Joga a favor de Nyusi o facto de poder ter apoio de peso de grande parte dos combatentes de luta de libertação nacional, dos quais Alberto Chipande e Raimundo Pachinuapa.
Filipe Nyusi chegou ao Governo pela mão do Chefe do Estado, Armando Guebuza, em 2010, vindo do Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro de Moçambique. É o segundo civil a ocupar o cargo de ministro da Defesa, depois de Aguiar Mazula.
Natural de Mueda, Cabo Delgado e pertencente à etnia maconde, um grupo com forte influência dentro do partido Frelimo, Nyusi é filho de pais combatentes de luta de libertação nacional. Neste momento, está à frente do negócio de compra de equipamento militar e para protecção da costa, avaliado em 850 milhões de dólares.
Nyusi enfrenta ainda, quase todos os dias, os ataques dos homens armados da Renamo e tem a responsabilidadedemanteralogística das forças armadas nas várias posições em Muxúnguè, Marínguè, Gorongosa, entre outros pontos. Este confronto armado com a Renamo está a fragilizar a sua imagem.
Embora seja de uma etnia com forte influência no partido, os macondes não têm uma relação privilegiada com os outros - os macua, um grupo maioritário que ocupa cerca de 70% de Cabo Delgado. Igualmente, não há boa relação como grupo minoritário Kimwane. O caso Montepuez, em que morreram 150 pessoas, foi visto como um problema étnico entre maconde e kimwane.
Sérgio Chichava, num dos seus artigos “O Observatório de Paz”, refere que “certas testemunhas locais teriam afirmado que os Kimwane, tidos como politicamente próximos da Renamo, e instrumentalizados por este partido, não teriam aceite serem dirigidos por Amadeu Pedro, um maconde (grupo étnico que, por razões históricas, é próximo da Frelimo), natural de Mueda, preferindo Assane Saide, umkimwane, natural de Mocimboa da Praia.”
O PAÍS – 13.12.2013
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