Partilho o discurso de abertura da VII sessão da AR proferido pela chefe da Bancada da RRenamo Resistência Nacional Moçambicana
Sua Excelência Presidente da Assembleia da República
Sua Excelência Primeiro-Ministro do Governo da República de Moçambique
Respeitados Mandatários do Povo
Suas Excelências Membros do Conselho de Ministros
Prezados Membros do Corpo Diplomático
Ilustres Convidados
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Excelências
Após um breve período de interregno, eis-nos de novo juntos para iniciar mais uma Sessão Ordinária, que tem lugar num momento bastante conturbado, com o Povo sofrendo mais uma vez os dramáticos e impiedosos efeitos das calamidades naturais que se abateram sobre o nosso país.
A este maravilhoso e sofredor Povo vão as nossas saudações e solidariedade.
Estendemos as nossas saudações a todos os profissionais da comunicação social, pelo trabalho que realizam e por vezes em situações desumanas e sob pressão.
Parabenizar aqueles órgãos que fazem esforços para desafiar o sistema com todos os riscos que daí possam advir. Carlos Cardoso foi bem exemplo disso.
Esperemos que, finalmente, este órgão aprove a Lei do acesso à informação instrumento que acreditamos que vai melhorar sobre maneira a actividade destes profissionais.
A todos os nossos colaboradores do Secretariado Geral da Assembleia da República e do Secretariado das Bancadas parlamentares em particular da Bancada Parlamentar da Renamo, vai o nosso reconhecimento pelo trabalho abnegado que realizam.
Aos parceiros internacionais que não nos negam o seu apoio em especial nos momentos mais críticos, mesmo com a crise económica que o mundo vive, queremos aqui saudar.
Ao filho querido desta pátria amada, estimado por todos os moçambicanos amantes da Paz, queremos endereçar as nossas saudações e a nossa solidariedade, por esta nobre causa porque luta. O bem estar do Povo.
Como ontem alguns, deliberadamente, não compreendem a razão da sua luta Excelência, mas o Povo, a esmagadora maioria está consigo, porque sofre na pele as atrocidades do Governo do dia, a fome, a miséria, a descriminação, a exclusão, a corrupção culminando com a partidarização do Estado.
Os que não acreditam na sua luta, Senhor Presidente Afonso Macacho Marceta Dhlakama, um dia acreditarão assim como o fizeram no passado recente.
Alguém precisa salvar esta Democracia, esta Paz, esta Liberdade que tanto custaram a conquistar e hoje o Povo está sendo empurrado para a Democracia dos que tomaram conta das nossas riquezas naturais, dos nossos recursos.
Não bastou hipotecar o solo Pátrio, resta hipotecar o seu Povo, nós e os nossos filhos.
O Povo clama por socorro e só vós Excelência, Presidente Afonso Macacho Marceta Dhlakama podereis salvá-lo, podereis salvar-nos, a terra e os homens.
Endereçamos a si Excelência, as nossas calorosas saudações.
Senhora Presidente da Assembleia da República
Prezados Colegas
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Excelências
Estendemos as nossas saudações a Sua Santidade o Papa Bento 16 pela coragem e sabedoria em se resignar dessa nobre função de Chefe Supremo da Igreja Católica Apostólica Romana.
Ao sentir a debilidade das suas energias, não esperou partir deste mundo como é tradição e nem se importou com críticas e incompreensões deixando o lugar para alguém com saúde suficiente para continuar a conduzir este grande Rebanho. Obrigada por esta lição Sua Santidade. Esperemos que sirva de exemplo para os governos que se eternizam no Poder e tudo fazem, até matar se necessário for, para se manterem.
Fazemos votos e oramos para que Deus ilumine a todos os Cardiais reunidos em Conclave para que façam a melhor escolha do Pastor máximo da Igreja, o novo Papa.
Senhora Presidente da Assembleia da República
Caros Colegas
Excelências
Esta VII Sessão Ordinária é igualmente marcada por luto, perdemos vítimas de doença os nossos colaboradores, do Secretariado-Geral desta Magna Casa do Povo, refiro-me aos senhores Laurindo Eusébio Sueje e Boaventura Salomão Zandamela.
Por estas irreparáveis perdas para as suas famílias, em nome da Bancada Parlamentar da Renamo e em meu nome pessoal reiteramos os nossos mais sentidos sentimentos de pesar às famílias enlutadas.
Aos colaboradores Sueje e Zandamela que as suas almas encontrem a Paz eterna.
Excelências
Mais uma vez o país, os moçambicanos viveram momentos dramáticos, consequência das impiedosas calamidades naturais que assolaram o país em especial nas províncias de Maputo Cidade, Maputo Província, Gaza, Inhambane, Manica, Zambézia e Nampula, com maior incidência para as Províncias de Gaza e Zambézia.
Casas, culturas, bens essenciais foram destruídas. Mesmo vidas humanas não foram poupadas. Reiteramos mais uma vez os nossos sentimentos de pesar pelos nossos compatriotas perecidos em consequência das cheias e inundações e fazemos votos para que os vivos se recomponham o mais breve possível dos danos de que foram vítimas.
Senhora Presidente da Assembleia da República
Prezados Colegas
Excelências
Se fizermos uma retrospectiva desde o ano 2000 a 2013, verificamos que as lições das cheias de 2000, que destruíram sem piedade o nosso país, e por sinal sofreram as mesmas províncias que hoje vivem numa situação de calamidade, não foram tidas em conta.
São as mesmas zonas, pessoas, infra-estruturas destruídas.
Os danos de 2000 não foram reparados e em 2012 voltamos a referi-los.
A não previsão de medidas mais robustas deu lugar a destruições que vivemos em 2012 causadas por chuvas acompanhadas pelos ciclones Dando e Funso e repetimo-los em 2013.
Através da agência americana NASA, temos informação, conhecemos atempadamente a ocorrência das calamidades, mas o governo limita-se a mobilizar as populações que se localizam nas zonas baixas a se fixarem nas zonas altas, mais seguras.
A pergunta das populações é, qual? Onde? Com o quê? Não basta dizer saíam, é preciso criar as condições para onde e como. Exactamente por causa desse défice assistimos hoje a situações dramáticas que se vivem em vários locais das províncias afectadas.
O Governo do dia continua incapaz, incompetente, de gerir o fenómeno das calamidades naturais e suavizar o sofrimento do Povo. Pior agora com o bom dos Recursos minerais todas as atenções estão para aí viradas e o Povo? Esse, que sobreviva.
A grande lição que podemos tirar desta situação é o crescimento da consciência solidária do Povo Moçambicano.
Todos os moçambicanos de diferentes estratos sociais, confissões religiosas, políticos, organizações não governamentais nacionais, com pouco ou muito, anónimo ou com propaganda, levaram o pouco que tinham para dividir com os que nada tinham ou tem, bem como a sua solidariedade.
Jovens e crianças nas escolas, creches, todos partilharam o pouco que tinham. Está de parabéns o Povo Moçambicano.
Também se juntaram a esta campanha de solidariedade a Comunidade Internacional, através de diferentes Organizações governamentais e não governamentais sediadas no país, apoiaram os nossos concidadãos.
O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades por si só tornou-se incompetente para responder a demanda que se lhe colocava no socorro e apoio as vítimas.
Mas, infelizmente, todo este esforço foi frustrante quando casos foram reportados de responsáveis e suas famílias se beneficiando das doações, quando os beneficiários reclamavam ou reclamam todos os dias que os donativos não chegam às suas mãos.
Esta situação leva-nos a crer que se regozija com a situação calamitosa por ser um momento impar e propício para encher os bolsos dos desonestos, dos que se dizem gestores da coisa pública à custa do sofrimento dos outros.
Até quando continuaremos a assistir o país a ser devorado e os nossos concidadãos em situação de mendicidade, vivendo ao relento e de baixo de cajueiros, se os houver?
Senhora Presidente da Assembleia da República
Prezados Colegas
Respeitados Convidados
Excelências
Graças ao desenvolvimento das Tecnologias de Comunicação e Informação, o mundo foi brindado com imagens horríveis, cruéis, bárbaras e chocantes, do assassinato do jovem moçambicano, Emídio Macie, de apenas 27 anos de idade, com muita vida, projectos e ambições pela frente, responsável por uma família de 5 membros, vivendo na República da África do Sul há 17 anos. Mais de metade da sua vida contribuiu para o crescimento, o engrandecimento do país vizinho África do Sul, contribuiu no pagamento ou melhor na garantia do salário dos polícias e como recompensa foi barbaramente assassinado sem um motivo plausível.
Mido era um pacato cidadão indefeso, inofensivo, lutando pela vida, pela sobrevivência da sua família. Estamos indignados com esta morte brutal, violenta e desumana.
Até quando, continuarão os moçambicanos a morrer na República da África do Sul vítimas das atrocidades da polícia?
Há relatos de casos macabros contínuos e flagrantes contra moçambicanos.
A polícia como uma instituição do Estado, representa-o nas suas actuações. Será que esta não tem limites no uso da força contra cidadãos indefesos?
Fala-se de cerca de 289 moçambicanos, número registado, porque há muito mais mortos pela polícia sul-africana que ficaram no anonimato. Alguns violando a fronteira ou junto à fronteira são mortos. Tivemos o recente episódio de xenofobia e moçambicanos foram mortos, casos de cães polícia esquartejando corpos de cidadãos moçambicanos mortos por travessia ilegal da fronteira.
Se esta instituição do Estado continua a praticar estas atrocidades contra cidadãos indefesos, em nome da lei, fá-lo em representação do Estado.
Nunca ouvimos nem vivenciamos casos de justiça feita a esses profissionais da Lei e Ordem, que obrigue a que esses actos não voltem a ocorrer.
Acreditamos que o próprio Povo Sul Africano ficou ou está chocado com o que viu e viveu.
Repudiamos este acto macabro e esperamos que a justiça seja feita, e estes policiais sejam punidos, exemplarmente, para desinibir futuros casos. Este não é um caso de pagamento de caução e julgamento em liberdade. Um homem foi, deliberadamente, morto.
Cabe ao Governo Sul-Africano responsabilizar-se pela família do malogrado, mulher e filhos. Ele tinha responsabilidades sociais.
Do governo de Moçambique esperamos receber informações regulares sobre este caso, que poderá ajudar a aliviar os nossos concidadãos.
Não restam dúvidas de que a polícia agiu de má fé e com intenção de matar Emídio Macie.
À família enlutada de Emídio ou Mido Macie, à Bancada Parlamentar da Renamo, reitera os seus sentimentos de pesar e faz votos para que a justiça seja feita e que a sua alma descanse em Paz.
Excelências
O luto se abateu contra Venezuela e seu Povo.
Morreu vítima de doença Hugo Chávez, Presidente da Venezuela.
A Morte é sempre penosa para a família e para todos os que estão à volta e tem a particularidade de trazer ao de cima todas as nossas boas acções.
Por este triste acontecimento endereçamos ao Povo da Venezuela e á família enlutada as nossas condolências.
Fazemos votos para que a vida do Povo Venezuelano retorne à normalidade.
Senhora Presidente da Assembleia da República
Caros Colegas
Prezados Convidados
Excelências
Os agentes da lei e ordem são representantes do Estado na sua relação com o povo, com a sociedade. Dos impostos destes advêm o seu salário. A actuação da nossa polícia deixa muito a desejar.
Manifestar é um acto constitucional que não carece de autorização mas de informação.
Esse é que é o comando, informar para serem protegidos, para serem defendidos e não para serem proibidos, maltratados.
O Estado de Direito Democrático que pretendemos consolidar, rege-se por leis e são elas que garantem a liberdade de opinião que pode ser expressa através de manifestação.
Em Moçambique este comando figura apenas no papel. Temos um Estado repreensivo. Há tempos que o Estado vem maltratando o Povo, o pacato cidadão indefeso. Daqui a alguns meses teremos sinais bem visíveis.
O que foi feito aos desmobilizados de guerra quando saíram à rua para manifestar o seu descontentamento, não tinha razão de ser.
Estes estavam usando um comando que a lei lhes proporciona. Qual é o fundamento legal para justificar o que foi feito?
Para os que gerem este país a atitude foi normal, poder-se-ia até matar, por crime de exigir um direito, mais salário, mais dinheiro.
Como ainda não recebemos o texto final da revisão do Código Penal, talvez conste na tipificação dos crimes, o de “pedir dinheiro”.
Por causa disso assistimos a detenções sem matéria apenas com um único objectivo, o de amedrontar o Povo e matar os opositores.
Até a imprensa cuja função é levar e trazer informação a sua presença foi impedida pelo comandante.
O Povo gostaria de ouvir do Provedor de Justiça pronunciando-se em sua defesa e educação destes sobre os seus direitos e gostaríamos de ver uma Comissão dos Direitos Humanos mais interventiva.
Não se pode tornar o anormal em normal. O mais caricato é que quando acontece na casa do vizinho a vista e a mente vêm com nitidez.
É o que acontece nos pleitos eleitorais, onde esta polícia repreensiva, circula de mesa em mesa maltratando, amedrontando o nosso povo, e oferecendo-nos um gratuito espectáculo.
Estes mesmos agentes da lei e ordem ficam impunes porque estão a obedecer a voz do comando do governo do dia. Reprimir, amedrontar, prender e, se necessário for, matar.
Excelências
Para que instituição o Povo poder-se-á socorrer num ambiente de profunda partidarização das instituições do Estado?
Os órgãos regionais que se criam não passam de um clube de amigos, e o Tribunal da SADC, que se tentou criar é bem exemplo disso. No lugar de ser uma instituição onde os cidadãos dos países membros se podiam socorrer é uma autêntica fantochada, uma fachada.
Os assuntos quentes, que lesam os cidadãos são tidos como os de Soberania, e isso para não tocar o irmão, o amigo governante. O pedido de desculpas a substituir sentenças porque se esta entre irmãos.
É um tribunal que se cria para “o inglês ver” como se diz. Gastam-se rios de dinheiro, retirados da miséria dos povos para providenciar recursos materiais para um tribunal que vai ser mais um tentáculo de outros clubes de amigos. Pois, em nada vai ajudar na resolução dos problemas regionais dos Povos.
Por exemplo, a SADC tem regras eleitorais das mais modernas, que os países não cumprem. Nestes períodos a violação dos Direitos Humanos, o abuso aos cidadãos, às fraudes eleitorais são um autêntico escândalo e a luz da Soberania dos países, o tribunal deve assistir pacificamente, ninguém é punido.
É melhor extinguir esse tribunal, porque é um exercício nulo, pois pretende defender apenas a aristocracia Regional.
Ter-se um tribunal para defender os que governam e mostrar aos demais que têm um tribunal, não tem interesse nenhum.
Senhora Presidente da Assembleia da República
Ilustres Convidados
Excelências
Nascemos, crescemos e vivemos num país abençoado por Deus.
O nosso país é rico. Tem uma riqueza que bem gerida providenciará o bem-estar de todos os cidadãos. Casa condigna, saúde, educação, emprego e tantas outras necessidades básicas de que o ser humano precisa para a sua sobrevivência.
Dos 51% de extensão florestal do nosso país, mais de 50% é ocupado por florestas, localizadas nas quatro províncias mais populosas do País e com alto índice de pobreza extrema.
No entanto a demanda de corte ilegal e contrabando da nossa madeira retardarão o alcance dos patamares de vida desejados. Alguns países protegem o seu património florestal, como é o caso da República da China que tem legislação que proíbe o corte de madeira na maioria das florestas produtivas, conservando claro o seu meio ambiente e a sua riqueza, e o nosso governo entrega a troco de nada, hipoteca as riquezas, o país e o seu Povo.
O índice de corrupção é tão alto e progride dia após dia, chegando até a disparidade de números do que se exporta e do que se importa pelo país de destino.
São somas altíssimas que evaporam para os bolsos de alguns compatriotas nossos.
O índice de corrupção é tão alto neste belo país do Indico, que as chances de sucesso na arrecadação de receitas que provenham de diferentes tipologias de imposto, é nula.
Tudo fica em águas de bacalhau, como se diz na gíria popular, por causa do cancro chamado corrupção. Colocando o país em 4º lugar como o país mais subdesenvolvido do mundo de acordo com os Índices de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas de 2012.
As populações verdadeiros donos desta riqueza, nem estradas, nem meios de transporte urbanos e suburbanos, nem escolas condignas, hospitais têm. Mas a sua madeira enche contentores e mais contentores, que o digam as populações da Zambézia, do Niassa, apenas para citar alguns exemplos.
Excelências,
O avontade com que um cidadão chinês, contrabandista de madeira fala, e expõe a sua actividade, aliando-se a um ilustre quadro sénior do Partido no Poder, a Frelimo, e, proeminente Ministro desta República de Moçambique, do qual nutro muito respeito, preocupa a todos os moçambicanos.
Um filho desta terra, desta pátria amada, compatriota nosso, defensor dos interesses do pacato cidadão moçambicano, responsável pela inspecção, irmão de um chinês contrabandista? É deveras preocupante.
Não há fumo sem fogo, lá diz o ditado popular. O Povo quer uma explicação convincente sobre o envolvimento dos nossos compatriotas no contrabando de madeiras para a República Popular da China.
No passado, quantos compatriotas nossos não regressaram ao país num contentor por se atreverem a namoriscar em seara alheia? Não se lembram?
Hoje as nossas florestas, a nossa madeira, a nossa riqueza criaram laços não só comerciais mas também de familiaridade com os Alimandos, que o diga o Sr. Lu da MOFID em Pemba.
Outros ainda, compatriotas nossos ilustres mandatários do Povo, bem posicionados, condição nº 1 prestam serviços a empresas chinesas sediadas no país, recebem honorários, ajudando-as a resolver alguns problemas como dizem, dentre as quais o contrabando de madeira, intermediação na definição de quotas de concessões florestais e exportação ilegal de madeira.
Em ano de Eleições tudo fica mais fácil. Troca-se o esquema de comércio ilegal de madeira com milhões, não importa a moeda, para as campanhas eleitorais. A ver vamos.
De que servirão as leis e regulamentos aprovados se os que as devem fazer cumprir estão mergulhados em actos de corrupção, facilitando a exportação ilegal de madeira.
Os madeireiros usam subornos e fraudes, desafiando o governo e as suas leis.
Até hoje, apesar de vários casos denunciados, e apreendidos não conhecemos nem um que tenha sido punido exemplarmente, desmotivando outros actores desta prática.
Com este andar, já o dissemos repetidas vezes, corremos o risco de nos próximos 5 a 10 anos o país virar um autêntico deserto e mais pobre do que já é hoje.
São os Fan Shi, os Pingos Marinha, os Verdura Ida, os Tsou aliados aos Lu e Xu, dando Luxúria na delapidação das nossas riquezas.
Esperemos que a recente eleita Comissão de Ética ponha mãos à obra resolvendo alguns problemas de Conflitos de Interesse.
Para que o povo deixe de assistir seus Mandatários representando ao mesmo tempo interesses de uma maioria e os seus próprios interesses.
Enquanto a riqueza deste país não for distribuída por todos continuaremos a ser a Voz dos sem Voz.
O Povo deve esperar 18 anos pelos resultados dos recursos naturais, mas os da nomenclatura do Poder, esses já se distribuíram e já se estão a beneficiar.
Dissemo-lo a nossa riqueza se não for bem gerida será motivo de conflito, de guerra e não de harmonia e os primeiros focos estão aí.
Estamos atentos.
Senhora Presidente da Assembleia da República
Digníssimos Deputados
Venerados Convidados
Excelências
Vasto é o rol de matérias para esta VII Sessão Ordinária que hoje inicia. Para além das tradicionais matérias ligadas à Informes que as Comissões Especializadas devem, por obrigação, prestar à Plenária da Assembleia da República, teremos Informações do Governo e do Procurador-Geral da República, para além das Perguntas ao Governo.
Quanto aos informes das Comissões Especializadas temos a destacar o informe em torno do ponto de situação do Código Penal e o Código do Processo Penal, ambos parte do Pacote anti-corrupção.
O Informe do Meritíssimo Procurador-Geral da República, constando no rol de matérias para esta sessão, é esperado pelo Povo com enorme expectativa.
Elegemos como ponto importante para informações do governo, “A situação das Cheias no País”.
É importante que saibamos o que foi feito, o que está sendo feito para mitigar o sofrimento de milhares dos nossos concidadãos, após a desgraça que sobre eles se abateu, aquando das recentes cheias e inundações, bem como o porquê da repetição dos mesmos problemas desde 2000.
Apreciaremos dois instrumentos importantes para a actividade parlamentar, o Regimento da Assembleia da República e a Lei Orgânica ambos submetidos à revisão.
Não menos importante é a Proposta de Lei do Direito à Informação instrumento á muito esperado pelos profissionais da Comunicação Social.
Esperemos que os Mandatários do Povo, de facto a apreciem, sabido que é que nem todas as propostas e projectos do rol de matérias, são passíveis de apreciação em determinada sessão ordinária.
A minha Bancada, a Bancada Parlamentar da Renamo, tudo fará, de forma responsável, para cumprir com o programado pela Magna Casa do Povo.
Senhora Presidente da Assembleia da República
Prezados Colegas
Respeitados Convidados
Excelências
Não me perdoaria se terminasse sem me referir a pessoa mais importante para todos nós, a Mulher.
Esta Mulher que ao longo da história foi subjugada à vontade do homem, a trabalhar como serviçal, sem nada receber pelo seu trabalho ou ganhando um salário injusto que nem se quer dava para sustentar uma família.
Comemoramos esta data quando passa exactamente um ano que um grupo de Mulheres viu o seu dia transformado em mar de pólvora, viu seus filhos tombados inertes no chão com uma bala assassina gravada na cabeça, no peito.
Um dia que se queria alegre virou triste e de luto. Eram as Mulheres em Nampula em particular as do Partido RENAMO, quando o governo do dia, o governo da Frelimo decidiu, neste dia festivo, atacar sem piedade a sede política do Partido Renamo na Cidade de Nampula e sem piedade mataram e feriram gente inocente, exactamente no ano das celebrações dos 20 anos do AGP (Acordo Geral de Paz). A todas estas Mulheres em tempo endereçamos a nossa solidariedade.
Ao celebrarmos, anualmente, o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, fazemo-lo para chamar a atenção para o papel e a dignidade da Mulher e levar a uma tomada, cada vez maior de consciência, do valor da Mulher na sociedade, reivindicar e rever as limitações e preconceitos que ainda são impostos à Mulher.
A passagem desta data marca a luta por melhores condições de trabalho, de justiça e de igualdade social. É um momento de reflexão sobre os abusos históricos contra a Mulher, mas também sobre as conquistas e mudanças sociais conseguidas.
A Mulher tem conquistado mais espaço, provando competência e força de trabalho. Em cada geração elas se tornam cada vez mais independentes.
Mais do que uma luta pessoal, as Mulheres têm a consciência do poder da classe. Vemo-las representadas nas causas sociais, emitindo opiniões e reivindicando mudanças nos diversos problemas das minorias.
A Mulher impôs sua condição de igualdade e ampliou sua atenção, como disse, conquistou espaço nas sociedades nunca antes imagináveis.
Ingressou no mercado de trabalho competindo com o Homem, ocupando cargos de tomada de decisão em empresas e governos, tomando decisões políticas, representando o país no além fronteira, participando das experiências científicas com visibilidade, realizando viagens espaciais, lutando em batalhas militares e até vencendo provas desportivas. Dividindo o seu tempo entre tarefas de trabalho e do lar, como trabalhadora, dirigente, esposa e mãe.
Ela ultrapassou assim todas as fronteiras, rompendo o limite que o preconceito e a desconfiança do Homem a submetiam e a rotulavam de simples objecto de sexo frágil.
Hoje, em pleno século XXI, chega com muita luta, talento e charme, explorando o planeta para alcançar o universo. Um Universo sem limites nem fronteiras.
Para todas as Mulheres do Mundo em particular as Moçambicanas, endereço por empréstimo este poema de Lisa da Luz Barbosa, Poetiza Brasileira, intitulado “Um Poema à Mulher”.
Tu, que buscas no dia-a-dia Tua independência, Tua liberdade, Tua identidade própria;
Tu, que lutas profissional e emocionalmente, para seres valorizada e compreendida;
Tu, que a cada momento tentas ser a companheira, a amiga, a “rainha do lar”;
Tu, que batalhas incansavelmente pelos teus próprios direitos e também por um mundo mais justo e por uma sociedade sem violência;
Tu, que resistes aos sarcasmos daqueles que te chamam de, pejorativamente, feminista, e que já ocupas um espaço na fábrica, na empresa, na política;
Tu, eu, nós, que temos a capacidade de gerar outro ser, temos também o dever de buscar alternativas para que a nossa acção criadora, realmente, ajude as outras Mulheres a conquistar a liberdade de ser… de ser Mulher!
A todas as Mulheres do Mundo inteiro, às Mulheres Moçambicanas e a Vós minhas colegas vai o meu abraço fraterno. Parabéns pela passagem de mais um 8 de Março.
Senhora Presidente da Assembleia da República
Ilustres Deputados, Meus Pares
Venerados Convidados
Excelências
A terminar, permitam-me Excelências que dirija uma palavra de apreço a todos os Cristãos que no pretérito dia 13 de Fevereiro celebraram a quarta-feira de cinzas, que marcou o início da Quaresma e vai até a sexta-feira Santa, passando pela celebração da Última Ceia do Senhor e culminando com a celebração da festa da Páscoa, a festa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, a 31 do presente mês de Março.
A Quaresma é tempo litúrgico, de conversão que a Igreja Católica e outras, têm para preparar os fiéis para a festa da Páscoa.
Durante a Quaresma os fiéis são convidados a um período de meditação e penitência, através de jejum, esmola e oração.
Os Cristãos lutam para que exista no mundo a Justiça, a Paz e o Amor entre toda a humanidade e entre os irmãos em particular, no caso de Moçambique.
Dizia Sua Santidade Papa Bento XVI por ocasião da Quaresma e cito “O grande mandamento do amor exige e incita à consciência, a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão, naturalmente no nosso coração a solidariedade, a Justiça, bem como a misericórdia e compaixão.” Fim de citação.
Confortados com estas palavras, desejo a todos os cristãos, votos de uma Quaresma frutífera de oração e partilha, de silêncio e jejum, com esperança de viver a alegria Pascal.
Senhora Presidente da Assembleia da República
Senhor Primeiro Ministro da República de Moçambique
Prezados Colegas, Meus Pares
Respeitados Membros do Conselho de Ministros
Venerados Convidados
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Excelências
Desejo-vos caros colegas, votos de sucessos na sessão que hoje inicia.
E a todos vós pela paciência e prestimosa atenção o meu muito obrigada.
Maputo, 13 de Março de 2013
Chefe da Bancada Parlamentar da Renamo
Maria Angelina Dique Enoque
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