Canal de Opinião
Por: Matias Guente
Maputo (Canalmoz) – Há peças teatrais que nos fazem rir não pela forma cómica como os conteúdos são tratados, mas pelo vício de falta de piada de que padecem. Aí ficamos a rir-nos da monumental falta de capacidade dos actores em nos proporcionar a mais elementar piada. Um membro da Frelimo aproximou-me há dias e disse que era portador de uma bomba noticiosa, com a qual esgotaria o jornal nas bancas.
Pus-me atento a ouvi-lo, esperançoso que teria uma daquelas histórias de escândalo ou de luta pelo poder dentro do partido. A bomba era: a Frelimo na Matola iria propor uma moção de censura contra Arão Nhancale e que a informação já era do conhecimento do Secretário-Geral da Frelimo, que também não concordava com o modus operandi do senhor Arão Nhancale. Bem, até que podia ter sido uma boa notícia. Quando ainda estava a pensar num enquadramento, começaram a surgir perguntas que me fizeram desistir da notícia. Hoje escrevo esta opinião porque a “alegada” bomba está nos jornais «Notícias» e «Domingo».
Se agirmos com emoção podemos festejar algo que não merece ser festejado por se tratar, no mínimo, de um insulto à racionalidade. É que é muito estranho que só agora, sete meses faltando para as eleições autárquicas, a Frelimo se recorde que afinal Arão Nhancale é incompetente. É muito estranho que essa moção de censura saia às pressas exactamente neste intervalo de tempo que nos separa das eleições. Não precisamos de um inquérito profissional para concluir que Arão Nhancale sempre teve imensas dificuldades de governar a cidade da Matola. Os problemas são vários: começam no lixo, gestão ambiental do parque industrial, passando pelas estradas e desaguam na venda de terrenos. Todos estes problemas sempre tiveram em Arão Nhancale um afável padrinho. Estes problemas nunca incomodaram o partido Frelimo. O caos que hoje serve de cartão-de-visita da cidade da Matola nunca incomodou o partido Frelimo. Se a Frelimo acredita nessa historieta de moção de censura, a lógica manda dizer que devia ter saído há muito tempo com margem para intercalares.
Quando a direcção do partido achou que já não precisava dos edis de Quelimane, de Cuamba e de Pemba mandou-os à sarjeta na primeira oportunidade e provocou eleições intercalares que acabaram em lágrimas, porque acreditavam que o povo moçambicano continuava estúpido.
A pseudo-moção de censura (chamemos-lhe assim) é uma estratégia política para ludibriar os eleitores. Visa afastar Arão Nhancale a pontapés para que aos olhos do público fique a ideia de que a Frelimo não gostou da forma como Nhancale dirigiu a Matola. Na verdade, o partido Frelimo quer se afastar da imagem de Arão Nhancale a responsabilizá-lo por estes cinco anos de desgovernação. A Frelimo quer usar Nhancale como o “patinho-feio”. Por estes dias, o partido Frelimo vive e convive com um medo de ser submetido às eleições pelo menos nas autarquias onde os eleitores estão minimamente esclarecidos. E se o uso das redes sociais for cultura da juventude dessa autarquia aí borram-se de medo!
O estimado leitor poderá, por ventura, perguntar-se o que ganha a Frelimo com a moção. A pseudo-moção de censura enquadra-se na pré-campanha eleitoral que poderá arrebatar os incautos. Assim lançar-se-ia um novo candidato que, digamos, viria salvar a Matola do caos “propiciado por Nhancale”. Nos corredores fala-se de um jovem (famoso por ter em Guebuza e Margarida Talapa seus ídolos) que vem do parlamento. Nas contas da Frelimo, o eleitorado não penalizaria a Frelimo nas urnas, porque alegadamente afastou o mau-da-fita. O eleitor desatento poderá cair nessa armadilha que de criatividade nada tem.
O problema da Frelimo não é incompetência de Nhancale. A questão de fundo ultrapassa a incompetência: é o medo das eleições e alguém tinha de ser sacrificado e calha a ser o coitado de Nhancale. Porque se o problema fosse incompetência, David Simango, edil de Maputo, já deveria ter recebido a mesma censura há muito tempo. Se a razão de fundo da moção fosse a desgovernação, haveria uma moção ainda maior para todo o Governo que a cada dia que passa demonstra créditos de incompetência. Custa acreditar que a moção venha da mesma Frelimo que ficou calada quando um membro da sua Comissão Política (José Pacheco) foi denunciado como um dos grandes vendedores da nossa própria madeira. A desgovernação e a falta de moral pública nunca vão preocupar a Frelimo, pelo menos por enquanto! Por isso mesmo não fiquemos preocupados, a Frelimo não perdeu confiança em Nhancale, continua a amá-lo com o mesmo amor com que ama David Simango ou mesmo José Pacheco! (Matias Guente)
1 comentário:
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