Eleitos membros da CNE sem a Renamo

 

Maputo (Canalmoz) – A Assembleia da República (AR) aprovou esta quinta-feira, com a ausência da bancada parlamentar da Renamo, os vogais da Comissão Nacional de Eleições (CNE) provenientes dos partidos políticos.

Assim foram eleitos: António Chipanga, Rodrigues Timba, António Cabral Muacorica, Abílio da Conceição Diruai, Eugénio Fefetine Chimpene, estes cinco indicados pela bancada da Frelimo, e Barnabé Lukas Nkomo, indicado pela bancada parlamentar do MDM.

Renamo firme no boicote ao processo eleitoral

A bancada parlamentar da Renamo caminha firme ao cumprimento da sua promessa: não fazer parte de nenhuma agenda que vise a realização das eleições. Esta quarta-feira a bancada do partido de Dhlakama acabou dando um passo decisivo nesse sentido. Quando as duas bancadas, nomeadamente Frelimo e MDM, começaram com a indicação através do projecto de resolução da Comissão Permanente que viria a ser aprovado mas tarde, a bancada parlamentar da Renamo abandonou o plenário. Mal que o assunto foi colocado pela presidente da Assembleia, Verónica Macamo, a chefe da bancada da Renamo, Maria Angelina Enoque, levantou-se e todos seus colegas seguiram-na. Estava consumado mais um boicote ao processo eleitoral.

A Renamo tem, segundo o critério da proporcionalidade parlamentar, a prerrogativa de indicar três membros à Comissão Nacional de Eleições.

“Um homem uma causa” na CNE

Depois de ter sido “excluído” sua candidatura para alguns círculos eleitorais nas eleições de 2009 que conferiram mais um mandato a Guebuza, naquilo que se viria a provar como sendo uma obra de engenharia fraudulenta da Comissão Nacional de Eleições (CNE), o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) tem agora a oportunidade de fazer parte do mais importante órgão coordenador do processo eleitoral. Quando foi excluído não tinha nenhum representante. Só a Renamo e a Frelimo é que lá estavam representados. Desta vez o MDM tem na CNE, Barnabé Nkomo, como vogal, o autor do livro “Uria Simango: um homem uma causa”, livro que retrata a parte não oficial do percurso do vice-presidente e um dos fundadores da Frente de Libertação de Moçambique e pai do actual presidente e chefe da bancada do MDM, Daviz e Lutero Simango, respectivamente. (Matias Guente)