Qual foi o veículo de imprensa que mais confrontou o poder em 2019? Quem teria apostado que uma redação pequena de jovens jornalistas mexeria com as estruturas como fizemos na Vaza Jato? Sem nossos jornalistas correndo atrás da verdade todos os dias, quantos escândalos, injustiças e abusos de poder continuariam escondidos do público? Quantas vidas o jornalismo comprometido e rigoroso pode mudar?
O Intercept é um site jovem, feito por jornalistas jovens, uma equipe que se desdobra para dar conta do recado. Nós não temos uma família proprietária, não vendemos anúncios, não temos conteúdo pago e não enchemos sua tela de banners. Nosso jornalismo é revolucionário – e nosso modelo de negócio também.
Em dezembro de 2018, demos início a uma campanha de doação recorrente que em poucos meses se tornou a maior do Brasil. Com a ajuda de mais de 9 mil apoiadores, metemos o pé na porta dos salões do poder e fizemos uma cobertura estrondosa do primeiro ano do governo Bolsonaro.
Nosso trabalho só é possível porque acreditamos numa relação transparente e profunda com vocês, leitores. Essa relação nos permite fazer o jornalismo que sonhamos por duas razões. Primeiro: quem nos lê e nos apoia também nos protege; é fácil fechar uma redação, mas é difícil calar um movimento. Cada pessoa que se junta ao Intercept dificulta o trabalho daqueles que querem nos censurar. Mas sua ajuda também nos dá recursos para contratar mais, bancar viagens, realizar pesquisas e comprar equipamentos. Também gastamos cada vez mais com segurança – física e digital – e com advogados, o que, infelizmente, é uma necessidade na nossa profissão hoje em dia. Jornalismo que transforma custa caro, leva processo e não dá lucro!
2020 será um ano determinante para o país e o planeta. Além da pandemia de coronavírus, teremos eleições municipais, fundamentais para a consolidação (ou não) do bolsonarismo e para o que será a disputa nacional em 2022. É também ano de eleição nos Estados Unidos, e o jogo de lá é central para compreender os rumos que o mundo tomará. Vamos sentir na pele aqui. Em paralelo, nossas questões cotidianas continuam crescendo em escala: no Brasil de Bolsonaro, o desmatamento é recorde, a polícia mata como nunca e o desemprego diminui à custa da precarização do trabalho.
O jornalismo realmente independente é o único capaz de enfrentar este cenário e revelar as verdades que eles querem esconder. Jornalismo que se preza enfrenta corruptos, assusta ditadores, peita os poderosos, não faz acordos e muda o mundo.
Apesar de termos feito um grande ano, o Intercept não quer repetir o ano passado – não nos apegamos a fórmulas. Vivemos um momento histórico singular e queremos mais, muito mais. Por isso, lançamos nossa nova campanha de doações. É pé na porta do ano que chega, sem medo de ameaças, robôs reaças, megacorporações, dos ruralistas, de jornalistas acomodados e de nosso governo de extrema direita.
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