Calisto do Rosário, director do curso de Francês, que também é docente da cadeira de Didáctica de Francês e Língua Estrangeira, afecto à Universidade Pedagógica de Nampula, é acusado de protagonizar desmandos que consistem na corrupção e no abuso sexual envolvendo estudantes no seu departamento, em troca de notas.
De acordo com denúncias feitas ao @Verdade, por exemplo, em 2014, no primeiro semestre do quarto ano, um número considerável de estudantes passou de classe, sobretudo na disciplina acima referida, mediante o pagamento de dinheiro cujo desembolso depende também da situação financeira do aluno que estiver aflito.
Consta que apetência de Calisto do Rosário pelos valores monetários é de tal sorte que chega a exigir valores irrisórios e desprestigia a sua profissão. Os estudantes desempregados pagavam um mínimo de 500 meticais, enquanto os trabalhadores desembolsam cerca de 1.000 meticais. Naquele ano, apenas dois instruendos é que reprovaram porque não possuíam fundos.
Fatigado de suportar tal problema, um grupo de estudantes do curso de Francês denunciou o caso à direcção da delegação da Universidade Pedagógica de Nampula, através de uma carta anónima, mas nada foi feito.
Em contacto com a nossa Reportagem, alguns estudantes explicaram que Calisto considera que naquela instituição não há nenhum discente capaz de leccionar a sua disciplina.
No âmbito das acções corruptivas de que o visado é acusado, ele costuma afirmar que “quem não paga não passa de classe. A universidade não é para pobres”. Aliás, costuma também afirmar: “Venez me voir”, o que significa “venha visitar-me”, segundo os instruendos.
As extorsões ou cobranças ilícitas estendem-se também ao processo de marcação de datas para a defesa de monografias de trabalhos de fim de curso, uma vez que Calisto goza de autonomia para o efeito, em virtude de ser director do sector.
“Se não paga ou faz sexo com o director as suas notas são enviadas ao registo académico para efeitos de emissão de certificados. Existem estudantes que deviam receber os certificados em Maio deste ano, outros em Dezembro do ano passado, mas ainda estão à espera”, porque o suposto dirigente corrupto e chantagista ainda não fez vítimas.
Reagindo a estas denúncias, Calisto refutou todas as alegações e disse tratar-se de um grupo de estudantes que está a ser instrumentalizado para denegrir a sua imagem. A título de exemplo, ele referiu que a emissão dos certificados e declarações de notas é um trabalho que compete à direcção da Universidade Pedagógica de Nampula mediante o pagamento de uma taxa estipulada para o efeito e o preenchimento de um formulário.
“Em nenhum momento cobrei valores aos meus estudantes, muito menos envolver-me sexualmente em troca de notas. Eles que provem isso. Isto tem sido característico quando alguns estudantes defendem (monografias) e sempre fazem vista grossa aos directores de disciplina”, defendeu-se Calisto.
Segundo ele, o que os instruendos alegam é um esquema que foi montado com o propósito de lhe pressionar para colocar o seu cargo à disposição. De referir que o seu antecessor também foi destituído da função e, posteriormente, expulso da Universidade Pedagógica, acusado de perpetrar esquemas de corrupção.
Fonte: @Verdade – 05.06.2015
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