. Um partido responsável, que sabe que na eventualidade de uma guerra ele é que estará na defensiva, jamais anunciaria a formação de uma polícia ou exército. Um partido que quer governar um povo vivo, nunca optaria por soluções sangrentas como insurreição armada.
Na verdade, isto tudo é possível na Renamo porque lá, só pensa uma cabeça apenas, ou alguém se arroga ao direito de ser ela, a única a pensar e a decidir sobre amatérias do partido.
A Renamo deve entender que sempre que fala de guerra, os que mais se preocupam não são os políticos; é curiosamente, o povo, os primeiros a serem directamente afectados por ela. O que o povo quer não é a guerra muito menos confusão. São ideias novas e pacíficas capazes de colocar a Frelimo "na linha".
Ora, se a Renamo acha que a única forma de obrigar a Frelimo a cooperar é envolver-se na guerra, então a Renamo é quem deve entender de uma vez por todas que é um partido inviável em tempos de paz. E sendo inviável em tempos de paz, vai buscar na instrumentalização da violência, seu único e principal meio de negociação e persuasão política. Estamos perante uma elite política muito limitada na sua capacidade de pensar alternativas. É triste.
Quando as pessoas acorrem aos comícios de Afonso Dhlakama, não vão lá para endossar a guerra muito menos instiga-lo para tal. Vão lá, desesperados, ansiosos em ouvir do líder estratégias pacíficas mas suficientemente persuasivas sobre como eles com Dhlakama na liderança podem encontrar soluções para seus problemas. O regresso à guerra constitui um duplo retrocesso tanto para eles como para o país no geral. A Renamo deve aprender a entender a vontade e a voz do povo. Para tal, deve abandonar a sua sedução pelas armas. Isto também é possível com trabalho e ciência.
AGORA LEIA ISTO POR FAVOR
Enquanto eles nos atormentam com discursos belicistas, veja como a Renamo e seus membros individualmente abusam dos nossos impostos.
1 - Renamo é o partido da oposição na Assembleia da República. Lá, lidera comissões de trabalho e está reprentada em todas comissões parlamentares, inclusive internacionais bem como grupos de trabalho
2 - Recebe dinheiro do orçamento geral do estado proporcional a sua representação; por ai mais ou menos 3 milhões por mês
3- A Lei confere a Dhlakama o estatuto de líder da oposição, com salário por si estipulado e aproximadamente um milhão de dólares/ano para o seu gabinete, para além de precedências protocolares
4 - Juntamente com o governo, os "peritos" militares da Renamo gastaram mais de 540 milhões de meticais e alguns deles fazem-se transportar em carros novos 4x4 alguns deles de muito alta cilindrada
5 - O Fundo da Paz e Reconciliação reserva lugares no conselho de adminsitração e órgãos sociais a memebros da Renamo. O Fundo orçado em 10 milhões de dólares visa financiar actividades dos antigos combatentes.
6 - A Renamo possui 295 membros das Assembleias Provinciais sendo algumas por si dirigidas e outros 89 deputados da Assembleia da República, vivendo completamente à custa do erário público e gozando de imunidade, o que lhes confere o bel-prazer de dizerem coisas perigosas sem que a mão da Polícia lhes caia por cima.
Agora pergunto: São estes aí que querem combater por via armada o Governo da FRELIMO? São estes aí que querem morrer primeiro?
Mbanje na cabeça só!
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UM PARTIDO INVIÁVEL EM TEMPOS DE PAZ?
Se a Renamo acha que a única forma de obrigar a Frelimo a cooperar é envolver-se na guerra, então a Renamo é quem deve entender de uma vez por todas que é um partido inviável em tempos de paz. E sendo inviável em tempos de paz, vai buscar na instrumentalização da violência, seu único e principal meio de negociação e persuasão política. O que é triste
• A Renamo não quer guerra
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